História The princess's secret - Como não acreditar em milagres?

Eu estava sonhando com comida. Baguetes crocantes com o miolo branquinho, recém-saído do forno, e um queijo maduro, as bordas escorrendo quase para fora do prato. Uvas, ameixas e morangos em pilhas altas colocadas em uma tigelas, escuras e cheirosas, perfumando o ambiente. Aquele restaurante Francês tinha mesmo me fascinado. Estava prestes a esticar o braço para pegar um pedaço da torta de morango quando fui acordada por Lucy.
- Senhorita América perdoe-me por ter te acordado. -sussurrou para não acordar Maxon. - Mas acabei de receber uma informação.
Levanto cuidadosamente da cama, e acenei para que Lucy me esperasse no corredor.
Coloquei meu roupão, e fui lavar meu rosto, com a esperança de despertar de fato, e depois fui rapidamente em direção a ela.
- Desculpe-me por fazê-la esperar. Agradeço que você não tenha acordado o Maxon. Ele foi dormir tarde, por conta de uns documentos que ainda estavam por fazer.
- Tudo bem senhorita América. Continuou. - Acabei de receber a informação de que a viagem de vocês foi antecipada.
- Antecipada? Aconteceu alguma coisa?
- A França está passando por rigorosos dias de inverno, um maior índice de neve será registrada próximo ao hotel de Paris. - continuou. - Assim, para não estragar a lua de mel, preferiam adiar a viagem.
- Por mim não tem problema, mas em qual horário partiremos?
- Breve, antes mesmo do almoço para ser mais específica.
- Isso quer dizer que temos cerca de pouquíssimas horas para arrumar todas as coisas? - Perguntei aflita. - É quase que impossível!
- Não sei preocupe, irei te ajudar. E fique tranquila, dará tudo certo.
- Tudo bem. Primeiramente, gostaria que você arrumasse minhas roupas, nada muito extravagante. Apenas roupas simples, certo? - questionei.
- Por mim sem problemas, mas e quanto as roupas do Maxon? Quer que eu dou um jeito?
- Não se preocupe Lucy, o nosso acordo seria que iríamos nos ajudar, lembra? Não é justo você fazer todo o trabalho sozinha. Deixe-me, vou organizar as coisas dele.
Lucy abre um sorriso - Ok, qualquer coisa é só chamar.
Aceno com a cabeça, e acompanho Lucy ao meu closet. - Apenas roupas simples. - sussurrei.
E caminhei sorrateiramente ao closet de Maxon.
Confesso que tinha roupa ali dentro que daria para todos os dias do ano, sem repetir uma se quer. Separei alguns termos, gravatas que estavam enfileirados em uma estante, sapatos, e alguns casacos que suportassem ao frio. Mas ao procurar uma mala que coubesse todas aquelas roupas, percebi que a mesma estava em uma prateleira alta, fora do meu alcance. Ao olhar de relance vejo uma pequena escadas, daquelas que se abrem e da pra guardar em qualquer lugar. Subo rapidamente, preocupada com o horário. E por um deslize a mala cai ao chão fazendo barulho estrondoso.
- América! - gritou Maxon, vindo em minha direção.
- Oh céus América, quer me matar? - disse já com a respiração ofegante. - Afinal o que isso significa?
Descendo da escada, o abraço, pedindo desculpas. Dava pra ouvir as batidas de seu coração, por conta do susto.
- Perdão, não queria te acordar meu amor, eu estava apenas...
- Está tudo bem por aqui?! - Lucy chegou ao closet ja sem fôlego.
- Está sim Lucy, desculpe-me. A mala estava em cima da prateleira, era quase impossível chegar até ela. Por isso utilizei essa escada. Mas ela escapou da minha mão.
- Poderia ter se machucado. Eu não disse pra me pedir ajuda? Olha, desculpe-me vossa Majestade, a culpa foi minha! - se referiu ao Maxon.
- Não Lucy, a culpa não é sua e sim minha. Não deveria ter me arriscado.
- Alguém pode me dizer o que está acontecendo por favor? - perguntou Maxon, perdido.
- Creio que América, vossa Majestade irá te explicar. Preciso terminar de arrumar as malas.
- Então, como já estava prestes a explicar.. - fiz uma pausa. - Lucy, recebeu a informação de que nossa viagem foi antecipada por conta da frente fria que vai haver dentre de algumas horas.
- E por qual motivo, você não quis me acordar? - perguntou Maxon
- Porque, eu percebi o quão cansado você estava ontem. Foi dormir tarde arrumando os nossos documentos, que certamente seria para a viagem. Nossa viagem - afirmei.
- E por isso você se voluntariou para arrumar minhas roupas? - abriu um sorriso, ainda ingnado.
- Exato. Você está bravo comigo? -perguntei desconfiada.
- Uhun vamos pensar.... - fez uma pausa. - Olha só estou chateado por não receber um mero 'bom dia' acompanhado com um beijinho.
- Oh pobre Maxon. - Fui em sua direção, o abracei, e susurrei em seus ouvidos. É só um beijinho mesmo?
- Não, eu quero vários para compensar. - afirmou.
Dei um sorriso, e beijei lentamente seu pescoço, logo em seguida sua bochecha. E por fim cheguei ao seus lábios.
- Bom dia meu amor. - sussurrei.

{...}

A partir de hoje o mundo não será apenas uma promessa. Será um sonho composto por mim e Maxon. Um sonho lindo.

- Vossa Majestade, aqui está sua mala, composta por roupas simples. - Lucy me abraçou. - Ou nem tanto, uma rainha tem que estar extravagante de vez em quando para seu rei. Olha a surpresa apenas quando chegar. - sussurrou.

- Lucy! - a encarei com um olhar de desconfiada. - Aliás, antes que eu me esqueça cuide bem do Aspen!

- Pode deixar! - sorriu sonelemente.

- Vocês foram os grandes escolhidos para viverem uma vida a dois. É nós... - Se dirigiu as outras pessoas do palácio. - Que participamos da vida amorosa de vocês desde o primeiro momento da seleção. Estamos realmente felizes com este enlace matrimonial. - Disse Silvia.

- Desejo a vocês o melhor que possa haver nesse mundo. - afirmou Aspen, logo após de abraçar Lucy por trás.

- Igualmente Aspen. - Rebateu Maxon. - Torço pela felicidade de vocês dois.

- América! - gritou Marlee vindo em minha direção.

- Oh Marlee! - disse logo após a abraçar.

- Me promete uma coisa? - fez uma pausa. - Aproeitei bem cada minuto e que a lua de mel, não dure apenas alguns dias, mas que seja um exercício diário para consolidar a união de vocês.

- Obrigada Marlee, por tudo! Você é incrível! - Que você é o Carter possam ter uma felicidade abundante. E uma vida tranquilamente feliz.

- A partir de agora seus sentimentos serão vividos juntos. Serão como duas metades encontradas... - uma voz surgia em meio ao jardim. - Torço para que a vida de vocês sejam uma grande aventura.

Todos procuravam identificar aquela voz, mas eu tinha em mente quem seria. Bom, não poderia ser ela.

- Olá América! Ou devo dizer Vossa Majestade? - Piscou celeste.

- Celeste? - indago ainda surpresa - Como? ... Você está viva? - Corri para abraça-lá

Todos no Palácio, assim como Maxon ficaram surpresos.

- Por incrível que pareça eu senti sua falta Celeste! - sussurei em seus ouvidos.

- Você não foi a única América! Tenho tantas coisas pra te contar. Mas não agora. Estarei por aqui quando voltar. E ai conversamos, tudo bem? Agora vai, quero que aproveite sua viagem.

O afastei dela, ainda com lágrimas nos olhos.

- Os vejo dentre alguns dias. - disse Maxon para quebrar o clima.

E assim partimos de Angeles. Às vezes custa acreditar que estou vivendo tudo isso. Que toda aquela expectativa está bem próxima de se tornar realidade. Confesso que estou curiosa para saber o que aconteceu com Celeste. Eu mesma avistei tomando um tiro. Como isso era possível? Talvez eu devesse mesmo esperar o tempo, para obter respostas para as minhas perguntas ainda não resolvidas.