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História O Rasgar do Papel - Capítulo 2


Escrita por: Baech

Notas do Autor


Olá, Moramboooos!!! Estou contente de não ter demorado meio século pra postar um novo capítulo *-* Eu sinceramente pensei que demoraria mais uns meses kkkkk
Enfim, mais um capítulo prontinho pra você \o/
Divirtam-se! >.<

Capítulo 2 - Capítulo 2


Com todo aquele alvoroço ocorrendo, ficava difícil se concentrar em uma coisa só. Eu já nem tinha mais escolhas, estava preso. Não podia sair, não podia ficar, e tudo se resumia em chorar. Era a única coisa que eu ainda tinha o direito. Mas ainda tinha esperança. Eu sempre a tinha. Tudo passa... tudo sempre passa... até mesmo nós passamos...


. . .


Mesmo sendo noite ainda, as estrelas pareciam ter perdido boa parte do seu brilho e agora pareciam sem vida. Só alguns poucos lampiões estavam acessos nos postes. Não estava nublado, mas havia um nevoeiro cobrindo levemente todo o local. Chegava a ser sombrio, como sempre. Para a minha sorte, eu já estava chegando próximo da casa de Sakura, que tinha as luzes acessas. Quando cheguei a porta, parei por um tempo observando o lugar onde eu, precariamente, morava. Coisas que eu não tinha notado, como por exemplo todas aquelas runas sobrepostas no portal de Sakura e aquela maior ainda na porta. Também havia pó de osso cobrindo toda a extensão das janelas e também da porta. No mínimo curioso... ela devia ter colocado no tempo que eu havia ficado fora, mas ainda assim era curioso. Bati na porta, pois mesmo que eu fosse de casa, Sakura poderia ter aproveitado minha deixa para ficar mais “a vontade” em sua casa. Escutei um baixo “Já estou indo” vindo dela. Demorou uns 30 segundos e ela apareceu.

– Estava ocupada? – Perguntei um pouco preocupado.

– Ah, não... é que eu estava terminando de me banhar – minha intuição raramente falha, sem querer ser convencido.

– Me desculpe.

– Oh, não precisa! Entre logo, eu estou congelando aqui. – Estava frio? Eu nem me dei conta, mas estava levemente arrepiado... “O que tem de errado comigo hoje? Que coisa mais louca!

– Para quem não queria ir, até que ficou um bom tempo, hein, Naruto? – Ela caçoou de mim na cara dura

– Ele disse que não teria problema de ficar por lá, e eu não iria recusar. Afinal, aquele lugar é maravilhoso e... – Ela olhou para mim com uma cara estranha, parecia desacreditada.

– Opa, espera... como é? – Ela me interrompeu

– Como é o que? – Perguntei realmente sem entender

– Você disse... lugar maravilhoso?

– Sim! Nunca entrou lá? – Aquilo estava muito confuso.

– Sim, mas... ah, apenas esqueça... O que Sasuke disse?

Toda a conversa ainda nublava minha mente, mas logo deixei de lado

– Bem, disse que tinha o que queres e que era para eu ajudá-lo... e... bom... Te chamou de maluca, mas isso todo mundo já sabe. – Ela me olhou com uma cara de zangada que mais parecia que ela iria sair quebrando tudo

– Maluca?! Eu não sou maluca! Mande Sasuke e “todo mundo” irem para o inferno – eu não consegui me aguentar e cai na gargalhada. Provocar Sakura uma hora dessas? Se fosse qualquer outro, já estaria morto.

– Ora, vamos... se acalme. É apenas uma brincadeira.

– É bom que seja só isso mesmo! – Eu também esperava que fosse... – Ah! Acabei de me lembrar. Kiba e Gaara passaram aqui à noite, vieram te chamar para tomar uma cerveja amanteigada com eles no bar do Chouji porque ele estava de bom humor e resolveu que a cerveja seria por conta da casa para os amigos mais chegados dele, mas eu disse que você estava fora fazendo um favor para mim e não sabia quanto tempo ficaria fora. Eles até ficaram meio chocados quando disse que não sabia que horas voltaria porque você não costuma ficar fora assim. – Pareceu que ela havia falado tudo num fôlego só de tão rápido e eu não teria entendido se não tivesse passado todos esses anos ao lado dela.

– Para falar a verdade, eu nem descansei nessas horas... – ela me olhou com uma cara espantada e de boca aberta. Como ela era suja! – Sakura! Não nesse sentido, sua estranha! Eu passei a noite toda ajudando ele com as poções e eu nem percebi a hora... Pelos Deuses!

Ela pareceu pensar melhor e pôs-se a rir escandalosamente e eu fiquei pensando o que se passava naquela cabeça oca dela.

– Me desculpe, Naruto. Eu não quis ser tão poluída. Mas de qualquer forma, Gaara disse para você aparecer por lá hoje à noite porque, segundo ele, você ainda teria seu “vale cerveja amanteigada” por não ter gastado.

– Sasuke pediu para que eu buscasse os itens ás 3 horas da tarde... acho que não teria problema ir ao bar.

Eu não era uma pessoa tão social ou popular, mas tinha alguns poucos amigos como Gaara ou Kiba. Saia algumas vezes com eles para trocar ideias ou só para nos divertimos mesmo, mas geralmente eu ficava com a cara nos livros da biblioteca pública lendo romances, fantasias e poesias de grandes escritores. Algumas vezes até pedia para Sakura me ensinar coisas básicas da magia. Acho que só sou extrovertido com meus amigos, fora eles, sou alguém bem tímido, coisa que eu gostaria de mudar um dia. Talvez assim, eu teria muitos amigos ou seria mais conhecido.

Estava tão alheio nos meus pensamentos que nem percebi Sakura falando comigo.

– Desculpa, o que disse Saky? – Ela me olhou meio brava

– Estava com a mente aonde, seu cabeça de vento? Eu perguntei o que achou de Sasuke.

Que pergunta mais estranha de se fazer. Ele era alguém normal, diferente do que todos diziam. Até que era bonito, mas isso não vem ao caso.

–Bem, ele é normal e não tem nada de assustador para falar a verdade – Sakura me olhou estranho de novo

– Ah, Naruto... você não pode ser normal.

– Você também não é e eu não digo nada – ela riu e ia falar alguma coisa, mas me lembrei de algo e continuei – A propósito, o que são aquelas runas e o pó na porta e nas janelas?

Sakura ficou inerte, parecia que tinha acabado de ver algum morto-vivo. Ela piscou depois do que pareceram ser longos segundos e se recompôs.

– Você definitivamente não é normal, Naruto. Aquelas coisas estão lá desde sempre.

Eu não entendia nada. Desde sempre? Como eu nunca tinha visto antes? Falta de atenção? Não, não podia ser. Eu já convivia daquele lugar por muito tempo. Eu teria percebido antes.

–Como assim desde sempre? Mas eu só os vi agora. Você está brincando, não está? –Eu estava bem confuso e estava ficando nervoso, sobrecarregado. Era muita coisa para digerir nessas últimas horas.


. . .


Gaara estava no bar desde às 9 da noite entretido com as dançarinas e seus amigos. Queria que Naruto estivesse ali também para se divertirem. Chouji percebeu que ele estava mais avoado que o normal e lhe entregou mais uma bebida.

– Aqui, meu amigo. Por que não para de pensar nisso um pouco? Ele deve estar bem, não se preocupe atoa.

– Eu sei que não deveria me preocupar, mas é meio impossível. Cresci com Naruto, ele é quase meu irmão.

– Ainda bem que ele não é, não é mesmo? – Ele me olhava com um sorriso sereno nos lábios enquanto secava alguns copos com um pano branco.

– O que quer dizer, Chouji?

– Ora, nada. Apenas beba. Naruto aparecerá aqui amanhã à noite, você vai ver.

– Eu espero que sim. Obrigado pela bebida, amigo.

– Por nada. Relaxe e beba. É hora de se divertir, não de ficar se martirizando por essas coisas. Agora levante e vá dançar!

 Chouji tinha razão. Gaara tinha o hábito de se preocupar com Naruto toda vez que não se viam num dia inteiro mesmo que fosse algo desnecessário. Ele bebeu a cerveja toda de uma vez e se levantou para dançar com Kiba e Rock Lee que mais pareciam dois malucos dançando, mas era o que Gaara precisava. Se distrair. Mesmo que isso significasse passar um pouco de vergonha com aqueles dois idiotas, não importava. Em questão de minutos, ele estava dançando como os outros dois. Riam, brincavam... Era o que Gaara estava precisando.

– Você quase abriu essa boca de novo para falar o que não devia, não é, Chouji? – Shikamaru se aproximou mais de Chouji o ajudando com a louça para que não se acumulasse. Eles eram amigos desde sempre e assim que Chouji resolveu que abriria um bar, Shikamaru lhe deu toda a força possível e se voluntariou para ajudar no atendimento dos clientes.

– Ué... ele está claramente perdido e não entende o que sente. É tão ruim não poder ajudar, você não acha?

– Sim, é claro que também me sinto mal por não podermos ajudar, mas é algo que ele deve descobrir sozinho. – Chouji era gordinho quando criança, mas desde que começara a sofrer por ser gordo quando ainda tinha 10, ele malha todos os dias e tem uma refeição balanceada. Hoje em dia, ele é magro e musculoso. Porém, não conseguia largar mão das babatas chips que tanto amava. Sempre que estava nervoso, ansioso, esperançoso, com raiva, encucado, triste ou até mesmo feliz, ele comia um ou dois pacotes fazendo questão de não oferecer a ninguém. Era o que fazia agora. Devorava um pacote sem nem se dar conta enquanto olhava distraído para o nada. – Você não tem jeito mesmo...

– O que eu fiz agora? – Chouj perguntou de boca cheia sem entender.

Shikamaru riu e acenou negativamente com a cabeça se afastando para atender um cliente deixando Chouji ali sem entender mesmo.

. . .

Sasuke estava no terraço de sua loja tomando seu chá de camomila com maracujá e erva-doce quando uma mulher loira pousou em seu terraço. Como? Bom, ela tinha uma vassoura que era para lá de estilosa com ramos de flores roxas a cobrindo de cima a baixo e alguns detalhes de ouro maciço e no lugar do que deveria ser madeira, era um longo bastão de cristal.

– Você está atrasada, Ino.

– Ah, querido Sasu, eu não vivo para te servir. Tenho coisas a fazer... você sabe disso. – A mulher tinha longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo alto, olhos azuis e pele clara. Usava um vestido rodado curto roxo com mangas longas e largas na ponta, uma meia calça com estampa de gatos e um salto não tão alto na cor preta. Ela parecia mais uma boneca.

– Ino, eu te chamei às 2 horas da tarde do dia de ontem. São 6 da manhã.

– Ora, não fique bravo. Afinal, foi bom eu não ter vindo, certo? Pela movimentação da energia aqui na loja, parece que ontem teve companhia... e companhia da boa. – Ino era uma bruxa muito poderosa e experiente, tinha seus próprios dons além dos que adquiriu ao longo dos anos, então Sasuke não se surpreendeu por ela saber sobre ontem. – Diga-me, Sasuke, quem veio à sua casa ontem?

– Um mero morador, nada demais. Porém ele tem an fhís*... só não sei como ele adquiriu, nem quando. Ele veio e simplesmente ficou encantado. – Sasuke falou olhando para baixo parecendo bem pensativo.

– Ele não era só um mero morador daqui? O que ele veio fazer aqui então?

– Ele não veio por conta própria, veio a pedido de Sakura Haruno.

Ino franziu o cenho meio desconfortável

– Haruno? Aquele ser de testa exageradamente protuberante e com cabelos rosados? – Ino perguntou de braços cruzados com um sorriso bem-humorado no rosto – O que ela queria aqui?

– Ela pediu uns ingredientes comuns e uma poção spreagthach* e foi uma forte.

– E qual é o nome do indivíduo que veio em nome dela?

– O nome dele é Naruto Uzumaki. É loiro e tem três marquinhas de cada lado do rosto nas bochechas e me lembra uma criança de tão espontâneo mesmo tendo quase 18... – Ino o interrompeu

– Sasuke... eu só lhe perguntei o nome do rapaz. – Sasuke pareceu acordar de seus devaneios.

– Ah, claro. – o moreno odiou ter devaneado tanto, ficou se lembrando da noite passada e a surpresa que Naruto trouxe para ele com a sua presença e tendo an fhís. Naruto não parecia em nada um "mero cidadão”, tinha olhos azuis genuínos e cabelos loiríssimos, amarelos como o sol. Sasuke via sentido no fato dele ter nascido na capital do reino, ele nada parecia com um morador daquelas terras. – E tem mais uma coisa... ele disse que não nasceu aqui.

– Isso faz sentido, não? É baixo o número de pessoas que nascem com an fhís aqui. Sakura foi uma das poucas junto com aquele rapaz do olho perolado. Mas diga, de onde ele veio?

– Da capital, Ino. A cerca de 7 anos atrás.

– 7 anos? Não foi quando... – Sasuke a interrompeu

– É, Ino. É... Muito vago, não toque nesse assunto.

Ele suspirou cansado. Não havia dormido, sendo assim, estava a mais de 24 horas sem dormir. Muita coisa vinha passando pela sua cabeça desde seu encontro com o loiro, uma delas era que Naruto era sem dúvida, um ser cheio de mistérios, e se tem uma coisa que Sasuke gostava muito era de seres misteriosos, como Naruto. E outra coisa era a beleza descomunal guardada em Naruto. Ele estava vestido com trapos velhos e parecia desleixado quanto a sua própria vaidade, mas se ainda assim o loiro era belo, imagine quando se ajeitasse?

– Sasuke, você me assusta com essas suas caras. O que tinha para me dizer antes de tudo isso? – Sasuke pareceu voltar a si pela segunda vez naquela hora.

– Queria conversar sobre o último ataque na sua cidade. Soube que você conseguiu espantar os malfeitores a tempo de não chegarem ao seu porão. Alguém se feriu? – Ino pareceu perder a postura um pouquinho, logo se recompondo.

– Bom, Sai ficou ferido depois de tentar defender uma das crianças que estava nas ruas àquela hora. Ele ainda está de cama, mas esperamos que ele se recupere logo. Há algum infiltrado entre meus subordinados... ou talvez seja alguns dos meus aprendizes. A equipe de inteligência está fazendo o possível para descobrir quem deu informações sobre onde a Relíquia está.

– Espero que descubram... eu disse para você fazer o mesmo que eu, não disse? Um feitiço de ocultamento levantaria menos suspeita, mas você insiste em mostrar aquela grande e luxuosa mansão... deveria ser mais cuidadosa. – Ino riu da preocupação disfarçada de sermão. Se conheciam a muito e acima de tudo, eram amigos de longa data.

– Você me subestima muito, Uchiha. Eu os espantei de lá, lembra? Não me diga o que fazer. – Sasuke revirou os olhos – Trate de me dar notícias, ok? Se precisar, me chame. Prometo não me atrasar mais, o meu atraso foi devido a correria que a cidade se encontra agora. Eu tenho que ir, se cuide.

– Você também. Me chame se precisar, e dê notícias. – Sasuke viu Ino parar no meio do caminho e se virar, correndo de volta até ele e se jogando em seus braços lhe dando um abraço apertado. Sasuke sabia que ela era sua amiga de infância, como uma irmã para si. Por essa razão, retribuiu o abraço e se permitiu sorrir quando se separaram. – Se cuida, mana.

Ino conteve suas lágrimas e sorriu também. “Tudo vai ficar bem, não é? ”. Ino pensou enquanto acenava para Sasuke já montada em sua confortável vassoura. Mas na cabeça de Sasuke, as coisas estavam diferentes. Havia tanta coisa em jogo...


Notas Finais


*an fhís: a visão
*spreagthach: estimulante

Eu diminui consideravelmente o tamanho desse capítulo, não fiquem bravos, Morambos ;-; Adicionei também uma língua "mãe" digamos, para o mundo da magia, que é o irlandês... Eu acho esse idioma lindo *-*
Espero que estejam gostando ^^
Até a próxima!
o/


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