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História O segredo de Molly Hooper - Seis


Escrita por: JaneDi

Notas do Autor


Oh Sherlock, sempre tão inábil....
E por favor, escondam os objetos perigosos, pesados, cortantes do 221b!

Capítulo 6 - Seis


Molly engoliu em seco e se recusou a olhar no rosto de Sherlock, por que francamente, havia lugar mais horrível para ter essa conversa?

“Eu- eu preciso ir para casa” ela se ouviu dizer e congratulou-se por que sua voz saiu muito mais estável do que realmente sentia.

Notou o detetive hesitar, “certamente” ele concordou e a direcionou para o exterior do prédio, que a essa altura, já estava cheio desses homens de preto e carros escuros, para o que ela sabia seria abafar todas as coisas que aconteceram durante a madrugada. As provas, os capangas desse homem, a sala destruída, os corpos, as vítimas. Se perguntou em um último momento se algo disso iria sair no jornal da manhã. Provavelmente não.

Foi só então que ela se deu conta do risco que tinha corrido e não apenas, mas da loucura e absurdo da situação. Ela ainda segurava o pendrive nas mãos e a forma com que ela foi ameaçada por isso... pelo seu filho. Deus do céu, no que ela havia se metido?

Seguiram de maneira silenciosa todo o caminho de volta e o apartamento estava estranhamente da mesma forma que haviam deixado um par de horas antes: as luzes permaneciam ligadas, o aparelho de chá ainda estava sobre a mesinha no centro da sala e foram saudados por Toby, que saiu miando de cima da poltrona de Sherlock na direção deles.

“Você sabia? ” Foi a primeira coisa que perguntou, por que aquilo era o que a estava incomodando no momento, pois precisava entender e ter certeza sobre a questão para pôr em ordens as coisas em sua própria cabeça.

Sherlock pareceu bufar, algo muito impróprio para ele.

“Molly” ele disse naquele tom que indicava que estava dizendo o obvio e então a outra pessoa era apenas estupida por não ver o mesmo que ele, “eu sou um detetive, e não sou modesto quanto a isso: sou o melhor no que faço! ” Declarou, “então é claro que eu sabia! ”

!?

Foi o tom, ela certamente sabia, o tom pomposo que ele usava quando queria dizer que era a pessoa mais inteligente no ambiente que a fez o corpo contrair-se involuntariamente em uma onda de mal estar. O seu plano original, assim que chegaram ao 221b, era subir as escadas para seu quarto e chorar e lamentar sua existência como ela fazia, comendo alguma porção de chocolate ao som de Adele. Mas não agora, por que esse tom de Sherlock estourou algo dentro dela, como uma fagulha que causa a combustão.

“Oh, você sabia? ” Repetiu sentindo as palavras morderam em sua boca, “você- você sabia e então esses dois meses não disse nada?!” Ela percebia sua voz ficando mais fina e mais histérica, mas não se importava mais, por que tinha que esclarecer algumas coisas com ele, “e mesmo assim não-não fez nada? Enquanto eu fiquei tentando esconder isso por que eu imaginei que no fim, você não se importaria e deus... eu estava certa! ” Concluiu abismada quando as peças se encaixaram em sua cabeça.

 

Sherlock realmente não se importava.

A noite que tiveram fora insignificante para ele, como ela tinha desconfiado.

“Não Molly, não foi por isso que eu não disse nada” ele se apressou em dizer.

“Então o que foi? Foi divertido me fazer de boba, enquanto você deduzia meu estado apenas no que? Olhando como eu andava e indicava que eu estava grávida de um filho seu? ”

“Claro que não foi pelo seu jeito de andar Molly” ele respondeu com raiva, “não seja obtusa, foi como seu cabelo cresceu 5,5 centímetros nesse meio tempo, estudos afirmam que mulheres grávidas possuem uma taxa maior de crescimento capilar devido aos hormônios provocados pela gravidez. Foi assim que deduzi seu estado. ” Ele concluiu.

Molly só pode piscar em surpresa. Sentindo uma vontade imensa de chorar e ao mesmo tempo jogar uma coisa bastante pesada em Sherlock. De preferência, Billy, o crânio que os encarava de cima da lareira.

“Mas, eu não disse nada Molly” ele continuou de maneira mais leve, se aproximando um passo dela, “por que a forma com que você estava tentando esconder o segredo de mim, foi bastante útil diante do fato que alguém estava tentando atrair minha atenção usando Moriarty como tal, foi a forma que encontrei para proteger você”

“Mas ele veio até mim e a Sra. Hudson” Ela balançou a cabeça ainda sem entender, “Não foi uma ideia tão boa assim”.

Sherlock exalou e então olhou para o chão, sua decepção quase palpável, ela se sente mal e seu primeiro instinto era apenas correr em sua direção, mas a amargura que sentia no momento superou seus instintos protetores em relação ao detetive.

“Não, não foi” continuou andando pelo espaço, “eu havia confiado que Mycroft teria agentes mais qualificados para lidar com a situação. Ledo engano o meu. Mycroft tem bastante culpa nisso, e eu certamente o lembrarei mais tarde” ele concluiu como para si mesmo.

Aquilo não era o suficiente, “Então, por conta disso, me fazer guardar segredo de algo que você já sabia, porém não me disse nada foi a melhor saída? Onde eu estava sob o mesmo teto que você e... e você nunca deu nenhum sinal de reconhecimento!” e sua voz se elevava mais e mais.

“Não! ” Ele se voltou para ela de maneira afiada, “a opção de manter o 'segredo' em segredo, foi sua, desde o início, eu apenas respeitei e, posteriormente me aproveitei do fato! ”

Oh, o crânio não seria suficiente, a cabeça de boi pendurada na parede seria melhor, era mais pesada, mais fatal!

Ou o canivete, não, melhor, há um arpão pendurado na cozinha, ela poderia usá-lo contra ele, atravessando seu corpo bonito e o rasgando no meio deixando suas vísceras expostas!!!

“Você- você está me culpando? ” E ela não podia acreditar no que ouvia, “eu procurei por você Sherlock... eu liguei, eu ainda vim até aqui e não o encontrei! ”

Ele se recostou contra a parede, de repente parecendo menor, como se atingido por algo, ela viu seu pomo de adão subir e descer enquanto pesava suas próximas palavras.

“De fato, eu não podia ser encontrado” falou de maneira mais calma, mais ainda sem encará-la. “A verdade Molly é que eu estava preso, segurança máxima e toda a coisa” ele lamentou.

“Preso?!”

Ele respirou fundo, “Sim, na verdade a pena foi de expulsão da Inglaterra e dos demais países que compõe a Coroa britânica, você não viu isso nos jornais, porém deve se lembrar que Carlos Augusto Magnussem foi recentemente assassinado....” e aqui sua voz falhou, “eu o matei...”.

O silencio que se seguiu foi grave e cortante, ela se sentia doente. “Espere um momento, você disse que estava indo embora? O quê? ”

“Na verdade ir embora é apenas amenizar a situação, eu estava indo cumprir uma espécie de pena de morte no leste europeu”

Molly sabia que seu rosto não era muito bonito no momento, sua boca se escancarou e ela ficou um momento sem fala.

“Você estava indo morrer? ” Ela perguntou para ter certeza absoluta que havia entendido.

“Sim, resumindo: eu matei um homem na frente de talvez trinta agentes do MI6 e de meu próprio irmão, bem como John Watson e por isso fui condenado a uma missão suicida, cortesia dos asseclas de Mycroft”.

Ela tinha que processar a informação e então ficou apenas ali o encarado. Aquilo o deve ter assustado, já que Sherlock se apressou em colocar.

“Molly, entenda: Magnussem era um homem extremamente perigoso, um tubarão, que estava se valendo das informações privadas para chantagear pessoas, ele estava pondo em risco a segurança de Mary e...”

“Você ia morrer? ” Ela o interrompeu novamente.

Sherlock frisou os lábios e acenou lentamente, “numa escala de 1 a 10, eu direi que as chances eram de 9... 9,5 para minha morte” ele considerou.

Aquilo deu um nó em sua cabeça.

“Sherlock-espera-  você.... Você ia morrer e eu não.... Quer dizer, você não me contou nada? ” Ela gritou para ele, “eu pensei que fossemos amigos! Que todas as vezes que você fosse morrer, você iria me contar, eu imaginei que você poderia contar comigo e....” ela estava realmente chocada, indignada e o pior: traída. Sherlock não iria simplesmente embora, ele estava indo para sua morte e ela nem ao menos saberia.... Céus, o quão pouco ele pensava dela?

E toda aquela conversa de anos atrás, quando ele se jogou do telhado do hospital? Em que ela era ‘importante’ e que ela ‘contava’, onde estava isso agora?

Sherlock pareceu entender seu ponto, “Eu sinto muito por isso Molly” ele disse, “Mas eu iria contar para você, de fato, naquela noite quando fui ao seu apartamento eu fui para me desculpar, mas você parecia muito relutante em entender meus planos”

Ela sentiu o corpo todo se eriçar, tal qual Toby ficava quando via Sherlock com um bico de Bunsen nas mãos, “você está dizendo que a culpa é minha? ” Ela gritou para ele, “que você não ia me dizer por que eu estava preocupada com o fato de você ter enganado uma mulher, ter usado drogas considerando seu histórico de dependência química? ”

“Não foi isso que quis dizer” ele rebateu, “você estava muito emocional e não conseguia ouvir o que estava dizendo então…” E aqui ele pareceu nervoso, “entenda que eu não tinha planejado o sexo, não fazia parte dos meus planos o que aconteceu em seguida, apenas não pareceu me justo dizer “Oh Molly acabamos de ter relações sexuais, mas eu esqueci de dizer que amanhã irei matar um homem e muito provavelmente irei ser expulso do país, está tudo bem para você?!” Ele disse numa voz afetada.

Oh deus, aquilo estava ficando cada vez pior e pior.

Ela fechou os olhos e pôs a mão na testa.

“Então, quando eu retornei eu vi imediatamente que estava grávida e então logo depois essa ameaça surgiu e o fato de você manter segredo de todos realmente foi útil a ocasião” ele concluiu e então parou, como se esperando sua reação.

Ela fechou os olhos com força, tentando compelir sua mente a sair do estado catatônico que se encontrava.

“Molly, você... você está bem? ” Sherlock perguntou de repente, agora preocupado com seu silêncio.

“Sim, eu estou bem” ela disse entredentes.

“É melhor irmos ao médico, considerando que você não consultou nenhum desde que soube que estava grávida, o momento é oportuno. Vou ligar para Stamford....”

“Eu disse que estou bem! ” Ela gritou para ele o fazendo recuar um passo, “eu estou bem Sherlock, a única coisa que eu preciso nesse momento é tentar esquecer essa noite e dormir e você está me acusando de não visitar um médico, deixe-me lembra-lo: eu sou uma médica! ”

“Você é uma patologista Molly, uma médica dos mortos”

Argh!

“Sem contar que o stress do dia de hoje pode ter afetado alguma coisa com...”

“Sherlock” ela o interrompeu as duas mãos para cima, o rosto em fúria, “eu passei esse primeiro mês muito bem, obrigada e como eu não pude contar com você, eu consegui me virar sozinha eu sei o que estou fazendo! Eu não preciso que você venha com sua culpa agora...”

“Minha culpa? ” Ele perguntou ofendido, “não trata-se de culpa Molly Hooper, você me acusou de não ligar para o segredo, quando eu estava à espera de você me contar por quer constantemente eu escuto as pessoas me dizendo: oh Sherlock não deduza as pessoas, não fale o segredo, isso é improprio e blá, blá, blá....” Ele zombou, “eu estou tentando fazer algo aqui!”

Ela sentiu lágrimas picando por detrás dos olhos, oh aquele homem idiota, não entendia nada, nada!

 “Na verdade, esse período todo em que mantive esse segredo obviamente não sabendo que você já sabia de tudo” ela destacou, “me serviu para planejar tudo por conta própria e é isso que irei fazer”

“Oh por que sim, Molly, ir para a Austrália e começar tudo por contar, sozinha, sem família, num país estrangeiro e, oh, gestante realmente parece ser uma ótima ideia” ele cuspiu de volta.

Já não era surpresa para ela ele também saber disso!

“Bom, eu realmente não tinha muitas opções, não é verdade?! Por que imaginei que você nunca iria ligar novamente para o que acontece comigo! ”

Aquilo pareceu abalar sua postura estoica.

“Eu expliquei para você que as circunstancias eram mais importantes Molly”

Ela respirou fundo, uma e duas vezes e abriu os olhos para Sherlock, como se vendo-o pela primeira vez naquela noite. Ele parecia um posso de energia e tão lindo, como um modelo saído de uma passarela da Armani, mesmo com o lábio cortado e o cabelo desgrenhado.  Mas ela mesma se sentia esgotada, não, não era o bebê, seu sentido dizia que ele estava bem, guardado dentro dela ele estava salvo. O pior era ver que Sherlock não enxergava o catalisador daquela situação.

Mais uma vez apenas o silêncio preencheu o ambiente, ele pausou em seu ritmo de andar para dá-lhe um olhar de desculpas, “sinto muito Molly, isso só é novo para mim” ele considerou cabisbaixo, “eu não deveria... digo, você está bem, sente-se eu irei preparar algo e...”

“Eu só preciso descansar Sherlock” interrompeu antes que ele continuasse e então se virou subindo os lances das escadas. Ele não questionou ou tentar argumentar mais alguma coisa, já que ele não a seguiu. Bom, era exatamente o que ela precisava no momento.

Relutantemente Molly ainda desceu para tomar um banho, felizmente, Sherlock também já havia se recolhido. Mas mesmo depois o sono não veio e por um bom tempo ela apenas se virou de um lado para o outro na cama, à espera do descanso, porém seu cérebro apenas ficava repassando os fatos:

Sherlock iria morrer....

Ele não contou para ela....

Ele já sabia...sempre soube que ela estava grávida….

E o que ele fez quanto a isso? Oh, deixou ela às cegas pensando que estava sendo muito melhor que ele em esconder as coisas.

Boba Molly, sempre tão boba.

.....

Mesmo com essas ruminações, em algum ponto conseguiu dormir e quando despertou o sol já brilhava alto em um raro dia ensolarado em Londres, o que não fez muito para levantar seu estado de espírito. Com muito pesar levantou-se, mais considerando a forma com que tinha deixado a conversa com Sherlock, ela não sabia o que encontrar ao descer as escadas. No entanto, como ela estava percebendo, a sorte não estava a seu favor: Sherlock já estava de pé, junto a janela, digitando alguma coisa em seu celular.

Molly hesitou no topo da escada, havia duas opções a seguir: a primeira e a mais fácil era dá meia volta e se fechar no quarto, tal qual fazia quando era criança e sabia que seu pai iria brigar com ela por alguma coisa. A outra era descer e enfrentar a situação, como uma mulher adulta faria.

Bem, ela era uma mulher crescida, financeiramente estável e não devia nada a ninguém e então....

...correu de volta para o quarto, se jogou debaixo das cobertas e ficou na posição fetal, o rosto por debaixo do travesseiro, considerando o quê, o que faria dali em diante, sabendo que logo ali no anda debaixo, Sherlock estaria a esperando, pronto para mais uma disputa verbal, um jogo de palavras sobre quem está certo ou quem está errado.

Mas ela precisava se lembrar que, acima de tudo, dela mesma e de qualquer outra coisa (Sherlock) havia o bebê, seu filho! A coisa mais importante a ser pensada. Ela se virou de costas e pôs as mãos sobre o estomago macio fazendo as considerações que devia e um forte sentimento a envolveu e ela apertou suas mãos em volta de si. Como era possível? Já amava a pequena criança que crescia dentro de si, com todas as suas forças, e era por ele que teria que fazer as coisas dali por diante, pelo seu filho.

Ela parou, suas mãos voando até seu rosto e apertando o horror, o bebê! Oh Deus, ela tinha esquecido do bebê de John e Mary, o que seria gora? Ela quis bater em sua testa, Mary já teria dado a luz? Eles estariam bem? Com um suspiro resignado, ela finalmente desceu, uma hora ela teria que enfrentar o mundo.

 Apertou as faixas do roupão sobre sua cintura e seguiu direto para a cozinha, passando por Sherlock que continuava na mesma posição, “alguma notícia de...”

“Nasceu às 5:45. 3kg e 35 cm. John disse que se parece com Mary, felizmente eu disse em reposta” Sherlock respondeu prontamente e então se voltou para ela, tinha acabado de ter seu banho, ela notou, seu cabelo ainda estava molhado, porém ele parecia mais suave que o dia anterior, estava ainda de pijamas e roupão azul, o que foi muito melhor do que vê-lo em seu terno, como se pronto para uma briga.

“Hum.... Certo. Isso, isso é bom” acenou fracamente, colocando uma mexa de cabelo inexistente atrás da orelha, sem saber o que fazer agora que estava em frente ao detetive.

Sherlock também não parecia a vontade, como se procurando o que fazer ou dizer exatamente, o que a deixava mais nervosa ainda, ela respirou fundo e decidiu ir direto ao ponto:

“Eu vou para casa” anunciou para ele, ganhando sua total atenção, “eu- eu acho que como tudo isso acabou, creio ser melhor se eu voltar para meu próprio apartamento” balbuciou olhando para as próprias mãos.

“Você não precisa” ele lamentou, “eu entendo que ontem foi uma provação, mas Molly” ele respirou antes de falar, “não será assim, eu digo que minha única intenção era a de mantê-la em segurança. Eu sinceramente, sinto muito. ”

Molly apenas pressiona o interior da boca, ela pode ver que Sherlock está ferido, sobretudo pela noite anterior e o desastre do plano que ele e Mycroft formularam, mas ela odeia isso. Odeia o zumbido em torno de sua mente lembrando que antes de tudo, ele iria embora, iria morrer!

Isso a machucou profundamente.

 “Ainda assim eu irei para meu apartamento Sherlock” ela disse, “e não é por que eu não me sinta segura aqui, é somente que eu... eu preciso pensar e ficar um pouco sozinha...” confessou, rezando para que ele não argumentasse de volta.

Ele pareceu avalia-la daquela forma que fazia quando analisava um cliente, o olhar que dava antes de soltar suas séries de deduções.

Ela esperou pacientemente para o quer que ele dissesse, mas bem, foi uma surpresa quando Sherlock apenas acenou fracamente, as mãos atrás das costas. E depois, ainda sem adicionar nenhum comentário, virou as costas em direção a cozinha e começou a encher a chaleira, “ Eu respeito sua decisão” comentou ainda sem se voltar.

Ela suspirou aliviada, sem argumentos, isso era bom.

“eu só não sei lidar com isso Molly, é novo para mim” ele tinha pausado o bule em cima da mesa e olhava para as xícaras, mas sem realmente vê-las, até que ele levantou seus olhos até ela.

E como sempre, Molly podia ver muito bem: havia essa fachada de gênio, detetive, sociopata que o vestiam como se uma armadura, fazia com que as pessoas se sentissem intimidadas, amedrontadas diante dele. Mas além disso, ou melhor, por detrás disso, havia esse homem tão ingênuo que parecia descobrir o mundo com olhos ainda de criança....

Oh Sherlock....seu coração palpitou, desarmado, não haveria mais argumentos àquela manhã...

“Isso é novo para mim também Sherlock” o respondeu calmamente, garantindo que ele visse a sinceridade em seus olhos, “é por isso que precisamos de algum espaço para digerirmos essa notícia e possamos tomar as decisões corretas” falou e pode ver que ele entendia, ou assim parecia enquanto ele continuava a servir o chá.

Um barulho pequeno soou embaixo e ela saltou, assustada.

“É a Sra. Hudson” Sherlock se apressou em responder, “ela voltou assim que você subiu, ela está preparando o café, antes de ir, por favor, se alimente”. Ele pediu gentilmente.

Molly concordou, disposta a ser menos emocional e mais fria com o que estava acontecendo, ela acenou e então encaminhou-se para o sofá e se sentou, Toby no seu encalço, tentando manter uma postura calma e serena.

E não teve que esperar muito, momentos depois, Sra. Hudson subia as escadas com seu habitual café da manhã, queixando-se dos seus quadris.

Sherlock foi o primeiro a perceber. Ele franziu a testa com a entrada da mulher e quando ela tagarelava sobre a filhinha dos Watson, o ar enchia com o aroma do chá de gengibre e, para o deleite de Molly, bolo de aveia!

Mas foi a boa mulher que primeiro notou.

“Sherlock, você está bem? ” Questionou logo após os atualizar a respeito do novo bebê “você está tão pálido querido”

Segurando uma fatia de bolo, ela também se voltou para o detetive, a tempo de o ver correndo com a mão sobre a boca em direção ao banheiro.

As duas mulheres se entreolharam rapidamente e correram atrás de Sherlock no momento em que o viam ajoelhado vomitando dentro do vaso.

“Sra. Hudson” ele disse após levantar, o rosto pálido, os olhos vermelhos e meio verde, “por favor, leve embora esse cheiro! ” E voltou a vomitar.

 


Notas Finais


Atualização O/////
Um capítulo um pouco, meio, bastante emocional, mas Molly está grávida e Sherlock, bem ele é Sherlock isso já diz muita coisa.
Mas falando no diabo, digo, detetive... Eu estou ainda mais abalada do que no último capítulo por quer (ALERTA DE SPOILER)


MEU SHIP VIROU CANON!!!!!!!!!!!!!!!! sim, em caps lock mesmo!
Ah tudo está mais lindo, os pássaros cantam mais alto, o verde está mais verde e as flores desabrocharam mais cedo, sim, pois sherlock disse as três palavras mágicas e me pegou de surpresa, por mais que eu especulasse e teorizasse, para mim, ele nunca admitiria nada, não para Molly!
E então, há aquela cena linda do caixão (onde meu coração foi rasgado em tiras finas) e o final mais lindo ainda onde Molly entra toda sorridente no 221b.... foi mais do que eu queria, mais do que eu imaginava <3
E faz todo sentido agora que penso sobre isso, a série toda focada em Sherlock e sua luta contra os sentimentos, quando na verdade ele ama a pessoa mais insignificante de todas....
Ah meu deus, estou divagando aqui... sinto muito.... só estou tentando me recuperar disso tudo...


Assim, espero que tenham gostado do capítulo (que ainda continua a ser UA), e por favor, deixem suas opiniões, é sempre a melhor parte <3
Obrigada por acompanharem e pela paciência!
Beijos e abraços ;)
(ah... e o que será que Sherlock tem???????)


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