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História O Segedo - O Segredo


Escrita por: TheZemys

Capítulo 1 - O Segredo


No Paraná, em uma cidadezinha do interior do sul brasileiro, começou a ocorrer algo estranho. Em uma determinada igreja, o Santo sumia, mas aparecia no alto de uma distante gruta, depois retornava para o mesmo lugar como se nunca tivesse saído.

A população começou a estranhar. Pedro um dos moradores daquele local resolveu investigar o que ocorria, quando o sol nascia para mais um dia de sábado, ele acordou e partiu para começar a desvendar o quehá por de trás das aparições daquela tal gruta.

O caminho para lá era difícil, tendo que subir e descer vários morros, atravessar riachos com pedras escorregadias, tendo que levar o material de acampamento. Pedro era corajoso, mas nem tanto, por isso chamou mais dois amigos, Thiago e Carlos, bastante religiosos e curiosos para saber porquê aquele Santo sumia.

No meio do dia chegam à gruta, começado a montar acampamento, depois de tudo pronto foram dar uma volta para conhecer melhor o local onde passariam o fim de semana. Surpreenderam-se com as maravilhas que viam, aquele lugar isolado parecia um oásis, ao longe avistaram uma casinha simples de madeira e foram ver quem lá morava.

Ao se aproximarem, os cachorros começaram a latir e saiu um senhor com espingarda em punho.

- Saiam daqui já falei que não quero forasteiros. – diz o senhor aos berros, assustando-os.

- Calma meu senhor... – responde Carlos com muito medo.

- O Senhor esta no céu, sou apenas um de seus enviados. - os três trocam olhares confusos, “Porque aquele homem havia dito que era um se Seus enviados?”.

- Caríssimo, estamos aqui para saber o mistério da gruta. – menciona Pedro com as mãos levantadas, demonstrando que estava em paz.

- A gruta perto do riacho? - o idoso olhando-os desconfiado.

- Sim. - respondem em coro.

- Vocês não são os primeiros a virem aqui... Há alguns anos, veio um homem assim como você – aponta para Pedro – também querendo saber o que ocorria naquela terra, porém, ele sumiu.

Pedro ficou pensativo, e lembrou que seu tio havia saído para procurar o tal Santo e nunca mais voltará.

- Acho que se chamava Raimundo... Não vão ficar muito tempo aqui, eles vêm pegar vocês!

- Eles quem? – pergunta Carlos medroso como sempre.

- Os escravos que um dia viveram nessas terras, como não conseguiram ir pro outro plano vagam buscando ajuda.

- Acho melhor irmos embora. – Carlos se assustava com qualquer coisa que diziam.

- Não se preocupe meu velho vamos ajuda-los – diz Thiago fazendo pose de corajoso.

Com isso eles voltam para o acampamento, e ao entardecer acendem uma fogueira, preparam o jantar, Carlos ficou a todo o momento falando que deviam ir embora, pois “eles” podiam chegar...

Quando os raios do luar cortavam o ar gélido do local, avistaram um clarão vindo da gruta, acharam que poderia ser a luz da lua refletida na água do riacho que passa por dentro da cripta, porém, essa luminosidade era maior, após alguns minutos sentiram um forte vento e tudo escurece, como a visibilidade era baixa resolveram se acomodar para passarem a noite.

Quando o céu clareava em tons alaranjado e rosa, eles acordam com os raios de sol em suas faces. Ao saírem das barracas veem na gruta uma luz forte com imagem similar de uma pessoa, ele aparentava ser o tal Santo mas este estava com graminhas nos pés, e acharam que ele teria ido andando da Igreja até a gruta.

- Será esse Santo Antonio?

- Eu acho, poxa ele andou muito até aqui.

- Então é verdade o que os anciões da comunidade falavam a respeito das aparições.

- Não devemos duvidar deles meu irmão, pois tudo tem um fundo de verdade. Vamos fala com aquele homem que mora aqui por perto.

- Tomara que esteja acordado...

Logo que se aproximam, os cachorros fazem algazarra para os visitantes, chegando à varanda da casinha batem palmas, mas ninguém se manifesta, tentaram novamente e ouve-se uma voz vinda da casa.

- Não se pode nem dormir em paz!

- Ixi, ele tá de mal humor.

- Calma Thiago, viemos em paz se lembra?

- Sim, Pedro.

- Shalom caro ancião. – fala Pedro logo que é aberta a porta.

- Shalom meus jovens, o que vocês querem?

- Podemos adentrar seu lar? – diz Thiago já entrando na casa.

- Já esta dentro meu caro...

- Viemos lhe fazer companhia.

- Mas já tenho a melhor de todas. – eles não entendem, pois esse homem é isolado de tudo e de todos, como pode ter companhia? – A natureza, meus amigos sempre me visitam.

- Quem são?

- Os animais da região, as plantas...

- Então nunca estas sozinho.

- Com certeza meu caro, sempre que um sai outro chega. Já que estão aqui, querem tomar café?

- Se não for incomodá-lo.

- Iria fazer apenas para mim, para mais alguns não será tanto esforço. – se dirigindo a cozinha eles o seguem.

- Então meu senhor... – Pedro tenta começar algum assunto

- Já falei, Senhor esta no céu.

- Ok, há quanto tempo moras aqui?

- Há alguns anos.

- Tens família?

- Só uma irmã, mas não sei se ainda esta viva.

- Como ela se chama?

- Clarissa.

- Que coincidência, é o nome de minha mãe – comenta Pedro, com isso o idoso se assusta, mas tenta disfarçar.

- Conseguiram ver algo na gruta?

- Ontem teve o forte clarão vindo dela junto com um vendaval, que deixou tudo um breu. E hoje de manhã vimos alguém no alto do morro.

- Era o que vocês tanto procuravam, receberam sinais.

- Isso acontece muitas vezes por aqui?

- Às vezes... – serve o café

Pedro pega um xicara e vai dar uma volta pela casa, então vê uma pequena foto preta e branca junto a um cordão de perola similar o que sua mãe tinha há alguns anos, ao reconhecer essas coisas como sendo da sua família desconfia de esse tal homem pode ser seu tio.

Para testa-lo ao voltar o chama pelo nome do tio e ele responde num impulso, Pedro corre para abraçá-lo, mas é rejeitado.

- Porque desapareceu todos esses anos?

- Quis refletir na vida e perdi a noção do tempo.

- Perdeu mesmo a noção.

- Você não pode contar que me encontrou, não quero estorvo.

- Esta bem...

- O que esta acontecendo? – pergunta Carlos sem entender do estavam falando.

- Aquele meu tio que estava desaparecido é ele. – aponta para Raimundo com um olhar e sorriso fraterno.

- Haaa tá explicado, mas ele é um arrogante.

- Não é por mal meus queridos, isso é apenas para afastar peregrinos.

- Pois você conseguiu. – todos riem em a reação de Carlos.

O dia foi passando e o anfitrião preparou deliciosos churrascos com arroz carreteiro, foi a melhor refeição que tiveram em muito tempo. Pela manhã bem cedo os jovens voltaram para casa, mas sem mencionar o que encontraram...



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