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História O Reencontro - Pessoa Estranha


Escrita por: thatpowerxx

Notas do Autor


Esse capítulo foi bem tenso pra escrever, mas tá aí!
Boa leitura!

Capítulo 7 - Pessoa Estranha


Fanfic / Fanfiction O Reencontro - Pessoa Estranha

Ao encostar minha cabeça em seu ombro, Kentin apoiou seu queixo sobre ela.

-Se alguém estiver te chateando e eu descobrir quem é, vou colocar em prática o que aprendi na escola militar. -Seu comentário, que parecia ser sério, me fez rir baixo.

-Eu falo sério, idiota! -Kentin deu um peteleco em minha testa.

-Ai! E o jeito carinhoso de agora pouco? Sumiu? -Devolvi o peteleco.

-Sumiu! -Kentin mostrou a língua.

-Parece uma criança!

-Não sou eu que quando frustrado fica fazendo biquinho.

-O que você está insinuando?

-Exatamente o que você ouviu.

-Você é muito chato!

-E mesmo assim gosta da minha companhia!

-Além de chato, é convencido.

Percebi que ainda estávamos de mãos dadas, olhei por um tempo, isso é estranho, não costumamos ficar assim.

-O que foi, idiota? -Kentin aproximou seu rosto do meu, o que me fez corar.

-Não é nada! -Afastei um pouco. -O sinal já vai bater, vamos! -Soltei sua mão e levantei.

Arrastei Kentin até os corredores, andava apressada.

-O que você está fazendo? -Perguntou confuso.

-Quero que avise o pessoal que vou sair mais cedo.

-O quê?

-Vou pedir autorização pra diretora, falar que estou passando mal ou algo do tipo.

-Por que quer sair mais cedo?

-Tenho umas coisas pra resolver, relaxa, não é nada demais!

-Não sei não...

Kentin lançou um olhar desconfiado sobre mim.

-Ah, por favor, Ken! -Fiz uma cara fofa.

-Okay, você pode ir, e não me chama de Ken! Tenho cara de viado ou de namorado da Barbie?

-Não, não tem, tem cara de uma pessoa maravilhosa que eu amo muito! -O abracei.

-Já devia ter me acostumado com esse seu jeito... -Kentin suspira e me abraça de volta.

-Que jeito?

-De interesseira.

-Aish! Você é muito chato!

-Sou mesmo!

-Ei, casal do ano! -Leo foi até nós.

-O que você quer, praga?

-O sinal já bateu se vocês não ouviram, estavam muito ocupados sendo um casal.

-Vai se ferrar, Leo. -Kentin riu.

-Não pense que eu não vi você com a Rosa! -Provoquei Leo. -Bye bye!

-Onde você pensa que vai?

-Pra sala da diretora, praga. -Saí andando pelo corredor, deixando os dois sozinhos.

Não foi difícil conseguir a autorização da diretora, acho que ela gosta de mim.

Fui direto para casa, assim que cheguei, conferi se a mãe estava. Nem sinal dela, ainda está no trabalho então. Entrei no quarto da minha mãe e não demorou para eu conseguir achar o endereço do lugar onde o pai está. Peguei uma mochila e coloquei tudo que irei precisar nela.

Chegando no ponto de ônibus, não esperei muito e já peguei um. Sentei em um banco aleatório e suspirei. Com certeza minha mãe vai brigar comigo pelo o que eu estou fazendo, mas preciso ter uma conversa séria com o meu pai, quero entender o que está acontecendo, mesmo que doa, tenho que saber a verdade.

                      ❄

De frente ao apartamento em que meu pai está. De frente ao lugar que irá esclarecer tudo. Depois de alguns minutos, tomei coragem e toquei a campainha. De novo. De novo. E de novo. Nenhuma resposta. Suspirei.

-Mas que merda. -Olhei em volta.

Se ele não está, tenho que entrar de outra forma. Não tenho a chave.

Andei de lá para cá, pensando em uma forma de entrar, quando avistei um vaso perto da porta. Isso! Revirei um pouco a terra do vaso e achei a chave. Pelo menos nisso meu pai não havia mudado.

Limpei minha mão na roupa e abri a porta. Ao entrar, senti que os meus passos pareciam cada vez mais pesados, assim como o clima daquele lugar. O cheiro de bebida e cigarro era forte, não conseguia respirar direito. Parecia um pesadelo. Tudo estava bagunçado.

Ouvi um barulho de chuveiro, fui até onde acredito ser o banheiro e encostei o ouvido na porta. Tocava uma música irritante e uma voz feminina, mais irritante ainda, cantava junto da música.

Abri a porta do banheiro, fazendo um estrondo. Uma mulher me olhou confusa, mas depois esboçou um sorriso falso. Parei a música que ela ouvia e a encarei.

-Sabia que é falta de educação entrar sem bater? -Ela se envolveu em uma toalha. -Não sabia que Carlos também gosta de garotinhas. Você é o que? Do tipo santinha, menos na hora da transa?

-O quê? Quem é você? -Disse irritada. -Por que está no apartamento do meu pai?

-Não é óbvio o porque de eu estar aqui, fofa?

-Quer saber? Foda-se! -Perdi a paciência. -Cadê o meu pai?

-Ele foi comprar camisinha. -A morena sorriu. -Não é, amor?

Paralisei ao sentir uma respiração vindo de trás. Sentia o cheiro de álcool.

-O que você está fazendo aqui? -Uma voz masculina e rouca perguntou.

Virei e dei de cara com o meu pai. O encarei por um tempo. Estava totalmente desleixado, muito diferente da imagem que antes tinha dele.

-Realmente, então tudo que me contaram é verdade. Como você teve coragem de fazer tudo que fez pra minha mãe? Como conseguiu mudar pra pior dessa forma? -Perguntei em um tom de reprovação.

Estava envolvida em um turbilhão de sentimentos, estava triste e ao mesmo tempo, com ódio.

-Não acho que isso seja da sua conta. Agora volte pra casa da sua mãe.

-Não, não vou pra casa antes de ter essa conversa com você.

-Eu sou seu pai, tem que me obedecer. -Cruzou os braços, demonstrando irritação.

-Não, você não é meu pai, é um estranho. Meu pai era um homem gentil, trabalhador, honesto e que se preocupava com a família. Agora o que você é? Um bêbado, viciado, que passa noites com mulheres vulgares, um homem que teve coragem de agredir a própria mulher, de traí-la. Saiba que eu vou apoiar minha mãe com toda a minha força, para que esse divórcio saia legalmente.

Meu pai arregalou os olhos.

-As acusações que você fez sobre mim são muito sérias. Não pode me acusar de tais coisas sem ter uma prova.

-Olha pra você, olha pra esse lugar, acho que apenas o estado de ambos já é uma grande prova. Chego a me sentir aliviada da minha mãe ter pedido o divórcio, uma pessoa assim não merece a presença e o carinho da minha família.

-O que não te contam é que a sua mãe também me causava problemas. Sempre me sufocando, cobrando. Ela sempre foi um saco.

Olho nos olhos do meu pai, o olhar dele era distante, parecia que não havia nenhum resquício de sentimento.

-Eu tenho pena de você, olhe para o que você se tornou. -Disse e fui embora daquele apartamento nojento.

                    ❄

Fui direto para a casa do Kentin. Eu preciso falar com ele. Toquei a campainha e Kentin abriu a porta, usava apenas uma calça de moletom, parecia que havia acabado de sair do banho. Ao olhá-lo, simplesmente desabei, deixei sair tudo que havia segurado. Comecei a chorar e não parava mais. Era um choro misturado de tristeza e ódio.

-Lizie? O que foi? -Me olhou preocupado e me puxou para dentro da casa, logo em seguida, fechando a porta.

Por impulso, o abracei e continuei chorando. Kentin me abraçou de volta e com uma das mãos, acariciou meu cabelo.

-M-meu pai. -Gaguejei palavras em um tom de voz baixo.

Kentin me levou até o sofá, sentamos e contei tudo que havia acontecido, das coisas que soube e da minha visita ao apartamento do meu pai.

-P-por que tudo isso está acontecendo? Ele mudou completamente durante o meu intercâmbio! T-talvez se eu não tivesse ido, n-nada disso aconteceria! É minha culpa! -Gaguejei de forma desesperada.

-Lizie, calma a culpa não é sua. -Kentin colocou uma das mãos em minha bochecha, a acariciando.

-É sim! Essa mudança ocorreu durante o meu intercâmbio! Pense bem! E se eu não tivesse ido? Talvez ainda fôssemos uma família unida e feliz, como costumava ser antes!

-Escute bem, Lizie. Isso não é sua culpa, se seu pai resolveu seguir esse caminho, não existe alguém capaz de fazê-lo mudar de ideia. Se você não tivesse ido ao intercâmbio, só iria sofrer mais ao ver a mudança de perto, aos poucos abandonando a família.

O encarei, vendo sua expressão séria, levei minhas mãos ao rosto, o cobrindo e voltei a chorar.

Senti Kentin tirar minhas mãos do meu rosto e as segurou. Ainda com uma das mãos em minha bochecha, Kentin aproximou cada vez mais o seu rosto do meu. Não afastei, apenas continuei chorando, até o momento em que senti nossos lábios se tocarem.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! sz


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