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História O segredo de Molly Hooper - Cinco


Escrita por: JaneDi

Notas do Autor


Onde:

Sherlock faz sua parte;
Sra. Hudson tem razão;
Mycroft se utiliza da hipérbole;
John recebe uma notícia,
e Molly se encontra perdida.

Capítulo 5 - Cinco


Sherlock riu.

Na verdade, gargalhou. De tal modo que seu corpo se curvou sobre a mesa do escritório, o braço esquerdo em volta do estômago enquanto a mão direita pendia frouxa no braço, sacudida pelos espasmos exagerados que fazia.

E por um momento, todos o encaravam atônitos, pois com o barulho que o detetive fazia com sua crise de riso, os dois homens armados entraram novamente, armas em punho, mirando diretamente para ele, mas suspensos, na simples espera de um comando para o disparo vindos de Dimitri.

E, no entanto, Sherlock Holmes continuava a rir.

 “Por favor, esperem” ele pediu levantando as mãos para recuperar o folego, “eu preciso ...só esperem enquanto eu tento parar” e então se dobrou novamente, o som da risada reverberando pela sala pequena.

Dimitri, ela notou, estava tão confuso quanto ela mesma, olhando para o detetive com o nariz enrugado, a testa franzida e a boca aberta, como se a qualquer momento uma mosca pudesse pousar ali.

 “Molly, dá para acreditar? Ele acha que nós....” Ele parou novamente ao som da própria risada. Sherlock se voltou para Molly e ela, petrificada, pode mesmo ver que ele estava rindo tanto que lágrimas saiam dos seus olhos.

Ela apenas maneou a cabeça e, por um milésimo de segundo, Molly imaginou que Sherlock tinha perdido a cabeça e estava louco.

Mas então tudo ocorreu rápido, ao ponto dela não perceber o que aconteceu até que a coisa se abateu sobre ela e ela estava debaixo de uma cadeira, deitada com os braços sobre o rosto para se proteger, inutilmente, do que quer que fosse sucedendo ao seu redor que tinha virado seu mundo de cabeça para baixo

Em um flash, Sherlock atirou no homem que estava mais distante, o som do disparo revolvendo em barulho surdo nos seus ouvidos e logo em seguida se jogou para cima de Molly, com seu próprio corpo, derrubando -a com cadeira e tudo, de uma forma que ela se encontrava debaixo da mesa.

E então, tudo de uma vez:

_Sherlock, de uma forma felina (ou se em outro momento, ela podia ter se lembrado daqueles filmes antigos do Bruce Lee), saltou de onde a tinha deixado e derrubou o segundo homem com um golpe de suas pernas.

_Dimitri sacou uma arma e Molly ouviu novo disparo, sem noção de onde a bala teria ido parar;

_algum vidro foi quebrado e os estilhaços voaram ao redor, caindo como se cristais em câmera lenta no chão e em cada superfície;

_Mais disparos;

_baques e madeiras estaladas, quebradas sobre o peso dos homens lutando.

E Molly gritou, por que ela bem sabia que aquele podia ser seu fim.

Os dois entraram em uma luta corporal, Molly só podia enxergar as pernas de ambos, pragas jorrando de Dimitri e sons de pancadas e murros. Mas finalmente Sherlock o imobilizou contra a parede antes de usar sua cabeça e bater na testa, junto com o joelho que subiu até o seu estômago, e duas batidas depois, o homem caiu sobre seus pés, jorrando sangue pela boca.

De repente tudo parou e finalmente o silêncio.

Então ele foi até ela e a segurou pelos braços. Seus olhos digitalizando rapidamente tudo sobre Molly.

“Você está bem? Algum lugar machucado? ” Ele pediu com urgência. Sherlock estava respirando com dificuldade pela boca, como se tivesse corrido uma maratona, mas fora isso, ele parecia perfeitamente bem.

 “Eu não... acho que sim” balbuciou atordoada. A dor da queda tinha machucado suas costas, ela podia sentir, mas o choque do que havia acontecido a impedia de se mover.

“Certo, eu vou definir sua cadeira na posição vertical, você não deverá se levantar rapidamente, ou corre perigo de perder o ponto de equilíbrio. Você consegue me entender? ”

Molly apenas acenou.

Então Sherlock puxou sua cadeira com ela junto, agachou-se na sua frente e pôs-se a correr as mãos para cima e para baixo nos seus braços, como se estivesse tentando aquece-la, “aparentemente nenhuma lesão” ele falou, mas para ele mesmo do que para a patologista, como se se convencendo de algo.

Logo em seguida a pôs de pé, tomando o cuidado com seu estado” já vamos sair daqui” ele disse para ela, a olhando nos olhos, “tudo bem Molly?” pediu gentilmente.

Ela piscou e Sherlock soltou o ar, numa respiração profunda, depois ele foi até Dimitri e buscou em seus bolsos por alguma coisa, que só depois ela percebeu que era o pendrive que o homem havia exposto antes.

Mas antes que Molly tivesse tempo de formular qualquer pensamento coerente para que algo fizesse sentido naquela loucura, um completamente atordoado John entrava também a partir do corredor, ele estava um caos: camisa afrouxada, um rastro de sangue por toda roupa, nariz quebrado e um olho já começando a ficar inchado.

“meu deus Sherlock... aquele homem lá embaixo foi..” ele disse aos tropeções, mas assim, aparentemente bem.

Em seguida, fora a vez da senhoria de Sherlock fazer sua entrada, também levemente alarmada, vestia por cima de sua camisola o sobretudo de Sherlock, tão grande para ela que caia como se fosse um vestido.

“Oh, vocês pegaram esse também” ela disse ao passar por cima do corpo de um dos bandidos no chão, “Molly, minha querida, eu disse que Sherlock apareceria” ela borbulhou contente assim que se direcionou para a médica sentada, onde a abraçou forte acariciando sua cabeça.

“Onde vocês estavam? ” Sherlock questionou indignado. “Eu tive que colocar Molly em perigo!” ele falou, raiva e angustia explodindo de sua voz.

“Talvez se você não fosse tão apressado, irmão” Mycroft entrou, as mangas da camisa arregaçadas, o que era estranho, vendo o homem de gelo sem o conjunto completo de seu terno de três peças “tínhamos um plano e....”

“Eu disse que Molly estava em perigo! ” Sherlock rosnou, repetindo o ponto. Ele absolutamente rosnou para seu irmão mais velho, “se dependesse de você, iriam aparecer quando? Quando ela estivesse morta?!”

“Por Deus Sherlock, ele não iria matá-la, você sabe disso” Mycroft respondeu ligeiramente impaciente.

“Então qual seria a opção? Deixa-la a mercê até que ele a amedronte a vida a fora? Sequestrada no meio da noite? ”

“Não, mas pelo menos até Dimitri fizer a confissão que foi ele que cometeu os crimes, não era necessário deixar o homem nocauteado, Sherlock! ”

Ambos os irmãos olharam então para a figura inconsciente (e um tanto deselegante) do homem chamado Dimitri. Jogado no chão. Sangue escorrendo do Nariz.

“Parem de brigar vocês dois! ” John os interrompeu, “a questão aqui é Molly e sua saúde” e então, o sempre médico já estava sobre ela, analisando-a para saber de uma possível lesão, “Me diga Molly, esses homens fizeram algo com você, está tudo bem? ”

“Claro John, eu realmente iria deixar Molly ser machucada de alguma forma” Sherlock acusou, mas não interrompendo o exame do amigo sobre ela.

“Ok, certo ela parece bem, talvez um pouco em choque, mas bem” ele disse se levantando da frente dela, “mas que droga, alguém aqui pode finalmente me responder o que está havendo aqui? Nós estávamos do outro lado da cidade e, de repente, o homem que tinha fingido ser Moriarty estava justamente no Diógenes? E carregando Molly e a senhora Hudson junto? Que loucura é essa? ”

Os dois Holmes se encararam, e era claro que Sherlock estava a cada momento mais enfurecido, enquanto Mycroft frisava a boca em uma linha fina, fazendo com que os lábios quase desaparecessem em uma expressão sombria.

“Boa questão John, por que Mycroft, Molly está aqui quando eu confiava na sua capacidade de manter um ‘segredo’ fosse alto o bastante para seu cargo no MI6?” Sherlock inquiriu com os dentes cerrados.

Mycroft levantou o queixo, “Esse ‘segredo’ Sherlock, você muito bem sabia que ele tem um tempo limite a ser expirado, eu não poderia resguardá-lo para sempre”

“Guarda-lo? ” O detetive avançou perigosamente no espaço pequeno, mas o irmão mais velho não se moveu um centímetro do lugar, “você guarda o arquivo sobre ‘o segredo’, na sua mania psicótica de controle sobre a minha vida, e de repente ele vaza afim de usarem isso para me chantagear pelo que acontece no inferno desse governo? ” Explodiu apontando o pendrive na mão.

John o encarou atordoado, “Segredo? Mas o que estão falando? ” Questionou para os dois, “Pelo que você havia me contado Sherlock, Dimitri queria apenas usar o falso retorno de Moriarty afim de desviar a atenção para um escândalo de lavagem de dinheiro do governo, o que isso tem a ver com Molly ou com você? ”

“Doutor Watson, imagino que o senhor, mais do que ninguém, lembra que Magnussem era detentor de muitas informações privilegiadas, e usava disso para chantagear os altos escalões do governo em troca de favores e vantagens ilícitas” Mycroft começou a explicar após um pesado suspiro, “felizmente, meu querido irmão, decidiu por um fim por si mesmo a tal situação, como verdadeiramente um homem das cavernas faria, livrando a todos nós de mais um homem mal” seu tom era sarcástico e dirigido claramente a Sherlock, que lhe deu as costas e cruzou os braços em aborrecimento, “no entanto, por mais nobre que esse ato tenha sido, deixou algumas pessoas incomodadas o bastante para pensarem que, agora, Sherlock possui as informações que antes eram de Magnussem” ele concluiu para o médico.

“Mas isso é loucura, Magnussem não tinha guardado informações em lugar algum, tudo estava na sua mente, não há como Sherlock ter isso” ele argumentou de volta.

“Não, claro que não, bom doutor. Mas algumas pessoas não sabem disso” e ele olhou para o homem ainda no chão, “Dimitri queria trazer Sherlock até aqui para que ele pudesse trocar o ‘segredo’ da doutora Hooper pelos seus próprios de corrupção ou quaisquer provas criminosas tidas contra ele”

“Mas o que há nesse pendrive afinal de contas? Que segredo é esse? ” John perguntou após um momento.

Mycroft deu-lhe um breve sorriso, frio e que não chegava aos olhos, “Caro doutor, esse pendrive contém um arquivo, e esse arquivo muito importante é capaz de abalar a estrutura do nosso pequeno e feliz mundo” ele disse, “capaz mesmo de mudar toda a estrutura da ordem que conhecemos” finalizou, e era como se o relógio houvesse parado no tempo e o escritório esfriasse de repente, trazendo um arrepio de antecipação sobre os presentes.

“A pergunta é, como o ‘segredo’ foi parar em um pendrive? A mercê de qualquer pessoa? ” Sherlock cuspiu a pergunta, retornando para o irmão, “como pode ele está à disposição numa sala do seu clubinho de meninos para qualquer pessoa? ” Questionou rangendo os dentes.

O homem de gelo ficou visualmente perturbado, as mãos tremeram nos lados do corpo, “Esse Sherlock, é um ‘segredo’ que afeta a todos nós, e eu não estou disposto a deixar isso por fora” respondeu cauteloso ao irmão.

“Não! Por causa dessa sua obsessão em controlar tudo, você deixou vazar isso nas mãos desse homem e olha onde viemos parar? ” Ele o fitou com raiva.

“Oh, então como acha que iria se resolver isso sem minha interferência?” Mycroft desafiou tomando o minúsculo dispositivo em suas mãos.

“Basta!” John interrompeu, “do que diabos vocês estão falando? O que é esse segredo? Me fale agora Sherlock!”

O detetive encarou John apenas por um instante, “isso não cabe a mim falar John” e então ele se voltou para Molly, ainda sentada desajeitadamente na cadeira, o rosto completamente perdido, “esse é o ‘segredo’ de Molly Hooper” finalizou, seus olhos islandeses brilhando de uma forma desafiadora, como se a espera dela para reagir.

“Do que se trata isso? ” Senhora Hudson perguntou ainda segurando seus ombros, “Querida, isso é seu? ”

Os dois outros homens também se voltaram para ela e nunca, em toda a sua vida, Molly se viu em uma situação tão constrangedora, absurda e confusa como aquela.

Ela não sabia o que fazer, falar, ou mesmo olhar, aquela conversa àquela altura tinha sido perdida em seu choque, e mesmo que tentasse desviar o olhar do detetive, da senhoria dele, do governo britânico e do médico, ainda havia três homens inconscientes no chão, sendo um deles baleado.

“eu... eu” ela balbuciou perdida.

E então:

Brimmm..... brimmmmm......brimmmm......

“É o seu telefone Watson” Sherlock anunciou para o amigo.

“Sua esposa está entrando em trabalho de parto doutor” Mycroft também falou.

“Oh meu Deus, John!” Senhora Hudson exclamou alarmada.

John jurou em silencio e resgatou o seu celular de dentro do casaco, mas Mycroft não tinha terminado:

“Mas não se preocupe, as contrações apenas começaram” ele continuou friamente.

“Como- como você sabe disso?” Perguntou, “não, apenas esqueça....” Disse com raiva enquanto atendia a chamada.

“Oi querida.... Não. Quer dizer sim...... qual o intervalo?” ele falou numa voz urgente, “tudo bem, estou correndo para aí..... o quê? Você já está a caminho do hospital? Greg foi buscar você?.... Mas por que diabos Greg..... tudo bem- tudo bem amor, desculpe, eu sinto muito, eu sinto muito.... estou a caminho então.... ok, beijos” ele desligou num estalo e respirou fundo, “eu tenho que ir, Mary, ela está....” e aqui ele teve que respirar mais uma vez, “Mary está a caminho do hospital e minha filha irá nascer” ele disse atordoado.

“Bom, diante destes fatos eu sugiro que você tome um dos carros do MI6 que estão chegando nesse exato momento ao prédio para terminar este serviço e naturalmente vá até sua esposa, doutor” Mycroft sugeriu.

Por um momento, Molly pensou que John recusaria, disposto a acabar com o assunto ali, no entanto, após exalar e sacudir a cabeça como se a espantar uma mosca persistente, ele disse: “certo, mas isso não acabou aqui! ” Avisou antes de sair correndo, “Eu exijo explicações”

“Eu irei com você John!” Senhora Hudson anunciou, “meninos, por favor, se comportem” ela disse para os irmãos Holmes e então, apenas para o detetive “e você Sherlock, trate de levar Molly para casa, a faça tomar um copo de leite, pois ela parece um fantasma nesse estado. Pobrezinha, seu susto foi muito grande, apesar de eu avisar que você apareceria" finalizou dando um beijinho na face esquerda dela.

E eles foram enquanto os agentes de terno preto retiravam os corpos silenciosamente do lugar, um momento se passou e então, Molly estava a sós com Sherlock e Mycroft Holmes.

“Assim, vendo que minha parte por aqui está concluída, eu fico feliz em vos deixar conversando, afinal, imagino que algo deva ser discutido” ele disse, “mas antes” Mycroft foi até ela e depositou o pendrive em suas mãos, “como bem disse meu irmão, o ‘segredo’ é seu doutora” e Molly viu seu olhar caindo diretamente em seu abdômen antes de fita-la olho a olho.

Com um aceno para seu irmão, Mycroft Holmes deixou a sala e ela e Sherlock estavam a sós.

Ela engoliu em seco e, de repente, seu coração acelerou, encarando as próprias mãos e sentindo o olhar do detetive sobre ela.

“Por mais que eu odeie admitir esse fato” Sherlock começou a pós um momento, “meu irmão tem razão nesse caso...” falou em um estranho tom baixo, o que a obrigou a encará-lo. E lá estava ele: um pouco desalinhado, as mãos atrás das costas, mais pálido do que o normal, mais ainda com olhos afiados em sua direção.

“Molly Hooper, precisamos conversar”.


Notas Finais


Oh deus, eu me sinto tão abalada com essa 4ª temporada! Por que? Por que fizeram o que fizeram?
Só digo que, a partir de agora, eu irei ignorar em minhas fanfics os acontecimentos dos últimos episódios da série. Assim, deixo mais uma atualização, espero que gostem!
Obrigada pela companhia e, por favor, deixem suas opiniões sobre o capítulo. Abraços e até mais O/


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