História O reencontro - (Sparia) - Distância

                                                   -POV. SPENCER

1 mês depois...

Caminho em passos lentos até a sacada observando o céu estrelado, a enorme lua brilhante, o vento invadindo a sacada do hotel em que estava, meus olhos vermelhos por conta das lágrimas que minutos atrás escorriam pelo meu rosto, era uma sensação horrível que estava em meu peito.

Era a mesma sensação quando Aria foi embora, e agora não sei onde a pequena está.

Só preciso esfriar a cabeça em um lugar onde ninguém me acharia, até porque meus dias não estão sendo um dos melhores.

Pego uma garrafa de whisky na prateleira, voltando a lembrar dos problemas em que enfrentaria, perguntas de Melissa, ligações de Emily e preocupações de Aria, não queria responder nenhuma, no momento eu só quero ficar sozinha, apenas com a dor em meu peito.

Sei que com Mike aqui eu e Aria não iremos dar certo, não sei se um dia irá acontecer, são tantos problemas em cima de nós que me pergunto se temos tempo para o amor, é uma grande duvida que nunca foi respondida.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal, até porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. 

E com o tanto de problemas que causei na escola isso me deixa bem pior, não sei o porque de está tão pra baixo comparando a dor que senti nos piores momentos da minha vida, talvez seja apenas uma sensação semelhante e eu que estou aumentando.

Costumo dizer que quando estamos muito tristes, com a alma triste até a morte, é como se estivéssemos atravessando um desfiladeiro em uma corda bamba. O que tem embaixo é um Abismo, e o que está acima é o Céu. Se você olhar pra baixo, você verá o Abismo. 
O Abismo atrai o olhar, mas o Abismo é morte certa, e ao olhar para ele você pode entontecer e cair. Portanto, nunca olhe para o Abismo. Mas também não olhe para o Céu.

O Céu é como um sonho, e ele pode estar belíssimo, muito azul, com um Sol radiante ou repleto de estrelas, não importa: não olhe para o Céu, por que de tão belo ele pode fazer você esquecer de que precisa manter o equilíbrio e seus pés bem firmes na corda, por isso o único lugar para o qual devemos olhar é para a frente, onde está o Horizonte. O Horizonte é onde está tudo o que você pode descobrir, viver e alcançar, basta seguir em frente.

Eu não sei quanto tempo estou neste hotel, já fazia dias que não via ninguém, não via a pessoa que eu mais amava, eu precisava desse tempo só pra mim, talvez está sendo uma tortura ficar sem ver Aria, sem sentir seu toque, seu beijo, seu carinho, seu perfume que parece tão presente, seu sorriso, sem ela fica tudo cinza eu fico vazia.

Mas porque não volta? Não é tão fácil voltar e fingir que não aconteceu nada, nessas horas meu rosto estará espalhado por Rosewood inteiro com um enorme cartaz de ‘’procurada’’ pessoas pensando o pior de mim e outras tentando entender porque fiz isso.

Emily já havia me ligado tantas vezes mas não atendi nenhuma, Aria já havia me mandado mensagens mas também não respondi

Muitos estão perguntando porque eu fiz isso, porque eu sumi do nada, talvez nunca entendam porque fiz isso, mas tentarei explicar.

Se eu ficasse mais um minuto em Rosewood minha cabeça iria explodir, quando cheguei em casa após a briga que tive na escola tive uma grande surpresa que não estou preparada para dizer agora, aquilo foi como uma facada me fazendo esquecer de tudo e só por os piores problemas da minha vida, me fazer lembrar de coisas que não quero passar nunca mais.

E talvez vocês já saibam quem foi me fazer uma visitinha, esta pessoa me ameaçou como anos atrás fez, e não quero lembrar das palavras ditas.

Apenas juntei minhas coisas sem dizer nada a ninguém, talvez ele tenha dito que estou morta ou fugi porque sou covarde demais, ele sempre da um jeito para me por como vilã da história.

Então entendi que sumindo seria a melhor coisa, ficaria longe dele e das ameaças, eu só queria saber se Aria estará bem, isso me deixa aflita e sem poder o que fazer, ela com certeza está com muita raiva de mim mas como disse, eu preciso pensar e passar um tempo distante.

O pior de tudo é a saudade, isso nunca passa nem mesmo com uma garrafa de whisky inteira, eu não preciso está perto para saber que ela está agora pensando ou procurando-me por todos os lados, tentando entender porque fiz isso ou até mesmo tentando me esquecer de algum modo, imagino suas expressões, sua risada ou choro, eu a conheço tão bem que nem preciso estar perto para imaginá-la.

Pego um papel em minha mochila escrevendo um bilhete, a carta em que não tive tempo de escrever quando saí por aquela porta com pensamentos horríveis;

‘’Nós não estamos mais juntas, mas eu ainda te amo, como sempre amei, ou até mais.
Cada vez que eu penso em você meu coração bate mais forte.

Eu sinto falta dos momentos em que estive com você, e que hoje são uns dos momentos que mais dou valor, pelo fato de que talvez eles não se repitam.
Eu não sabia que amar alguém poderia me fazer sofrer assim, eu não sabia que saudade doía tanto, por mais que me faça sofrer, chorar e me magoe, Eu quero te amar, eu não vou desistir de você. Eu te amo!’’