História O Que Não Podemos Evitar - Capitulo XXXVIX

Casa Noturna

―Que tal começarmos com o fato que você mexeu com a família errada. – Brandon se pronuncia. – E viemos foder com sua vida. – O sorriso no rosto do Stark era o sorriso de todos que estavam naquela sala, com exceção de Baelish que se mantinha acuado em sua mesa.

―Estão aqui para me ameaçar? – Mindinho encara os homens a sua frente. – Acha que vai mudar alguma coisa? Como diz o ditado, o que está escrito, está escrito. – Riu cínico.

―Não, não. Nós não estamos aqui para ameaçar você. – Disse Ned. – Esse não é o tipo de pessoas que somos. – Era incrível a máscara de frieza que era seu rosto. – Você se empenhou demais em ferir a minha família. – Ned joga os jornais sobre a mesa de Baelish. – Primeiro você manchou a relação de Jeyne e Robb, neste aqui você se fez de vítima pela minha filha ter dado uma bela surra em você,  confesso que gostei dessa parte. – Os homens riram diante da lembrança. – Mas não gostei quando falou do casamento deles, foi um momento emocionante deveria ter visto. Agora essa última você se superou você não só mexeu com os meus filhos os chamando de bastardos como manchou a memória da mãe da Jeyne e de minha irmã.

―Fala como se elas fossem as donzelas em pessoa. – Cospe as palavras e Rhaegar lança um olhar furioso para ele. – Eu não falei nenhuma mentira, sua família é realmente uma arvore podre Ned,  seu irmão engravidou a mulher do melhor amigo e sua irmã teve um filho com um homem comprometido e por mais que você queira parecer o homem mais honrado ao acolher os filhos bastardos de seus irmãos sua família tem um lado obscuro. – Neste momento tanto Rhaegar como Brandon se exalta, mas Ned os impedi.

 ―Fez tudo isso pela Lysa? – Tinha um sorriso cético em seus lábios.

―Eu fiz pela Cat! – Todos o olharam como se ele fosse louco. – Eu a amava, mas ela me rejeitou porque você com essa cara de bom moço apareceu e a tirou de mim.

―Fez isso para chamar a atenção da Catelyn? Você realmente ficou louco. – Benjen se manifesta pela primeira vez.

―Não, eu fiz para que ela e você sofressem por isso. – Se dirigiu a Ned.

―Fez tudo isso por vingança, porque a Catelyn te rejeitou? – Brandon ria. – Quem a culparia por isso? Você é tão patético Baelish, se juntou a irmã invejosa por algo tão pequeno. – Brandon olha para todos que se encontravam ali. – Pra mim já deu.

―O que vocês pretendem com isso? – Baelish aponta para os papeis que ele havia destruído. – Querem que eu me retrate, que eu retire o processo contra sua filha? – Ele ainda tinha um sorriso nos lábios. – Eu tenho amigos influentes eles destruiriam vocês. – Ameaçou.

―Quando você diz amigos você se refere a esses que estão nesta lista? – Rhaegar pergunta entediado. – Esses mesmos homens que teriam sua reputação jogada no lixo caso essas informações ganhem os verdadeiros jornais deste país? Acho que você não é tão inteligente quanto dizem. – Rhaegar se levanta e fica de frente para Baelish. – Eles te matariam se isso fizesse com que eles saíssem ilesos dessa. – Essa afirmação fez o homem se encolher.

―E como eu disse, nós não somos o tipo de pessoas que ameaçam. – Ned fala tranquilo. – Nós apenas fazemos e neste exato momento a promotoria de Kings Landing já possui as provas necessárias para colocar você na cadeia e eu duvido muito que você chegue vivo ao seu julgamento já que seus amigos. – Fez sinal de aspas com as mãos. – Odiariam ver seus nomes envolvidos neste escândalo. – Ned fala já se levantando.

―Como se dá o nome pra isso? – Rhaegar pergunta para Arthur que ainda está parado ao lado de um Baelish agora pálido. – Queima de arquivo?

―Isso mesmo, queima de arquivo é exatamente isso. – Dayne responde com um sorriso enquanto dá leves tapinhas nas costas do homem amedrontado. – Eu sugiro que fuja.

―Então é isso? Me querem morto mas vão deixar o trabalho sujo para outras pessoas? Esperava mas dos Starks e dos Targaryen devo admitir. – Falou com nítido desespero na voz. – Isso não apaga da memória das pessoas o que eu escrevi!

―Claro que não, o que está escrito, está escrito.  – Brandon devolve. – Mas com certeza lava a nossa alma. Você explora crianças seu imbecil, a garota que nos recebeu não deveria ter mais do que quinze anos, não é só nossa alma que está lavada é as delas também que se livrarão de você. – Olha para os outros. – Concordam?

―Não há a menor dúvida disso. – Benjen afirma. – Eu estou bem com isso e vocês?

―Eu posso conviver com isso. – Ned fala.

―Então é isso a conversa foi ótima. – Rhaegar se direciona a saída junto com os outros, mas ele retorna até Baelish e lhe dá um soco que o faz cai aos seus pés. – Nunca mais se refira ao meu filho como um bastardo ou mencione o nome da mãe dele novamente.

Já do lado de fora Ned respira fundo ele teve que se controlar pra não matar ele mesmo aquele desgraçado.

―O que vocês acham que ele vai fazer? – Perguntou Benjen.

―Ele vai tentar fugir, está acuado e com medo. – Respondeu Dayne. – O homem está aterrorizado tenho certeza.

―Quero essa boate fechada e essas garotas livre desse lugar o mais rápido possível. – Rhaegar tinha raiva na voz.

―Obrigada Rhaegar pelo que fez pela minha família. – Disse Ned estendendo a mão para o homem a sua frente.

―Acredite Ned, foi um prazer esmagar aquele idiota. – O homem segue para seu carro junto com Arthur Dayne. – Estou a disposição quando precisar.

Mansão Stark

Robb estava sentado na área externa da mansão, ele não conseguia dormir, estava preocupado com seu pai e seus tios. Robb ascende um cigarro ele não fumava há muito tempo, desde que voltara de Volantis, mas os últimos acontecimentos o deixaram vulnerável ao antigo vício, que Jeyne nunca descubra ou seria seu fim.

Neste momento ele avista seu pai e seus tios chegarem, ele apaga o cigarro e vai até eles.

―Estava fumando? – Ned pergunta estreitando os olhos. – Achei que tinha deixado.

―As circunstâncias atuais favorecem a possíveis recaídas. – Rebate. – O que vocês foram fazer? Estão todos querendo saber.

―Eles estão nos esperando? – Benjen pergunta desconfiado.

―Não, agora estão dormindo.

―Então vamos fazer o mesmo, amanhã conversamos. – Brandon fala se afastando.

―Seu tio tem razão. – Responde Ned quando Robb tenta protestar. – Amanhã quando todos estiverem juntos conversaremos. – Os homens seguem para o interior da casa deixando Robb sozinho na varanda.

Ele volta a sentar-se no mesmo lugar e encara a piscina que reflete a enorme lua que se mostra majestosa no céu, ele não sabe quanto tempo ficou ali parado olhando para o mesmo lugar, apenas sentiu quando um cheiro já conhecido o envolveu.

―Acordei e você não estava. – Jeyne senta a seu lado e apoia a cabeça em seu ombro. – Eles chegaram?

―Sim, mas não falaram nada, apenas foram dormir. – Disse aborrecido, e Jeyne senta em seu colo.

―Estava pensando sobre o que falamos, sabe? – Ele fez uma cara fofa de confusão e ela riu. – Sobre como tudo isso tem afetado a gente e eu notei que desde que isso vem acontecendo não temos tido muito tempo juntos. – Ele concordou com a cabeça. – Nós nem temos feito... enfim você sabe. – Tinha um brilho diferente em seus olhos.

―Dezoitos dias desde a última vez. – Ele respondeu enquanto enfiava o rosto na curva do seu pescoço. – Longos, frios e solitários dezoitos dias. – Enfatizou.

―Vem comigo. – Ela se levanta e puxa Robb pelo braço até a cozinha. – Lembra-se da noite em que você me agarrou aqui na cozinha? – Perguntou maliciosa.

―Me lembro de você ter dito pra eu ficar longe. – Ele respondeu sorrindo.

―Bom em minha defesa eu não estava em minha melhor fase naquele dia, mas o que você não sabe é que... – Ele chegou bem perto do ouvido dele e disse. – Se o pai não tivesse aparecido e você tivesse insistido um pouco mais eu teria cedido.

―Serio? – Ele respondeu já completamente a mercê dela. – Aqui na cozinha? – Ela assente e se afasta com os olhos presos nos dele. – O que está fazendo? – Ele pergunta sem fôlego ao ver Jeyne retirar a calcinha diante dele e ficar apenas com o seu camisão que cobria até o meio de suas coxas, Robb passa a língua sob os lábios. – Eu te amo. – E avança sobre a esposa a erguendo pela cintura a colocando sobre a ilha da cozinha.

―Senti saudades. – Ela fala enfiando as mãos por baixo da camisa que ele vestia retirando a mesma por cima com a ajuda dele. – Eu quero você agora Robb. – Ele morde o lábio inferior da mulher que suspira de prazer.

―Opa! – Jeyne e Robb se assustam com o intruso. – Má hora? – Rickon perguntou com um sorriso maldoso.

―Você não devia está dormindo? – Robb perguntou com cara de poucos amigos.

―E vocês deviam está em um quarto, porém estamos todos aqui. – Ele estava se divertindo por ter flagrado os irmãos em um momento intimo. – Mas eu já estou de saída eu só vim pegar a bolsa da Lya que ficou aqui. – Ergueu a bolsa no ar.

―A Lya está aqui? No seu quarto? – Jeyne se vira para o irmão mais novo.

―Sim, meu estoque de camisinhas acabou e ela disse que tinha algumas em sua bolsa, então...

―Como é que é? – Jeyne praticamente gritou e Robb fechou os olhos já era sua chance de por fim a esse jejum de dezoito dias. – Você e a Lya já... – Jeyne fez um monte de gestos estranhos com as mãos.

―Jey querida, eles já namoram há um tempo, acho que isso seria inevitável. – Robb se arrepende de falar assim que ele termina e ela o olha como uma assassina.

―A mãe sabe disso e melhor ainda a família dela sabe? – Ela pergunta a Rickon que rir da cara de espanto da irmã.

―Por falar na mamãe você está igualzinha a ela agora, escuta Jey nós sabemos muito bem o que estamos fazendo ok? – Ele olha para os irmãos. – Não deviam fazer isso aqui. – Ele aponta para Robb e Jeyne que ainda estavam na mesma posição em que foram flagrados.

―Não estamos fazendo nada garoto! – Defendeu-se Jeyne.

―Então de quem é essa calcinha no chão e porque o Robb está neste estado. – Apontou para as calças do irmão, Jeyne desce da ilha com o rosto mais vermelho que um pimentão e recolhe a peça do chão.

―Eu vou dormir. – Ela sai da cozinha pisando forte.

―Valeu irmão tinha que aparecer justo agora. – Robb fala desanimado.

―E como eu ia saber? Vou subir também a Lya me espera. – Fala malicioso e Robb tem vontade de arrancar sua cabeleira ruiva. – Boa noite.

―Boa noite pra quem? – Robb fala pra si mesmo indo para o quarto e pedindo aos deuses que seu irmão caçula se dê muito mal essa noite. Ao chegar ao quarto Jeyne estava deitada e as luzes apagadas.

―Isso é uma droga vou ter que tomar um banho frio – Disse se dirigindo ao banheiro.

Na manhã seguinte Jeyne sente as mãos do marido passear pelo seu corpo e o roçar de sua barba em sua nuca, será que estava sonhando? Por fim abriu os olhos e soltou um gemido de apreciação virando o rosto para ele.

―Bom dia. – Ele sorriu de volta e tomou seus lábios em um beijo lascivo.

―Podemos conversar outra hora? – Ele cobriu o corpo de Jeyne com o dele, abrindo as pernas delas com as suas. – Eu preciso sentir você. – Ele beija seu pescoço, rosto e boca de forma descontrolada e ela o prende pelo quadril com suas pernas fazendo sua ereção roçar em sua intimidade, neste momento Robb solta um gemido.

―Agora Robb. – Jeyne arqueia o corpo na direção do dele e neste exato momento se ouvem batidas na porta. – O que? – Robb ergue a cabeça na direção da porta e espera ouvir novamente as batidas. – Não, não, não... – Ela enlaça seu pescoço com os braços.

―Robb e Jey o pai quer todo mundo lá embaixo! – Era Rickon gritando do outro lado da porta.

―Esse moleque quer morrer! – Robb falar raivoso. – Um minuto, nós já estamos descendo. – Ele olha para Jeyne e ela estava com os lábios vermelhos inchados pelos beijos que trocaram há pouco. – Temos que descer. – Ela solta um suspiro.

―Tudo bem. – Ela sorriu frustrada. –Terminamos isso depois? – Ele já estava de pé ao lado da cama.

―Com certeza, agora sai logo dessa cama e coloca uma calcinha por baixo dessa camisa ou eu juro que mando todo mundo para os sete infernos e ataco você. – Ela sai da cama em um pulo e corre para o banheiro. – Hoje o dia vai ser longo. – Sai do quarto como um foguete.

Descendo as escadas ele encontra Rickon e Lyanna abraçados e sorrindo feito dois idiotas.

―Você está mesmo querendo morrer não é moleque? – Ele fala baixo apenas para o irmão ouvir.

―Não me diga que... Oh cara tu é muito azarado. – Rickon rir e sai deixando Robb furioso.

―O que houve irmão? – Jon se aproxima. – Parece nervoso.

―Se você estivesse em meu lugar também estaria. – Falou mal-humorado e Jon ergue as mãos. – Desculpe Jon é que eu não ando nos meus melhores dias, toda essa confusão com o Mindinho e esse jejum que parece que não vai acabar tão cedo.

―De que jejum você está falando? – Robb explica sua situação para Jon e o irmão explode em uma gargalhada o deixando mais furioso se isso seria possível.

―Belo irmão você é. – Jon o olha divertido.

―Calma irmão essas coisas acontecem, eu lembro quando a Ygritte viajou a trabalho e ficou uma semana fora e quando ela chegou. – Jon faz uma careta ao lembrar. – Foram tantos imprevistos que nós só tivemos um tempo junto dias depois de ela ter chegado.

―Essa história devia me animar? – Robb rebate. – Não funcionou Jon. – Jon iria responder, mas Ned chamou a atenção de todos na sala.

―Sei que vocês esperam uma explicação nossa. – Ele olha para todos na sala e dá por falta de um. – Onde está a Jey?

―Aqui! – A garota desce correndo as escadas e se joga em cima do pai e dos tios. – Senti saudades. – Eles riram do jeito afobado da garota.

―Nós também, mas temos algo a dizer.

Ned, Brandon e Benjen narram os fatos da noite anterior e como os cinco homens, contando com Rhaegar e Arthur Dayne haviam encurralado Petyr Baelish e garantido que ele jamais voltaria a escrever sujeiras sobre qualquer membro daquela família.

―Não podemos retirar o que foi escrito e muito menos apagar as marcas que essas palavras deixaram principalmente em vocês. – Aponta para Jeyne e Robb. – Mas é importante saber que ele não saíra impune e que se isso não tivesse acontecido Jon não teria pedido ajuda ao Rhaegar e por consequência aquelas garotas jamais voltariam para as suas casas e famílias. – Benjen afirma e todos concordam.

―Acha mesmo que ele vai esquecer pelo que vocês disseram ele é obcecado pela mamãe. – Sansa pergunta apreensiva.

―A San tem razão ele provou que é maluco, tanto quanto a tia Lysa. – Arya rebate. – E por falar nela o que vocês pretendem fazer com ela?

―Aparentemente ela voltou para o Vale, liguei e os empregados não sabem para onde ela foi, apenas que ela havia saído de malas prontas há alguns dias. – Respondei Catelyn.

―Se ela não aparecer mais eu ficarei grato. – Robb fala. – Bom eu vou trabalhar. – Se volta para os pais e os tios. – Vocês vão a empresa? – Eles concordam. – Nos vemos lá então.

―Eu vou querer carona até o conservatório. – Jeyne se dirige a Robb.

―Vamos seguir com nossas vidas da melhor maneira é o que nos restas. – Bran se volta para Jeyne. – O pior já passou não é? – Ela sorrir em resposta e ele beija seu rosto.

―Eu posso te levar para o trabalho Jey. – Se ofereceu Brandon e a garota aceita fazendo o homem sorrir.

Com isso todos saem para se prepararem para mais um dia de trabalho e Catelyn e Ned ficam sozinhos na sala.

―Você acha que isso realmente acabou? – Ela pergunta sentando-se ao lado do marido entrelaçado suas mãos. – Petyr realmente não é mais o mesmo garoto que eu conheci na infância. – Falou triste.

―Acabou sim Rhaegar me ligou mais cedo informando que as falsas boates do Mindinho foram fechadas e que ele está foragido, mas isso é por pouco tempo tenho certeza. – Ele beija o topo da cabeça da esposa. – O que importa é que de uma forma ou de outra vamos ficar livres dele.

―E enquanto a Lysa? – Quis saber.

―Ela vai ter a sua hora. – Enfatizou. – Já que vamos passar o fim de semana por aqui que tal planejarmos nossa viagem? – Catelyn gostou da sugestão.

―Uma segunda lua de mel?

―Porque não? Agora mais do que nunca é do que precisamos.