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História O Rapto de Park Jimin - Flashback


Escrita por: BolinhoDiArroz

Notas do Autor


I'm Back \o/
Ufffa~
Consegui um tempinho pra postar esse capítulo! Consegui terminar ele hoje e dei uma revisada por cima e.e
Gente, eu não tenho beta e por isso tenho alguns erros de escrita e coerência e.e perdoem-me eu mesmo odeio
ler histórias com esses erros, mas não posso fazer muita coisa.
Capítulo bem brando, mas essencial para fic, então leem que isso os ajudará a entender algumas coisas daqui para a frente ^^
Boa Leitura amores e amoras <3

Capítulo 16 - Flashback


~ Flashback ~

 

~ 48 horas atrás… ~


 

Submundo, Jardim da Meia Lua

Park Jimin

 

1…

2………

3…………

 

Por fora eu me mantinha calmo e pleno, fazia questão de demonstrar que ele era meu e que eu não estava com o cu travado de tanta raiva que eu sentia daquela presepada que acontecia ali a minha frente. Se eu já não soubesse que Deus, Jesus Cristo e toda essa história não  é apenas mais um fruto da imaginação da humanidade para fazer outra parte da humanidade adorar e se apegar a algo que não seja o vazio da existência eu diria que eu havia jogado uma grande e bela fudida pedra na cruz.

 

- Tudo bem, se você não sai por bem, eu te tiro a força.

 

Escutei Jeon falar com uma voz hostil e sarcástica estalando os dedos logo em seguida fazendo a mulher sumir da nossa frente em segundos.  Assim que ela desapareceu me soltei dele com raiva caminhando até a janela que tinha a vista para o jardim. Escutei um suspiro e pela minha visão periférica pude ver uma movimentação agitada demais por parte dele, mas não me importei muito, eu estava muito irritado com tudo o que havia acontecido ali para sentir pena ou ser compreensível.

 

Logo Vernon saiu do quarto juntamente a uma empregada nos deixando a sós e aí que minha raiva aumentou. De uns tempos para cá eu confessava que estava com os sentimentos a flor da pele demais, mas creio eu que era super normal, correto? Afinal não somos obrigados a  acordar e nem a manter um sorriso grudado na cara 24 horas por  dia.

 

Cruzei os braços e respirei fundo mantendo meu olhar longe de si. Acho que  se eu olhasse para ele eu arranhariaa toda aquela cara bonita e máscula dele. Maldito deus grego dono da porra do inferno que transformava a minha droga de vida  em um inferno quente e enlouquecedor. Tanto no sentido ruim como no bom.

 

Droga! Eu acho que quero trepar loucamente com o deus do Submundo.

 

- Chim... – O escutei me chamar cautelosamente parando alguns passos atrás de mim.

 

- Afinal, quantas mulheres você teve na sua vida Jeon? – Perguntei me virando para ele com a testa franzida de irritação. Já havia me controlado mais e me  concentrado na parte que realmente interessa nessa história.

 

Mulheres.

 

Pude vê-lo arregalar os olhos com minha pergunta. Seu pomo de adão se moveu para cima e para baixo em sinal de nervosismo e a única coisa que eu pensei foi:  “Lá vem merda!”. Essa reação só havia feito eu me irritar mais.

 

- Algumas, nenhuma delas foram sérias. - Logo tratou de se corrigir. - Não como é com você. – Explicou olhando-me tentando demonstrar que estava seguro do que falava.

 

Baixei o rosto suspirando cansado escorando meu corpo contra a vidraçaria gelada da porta da varanda. Eu só queria um pouco de calmaria entre nós, tudo bem que em nenhum momento ele havia dado algum tipo de esperança para ela, mas aquilo ainda sim me afetava. Tinha medo de perdê-lo, por mais que eu confiasse nele e tentasse ser mais confiante comigo mesmo, ainda assim o medo era maior do que.    

Quando o senti se aproximando e levantando meu rosto na altura do seu me fazendo o olhar, vi temor em seus olhos, ele estava com medo que eu o deixasse por causa daquilo. Senti vontade de rir pois ele compartilha do mesmo medo que eu tentava esconder. E então ele sorriu me fazendo sorrir  um pouco mais que ele.

 

- Eu odeio isso. – Resmunguei e ele me abraçou afundando o rosto na lateral de meu corpo inalando o aroma de minha pele do ombro.

 

- Me desculpe. – Pediu suavemente beijando seu ombro olhando-me em seguida. – Eu imagino que isso deve ser muito desagradável, odiaria ver seus ex’s invadindo sua casa atrás de você e ainda ter que brigar com eles. – Sua voz era sincera e um pouco aflita. Assenti desanimado. – Eu amo você, Jimin...

 

- Eu sei... Eu também te amo, mas isso me chateia, não consigo evitar. – Bufei sem conseguir esconder esse fato dele. – Qualquer dia desses eu mato essas piranhas. – Ameacei o fazendo rir. – Idiota. - O bati no peito com um murro fraco.

 

- Prometo que depois de hoje você vai entender tudo e nunca mais vai se deixar abalar por essas coisinhas por menores. Porque vai ver que é o único amor da minha vida. – Falou me fazendo sorrir assentindo. Ele havia dito que queria me levar para um lugar, e se ele não tivesse comentado isso agora eu já haveria de ter me  esquecido.

 

- Tudo bem... – Tentei me afastar, mas fui impedido.

 

- Obrigado por não ter brigado e nem desconfiado de mim. – Agradeceu com um pequeno sorriso sincero.

 

- Eu prometi pra você... – Falei calmo. Sorri ao sentir seus lábios colarem no meu roubando um beijo meu.

 

Observei seu rosto se afastar do meu e prendi a respiração. Seu rosto perdeu o foco por um segundo e quando voltou ao normal, sua imagem começou a balançar de um lado para o outro como se fosse uma gelatina. Pude ver sua boca se mexendo me falando coisas que eu não consegui entender e muito menos ouvir. O observei se virar de costas para mim e tudo o que consegui fazer foi seguí-lo com os olhos o vendo sumir banheiro á dentro me deixando sozinho ali. Senti meu corpo pender para trás contra a porta a fazendo abrir bruscamente e meu corpo cair com tudo no chão frio.

 

Minha cabeça começou a doer e palavras em uma língua estranha começaram a ecoar como se minha mente fosse uma caverna. Me apoiei com as duas mãos no chão tentando pegar impulso e me levantar, mas antes que eu conseguisse um par de pés coberto por um sapato estilo ao de bailarina, parar embaixo de meu corpo me chutando em seguida no peito me fazendo virar e deitar de barriga para cima.

 

Por uns segundos fitei o céu azul e limpo de nuvens vendo tudo ao meu redor ondular. Tentei gritar por Jeon, mas nenhum som saiu de minha boca.

 

Respirei fundo tentando fazer com que aquilo tudo passasse, mas então vi os cabelos ruivos entrarem esvoaçantes no meu campo de visão.

 

Era Deméter.

 

A bile subiu minha garganta preenchendo meu paladar com seu gosto ácido enquanto minha visão enturveceu. A ouvi rir enquanto se ajoelhava na minha frente e furava meu dedo com a ponta de uma adaga. Senti uma dor incômoda e resmunguei tentando afastar minha mão do toque dela.

 

Logo ela se pôs de pé e enquanto falava coisas que eu ainda não conseguia entender muito bem senti minha visão escurecer e por um momento perder a consciência..

 

Quando tornei a voltar aos meus sentidos, já me encontrava descendo as escadas e pisando sobre a grama úmida que fazia meu pé formigar. Demorou um tempo para que eu percebesse que não caminhava por minha vontade própria e sim porque parecia estar sendo controlado, algo em mim mandava e me guiava até o labirinto. Quando eu cheguei na entrada do mesmo meu corpo pesou e eu perdi a consciência pela segunda vez.

 

Acordei com uma voz suave e alegre falando coisas que eu demorei um tempo para assimilar. Era uma voz tão bonita e mesmo embargada pelo choro, parecia tão feliz que eu também me sentia feliz.

 

- Jimin… Ele vai se chamar Park Jimin…

 

- Omma. - Sussurrei com a língua enrolada abrindo os olhos fitando a grama verde brilhar.

 

Eu estava caído no meio do jardim?

 

Uma outra voz soou em minha mente.

 

- Jimin, diga que aceita.

 

O que estava acontecendo?

 

- Diga, Jimin. Diga que aceita.

 

A voz insistiu, dessa vez mais firme e exigente.

 

Aceitar o que?

 

Aquilo era tão confuso. Meu enjoo e tontura voltaram me fazendo começar a ficar nervoso com aquela situação. Eu só queria que tudo aquilo parasse de uma vez.

 

Senti uma aura densa e hostil se espalhar por todo o lado me atingindo de uma forma que causasse uma agonia sem fim. Algo em meu baixo ventre vibrou me deixando alerta como uma leoa atenta contra algum possível ataque contra os seus filhotes.

 

- Rápido Jimin! Estamos ficando sem tempo!

 

A voz insistiu aflita e tudo o que eu vi antes que minha voz soasse foi Jeon descendo as escadas da varanda.

 

- Eu aceito.

 

Senti uma sombra fria envolver meu corpo e tudo ficar em silêncio. Era uma sensação gostosa de paz. Eu não sentia mais enjoo ou qualquer outra coisa que atormentasse, porém, quando voltei a mim e meus olhos ganharam foco fitei o céu cheio de nuvens que tampava o brilho forte do sol. Olhei ao meu redor a procura de uma referência para saber onde estava e quase perdi o ar ao notar que meu corpo flutuava, antes que eu pudesse gritar assustado senti meu corpo perder a leveza e cair. Não posso dizer o quão aliviado me senti ao ter água envolvendo meu corpo e não algo mais doloroso. Assim que senti meu corpo tocar no fundo de onde estava, peguei impulso e submergi respirando apressado enquanto olhava para os lados tentando entender aonde estava e o que estava acontecendo.

 

Tudo o que eu pude ver ao meu redor era o lago raso e verde escuro, quase negro em que eu estava, árvores e uma cabana.

 

Um novo tremor se fez em meu baixo ventre e eu pulei assustado levando a mão até o local olhando para ali. Parecia que tinha um celular por debaixo da minha pele vibrando.

 

- Me desculpe por isso. - Escutei uma voz logo a minha direita e me virei naquela direção assustado. Havia uma mulher na casa de seus 25 anos toda sorridente para mim. - As coisas saíram um pouco do controle. - Ela falou risonha com a mão no quadril.

 

- Quem é você? - Perguntei jogando os cabelos grudado em minha testa para trás.

 

- Oh! Desculpe-me, querido. - Ela falou sorrindo. Aquele sorriso, formato do rosto e cor dos cabelos me lembrava alguém… - Eu me chamo Reia, mas pode me chamar de sogrinha ou até mesmo, mãe.

 

- Sogrinha? - Sussurrei confuso.

 

- Eu sou a mãe de Hades. - Falou me fazendo arregalar os olhos e engolir seco. Ele nunca havia comentado sobre a mãe dele, na verdade, sobre ninguém de sua família. Isso só me lembrou que eu não sabia de quase nada dele e da sua vida além do que Vernon havia comentado superficialmente comigo. - Venha cá querido. - Ela estendeu a mão para mim. - Você não pode ficar dentro da água por muito tempo. O tempo está frio e daqui a pouco pode chover. - Olhei para o céu ponderando o que ela dizia decidindo nadar até onde ela estava. - Pode acabar se resfriando e isso pode fazer mal para o seu bebê.

 

- Bebê? - Parei todos os meus movimentos segurando sua mão a sentindo me puxar enquanto eu tentava não deslizar na beira do lago. - Acho que a senhora está enganada, eu não posso ter um bebê.

 

- Não estou não. - Ela sorriu me olhando quando parei na sua frente saindo finalmente daquela parte barrenta do lago. - Você está grávido, Park.

 

- QUÊ?



 

◇◆…◆◇


 

“Tá legal Park Jimin… Respira e não pira. Você não está grávido. Isso é impossível, lembra? Afinal eu sou um homem e apesar de Jeon ser um deus, ele não tem um pau mágico de verdade? Não é? Ai Mds!!! Eu nem conheço ela, por que estou dando tantos créditos ao que ela disse?”

 

Exclamei levando as mãos até meu baixo ventre ao sentir um tremor no local me fazendo ficar em dúvida com o que eu acabava de pensar.

 

“Isso não pode ser real! Eu devo estar sonhando. Isso, com certeza tudo é um sonho. Realista demais, mas ainda sim um sonho.”

 

- Eu preciso urgentemente do Jeon… - Sussurrei abaixando minha cabeça apertando o tecido molhado da minha camisa.

 

- Ele também precisa de você. - A suposta mãe de Jeon falou aparecendo na sala andando até mim com uma muda de roupas em mãos.

 

Fiquei sem saber o que falar ou o que fazer, a história dela ser mãe dele ainda não me descia. Era uma situação estranha demais, ela simplesmente me teletransportou do submundo para cá como se fosse a coisa mais normal do mundo, sem contar que esse tipo de poder que ela tem não lembro de ter lido ou ouvido em nenhuma das minhas aulas de história na escola. Eles são deuses com dons para aquilo que eles são designados ou possuem afinidade, e não tem poderes tão estilo revista de quadrinhos. Ou tem? Afinal, Jungkook era o “Diabo” que comandava o “Inferno”, mas que na verdade verdadeira descobri que ele não passava de um homem solitário, magoado e mulherengo dono de um submundo cheio de encantos e beleza. Claro que havia a existência do Tártaro, mas em todo lugar tem o lado bom e o lado ruim, aquele não poderia ser diferente, mesmo que punir as almas ruins ainda sim era sua responsabilidade.

 

- Não pense tanto, Jimin. - Ela sacudiu as roupas na minha frente. - Eu vou lhe explicar tudo. - A vi olhar para cima pensativa. - Ou quase tudo.

 

- Certo. - Suspirei confuso e derrotado pegando as roupas de sua mão. De toda forma, por hora eu teria que ficar ali, afinal, eu não sabia onde estava e nem as verdadeiras intenções dela, então para onde e porque eu fugiria?

 

- Pode se trocar em meu quarto, irei preparar um chocolate quente para que possamos conversar com tranquilidade. - Avisou com um leve sorriso caminhando em direção do que seria a cozinha. - Sinta-se à vontade, já já eu retorno.

 

- Obrigado. - Murmurei olhando para os lados a procura do quarto caminhando até o lugar.

 

Assim que me certifiquei que a porta estava bem trancada, as janelas estavam fechadas e que não havia nenhuma  forma de estar sendo espionado tratei de começar a me despir rapidamente vestindo as roupas que eu tenho que confessar, eram quentes, aconchegantes e cheirosas.

 

Era um casaco de lã bege gola alta, uma calça jeans que eu não fazia a mínima ideia de como ela poderia ter aquilo se nem o filho dela tinha e cueca, sim meus caros, até cueca nova eu havia ganhado. Enfim, após colocar o par de meias que havia vindo também com as roupas, sai do quarto sendo presenteado com o cheiro de chocolate quente no pequeno corredor.

 

Estranhamente aquilo fez minha barriga roncar e tremer novamente.

 

Conforme caminhava pela casa podia sentir um suave brisa gelada ao meu redor, o clima frio me fazia sentir acolhido naquele local. Seria um bom lugar para relaxar passando o dia todo agarradinho com  Jeon enquanto minha barriga crescia. Claro, se eu pudesse ter um filho para que fizesse minha barriga crescer.

 

Ao chegar, não fui para sala, apenas  segui o curto caminho para a cozinha encontrando Reia colocando duas canecas com o que deveria ser o  chocolate quente em uma pequena bandeja rústica de madeira. Nesses poucos segundos que ela realizou essa atividade, me permiti observá-la com atenção notando realmente semelhanças suas com o Jeon, ali de perfil me parecia que ela era na verdade ele com uma peruca e numa versão mais baixa.

 

-Oh! Jimin! - Ela exclamou surpresa ao se virar e deparar-se comigo um pouco mais atrás de si a olhando. - Está muito tempo aí?

 

-Não muito. - Sorri envergonhado.

 

-Se você não fosse o futuro rei do Submundo, acho que investiria em você… - Ela sorriu travessa piscando para mim. A minha reação? Bem, primeiro eu quase, eu disse QUASE, me derreti por ela porque aquele sorriso e piscada eram muito bem conhecidos por mim; Segundo, que eu abri literalmente a boca em um perfeito ‘O’ quando minha mente conseguiu processar o que ela de fato quis dizer com aquilo; E terceiro, eu abaixei minha cabeça sentindo minhas bochechas arderem pela vergonha. - Auuwn… Você ainda ousa corar na minha frente?! - Exclamou risonha andando até mim com a bandeja em mãos.

 

Tossi limpando a garganta voltando a minha linha principal de raciocínio querendo saber o real motivo de estar ali.

 

-Desculpe, mas será que podemos conversar? - Perguntei com um leve arquear de sobrancelhas.

 

Ela sorriu.

 

-Determinado… - Sua voz saiu pensativa. - Entendo porquê meu filho gosta tanto de você. - Sorri abaixando a cabeça. - Venha comigo, querido. - Ela pediu caminhando até a sala comigo em seu encalço.

 

Após nos sentarmos confortavelmente um de frente para o outro nas poltronas de couro marrom que ficavam posicionadas ao redor de uma mesinha de madeira da mesma tonalidade só que brilhante por conta do verniz que cobria sua madeira. Pegamos cada um uma caneca e levamos aos lábios degustando um pequeno gole após assoprar o líquido, já que estava de fato quente.

 

Ela realmente fez um belo chocolate quente.

 

-Então, sobre o que quer falar primeiro? - Ela perguntou cruzando as pernas me olhando compenetrada.

 

-Por que estou aqui e por que diz que estou grávido? - Indaguei me inclinando para a frente apoiando os cotovelos no joelho olhando para ela atenta.

 

-Uau! Você é bem direto… - Ela riu tomando outro gole do chocolate quente. - É uma longa história.

 

- Tudo bem, eu tenho tempo. - Falei sério ouvindo ela rir novamente.

 

- Certo, certo. - Ela parou de rir respirando fundo. - Bom, deixa eu ver, o Jeon já mencionou para você alguma coisa da história dele? - Perguntou e eu neguei. - Nada nada?

 

-Nada que eu me lembre. - Respondi pensativo me lembrando do que Vernon já havia me dito apenas. A verdade era que eu me sentia agora muito incomodado com isso, não que eu não confiasse nele ou achasse que ele poderia me esconder alguma coisa ou fosse realmente um ser maligno como descreve algumas histórias, mas a questão é que ele sabe tudo sobre mim, sabe sobre meus pais, sabe sobre meu ex, sabe sobre a ajuma, sabe sobre os meus sentimentos por ele. E eu? O que sei sobre ele além do que todos sabem ou o que os livros de histórias dizem? Histórias essas que não são nem metade verídicas.

 

Sem contar, que mesmo que eu soubesse de algo, eu me fingiria de rogado e inocente para que ela me contasse tudo e assim eu poderia julgar se posso ou não confiar nela. Afinal, mesmo tudo parecendo ser real, ainda sim eu não me sentia seguro o suficiente para confiar e aceitar toda essa história.

 

- Tudo bem. - Ela bateu as mãos uma vez endireitando sua postura. - Vamos lá. Os humanos de uns séculos para cá, pelo o que eu cheguei uma vez ficar sabendo, estão tendo aulas num local chamado escola a fim de serem preparados para uma outra coisa chamada faculdade, e dependendo disso eles podem ser bem sucedidos ou um fracasso total, correto? - Indagou e eu assenti pensando nas palavras que ouvia. - Você logicamente também passou por isso, correto? - Perguntou novamente e eu tornei a assentir com a cabeça. - Então você deve saber mais ou menos a história da minha família.

 

- Eu não consigo me recordar muito bem. - A interrompi encolhendo os ombros sem graça.

 

- Parece que alguém não andava prestando atenção nas aulas já que dormia nelas, não é mesmo? - Ela falou com um tom levemente de repreensão e eu ri com uma criança que foi pego fazendo travessura. - Fofo. - Ela fez uma careta engraçada rindo comigo. - Enfim, voltando. - Respirou fundo ficando séria.

 

- Espera! Como sabia que eu dormia nas aulas? - Indaguei confuso a interrompendo ao me tocar daquele detalhe.

 

- Calma, logo entenderá. - Falou ela fazendo um sinal com as mãos para que eu me acalmasse e assim eu fiz. - Certo, aonde eu estava mesmo?! - Ela indagou com a testa franzida e um riso no rosto.

 

-Nas aulas de história… - Falei soltando um pequeno riso.

 

-Isso. - Ela sorriu animada. - Certo, o mundo não foi gerado como alguns ousam dizer por aí, não há nada de Deus ou Criação do Mundo em Sete dias, esse mundo foi gerado da união de meu pai Urano, o Céu e minha mãe Gaia, a Terra. Esse planeta era apenas uma bola sem vida e inabitável, haviam poucos seres que conseguiam viver nesse lugar naquela época. - Ela divagou um pouco pensativa logo retornando sua atenção para o que importava. - Papai era muito metódico, calculista e egoísta e tudo isso era muito bem escondido pelo seu rosto angelical. Em um de seus passeios pelo planeta se encantou por Gaia, minha mãe, assim que pôs seus olhos nela. Ela era uma mulher linda, doce e encantadora, mas que vivia triste por não poder compartilhar todos os encantos que possuía. Por muitos anos Urano a observou de longe nutrindo um sentimento de posse e obsessão por ela, que quando descobriu os sentimentos dele por si espalhou pelo planeta sem vida as gramas e as flores coloridas. Logo Urano casou-se com Gaia e dessa união nasceu 12 filhos: seis mulheres e seis homens, os titãs.

 

Arregalei os olhos a olhando chocada com aquela revelação. Ela era uma titã? Mil perguntas se formaram em minha mente, afinal, aquilo era informação nova e demais para mim, e mesmo que eu quisesse com todas as minhas forças enchê-la de pergunta me controlei deixando que ela continuasse a contar o resto da história.

 

- Enquanto mamãe sentia-se feliz por finalmente ter com quem dividir todas os seus encantos e vontades, papai passou a temer que algum de seus filhos tentasse roubar seu trono e sua esposa, já que ela passava mais tempo do nosso lado do que do lado dele próprio. Tomando pelo seu egoísmo, a cada novo filho que nascia, papai os dava um fim, ou ao menos pensava que assim fazia. Assim que meus dois primeiros irmãos apareceram mortos misteriosamente, não demorou muito para ela descobrir que quem os matava era ele, afinal não havia mais ninguém ali que pudesse fazê-los mal além dela e de Urano. A cada novo filho que ela tinha, ela logo os escondia em uma caverna no extremo leste do planeta e lhe falava que eles haviam nascido mortos.

 

- Ele era louco… - Sussurrei chocado com aquela história. - Como uma mulher pode aguentar por tanto tempo alguém como ele? - Perguntei a vendo abaixar a cabeça suspirando. Me arrependi do que falara ao me tocar de que ele, Urano, era pai dela. - Me desculpe.

 

- Tudo bem.  - Ela sorriu levantando o rosto. - Como você mesmo percebeu, seria impossível continuar com um homem desses mesmo amando-o, então cansada e com medo do que papai pudesse fazer caso descobrisse a verdade, ela nos persuadiu a nos revoltarmos contra o nosso pai. O líder foi Cronos, que, no momento em que Urano estava copulando com nossa mãe, surgiu por detrás de uma montanha e com ajuda de uma foice decepou as genitálias do papai. O sangue de Urano ao cair na terra infértil e inabitável gerou os mares, as montanhas e as florestas, separando o Céu e a Terra, minha mãe e meu pai.

 

- Tá, mas aonde quer chegar com toda essa história? - Indaguei me curvando um pouco mais para frente a fitando enquanto buscava respostas em algum sinal corporal seu.

 

- Infelizmente, milênios depois do que aconteceu com minha mãe, a história tornou-se a repetir. - Arqueei a sobrancelha. - Mas dessa vez comigo. Cronos e eu nos apaixonamos e casamos. Quando engravidei do nosso primeiro filho, ele havia ficado diferente, antes ele era divertido e amoroso, depois havia se tornado inquieto e retraído. Foi quando eu soube por ele mesmo que antes de ter destronado nosso pai, ele havia profetizado que assim como ele, Cronos também seria derrotado por um de seus filhos. - Ela suspirou esfregando o rosto com as mãos. - Não tem ideia do que passei por conta disso, ele me obrigou a entregar meus filhos para que ele os devorasse e assim impedisse que algum deles tomassem o poder de si.

 

- E você… Meu Deus! Ele fez isso com Jeon? - Indaguei me levantando do sofá de uma vez horrorizado. - Ele era só um bebê! Indefeso e pequeno.

 

- Me escute Jimin, sente-se e me escute. - Ela pediu seriamente e mesmo contra minha vontade eu a obedeci ainda inquieto com as imagens que se passava na minha mente. - Um filho de titãs são gerados diferentes dos de humanos ou deuses, eles não nascem bebês, nascem já grandes.

 

- Grandes?

 

- Sim, ouso dizer que essa forma que você conheceu de Jeon quase não sofreu alterações desde que foi gerado por mim, alguma coisa ou outra mudou, mas nada demais. Para mim, quando o vejo, parece que foi ontem que dei luz a ele. - Ela explicou.

 

- I-isso é impossível. - Falei me levantando novamente andando de um lado para o outro pela sala. - Olha o seu tamanho, não que você seja baixinha demais, mas é que você não poderia gerar um homem adulto porque não haveria espaço. - A vi tentar abrir a boca para falar algo, mas as palavras saiam de minha boca desenfreadas. - Mesmo que você seja uma deusa ou algo parecida não tem como isso acontecer.

 

- Jimin, eu sou uma titã, lembra? - Indagou me olhando calma. - Eu não sou deste tamanho, essa é a forma e tamanho humano que escolhi para eu poder viver entre vocês. - Ela falou e eu parei de andar a olhando e esperando ela dizer que tudo era uma brincadeira preparada pelo Jeon.

 

Mas ela permaneceu calada.

 

- Eu não vou pedir para que entenda tudo isso, mas preciso que me escute até o fim. - Ela pediu e por mais que eu quisesse ir embora dali, apenas voltei a me sentar no sofá aproveitando para beber parte do chocolate que a esta hora não estava mais quente e sim morno.

 

- Pode prosseguir. - Pedi me sentindo mais calmo.

 

- Ok. - Ela suspirou novamente jogando os cabelos para trás. - Dos seis filhos que tive, dois eu não permiti que matassem. Zeus e Hades.

 

- Espera, os livros diziam que você salvara apenas Zeus. - Falei confuso e ela sorriu.

 

- Os livros só contam o que eu espalhei por aí, mas nenhum deles sabem da verdade além de mim e você.

 

- Eu? - Indaguei franzindo as sobrancelhas. - Por que eu?

 

- Porque eu preciso que você proteja e guie Hades nos tempos sombrios que estão próximos. - Ela falou séria e eu abri a boca sentindo meu coração acelerar. - Jimin, eu te trouxe aqui arriscando tudo porque eu precisava te contar tudo… Ou quase tudo, enfim, para que eu pudesse ter certeza de que você está preparado para seguir a jornada final ao lado de meu filho.

 

- Jornada final? - Balbuciei.

 

- Jimin o quanto você ama meu filho? - Ela perguntou séria me encarando nos olhos.

 

- O suficiente para dar minha vida em troca da dele. - Respondi sem nem pensar duas vezes vendo um sorriso largo e feliz crescer em seu rosto.

 

- Isso é adorável e verdadeiro. Eu acredito em você, mas não pode nem pensar em fazer isso, agora você tem um ser que depende de você também, um ser que vai te ensinar uma outra forma de amar e querer proteger. - Ela falou calmamente. Não precisou falar mais palavras para eu entender a que ela se referia.

 

- E-eu não posso… - Senti minha voz falhar. - Eu sou um homem. - Falei sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

 

- Há coisas que você ainda desconhece a seu respeito, coisas que serão reveladas no tempo certo. - Ela falou se levantando de onde estava para se sentar do meu lado segurando minhas mãos. - Mas por hora preciso que acredite em mim. Você está grávido. - Sua voz soou tão convicta e incontestável. - Você e meu filho serão pais. - Ela sorriu de forma doce.

 

Um pequeno tremor em meu baixo ventre me fez realmente acreditar no que ela dizia. Há dias que eu vinha sentindo estas vibrações, enjoos e tonturas, mas achei que era apenas porque estava passando por momentos difíceis e sem me alimentar bem.

 

- O Jeon vai pirar. - Comentei rindo a fazendo rir comigo.

 

- Ele vai ser um bom pai. - Ela disse sorrindo serena. - Vocês dois.

 

- Faremos o nosso melhor. - Disse confiante fungando. - Como eu posso ajudar  Hades? - Perguntei a olhando.

 

- A milênios atrás Cronos ouviu uma profecia de seu futuro, mas ele cego pelo poder só escutou até onde lhe interessava ouvir, deixando o resto se perder no ar.

 

- E onde eu entro nessa história? - Perguntei.

 

- O que ninguém sabe é que antes dessa profecia havia uma outra. - Ela falou me olhando ansiosa. - Essa profecia foi feita por minha mãe minutos antes de morrer. Jimin, ela me disse que eu iria ter seis filhos e desses seis, dois iriam mudar o destino do mundo. Um deles ia ser destinado a glória e o outro a escuridão. O filho meu que alcançasse a glória não seria por mérito e sim por um engano provocado por uma alteração no destino. Enquanto o filho vivido nas glórias aproveitaria e teria tudo, o da escuridão seria abdicado de todos os prazeres e maravilhas que seriam seus por direito, e a única pessoa capaz de dar-lhe o que ele merecia sempre seria afastado de si bruscamente por inveja e desejo por poder e prazer. - Ela pausou. - Ele teria uma chance de ter o que ele nunca teve em sua vida: amor, família e felicidade, mas que para isso ele teria que fazer uma escolha que poderia mudar o rumo de todos que habitam este mundo. - Ela me olhou agitada. - Jimin, o meu filho que vive na glória é Zeus e o que vive  na escuridão…

 

- É o Jeon… - Completei angustiado.

 

- Você é a chave para tudo Jimin, eu venho observado meus filhos a anos em busca da pessoa que anda bagunçando tudo. De primeira eu achei que fosse você, orfão abandonado e traído pelo namorado, seria uma história perfeita para atrair meu filho abandonado, odiado e julgado pelos humanos. Mas essa hipótese fora descartada quando eu não consegui ver seu futuro, Jimin. Eu não consigo mesmo que eu me esforce ver mais do que doze horas do seu futuro. - Ela explicou.

 

- Mas por que? Eu tenho algo de errado? - Indaguei e ele negou.

 

- Jimin, a pessoa que vem sabotando Jeon de alguma forma sabe sobre você e o que você representa na vida de Jeon. Essa mesma pessoa vem arrumando formas de interferir na sua vida e a cada passo que ela dá, mais próxima do seu objetivo final ela se aproxima. - Engoli em seco perdido.

 

- Quer dizer que todas as desgraças que aconteceu comigo não foi apenas um toque do destino e sim algo influenciado por uma pessoa? - Indaguei assustado e ela assentiu.

 

- A única forma de impedirmos que uma grande catástrofe aconteça é eu descobrindo quem mais sabe dessa história e você permanecendo ao lado de meu filho. - Ela falou e eu respirei fundo assentindo sem pensar duas vezes.

 

- Pode contar comigo para o que for. - Falei firme e ela assentiu.

 

- Jimin, eu vou retornar para o lado de meus filhos, no momento em que eu fizer isso não haverá mais volta. A pessoa sabe demais e certamente saberá que eu estou ali para impedi-la de obter êxito, a única coisa com o que ela não conta é que você já saberá de tudo. - A vi sorrir maquiavélica.

 

- O que pretende fazer? - Indaguei curioso.

 

- A pessoa com quem lidamos se acha mais esperta e é aí que está a fraqueza dela, Jimin. Vou precisar que faça exatamente o que eu te disser, que guarde bem essas palavras e que diga letra por letra para Jeon ao retornar. Eu não posso ver o seu futuro, mas posso ver todo o futuro de meu filho, cada passo, cada respiração… Só confie em mim e tudo dará certo.

 

- Eu confio em você, sogrinha. - Disse risonho a vendo sorrir largo. - Me diga o que devo fazer…

 

- É o seguinte, quando você retornar Jeon estará super bravo com você, não revelarei alguns detalhes porque tem coisas que você precisa vivenciar, a única coisa que você precisa saber é que tudo o que Jeon te falar no seu retorno é mentira e que ele está arrependido, nesse momento o que vai fazê-lo voltar a seu juízo vai ser a notícia de sua gravidez, logo depois disso….

 

~ Flashback Off ~

 


Notas Finais


Gentheeeem heheh'
Estou programando dois especiais para quando eu chegar aos 200 favs da RPJ <3
Um deles é uma JiKook e a outra é NamJin pq eu amo esse casal de paixão! A NamJin vai ser baseada na realidade da fic,
a JiKook não.
Vocês escolham qual vão querer ler primeiro que assim que eu conseguir essa proeza eu postarei a oneshot para vocês ^^

Enquanto isso, obrigado a todo os leitores que me acompanham e continuam ao meu lado, aos que não me abandonaram devido ao tanto de tempo que passei sem postar e aos que tiram um tempinho para comentar ao menos
"Posta o próximo logo~" kkkl Sério! Eu amo vocês <3
Desculpa não falar mais coisas, ando meio mal e desanimada, nem sei como saiu tudo isso de palavras ainda nesse capítulo :v

Até o próximo ^^ Chus~


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