História O rubi e o pedregulho! - Pretendente

— Rowl em duas horas você tem compromisso, coloque suas melhores
roupas. Hoje você vai conhecer uma moça, quem sabe vocês não se casam!
— De novo!? Eu já disse que não quero me casar, ainda acho cedo!
— Não é cedo filho e também que logo é você quem assumira o trono e não pode governar sem rainha!
— Mas a senhora governa sem rei...
— São casos diferentes, eu me casei, mas fiquei viúva!
— Tá, mas eu não gosto dessas coisas! Essas moças que sua assistente me
arruma são interesseiras só querem se casar comigpreu um príncipe!
— Na vida tudo tem um preço Rowl. – Diz a mais velha.
— Bem eu já terminei! – Afasto-me da mesa – Vou assistir as aulas da Nila. –
Saiu andando.
— Vou com você. – Voleri me segue.

Exatamente duas horas depois eu fui conhecer a tal moça. Vesti minhas
roupas de gala, e fui até nossa sala de visitas, lá minha mãe e sua
assistente já me esperavam sentadas no sofá junto de uma jovem moça.
Comumente haviam guardas na sala.

— Boa tarde senhoras! – Exclamo.
— Boa tarde majestade! – Respondem em uníssono a jovem e a assistente de
mamãe.
— Príncipe Rowl essa é Alana, condessa do Reino de Solino! - Continua a
assistente.

A assistente de minha mãe se chama Frida, não é nem bonita nem feia, morena clara de olhos castanhos, cabelos encaracolados e seios fartos. Ela trabalha com a rainha desde de sua adolescência, mas apesar do tempo juntas acho que ela e minha mãe nunca ficaram realmente amigas.

— Obrigada por me receber majestade! – Exclama a estrangeira.
— É um prazer! – Respondo.
— Filho Alana é filha de um dos mais ricos nobres de Solino, além de falar várias línguas!
— Que interessante! – Digo. Não, aquilo não era interessante. Eu só fingia para agradar a rainha.
— Acho que seria bom se saíssemos para deixá-los sozinhos. – Diz Frida
— Mas é claro! Qualquer coisa nos chamem! - Exclama minha mãe já saindo
do ambiente sendo seguida por seus guardas.
— E lá vão elas... – Sento no sofá – Fique à vontade Alana.
— Muito obrigada! – A moça se senta – Ele vai ficar parado atrás de você? - Aponta pra Voleri.
— Sim, vai. Finja que ele não está!
— Tudo bem. Então, a rainha me disse que você está procurando uma esposa.
— Sim, não que eu queira, sabe, coisas da realeza...
— Entendi. Bem você podia me falar mais sobre Robina ou mesmo sobre você!
— Vamos falar de Robina então! – Respondo – Sabe, este é um reino muito
rico e desenvolvido. Temos uma agricultura forte, somos os donos das
maiores minas de rubis do mundo. Também temos industrias grandes e um
turismo muito amplo, como você viu Robina é um país muito bonito!
— Sim claro! A beleza de Robina se reflete principalmente em seu príncipe! - Ela dá um sorriso maroto e coloca uma das mãos em minha coxa. É sério isso?!
— Obrigado! - Respondo educadamente e tiro sua mão que agora já estava em minha virilha – Enquanto ao seu reino Alana? Perdão, enquanto ao reino em que vive? Esqueci que é apenas condessa! –
Dou um sorriso - Como é Solino? -
Eu não sou arrogante. Só quando acho que devo ser. Mas foi legal ver a cara
de tacho que ela ficou.
— Bem, Solino é bonito também, temos belas praias, grandes rios...
— E o povo de lá? – Interrompo – Eu li uma vez que a maior parte da população é extremamente pobre.
— Bem, isso é verdade, mas problemas sociais existem não é mesmo?
— Claro que sim, também existem pobres aqui. Só que o governo os ajuda! Pelo que eu sei isso não acontece em Solino.
— Bem, é um problema muito grande...
— Solino e Robina não entraram em guerra uma vez? – Interrompo novamente.
— Sim, uma vez eu acho...
— Alana olha a hora! – Mais interrupção – Tenho uma coisa importante para
fazer! Muito obrigado por vir querida! – Começo a empurra-la pra fora da
sala - Qualquer coisa eu te ligo em!
— Mas a gente mal conversou!
— Eu sei, mas é que o tempo é corrido né?! Tchau e boa viajem de volta. Não
se preocupe que algum empregado te mostra a saída! - A coloco pra fora e
fecho a porta. – Ufa ela já foi!
— Sua mãe vai virar uma fera! - Voleri me avisa.
— Nem me lembre disso! Mas eu não podia ficar com ela aqui muito tempo,
ela era muito chata!
— Ela nem pode falar! Como você sabe se ela é chata?
— Porque eu sei! Além do mais ela ficou me tocando! E a gente mal se conhece! Quem fica tocando uma pessoa que mal conhece?!
— Alguém que esteja vaginalmente lubrificada! - Cai pra trás.
— Voleri! Não fale mais sobre esse tipo de coisa!
— Tudo bem. Ela era bonita, devia ter um corpão por debaixo daquele vestido! Eu apenas o encaro e me deito no sofá.
— Voleri...
— Sim majestade.
— Quando você estava no meu quarto a noite...
— O que tem majestade?
— Voleri eu ronco?! – Ele caiu na gargalhada.
— Eu não escutei. Mas porque a pergunta?
— Por nada, uma vez Nila disse que eu roncava!

Nila é minha irmã, e como irmãos temos aquele conhecido relacionamento
de amor e ódio.
Alguns anos atrás passávamos muito tempo juntos, mas agora só nos
vemos no jantar ou em compromissos reais. Ela começou suas aulas de etiquetas reais. Eu as também, são coisas como forma de andar, formas de
falar com o povo, discursos entre outras coisas.
Eu e Nila sempre estudamos no palácio, eu fiz todo o ensino normal com
professores particulares e também fiz equitação com meu avô, essas aulas
de etiqueta com professores especializados e minhas aulas de jiu jitsu com o Voleri, além de canto, dança
de salão, poesia, música e mais um pouco de coisas que eu sei que nunca mais vou usar na minha vida! Tipo equação de segundo grau!
Como já fiz dezoito não tenho mais essas aulas, agora é a vez da Nila, mas
em contrapartida agora tenho que arrumar uma esposa! Não quero uma
esposa! Ainda é muito cedo!

Com o passar do dia eu vi uma outra pretendente e assim como a outra ela era totalmente desinteressante! Aquela situação sugava minhas energias, eu estava exausto. Nada pode ser mais estressante que o tédio!

Quando a noite chegou e eu me joguei na cama, Voleri se ajeitou no sofá ao
meu lado. Ele estava com um travesseiro e algumas cobertas, era um sofá
cama então não achei que ele poderia estar desconfortável, mas porque ele
ainda estava de uniforme?

— Você sempre dorme de farda? -Pergunto.
— Não. Mas é que ainda estou em serviço mesmo que dormindo!
— Isso é verdade, mas não é ruim dormir com essa roupa?
— Um pouco majestade.
— Então tire ao menos seu blazer e suas botas. – Voleri obedece.
— Obrigado majestade!

Voleri se deitou no sofá virado de frente para mim. Por debaixo do blazer ele
usava uma camisa regata de cor branca, o que é bem clichê afinal, a camisa
parecia ser meio pequena pra ele e ficava colada em seu corpo marcando
seus músculos, Voleri sempre esteve em boa forma, mas nada muito exagerado ele era apenas definido. Usava sempre seus cabelos castanhos penteados para traz, ele deve ao menos retocar para cobrir alguns fios brancos, se é que ele tem, além de manter a barba sempre feita.
Acho que essa era a primeira vez desde que ele parou de me dar aulas de
jiu jitsu que o vi sem o uniforme, ele é um homem bonito, é estranho o fato
de nunca ter casado ou coisa parecida.

— Voleri.
— Sim majestade. – Responde.
— Você nunca se casou não é?
— Não, sempre fui solteiro príncipe.
— Porque?
— Acho que nunca achei a pessoa certa.
— Mas você não tem ninguém especial, assim uma ficante pelo menos?
— Majestade, com todo respeito, acho que não deve saber de minha vida pessoal. - Ele me fala que a moça está vaginalmente lubrificada e agora vem dizer que não temos tanta intimidade assim?! Ele merecia ouvir umas poucas e boas.
— Ah... Me desculpe. – Era melhor manter a educação. Apago o abajur que era a única fonte de luz do quarto
no momento. – Boa noite Voleri.
— Boa noite príncipe Rowl.

Fui informado por Frida logo pela manhã que uma nova pretendente viria hoje ao palácio, pelo menos ela seria a única a vir me cortejar hoje.

Mas antes que a moça chegasse e meu dia se tornasse tedioso novamente fui até o estabulo do palácio assistir Nila ter suas aulas de equitação.

O palácio é bem grande e tem uma ampla área externa, temos um estabulo
com os melhores cavalos puro sangue do reino, um pequeno zoológico com
alguns animais exóticos, piscina, quadras, um grande jardim e outras coisas menos relevantes.

Depois de andar um pouco chego até o estabulo, no lado de fora Nila
cavalgava um dos cavalos enquanto ouvia as instruções de meu avô. Haviam guardas por perto.

— Nila use menos força pra não irrita-lo! – Instruía o velho apoiado na cerca.
— Bom dia vovô! – Cumprimento
— Majestade! – Diz Voleri.
— Bom dia Rowl! Voleri! – Faz sinal com a mão pra que Nila venha até nós – E
então, conheceu alguma moça legal ontem?
— Não, todas tediosas! 
— Uma hora vai aparecer uma que vai te cativar de verdade! Foi assim comigo, eram todas chatas até sua avó aparecer e fazer meu coração disparar!
— É, talvez...
— Bom dia Rowl! – Nila diz ao descer do cavalo.
— Bom dia! Hoje você está indo melhor que ontem!
— Quando eu estiver boa vamos apostar corrida e eu vou vencer!
— Certo! Mas não vá chorar se perder!
— Rowl! Eu não sou mais tão criança! -
Minha irmã é muito parecida comigo. Seu cabelo é igual ao meu só que comprido até a altura da cintura e menos cacheado e seus olhos são castanhos como os de mamãe, mas nossos traços são incrivelmente idênticos. Ela já tem doze anos porem ainda é bem infantil.

Depois de assistir as aulas de Nila já era dada a hora de conhecer a tal pretendente do dia! E se meu avô estivesse certo, alguma delas ia fazer meu coração disparar.