História O rubi e o pedregulho! - Cão de guarda!

Meu despertador tocou...
Não tive outra opção a não ser levantar e desliga-lo. Caminhei até o banheiro,
lavei meu rosto na pia, me olhei no espelho e me assustei quando vi ele parado atrás de mim.
– Voleri! - Me viro para ele - O que faz aqui!?
– Perdão majestade, não queria assusta-lo, mas são ordens de sua mãe. Ela
me ordenou para que eu não o deixasse mais sozinho!
– Ok, mas não precisa me seguir até no banheiro!
– Preciso sim! Ela me disse pra não te deixar sozinho em momento algum!
– Aff! Mamãe anda preocupada de mais!Você passou a noite no quarto?
– Sim - Responde – Quando entrei já estava dormindo, então não quis
acorda-lo. Dormi no sofá ao lado de sua cama.
– Isso me irrita sabia!? Por que você vai grudar em mim agora? - Cruzei os braços e caminhei até a banheira.
– Bem majestade, sua mãe está com medo desde o atentado.
– Ok - Abro a torneira e respiro fundo - Se é por isso vou tentar suportar!

O homem com quem converso é Voleri, ele é capitão da guarda real. Meu
nome é Rowl Calamaris, sou príncipe do Reino livre de Robina. Tenho dezoito
anos, quase dezenove, e obviamente moro em um palácio.

– Está quente. - Fecho a torneira dourada que enchia a grande banheira
de louça branca – Ah... Voleri eu vou me banhar, saia por favor.
– Sinto muito Príncipe Rowl, mas não posso, as ordens de sua mãe são para
eu não te deixe sozinho por um único instante. – Justifica.
– Argh! Então vire-se! – Voleri obedece.
Retiro meu pijama de cetim azul. Primeiro a blusa de mangas compridas e
botões em seguia a calça com barra de elástico e por fim minha roupa
intima. Entro na banheira e mergulho todo meu corpo na agua morna, nada
mais relaxante.
Olho para o lado e vejo Voleri parado em frente a porta de costas para mim.
Por ser capitão da guarda vestia seu uniforme. Blazer vermelho adornado
com ombreiras douradas e grandes botões da mesma cor e algumas das
medalhas de honra que já havia ganhado. Suas calças eram pretas e aderiam
ao corpo, usava uma cinta de couro negro onde guardava uma espada com
cabo de ouro, nele estava cravado o brasão de Robina. Calçava botas
também feitas de couro negro.

Voleri já é capitão da guarda a um bom tempo, ele substituiu
seu avô no comando da segurança da família real e também mora no palácio. Ele foi meu professor de jiu jitsu na adolescência e é de estrema confiança de minha família. Principalmente de meu pai, o rei, que infelizmente morreu a alguns anos. 
Talvez o único problema dele seja seu dom para fazer brincadeiras um tanto quanto chatas.

– Majestade? 
– Sim Voleri.
– Perdoe minha petulância, mas não acho que deveria estar virado de costas
para ti, trabalho na guarda desde que nasceu, então já te vi nu antes e conheço
tudo o que tem por debaixo de suas roupas!
– Voleri pra fora agora! – Grito.
– Mas as ordens da rainha...
– Tudo bem, fique ai mesmo, mas calado!
– Sim majestade! - Me afundo de vez na banheira.

Voleri não disse mais nada, ainda assim pude ouvir seu pequeno riso. Ele
adorava fazer esse tipo de brincadeiras. Meus pais nunca ligaram pois, a
tanto tempo vivendo no palácio ele virou meio que, da família.

Após o banho me troquei, mesmo sendo da realeza eu não usava roupas
chiques o tempo todo, apenas em ocasiões especiais. Pessoalmente gosto
de usar tênis, calças jeans e camisetas nada muito fora do padrão. Só faço questão de usar sempre minha coroa. Coroa sempre! Afinal sou um
príncipe!
Coloco o ornamento real feito de ouro e enfeitado com rubis, tudo aqui tem
rubis, Robina se tornou um reino poderoso graça as grandes minas de rubi
que temos em nossas montanhas. Meus cabelos escuros formam alguns
cachos e minha pele branca contrasta com meus olhos castanhos.
Minha mãe diz que lembro muito meu pai.

Vou até a sala de jantar, Voleri me segue, lá encontro minha mãe sentada a mesa,
uma mesa longa com alguns pães, frutas, leite, suco e um bolo. Haviam mais dois guardas, um em cada
lado da sala
– Bom dia querido! Venha tomar café!
– Bom dia mãe! – Sento a mesa.
– Majestade! – Exclama o capitão.
– Sente se Voleri, coma conosco!
– Eu agradeço rainha! – Senta-se a mesa.
Estávamos em uma grande sala de jantar, além da mesa de madeira maciça
onde estávamos também estavam ali, pendurados nas paredes, quadros de
outros membros da família real e um lustre de cristais sobre a mesa.
A sala é ampla em formato retangular e possui paredes altas, é arejada por
uma grande janela e possui três portas que levam a outros lugares do
palácio.
– Como passaram a noite?
– Bem, apesar do cão de guarda! – Respondo.
– Rowl! Não fale assim! Voleri está fazendo isso pra sua proteção! –
Repreende.
– Não se zangue com ele majestade, são coisas da idade.
– Eu sei, eu sei! –Limpa a boca com o guardanapo – Temos que tomar
cuidado filho, desde de aquele dia todos nós estamos em risco e ninguém
vai ficar sem ter um guarda por perto!
– Ok... – Respondo.
– Eu cuidarei para que isso ocorra sem problemas majestade!
– Eu sei, confio em você Voleri.

Esse dia que minha mãe fala é o dia do tal atentado. Eu e minha irmã
caçula, Nila de doze anos, estávamos visitando algumas fazendas e
conhecendo a diversificada agricultura de Robina, não só de rubis vive esse reino, a uns dois dias quando fomos atacados por um grupo de terroristas. Pra nossa sorte Voleri e seus guardas estavam conosco e conseguimos sair ilesos.

– Mamãe onde está Nila?
– Ela acordou cedo, está tendo aulas de equitação com seu avô.
– Entendi - Enchi um copo com suco e reparei que mamãe estava se entupindo de bolo, ela comia compulsivamente quando estava preocupa, nervosa, tensa.

Meu avô é o outro membro de minha família, somos basicamente eu, minha
mãe, minha irmã e ele. Tem também uma tia avó por parte de pai, mas ela
nunca teve filhos, mora do outro lado do país então ela não é lá muito
importante.
Meu avô era o rei ao lado de minha, já falecida, avó. Minha mãe é filha única
e assumiu o trono quando se casou com meu pai que já era membro da
realeza, seus pais eram duques, mas eles morreram quando ele era criança
e ele herdou o título e as riquezas deles e foi criado por empregados.

– Rowl as duas horas você tem compromisso, coloque suas melhores
roupas. Hoje você vai conhecer uma moça, quem sabe vocês não se casam!
– De novo!? Eu já disse que não quero me casar, ainda acho cedo!
– Não é cedo filho e também que logo é você quem assumira o trono e não
pode governar sem rainha!
– Mas a senhora governa sem rei...
– São casos diferentes, eu me casei, mas fiquei viúva!
– Tá, mas eu não gosto dessas coisas. Essas moças que sua assistente me
arruma são interesseiras só querem se casar comigo por que sou um
príncipe!
– Na vida tudo tem um preço Rowl. – Diz a mais velha.
– Bem eu já terminei. – Afasto-me da mesa – Vou assistir as aulas da Nila. –
Saiu andando.
– Vou com você. – Voleri me segue.

O relógio marca uma e meia da tarde e eu tinha que me arrumar pra conhecer a tal moça. Vesti minhas roupas de gala, e fui até nossa sala de visitas, lá minha mãe e sua assistente já me esperavam sentadas no sofá junto de uma jovem moça.
Comumente haviam guardas na sala.

– Boa tarde senhoras! – Exclamo.
– Boa tarde majestade! – Respondem em uníssono a jovem e a assistente de
mamãe.

Continua...