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História O Reformatório - Ritual de iniciação


Escrita por: Luke_Godez

Notas do Autor


Nada a declarar. Eu espero que a leitura te agrade, a gente se ve nas notas finais okay? Okay :3 boa leitura!

Capítulo 1 - Ritual de iniciação


O reformatório St. Lúcia é reconhecido na pequena cidade de Evanville por receber os maiores criminosos juvenis do estado. Todos os casos de adolescentes considerados criminosos ou suicidas sem possibilidade de recuperação, ou jovens cujos pais sequer gostariam que existissem, acabam passando temporadas no "Luixão", como costumam chamar os habitantes desse lugar nada amável ou respeitável.

Essa manhã, St. Lúcia está recebendo mais um jovem indesejado pelos pais, fruto de uma noite de muitas drogas, bebidas e prostituição.

Seu nome é Eduardo, e ele nunca conheceu nenhum de seus pais. Desde sua primeira hora de nascido, foi deixado jogado na porta do Helmont (o orfanato da cidade, construído pela antiga nobre família de mesmo nome, que alguns anos depois acabou por perder todos os seus bens, e fora obrigada a deixar o orfanato nas mãos do governo, que dera seu melhor para proporcionar a pior vida possível aos habitantes daquele lugar), e nunca teve família nem lar. Nunca foi para a escola, e o pouco que sabe ler e escrever, acabou aprendendo com os garotos mais velhos e revistas de pornografia, que apesar das rigorosíssimas medidas de "proteção" da diretora do orfanato, Carla, continuavam a passar de mão em mão entre os 
habitantes do lugar. 

O garoto viveu os últimos 14 anos no orfanato, mas por ordem de um juiz (que Eduardo jurara matar, assim que tiver uma chance, causando grande revolta no júri e discussões, onde a pergunta que mais se ouvia era "quem esse delinquentezinho acha que é para ameaçar assim um homem da lei?"), fora mandado para o St. Lúcia após agredir com uma faca de carne o zelador do orfanato, Malon (um homem tão velho que era motivos de piadas do tipo "acham que ele é um ano mais velho ou mais novo que Jesus?", que andava curvado e cuja cara era tão consumida por feridas e rugas que mal se via seus pequenos olhos verdes) que, de acordo com sua versão da história, fora agredido após tentar impedir o garoto de fugir, levando consigo celulares e carteiras roubadas. 

Mesmo após gritos e tentativas de explicar sua versão do ocorrido, Eduardo não fora ouvido por ninguém, e acabou por ter que carregar sua fama de  "delinquente maníaco ladrãozinho" que se espalhara pela cidade após o julgamento e as aparições de Malon pelos becos e bares da cidade repetindo, sem se cansar, o ocorrido, aumentando cada vez mais seu heroísmo, chegando inclusive a alegar que o garoto carregava uma arma e que estaria armando um esquema de libertar todos os criminosos da cidade.

Agora Eduardo observa as ruas passarem rápidas pela janela do carro de polícia, refletindo sobre sua curta e triste vida. Por que seus pais o largaram? O que fizera para merecer tantas coisas ruins? Por que ninguém o ouvia, nem queria saber sua versão do ocorrido? Como aquele velho podia continuar solto e ser considerado um herói mesmo após tentar estuprar o garoto? 

Nada em sua vida fazia sentido, nunca tivera um momento verdadeiramente feliz, nunca teve amigos de verdade. Nunca tivera uma casa. A vida tinha se encarregado até mesmo de impedir que não tivesse uma mãe, para ficar ao seu lado, ajudá-lo, para abraçá-lo e confortá-lo quando acordasse assustado com seus pesadelos. Nunca tivera um pai, alguém em quem se espelhar para ser bom, para incentivá-lo a estudar e trabalhar, um exemplo de bom caráter. Nunca tivera nada de bom em sua vida. Qual o sentido de viver quando tudo que se conhece é dor e tristeza?

Uma forte tempestade agora caía lá fora, mas o garoto estava absorto de mais em suas mágoas para reparar, e a viatura ia diminuindo a velocidade, agora que passara dos grandes portões velhos e enferrujados do Sta. Lúcia.

 Quando o carro finalmente parou, um homem alto e musculoso parou em frente a viatura. O carro se abriu, e Eduardo se retirou de seu interior. O homem se aproxima do garoto, mas sequer deixa escapar um "oi" de boas vindas antes de levar o garoto para o interior da propriedade.

Quando finalmente entram no reformatório, o homem fala pela primeira vez com Eduardo:

- Meu nome é Diego. Eu cuido de manter a ordem nisso aqui. Tá vendo aquela sala no fim do corredor? Entra lá, vai ter uma mulher chamada Alice. Ela vai cuidar de te dar o uniforme e levar você pro seu quarto. Bem vindo ao inferno. - e sai andando na direção oposta do corredor antes mesmo que Eduardo tivesse tempo de dizer alguma coisa. 

O garoto anda pelo curto corredor, e entra na pequena sala sem pensar duas vezes. Em seu interior, encontra uma mulher alta, magra, de olhos cinzas e cabelos negros, cuja idade não deve ser mais que 25 anos. Ao ver o garoto, ela se aproxima com grande entusiasmo, e começa a falar rapidamente:

- Aaaah, oi! Sou Alice, e você é o..?

- Eduardo.

- Ah... Sim, Eduardo. Bom, eu cuido de receber todo mundo aqui, então eu vou te dar seu uniforme e te levar pro seu quarto, okay? 

- Okay.

Ela sai andando pela sala e abre um pequeno armário localizado em um canto, pega algumas roupas de um tom azul-turquesa usadas e entrega ao garoto.

- Tem um banheiro ali - diz, apontando o dedo para uma porta no corredor as costas de Edu -, vai lá e troca essa roupa bem rápido, okay? Depois volta aqui e.. O que tá fazendo??? - pergunta, ao ver o garoto seminu na sua frente, já trocando suas roupas, corando.

- Me trocando 

- Okay okay. Terminou?  Agora vamos, e vê se fica de roupa até a gente chegar no quarto pelo menos, tá? 

Alice pega o garoto pelo braço e o arrasta de volta ao corredor, e o leva na direção em que Diego fora alguns minutos antes. Ela o conduz por uma longa escada localizada numa esquina do corredor, e ao chegarem no seu final, Eduardo vê um monte de quartos localizados no andar, mais escadas e mais quartos no andar de cima. Eles param, no último quarto do andar, de número 45, localizado próximo ao banheiro e a escada que leva ao andar superior.

- Esse é o seu quarto. Eu não posso nem quero entrar aí, então eu vou te deixar aqui, okay? Bem vindo ao Sta. Lúcia. Eu vou conversar com um dos monitores pra ele vir aqui te mostrar o lugar todo, os horários e essas coisas, okay? Eu vou indo, tchau!

E sai apressada, descendo as escadas com a mesma pressa e euforia de antes, e deixando Eduardo sozinho no andar, ouvindo toda a zoeira acontecendo dentro dos quartos, e podia jurar até ter ouvido gemidos no quarto ao lado do seu, mas devia estar imaginando coisas.

Agora estava de cabeça baixa, pensando se devia ou não entrar, seus cabelos louros e lisos caídos, seus olhos verdes fitando o chão. Tomou coragem e entrou. E o que viu dentro do quarto não podia ser mais estranho.

Haviam três garotos no interior do quarto. Um era alto e musculoso, de cabelos pretos e olhos castanhos, e estava com uma peruca loura na mão esquerda. O outro tinha cabelos pretos, 1,65 de altura, olhos castanho-escuro, com alguns músculos a menos que o primeiro, e segurava nas mãos uma pequena cesta velha com alguns papéis descuidadosamente dobrados dentro. O terceiro tinha cabelos louros também, mas olhos pretos e tinha a mesma altura de Edu, e estava segurando uma incrível camisola em uma das mãos e uma pequena embalagem quadrada de plástico na outra.

O garoto alto e musculoso de aproxima de Edu, com um ar de riso e ansiedade:

- Oi, sou Gabriel. Aquele ruivo ali é o Cadu, e a putinha loira é o Lucas. Qual seu nome?

- Eduardo. O que vocês tavam...

- Ah, então. Nesse quarto a gente tem um ritual de iniciação: você só tem que tirar um papelzinho da cesta, e fazer o que tiver escrito. 

- E se eu não quiser?

- Aí a gente vai obrigar você a fazer, e ninguém te aceitar aqui, sua vida vai ser um inferno. Pode escolher.

Edu olha com ódio para cada um dos três, se aproxima do garoto com a cesta e escolhe um papelzinho, mas vira para Gabriel e pergunta:

- E como é que eu vou saber se não tem só putaria nessa cestinha?

- Não vai - diz, com um sorrisinho - agora lê o que tá escrito.

Edu hesita, mas abre seu papelzinho e lê o que está escrito:

 
"ser putinha de um dos colegas de quarto ou beber suco feito com água de privada"

 

- Eu acho que escolho suco

- Todas as privadas tão entupidas - diz o garoto loiro, Lucas - Tem certeza que quer isso?

- Aah... Não! Claro que não!

- Aaaah isso aí!!! - diz Cadu - então, quem você escolhe?
 



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