História O que nós somos? - Appa

-oi, o que você tá fazendo aqui? E não vem dizer que estava com saudades.- Perguntei indo para perto do Suga que já estava mais branco do que o normal.

Sério que o senhor Shin Sang achou que apenas depois de 4 fucking anos ele finalmente deveria visitar sua filha? Se fosse pra demorar tanto seria melhor que nem viesse, na verdade eu nem esperava que eles notassem minha existência e também não fazia questão disso.

-Quem é esse garoto?

- Ah, eu estou bem como vai a omma? - Puxei o Suga pra entrar no dormitório ignorando aquele homem alto nos impedindo nossa passagem.

- Responda se você ainda tem o mínimo de respeito.- Meu querido appa me segurou pelo pulso com tanta força que senti meus dedos adormecerem.

Puxei meu braço fazendo ele soltar, pedi pro Suga levá-lo até a sala ou qualquer lugar longe de mim e fui ver como os hyungs estavam. Eles tinham se reunido no meu quarto e pareciam um pouco assustados por causa da marca que ficou no meu braço, eu admito que também estava um pouco mas acho que ainda lembro de como enfrentá-lo. Não demorou muito para o Suga também ir para o quarto,  acho que só minha omma conseguia ficar com o appa por mais de 5 minutos. 

- Não gosto do seu pai. - Suga como sempre foi bem direto. 

- Nem eu.- Respondi ao mesmo tempo que os hyungs.

- O que ele fez com vocês?  - Perguntei enquanto me jogava na cama.

- Só um interrogatório. - Hobi respondeu fazendo uma careta imitando o velho que ainda estava na sala.

- Que tipo de pergunta mais ou menos?- Perguntei colocando as mãos no rosto me preparando.

-"Vocês não acham melhor arrumar um trabalho de verdade e finalmente virar homem?"- Jimin respondeu rindo.

- Só de pensar que vou ter que ficar escutando esse tipo de frase daqui há um tempo no exército eu fico com dor de cabeça. - Jin estava um pouco frustrado com aquele tipo de pergunta e o Namjoon foi o primeiro a consolá-lo.

- Ele também perguntou sobre quem já tinha dormido com você. - Kookie completou cobrindo o rosto com o travesseiro logo em seguida.

- Só eu tenho essa sorte.- Suga disse enquanto fazia carinho no meu cabelo.

- Éoq?- O Hobi parecia estar prestes a ter uma crise de ciúmes e teria se o capiroto não tivesse brotado na porta do quarto batendo com a delicadeza de um coice. 

- Vocês vão me deixar esperando pra sempre?????

- Sim, melhor você esperar em Busan se quiser eu até pago a passagem de avião com o seu cartão de crédito. 

Destranquei a porta do quarto e sai pra ver qual era o motivo que tinha feito aquele homem alto e mal humorado ir visitar a sua filha que não consegue manter uma conversa civilizada com ele por 3 minutos.

- O que você quer de mim?- Perguntei tentando levá-lo até a saída mas ele nem saía do lugar.

-Semana que vem você vai voltar pra Busan.- Ele disse enquanto tentava me mostrar alguma coisa no seu celular.

- Não,  obrigada mas eu tenho um negócio chamado vontade própria. - Finalmente depois de usar toda a força do meu ser de 1.60m consegui empurrá-lo até a saída. 

- Não foi uma sugestão,  foi sua omma que me mandou aqui, de qualquer forma você vai e pronto.- Ele saiu fechando a porta com a delicadeza de um coice. 

O barulho foi tão alto que os meninos saíram do quarto segurando a primeira coisa que estava em seu caminho, até o Jin que parecia ser o mais pacífico de todos segurava o controle da TV como se fosse uma espada v:

- O que aconteceu? - Suga perguntou enquanto me olhava dos pés à cabeça procurando alguma marca.

- Ele só disse que eu iria voltar pra Busan.- Respondi enquanto entrava no banheiro do quarto.

Fingi não escutar as perguntas dos meninos, tranquei a porta de lá e tomei um banho quente que na minha opinião valia mais do que falar sobre o meu querido appa.

"Pedido da omma..."

Apesar de às vezes conseguir ser tão má quanto o Sr. Shin Sang a Sra. Kim Sang ou melhor, a omma, tinha seus momentos em que deixava escapar sua humanidade, mesmo esses momentos ocorrendo raramente ainda era bom para nós duas, isso era uma forma de distração em relação às exigências quase absurdas do appa que achava que humilhar a família era uma ótima maneira de promover seus negócios que nunca entendi direito do que se tratavam.

Depois de terminar o banho e ter me trocado saí do quarto na esperança de que os hyungs tivessem preparado algo comível para o jantar mesmo essa sendo uma das minhas funções, mas pelo visto o único preocupado se eu iria ou não comer alguma coisa era o Suga que me entregou um pouco do seu Kimchi quando estava procurando alguma coisa pra assistir na sala.

- Você vai mesmo ir ver sua família semana que vem?- Ele me perguntou enquanto se deitava apoiando a cabeça no meu colo.

- Se eu não for ele vai dar um jeito de me obrigar a ir, então eu vou só pra não ter que ficar vendo ele aqui todos os dias.- Respondi enquanto fazia carinho naqueles fios negros que eu amo.

- Podemos ir também? - os 7 perguntaram em um coro quase perfeito. 

Eu até entendo o interesse dos meninos em sair sempre que possível, ser tão conhecido às vezes os impedia de aproveitar momentos que as pessoas comuns comsideram normais, e ao mesmo tempo todo essa exposição fazia com eles tivesse muito apoio em suas dificuldades,  apoio que não se limitava aos hyungs ou às armys coreanas, eu acho incrível como eles conseguem ser tão queridos por pessoas que nem conhecem em vários lugares do mundo.

- Claro, não posso deixar vocês sem supervisão, vai que vocês resolvem brincar de incendiar outras coisas que não fossem os corassoins das armys.

Eu morreria de tédio se não os levasse e a viagem até Busan se tornou o assunto durante aqueles dias que passaram tão rápido quando a venda de ingressos de um show deles.

"Só quero acabar logo com isso..."

Pensei comigo mesma enquanto observava Seul ficar cada vez mais longe pela janela do avião.