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História O Sacerdote Maldito - Reencontro


Escrita por: ahiane

Notas do Autor


Olá, aventureiros!

Sou Ahiane, uma ex jogadora de Ragnarok Online (joguei por muitos anos) e que sempre gostou de escrever histórias no universo de Midgard. Este romance é apenas um teste que estou fazendo, mais para me distrair um pouco e espero que gostem. É a primeira fanfic que escrevo e divido com as demais pessoas. Lembrando que a história é apenas inspirada no jogo e em suas criaturas, não sendo portanto completamente fiel a este.

Boa leitura!

Capítulo 1 - Reencontro


Lortan corria como jamais havia corrido antes em toda a sua vida. Carregava abraçada sobre seu peito a bíblia sagrada como se fosse um escudo, como se fosse sua única salvação. Olhou por cima do ombro com os olhos arregalados, sem diminuir o ritmo da corrida, e tropeçando em um pedaço de concreto acabou caindo de cara no chão. Atordoado com a queda, levou alguns segundos para conseguir se ajoelhar e ao notar que o livro havia sumido olhou em volta desesperado. Encontrou-o largado aberto a alguns metros de distância. Porém, no fim do corredor escuro ele ouviu os gemidos do monstro que o perseguia. Não havia tempo.

Sem fôlego, Lortan se levantou aos tropeços e continuou a fuga mesmo sem sua bíblia. Doía admitir isso, mas naquela situação o livro sagrado não poderia ajudar. Ainda assim, continuou com as suas orações entre suspiros e arfadas, com a mão direita em seu peito. Ele precisava encontrar alguém, ou então pelo menos uma saída daquele castelo terrível. Aquele não podia ser o fim! Ele ainda era um simples noviço longe de se tornar um sacerdote digno. Havia ainda muito caminho para percorrer antes de virar comida de bispo!

Lortan, porém, foi tirado de seus pensamentos quando uma luz esbranquiçada preencheu seus olhos e tudo ao seu redor. Ele parou abruptamente, como se seu corpo estivesse paralisado e sentiu o calor daquela luz ofuscante queimar cada centímetro do seu pequeno corpo. Arregalando seus olhos para o alto o noviço gritou até sua voz sumir e seu corpo cair no chão como se fosse um boneco de pano.

A luz da Crux Magnun foi se dissipando até a escuridão voltar a dominar aquele corredor frio. Com uma respiração estranha que misturava gemidos, arfadas e resmungos, o bispo decadente se aproximou de sua vítima, se arrastando com dificuldade como se houvesse um imenso peso sobre ele.

-- Chegue mais perto. – ordenou uma voz cavernosa.

O monstro se curvou sobre Lortan e o garoto ainda conseguiu ver com os olhos semicerrados sua cara deformada e sentir seu hálito podre de um defunto que apodrecia a muitos anos. Sentiu suas mãos molengas e frias tocarem sua pele enquanto ele despia de qualquer jeito suas vestes de noviço.

-- Pai nosso que estais no céu... – Lortan iniciou a oração sussurrando, como sua última esperança.

E antes de adormecer de vez ele ainda escutou a voz obscura dizer:

-- Eu quero ele.                                              

 

Cinco anos depois.

 

-- Muito bem, Misa. Está segurando firme a espada?

-- Sim!

-- Certo. Lembre-se o que eu te expliquei..

-- Um único golpe forte e certeiro. E sem hesitação.

-- Boa garota. Preparada?

Misa respirou fundo segurando mais forte ainda o cabo de sua pequena espada. Então se levantou saindo do arbusto onde se escondia e avançou correndo em direção ao poring que saltitava ali perto. Ergueu a lâmina com um grito e então a lançou sobre a criatura, partindo-a ao meio. Arfando olhou para a massa gelatinosa que havia sobrado do poring e se sentiu de certa forma.. poderosa.

-- Muito bem, Misa. – disse Helm se aproximando surpreso e um tanto assustado. A garota não tinha hesitação nenhuma em ferir aqueles seres fofos e inofensivos e isso de certa forma o deixava receoso.

-- Essas bolinhas de gelatina são muito fracas, pai. – a pequena espadachin reclamou se virando para o homem. – Quero algo mais forte.

-- Ainda é muito cedo para isso, Misa. Não tenha pressa. – Helm disse bagunçando os cabelos cor de rosa da pequena enquanto ela mostrava a língua em protesto. – Agora vamos voltar para Geffen e procurar por sua mãe. Faz três dias que ela está na biblioteca. Será que ainda está viva?

 

A cidade dos magos estava tranqüila como sempre. Até mesmo a praça ao sul onde se concentra a feira dos mercadores, naquela tarde de domingo estava mais vazia do que de costume. Helm parou apenas para comprar algumas poções brancas e um grande e suculento morango para a pequena Misa e os dois logo seguiram em direção a torre de Geffen. Ao chegarem na entrada desta ele olhou curioso para um lobo cinzento que estava sentado próximo a base da torre. Ele era enorme e possuía uma cicatriz no olho esquerdo. O lobo olhou para Helm de volta e os dois ficam se encarando. Ele conhecia aquele lobo de algum lugar...

-- Pai! – Misa chamou, puxando-o pelo cotovelo. – O que foi?

-- Nada, Misa. – ele disse, olhando uma última vez para o animal e se virando para a porta, entrou enfim na torre com a menina ao seu lado.

Eles subiram alguns andares da torre pela sua escada espiral, passando por alguns magos, bruxos ou sábios, ou qualquer coisa do tipo. Quando chegaram na biblioteca, se depararam com um espaço circular repleto de estantes de livros e no centro um enorme mapa do reino de Midgard sobre uma superfície oval. As estantes eram voltadas para o centro e enfileiradas de certa forma que pareciam criar um labirinto.

Misa logo saiu em disparada procurando por entre os corredores das estantes por sua perdida mãe. Helm tentou seguir a pequena, andando calmamente pelo espaço observando os estudiosos que ali estavam presentes.

-- Mãe!

Ele escutou a garota exclamar e a viu se adentrar em um dos corredores. Helm se dirigiu até o local e ao dobrar a esquina da estante e olhar para o corredor ele congelou. Misa estava parada diante de Alice que estava em pé segurando um livro aberto. Mas o que chocou Helm foi o homem que estava ao lado de sua mulher, o caçador chamado Matt.

Respirando fundo para tentar manter a calma, Helm se aproximou deles. Os dois adultos ergueram os olhos em sua direção, notando sua presença.

-- Querido...

O templário caminhou firmemente em direção ao caçador e segurou com força a gola de sua jaqueta encarando-o com uma expressão de raiva.

-- O que você está fazendo aqui?

Matt sorriu de volta pelo canto da boca e com um gesto se livrou da mão que o agarrava.

-- Também senti saudades, Helm. Mas não precisa chegar me agarrando assim. Fica feio.

Helm sentiu seu rosto começar a queimar de tanta raiva. Mas Alice interveio afastando-o do caçador.

-- Ele veio apenas para conversar com a gente. Sobre Glast Heim.

A menção desta última palavra pareceu deixar o templário com mais indignação e raiva ainda. Como Matt podia estar fazendo aquilo depois de todos aqueles anos?

-- Eu não estou entendendo. – Helm protestou impaciente.

-- Pois bem. – Matt disse, aparentando se divertir com a situação. – Vim convidá-los para uma jornada de volta a Glast Heim. Sabe como é, né? Reviver os velhos tempos, e tudo mais. – o caçador riu e passou a mão na cabeça de Misa. – Você já conhece Glast Heim, pirralha?

-- Tire a mão dela. – Alice ordenou, também irritada.

Misa segurou o punho de sua espada como se fosse sacá-la, e em resposta o caçador levantou as mãos sorrindo. Então continuou a explicação se voltando para o casal.

-- Existe uma maneira de salvar Lortan de sua maldição. Ou melhor, uma possível maneira. Nada é certeza. Mas é pelo menos uma chance, uma pequena esperança. E ela está lá, onde tudo começou.

-- E o que é? – a bruxa perguntou franzindo a testa curiosa.

-- Lortan está possuído pelo demônio do bispo decadente, certo? Não tem como matar o demônio, pois ele não possui uma forma física. Mas se matarmos o bispo, seu corpo de origem, de alguma maneira iremos afetar o demônio também.

-- Onde você leu sobre isso? Quais as chances de isso ser verdade?

Matt cruzou os braços e deu de ombros sorrindo.

-- Querida, você acha mesmo que fui eu quem fez essa pesquisa. Olhe bem para mim, você me conhece. Lógico que não. Mas, sinceramente, você está fazendo as perguntas erradas. Se existe uma chance, mesmo que pequena, de salvar nosso velho amigo, então a única questão que importa é: quando partimos? Afinal, foi um erro de todos nós o que aconteceu durante aquela viagem...

Helm riu também de braços cruzados e disse sarcasticamente:

-- Como você se tornou um cara solidário, não é mesmo? Estou impressionado. – então avançou alguns passos em direção ao caçador e disse em tom ameaçador. – E não vamos entrar no assunto de quem foi a culpa.               

-- Eu aceito sua proposta com uma condição – Alice disse, se aproximando deles. – Lortan precisa estar de acordo. Aliás, é o corpo dele que está em jogo aqui.

-- Ele está de acordo, meu bem. – Matt disse sorrindo. – Não é mesmo, Lortan?

Ao final do corredor surgiu de trás de uma estante um rapaz alto e loiro vestindo a veste preta de sacerdote. Ele sorriu de maneira tímida e se aproximou deles.

-- Há quanto tempo, pessoal. 


Notas Finais


Bem, pessoal. Espero que tenham gostado!

Pretendo publicar um capítulo novo em até no máximo uma semana (provavelmente menos que isso) e acredito que a história não será demasiada grande.

Até o próximo capítulo! o/


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