História O Reencontro - Leo e Rosalya

Paramos em frente à uma casa grande, pintada em tons de branco e com alguns vasos de flores na frente. Nathaniel é rico para ter uma casa tão grande como essa? Pensei enquanto entrava com ele no casarão. Olhei surpresa para cada canto da casa, é mais bonita que por fora. 

-Gosta de panqueca? -Nathaniel perguntou com um sorriso gentil. 

-Gosto! -Sorri de volta, mas talvez um pouco forçado. Não demorou muito para Nathaniel preparar as panquecas e nós nos servirmos. Me ofereci para lavar a louça, porém ele não deixou, não insisti muito. Subimos por uma escada que estava brilhando de tão limpa e entramos em seu quarto, que era extremamente organizado, enquanto isso, meu quarto é uma bagunça total! Sentei em uma poltrona, esperando ele ligar o notebook para fazer a pesquisa. O notebook começou a fazer uma atualização automática, que normalmente demora um pouco para acabar. Nathaniel olhou frustrado para o notebook, o encarando. Logo depois ele sentou na cadeira da escrivaninha do notebook e me encarou. 

-Daqui a pouco termina de atualizar. -Ele fez uma cara como se estivesse morrendo, não consegui evitar de rir por causa da cara dele. -O que foi? -Nathaniel sorriu, dando um riso baixo. 

-Você fez uma cara de quem queria estar morto! -Ri ao lembrar de sua cara. 

-Olha, alguém sabe sorrir sem ser forçado. 

-Eh... -Fiquei em silêncio novamente. -Já atualizou? 

-Quase, já está terminando.

Ficamos em um silêncio totalmente constrangedor, até ele tomar a iniciativa de começar uma conversa. 

-Quando era pequeno, tinha uma menininha que estudava comigo, era fofa e defendia muito o seu amigo, uma pena que não éramos amigos, acho que ela me odiava, bom, dou razão a ela por isso. -Nathaniel deu um sorriso fraco. -Eu gostava dela. 

-Por que está me dizendo isso? -Perguntei confusa. 

-Você me lembra ela. Na feição do rosto, cabelo, olhos... -Ele esboçou um sorriso, não sabia dizer se era triste ou feliz, talvez um pouco dos dois. 

Ajeitei o meu óculos, meio sem jeito. Olhei para o notebook e a atualização havia sido concluído. Apontei para o notebook. 

-Ah, sim, vamos começar esse trabalho? -Nathaniel pegou o notebook, abrindo a página do Google. 

-Vamos.

                      ❄ 

No final da tarde, havíamos terminado o trabalho, que ficou com Nathaniel. Decidi ir para casa antes do sol se pôr, Nathaniel se ofereceu para me acompanhar, porém não aceitei, ele se despediu de mim com um beijo em minha bochecha. Fui pelo caminho do parque, coloquei meus fones e deixei tocar Stiches, de Shanw Mendes, em um volume não muito alto. Olhei para o céu pensativa, estava mais uma vez mergulhada em meus pensamentos, algo que acontecia muitas vezes durante o intercâmbio. Aquele parquinho me trazia lembranças boas, eu e Kentin costumávamos brincar aqui, seria uma lembrança mais divertida se um garotinho loiro e seus amigos não perturbassem Kentin naquela época. Lembro de como Kentin sofria bullyng, nunca entendi, ele era tão fofinho... E agora... Bem, ele está muito diferente, mudou da água para o vinho, porém, confesso que gostei da mudança.

 Sorri ao ver o carro da minha mãe em frente de casa. Me pergunto se Leo veio com ela ou se ele ficou com o pai por enquanto, estou com saudades desse ser que chamo de irmão mais novo. Entrei e minha mãe saiu da cozinha sorrindo e me abraçou. A ajudei a fazer a comida, enquanto conversávamos sem parar, talvez para compensar os dois anos que não nos víamos pessoalmente. 

 -A comida está quase pronta, vai tomar um banho para jantar. -Ela disse sorrindo, deu um beijo em minha testa e me deixou ir até meu quarto. 

 Quando entrei no meu quarto, não consegui nem piscar e fui atacada por algum monstro, que me abraçou com força. Abracei de volta, quase perdendo o meu ar. 

-Hey, praga que chamo de irmão. -Disse ainda o abraçando. Ele é um pouco mais alto que eu, algo normal, já que sou baixinha.  

-Hey mana!

 Leo finalmente me soltou e esboçou um sorriso alegre, mostrando seus dentes brancos. Leo tem cabelo castanho escuro e olhos castanhos esverdeados, não é muito diferente de uma pessoa comum. Temos apenas dois anos de diferença, eu tenho 17 anos e ele tem 15. 

-Pelo jeito você ainda gosta do Kentin, né? -Ele disse apontando para o retrato meu e do Kentin que eu havia guardado ao lado do retrato com a família. 

-O quê? Para de ser chato! -Ri dando um leve tapa em sua mão. 

-E aí mana, passou o rodo durante o intercâmbio? Aposto que ficou isolada lá. 

 -Eu? Isolada? Eu fiquei com um garoto sim! -Menti. 

-Ah, claaaro. -Leo duvidou.  

-Não duvide, seu chato! -Joguei um travesseiro nele, que pegou com facilidade e jogou em mim de volta, acertando bem o meu rosto. 

-Ei! Isso é vacilo! Eu uso óculos! 

Ficamos um bom tempo conversando sobre coisas aleatórias e retardadas e depois fui tomar o meu banho e jantar. Foi uma janta muito agradável, uma pena que o pai não pôde vir pra cá, mas logo ele deve vir, estou com saudades dele! 

                      ❄ 

 De manhã, levantei animada para ir para o colégio, talvez porque meu irmão vá estudar comigo, sempre tenho esses ataques de animação aleatória. Acordei Leo o balançando fortemente, que me xingou e levantou sonolento. Durante o caminho para o colégio, estava pensando em como apresentar o meu irmão para a Rosalya, Alex e o Armin, meus novos amigos e também queria ver a cara do Kentin ao reencontrar seu amigo. Olhei para o lado e Leo estava me encarando com cara de decepção.

-O que foi que você está me encarando, trouxa? 

 -Que tipo de pessoa anormal levanta tão animada para ir de manhã ao colégio? 

-Eu! -Sorri e continuei andando e saltitando. Às vezes sinto que ele parece ser o irmão mais velho e eu a mais nova, por causa das minhas infantilidades quando estou com ele.

Chegando no portão de entrada do colégio, Rosalya veio saltitando até mim e Alex puxava seu irmão, que parecia que estava morrendo, aposto que passou novamente a madrugada inteira acordado para ficar jogando.  

-Lizieeee! Bom dia! 

-Bom dia Rosa! 

-Quem é? -Rosalya apontou para o meu irmão, que estava com cara de tacho, olhando fixamente para ela. 

-Esse é Leo, meu irmão mais novo. 2 anos de diferença. 

Rosalya o encarou por um tempo, o que deixou ele corado. Ela riu e recompôs sua animação. 

-Prazer, Leo, me chamo Rosalya, mas pode me chamar de Rosa! -Ela abriu um sorriso animado. 

-Eu não sou a única anormal que acorda animada de manhã, não é? -Sussurrei no ouvido do Leo, que ainda estava com cara de tacho. Acho que ele gostou da Rosalya. 

-P-prazer! -Ele respondeu à Rosalya, parecia que ia morrer. Comecei a rir ao ver tal cena.