“O pior de tudo é que sua presença está me acalmando!”
Volto minha atenção á água, querendo tentar ignorar tudo o que voltava à tona na minha mente neste exato momento.
Eu sabia que ele não iria embora tão cedo, Jungkook não é de desistência… Não precisa de muito convívio para perceber isso. Entretanto continuei ali intercalando meu olhar entre a grama e as minhas mãos, eu realmente não queria falar com ele.
– Não vai poder me evitar para sempre. Sabe disso, não é? – Ouvi sua voz se aproximar, até perceber que ele já se sentava ao meu lado.
– Na verdade, posso sim. – Eu desejava que fosse mais fácil, que ele me pedisse perdão e me abraçasse naquele momento. Que ele de alguma maneira se arrependesse e me confortasse. Eu precisava dele agora, mas não iria me submeter às mesmas situações de antes, que retratavam o quanto Jungkook me depreciava. Eu não iria tratá-lo bem a troco de desprezo, não mais.
–Fiquei sabendo do que aconteceu… – O tom baixo da sua voz quase foi convincente.
Já era de se esperar, é claro que ele voltaria para me provar que estava certo. Ele não mudou. Em três anos, ele continua o mesmo faminto por razão.
Não o respondi, apenas suspirei. Que imaturo, argh!
– Olhos inchados, roupa amarrotada, ele te deixou mal, Hyung… – Reviro os olhos, enquanto tento me fazer acreditar que ele está mesmo dizendo isso.
– Jura, Jungkook? Ele me deixou mal? – Rápido entre suspiros, afronto seus olhos enigmáticos de sempre e ele mantia-se calmo. – Isso quer dizer que você está a frente agora? Quer dizer que seus erros são menores? – Tento me manter o mais ríspido o possível.
–Não, só quer dizer que eu, novamente, sou sua cura. – Dói admitir, mas é verdade. Eu preciso de um criminoso, de um egocêntrico, narcisista, que me usou por poder, que me fez sofrer, que não se importou com os meus sentimentos hora alguma, e que, principalmente, me deixou só, sabendo do quanto eu era dependente dele. E agora, depois de todo esse tempo, depois de tê-lo superado, eu novamente me vejo no desejo de me sujeitar aos seus atraentes defeitos. Mas não, não posso.
Apenas fico em silêncio. Ele suspira ao meu lado.
– Jimin, eu sei o quão difícil é tentar me imaginar diferente do que eu fui com você, mas eu mudei. Estou em Jomyeong apenas por mais essa semana, vou para Susang* e queria que fosse comigo. – Tão calmo… Isso me irrita. Como pode falar algo de tanto impacto, com tanta calma?
Ele encosta na minha mão e com receio, me olha.
O sol estava se pondo, deixando a luz meio alaranjada e mostrando que o dia estava em seu final. Sinto um vento mais frio e olho para o lado oposto de Jungkook.
– Estou confuso… – Aquela voz vulnerável, típico de mim mesmo. Por mais que eu me esforce, sempre me mostro fraco. O fraco que eu sou. O fraco que me irrita.
– Você tem tempo, antes de partir voltarei aqui. E se quiser provar por si mesmo, esteja com as malas prontas. – E deixou o local. Me dando em mãos a oportunidade de reverter tudo.
O problema é: essa 'reversão’ me fará bem?
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