História O Reino Celestial - Pensamentos...

Darcy.

- Majestade? Senhorita Darcy! Atenção! – Grita um dos trabalhadores me trazendo de volta ao presente.

- Haaa... Perdão! – Digo me concentrando de novo.

Estávamos tirando alguns dos escombros de uma casa destruída durante a batalha, eu estava erguendo varias pedras do caminho, mas ao me distrair elas foram descendo sobre a carroça, a fazendo arriar. Sorte que o homem que guiava a carroça correu e só algumas pedras atingiram o cavalo. Retomando o controle novamente, as ergo e coloco as em ordem na carroça.

- Acho melhor a senhorita descansar um pouco. Esses escombros estão pesados demais

- Não será necessário, eu estou bem. Vamos prosseguir

Dizendo isso, me sento em minha cadeira a fazendo flutuar sobre a rua e retomo o trabalho. Tenho que terminar logo isso, após essa casa tenho mais 2 antes do almoço. E para isso preciso concentrar meus pensamentos na tarefa, so que isso esta um tanto difícil hoje.

Não paro de pensar na noite passado. De Filipis contando aquela historia para Lucy, do jeito como ele me olhava, do brilho em seus olhos, seu sorriso brincalhão e cumplice, de como ele e legal e atencioso com a Lucy....

- Senhorita Darcy, a próxima carroça já esta pronta. Pode começar.

Um dos trabalhadores grita me avisando. Respiro fundo, tirando todos os pensamentos relacionados a Filipis da minha mente e me concentro na tarefa.

Já e hora do almoço, e so o que eu consigo pensar e em como os trabalhadores tiveram paciência comigo, destruí uma carroça e quase esmaguei um deles. Suspiro e me sento a mesa com Alísia.

- Dia difícil mana? – Ela pergunta enchendo meu copo com suco.

- Podesse dizer que sim. – digo mexendo na comida. – O que e isso?

- Ensopado de legumes! – Alísia diz fazendo cara de descontente. – Você poderia dar uma mudada?!!

- Saindo uma refeição digna de duas princesas. – digo transformando a comida em algo mais saboroso.

Tivemos que comer meio que escondidas, pois o cozinheiro odiava quando mudavam seus pratos. Ao terminar o almoço fomos para os jardins descansar um pouco. Conversamos um pouco ate Lucy aparecer correndo.

- Alísiaaaa... Ta doendo.– ela se joga no colo de Alísia estendendo o cotovelo.

Parece que se ralou brincando de pega-pega com Lair, Alísia usa um pouco de magia e o machucado desaparece. Lucy agradece e sai correndo de novo. Rimos e algo me vem a mente.

- Arthur já deu algum sinal?

- Ele me mandou uma carta, em alguns meses nos fara uma visita. – ela da um sorriso estonteante. – Há, meu pai conseguiu responder ao correio de Luz, ele disse que todos estão bem e com saudades. No final da estação talvez um deles apareça.

Fico feliz na hora, que bom que pelo menos alguém responde. Alísia me encara e da um sorriso de lado dizendo.

- Advinha o que Lair e Lucy estavam conversando hoje? – digo que não e ela prossegue. – Sobre uma historia de um lobo e uma feiticeira linda, que se caçaram e viveram felizes para sempre. Conhece?

- Be-bem. Foi Filipis que inventou ontem... – digo sentindo meu rosto esquentar com a lembrança.

- Hum... As crianças estavam contando que os personagens lembravam alguém. Pessoas próximas e que se gostam bastante. – ela diz me encarando – Lucy ate gostou da ideia de ‘papai’ ter uma namorada.

Alísia começa a rir, eu ate tento dizer algo mas so gaguejo uma despedida e saio correndo.

Após o trabalho consigo me sentir melhor, estou nos jardins plantando algumas sementes quando Mari aparece.

- No que posso ajudar? – pergunto a ela já entrando na defensiva.

- Sim. Por que minha filha esta com ideias de casamento na cabeça? – Mari diz cruzando os braços.

- Foi Filipis! Ele que inventou isso! – digo rápido.

- Certo. – ela da um meio sorriso e diz. – Lair, Lucy, Alísia e Dorian me contaram algumas coisas. E sinto que preciso intervir, isso e um assunto relacionado diretamente ao reino e é minha obrigação zelar pela paz.

- O que você quer dizer exatamente com “isso”?

- Lhe dizer o que você esta tentando não ver e dar um conselho. – ela segura minha mão e diz. – Desde que os conheci notei que você e o lobisomem são muito próximos, que quando seus olhos se cruzam eles adquirem um certo brilho. Não negue os sentimentos que sente por ele. – ela solta minhas mãos e segura meus ombros. – Os aconselho a seguir esse sentimento e reivindicarem logo um ao outro.

Fico sem reação a encarando. Estava tão na cara assim? Será que o que eu sinto e mesmo algo desse porte? Enquanto eu me perguntava distraída Mari vai embora dizendo.

- Acho melhor se decidirem logo antes que minha filha se entristeça com essa ilusão, Bruxinha.

Ela some de vista, resolvo guardar as coisas e me recolher. Hoje foi um dia com fortes emoções. Ao entrar em meu quarto, encontro em cima da minha cama um colar. Era o colar que Alísia tinha ganhado de Laila, que enfeitiçava a pessoa com um amor temporário. Ao lado tinha um bilhete dizendo. “Faça um teste e veja o que acontece”.

- Isso e ridículo.... – digo pensando alto. – A poção o faria se apaixonar por mim, mas isso e trapaça. E se eu der e nada acontecer, isso significaria que... – engulo em seco ao pensar no resultado – Que e real!

Sento na cama e penso encarando o colar. Não. Isso e besteira. Filipis e meu melhor amigo, e como se fosse meu irmão! Ele sempre esteve comigo, me ajudando, cuidando e sendo tão carinhoso.... Que e difícil imaginar minha vida sem ele. Bom, fazendo isso eu saberia se isso e real ou so imaginação. OK, mas como? Posso dizer que era uma poção de fortalecimento que deu erado ou posso simplesmente esquecer isso...  

- O que eu faço?