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História O que me restou - Pesadelo em Wichita Falls


Escrita por: mizinzi

Notas do Autor


Olá!
Bem, essa é minha primeira história de drama, vou focar mais na história de TOA interagindo com a ideia de Another, mudando totalmente os personagens, espero que seja legal e que vocês gostem!

Os primeiros capítulos serão introdutórios, mas curtinhos.

Capítulo 1 - Pesadelo em Wichita Falls


Fanfic / Fanfiction O que me restou - Pesadelo em Wichita Falls

Ainda vejo a imagem do campo de lavandas e trigo que meu pai cuidava e o vento tocar o meu rosto sem me preocupar com nada. Lembro-me dos meus amigos que gostavam de passar o final de semana na minha casa, adorávamos tomar banho no lago que ficava em uma pequena floresta afastada da minha casa, nas férias de verão acampávamos nela, mas tudo isso foi levado com o vento.

***

Foi em 10 de abril de 1979, um terrível tornado quase devastou Wichita Falls, no Texas. Meu pai e eu estávamos na cidade quando começou, foi uma surpresa, vi aquele tornado gigante se aproximando e só pensei em gritar desesperada para meu pai nos tirar dali. Ele acelerou o carro em direção a Jolly, a vila onde meu tio morava, não podia ir pra casa, pois era de lá que o tornado estava vindo. Meu coração palpitava, eu estava preocupada com minha mãe e com meus amigos, era o fim do mundo. Na casa de meu tio, havia um porão para nos esconder do tornado, e ficamos lá por uma noite. No dia seguinte, voltamos para a cidade, estava tudo destruído, pessoas desesperadas andando entre os escombros que sobraram, meu pai acelerou em direção a nossa casa, e quando chegamos eu cai de joelhos e comecei a chorar e ele correu gritando pelo nome de minha mãe. Nossa fazenda desmoronou como um castelinho de areia, a plantação se espalhou por toda a parte, a cor roxa das lavandas era a única destacada no cinza que o céu refletia. “Dottie! Dottie! Onde você está querida?! Dottie!” os gritos de meu pai ecoavam pela minha cabeça, sentia o vento ainda forte me empurrando para frente, eu soluçava, lembrava-me da pequena e linda casa, dos campos de lavanda e trigo, dos meus amigos brincando e correndo, e estava tudo destruído, meu peito apertou forte, então ouvi meu pai gritar meu nome.

Acordei com um pulo, olhei para os lados e estava sozinha com algo apitando do meu lado, estava tão assustada que demorei para perceber que estava em um quarto no hospital, meu pai logo entrou correndo acompanhado de um enfermeiro.

- Querida! Que bom que acordou, eu estava tão preocupado – disse meu pai segurando o choro.

- Porque eu estou aqui? – a minha voz quase não saía, doía para falar – Eu estou com medo papai.

Ele me abraçou forte dizendo que iria ficar tudo bem, sua voz tão doce “vai ficar tudo bem querida” fazia eco na minha cabeça confusa, eu me perguntava onde estava a minha mãe, eu queria saber se ele a encontrou e se estava bem, se eu pudesse ver novamente seus cabelos loiros compridos e seus olhos verdes grandes, e ouvir sua voz suave dizendo “eu te amo minha pequena Lily”, e então adormeci novamente.

No dia seguinte acordei melhor, ainda confusa e meu pai dormia no sofá ao meu lado, em cima da mesa ao lado da minha cama tinha um buquê de flores vermelhas com um cartão. Estendi meu braço com dificuldade, sentindo uma pontada tão forte em meu peito que dei uma gemida baixa, mas que foi o suficiente para meu pai acordar.

- Bom dia Lily – veio em minha direção – Como está se sentindo?

- Melhor, mas meu peito... – dei uma pausa e olhei para as flores – De quem são?

- Sua avó veio aqui hoje de manhã e trouxe-as, você não queria acordar para vê-la – deu um sorriso pequeno – Ela já foi embora.

- Onde está a mamãe? E porque eu estou aqui? – ele abaixou a cabeça e lágrimas saíram de seus olhos azuis cintilantes, sua expressão mudou.

- A Dottie ela... Ela estava em casa na hora do tornado – sentou-se na cama e tentou olhar pra mim, mas não queria que o visse chorando – Eu encontrei o corpo dela debaixo de um dos pilares...

- Mãe... – meus olhos se encheram de lágrimas e novamente uma pontada em meu peito que me fez gemer mais alto.

Meu pai levantou-se da cama secando as lágrimas e correu para chamar o enfermeiro, meu coração estava acelerado e parecia querer sair, eu agonizava de dor na cama e sentia o suor preencher meu rosto, lembro-me de ver a cara do meu pai vermelha de segurar o choro, e de uma mulher vestida de verde me segurando, apaguei novamente.

Acordei e o quarto estava escuro, não conseguia me mexer, parecia que alguém estava em cima de mim e então chamei pelo meu pai, minha voz saía com dificuldade e eu tossia muito, ele veio até minha direção e sentou-se.

- Vamos ter que ficar mais alguns dias aqui no hospital se amanha você não estiver melhor – disse olhando pra mim com cara de preocupação – Como está se sentindo?

- Meu corpo... Ele... Está fraco – respondi olhando para o teto.

- Querida, eu não sei como dizer isso – ele segura a minha mão – Você tem câncer no coração – aquilo foi como um soco na minha cara.

- Câncer? No coração? – comecei a chorar desesperada – Como assim?

- É um câncer raro, eu sei disso, mas não sabemos como ele apareceu aí, só lembro que a família de meus avós tinham problemas de coração, mas um câncer...

- Eu vou morrer pai?

- O seu câncer está, como os médicos dizem, na fase primária, você terá de fazer tratamentos – abaixou a cabeça até a minha mão – Eu sinto muito filha.

Eu não sabia o que falar para o meu pai, apenas me calei e fiquei com meus pensamentos voando longe da realidade, eu só queria sair daquele hospital. 



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