História O Reencontro - Sozinhos

Decidi parar de andar por aí, ou iria me perder mais ainda. Sentei em um canto qualquer, olhando as pessoas que estavam por perto. Meu rosto estava todo molhado por causa das lágrimas, mas logo parei de chorar.

Por que fui tão dramática? Não era nada demais, Kentin sempre é legal com todos, é o jeitinho dele. Devia já saber disso. O ciúmes falou mais alto. 

Respirei fundo. Juntei minhas pernas em minha barriga, apoiei os braços nos joelhos e escondi o meu rosto entre as pernas. Depois de um tempo refletindo, procurei meu celular, mas eu o esqueci na mesa. 

Decidi procurar um mapa do parque, assim conseguiria voltar onde todos estavam. Não vou me dar por vencida sem antes tentar.

❄

-Acharam ela? -Kentin perguntou, acho que ele vai ter um ataque cardíaco.

-Não... -Dissemos em uníssono. 

Depois de nos separarmos em grupos e procurar pela Lizia pela segunda vez, não a achamos.

-Nós vamos achar ela! Vamos nos separar em grupos de novo e ir pelas áreas que não fomos ainda! -Alexy estava determinado.

-Armin, Thomas e Alexy. -Rosa chamou nossa atenção, nos puxando para perto de um quadro enorme com o mapa do parque.  -Vocês vão pela área da esquerda. 

-Certo. -Assentimos. 

-Kentin e Leo, vocês vão comigo pela direita.

Rosa puxou Leo com ela, Kentin nem precisava ser puxado, ele já estava logo a frente deles. 

-Bom, então vamos. Temos que achá-la. -Disse guardando na mochila meu PSP, que até então estava em minhas mãos.

É um recorde. Hoje mal consegui jogar no PSP. A culpa é da Lizie! Vou brigar com ela quando a encontrar. 

Seguimos nosso caminho, eu, Alexy e Thomas. Eu e Thomas conversávamos sobre os jogos da Telltale, Alexy nem prestava atenção, apenas seguia em frente. 

Depois de alguns minutos andando, Alexy começou a me puxar pelo braço.

-É ELA, É ELA, É ELA!

-Achamos. -Thomas riu da reação de Alexy. 

-ALEXYYYY! ARMIIIIIN! -Lizie gritou enquanto corria até nós.

Corremos até ela, Lizie pulou em cima de mim e Alexy, nos abraçando logo em seguida. Assim que nos separamos do abraço apertado, Alexy começou o interrogatório.

-Onde você estava? Você não apareceu e eu fiquei preocupado! Se machucou? Alguém mexeu com você?

-Eu comecei a andar por aí, quando vi já estava perdida, fui procurar um mapa pra achar o caminho de volta. Estou bem, relaxa!

-Nunca mais faça isso, por sua culpa mal consegui jogar no meu PSP! Já deve ter criado poeira nele!

-Fala isso, mas também tava preocupado... -Alexy me provocou.

-Cala a boca.

-Tá me mandado calar a boca? Bom mesmo que tenha largado aquele treco um pouco.

-Um pouco? UM POUCO? -Perguntei indignado. -Foi o dia inteiro!

-Não seja tão dramático. -Thomas disse, segurando a risada.

-Thomas concorda comigo! Tem que parar de jogar tanto! -Alexy puxou Thomas, segurando sua mão.

-Eu não falei nada.

Alexy direcionou um olhar irritado para Thomas, o metralhando. O mesmo engoliu seco.

-Concordo plenamente com Alexy!

Ao ver aquela cena, Lizie começou a rir.

-Tá rindo de quê? -Ela começou a rir mais ainda. 

-Vocês são tudo trouxas.

❄

Armin mandou uma mensagem para a Rosa, dizendo que me encontraram. Estávamos chegando ao ponto de encontro. 

Quando chegamos, vi um Kentin correndo até mim. Ver tamanha preocupação me fez sentir culpada. Em questão segundos, os longo braços de Kentin me envolveram de forma necessitada.

-Lizie, você está bem? -Perguntou em meio ao abraço.

-Sim, estou. Me desculpe... -Disse o abraçando de volta.

Ficar assim me passa uma grande sensação de conforto, me sinto protegida. A aproximação me permitiu sentir a fragrância que o mesmo usava. Respirei fundo, procurando sentir mais dessa fragrância e sorri. 

-Não faça mais isso. Fiquei preocupado. 

❄

Após Rosalya me dar uma bronca junto com Leo, o que eu acho uma audácia, ele que é o irmão mais novo, eu dou as broncas para ele, decidimos ir ao hotel para passar a noite, iríamos novamente para o parque aquático pela manhã e voltar para nossa cidade ao pôr do sol.

Rosa foi alugar os quartos. Eu e Alexy a acompanhamos.

-Olá, boa noite! Em que posso ajudá-la?

-Boa noite! Queremos... -Lancei um olhar mortal. Sei o que ela planeja. Alexy cochichou algo para Rosa e ela abriu um sorriso, ignorando totalmente meu olhar. Eu vou matar ela. -Queremos cinco quartos. 

Esbocei um sorriso. Com cinco quartos eu poderia ficar sozinha em um deles. 

A atendente verificou os quartos disponíveis no computador. Após digitar rapidamente, mordeu o lábio inferior e direcionou um olhar suspeito ao Alexy. Rosa, que já estava sorridente, abriu mais ainda seu sorriso. Alexy, Rosa e essa atendente estavam muito suspeitos ao meu ver.

-Só temos quatro quartos disponíveis, cada um comporta duas pessoas.

-Oh... Que pena. -Rosa interpretou uma falsa decepção. -Ficamos com esses quartos! 

A atendente entregou as chaves dos quartos e voltamos para o nosso grupo.

-É o seguinte cambada. -Alexy se pronunciou. -Temos quatro quartos.

Olhei para Rosa, a mesma direcionou seu olhar a mim e sorriu.

-Pelo o amor, me deixa dormir no mesmo quarto que você, eu nunca te pedi nada. -Sussurrei em seu ouvido.

-Não! Eu vou ficar com meu namorado, você que fique com o seu. -Sussurrou de volta.

-Foram você e o Alexy que planejaram isso né, sua puta?

-Talvez. 

Suspirei. Thomas foi até Alexy com um sorriso que eu não pude decifrar. Malicioso, talvez? Pegaram uma das chaves e passaram o resto para a Rosa. Sorridente, Leo foi até a Rosa. Pegaram uma chave e deram as que restaram para mim e outra para o Armin.

-Eu vou ficar sozinho. Espero que ninguém atrapalhe meu sono. Ainda mais você, Alexy. Seu quarto é do lado do meu. Aquiete esse seu fogo no rabo. -Armin declarou.

Alexy deu de ombros. 

-Lamento, mas alguém tem que apagar o fogo do Alexy. -Thomas complementou com um sorriso malicioso.

-Argh, parem de falar coisas tão obscenas! -Os repreendi.

-Tá falando o que? Você não é santa, Lizie! -Rosa me provocou.

-Cala a boca!

Kenti riu, se aproximando de mim.

Senti uma grande e quente mão entrelaçar seus dedos nos meus. Eu ficaria sozinha com ele. Caralho...

Cada um foi para seu quarto. Sou grata a Deus por meu quarto ficar longe do quarto de Alexy. Coitado do Armin, terá uma longa noite ao lado deles.

Perdi no pedra, papel e tesoura para o Kentin, então ele iria tomar banho primeiro, mas o infeliz já estava naquela banheiro faz mais de meia hora!

-Kentin sai logo daí, porra! Eu quero tomar banho! Eu vou te matar! -Gritei na porta do banheiro enquanto batia na mesma.

A porta se abriu. Todo o vapor que havia lá dentro foi na minha cara, além da visão do Kentin apenas com uma toalha amarrada na cintura e o cabelo molhado.

Encarei seu abdômen por um tempo. Não é a primeira vez que vejo, mas às vezes esqueço a mudança drástica que ele sofreu enquanto estava na escola militar.

-Fecha a boca, vai babar.

-Cala a boca!

-Não era você que tava reclamando até agora? Vai tomar banho, vai. -O mesmo me empurrou para dentro do banheiro e fechou a porta. Idiota.

Saí do banho já trocada, estava com um blusão largo do Mickey e um short curto, a blusa não o deixava a mostra por ser grande. Um roupa velha, mas que eu gostava.

Kentin estava encostado na parede olhando pro nada, fui até ele.

-Isso tudo é preguiça de secar cabelo? -Perguntei olhando para o cabelo úmido e dasarrumado de Kentin. 

-Isso tudo é preguiça de colocar um pijama decente? -Rebateu.

-Você nem pode falar nada! Só tá de calça moletom! Eu pelo menos to vestida.

-E isso te incomoda? -Me encarou com um olhar penetrante, tive uma sensação semelhante a de ter levado um tiro. Tomar no cu, precisa disso, Kentin? Até parece que eu vi uma foto do Jay Park. Suas mãos se moveram até a minha cintura.

-Não. 

-Sabia.

Kentin deu um sorriso, novamente um tiro, e me puxou pela cintura, levando uma das mãos até a minha nuca e iniciando um beijo. Estávamos apenas movimentando os lábios, até ele me pegar no colo, segurando minhas pernas, assim enlacei minhas pernas a sua volta e segurei em seu pescoço. 

Em passos lentos, Kentin foi até a cama, sentando-se nela e me mantendo sentada em seu colo, virada de frente para ele.

Paramos o beijo e logo iniciou outro, dessa vez ele pediu passagem com a língua e eu cedi.