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História O Segredo Nas Sombras - Adaptação


Escrita por: Liilyca

Notas do Autor


OIIIIN!
voltei pq sou dessas que ama mto as reações de vocês e quer postar logo.
aprveitei pokin de tempo que tive hoje ;*

então, bora sofrer? pq neh? é a vida de leitor kkkkk

BOA LEITURA ;)

Capítulo 32 - Adaptação


Fanfic / Fanfiction O Segredo Nas Sombras - Adaptação

POV NICO

 

O mais estranho era a sensação formigante em que me deixava ciente o tempo todo de que havia uma parte da minha memoria faltando.

Era difícil ignora-la e fingir que tudo estava bem, e as vezes eu amaldiçoava Percy e Will por não me deixarem sozinho o suficiente. Com eles eu sentia que tinha que ser quem eles lembravam que eu era, mesmo que parecesse ridículo alguém parecer tão diferente em apenas quatro anos, mas não tive duvidas de que eu havia mudado.

O olhar nos rostos deles, como eram cautelosos ao falarem comigo e de mim, até o jeito como se comportavam quando eu estava perto me deixava claro que eu parecia outra pessoa para eles.

Mesmo assim eu não conseguia afasta-los totalmente, acho que o fundo nem gostaria disso.

Percy era mais descontraído comigo, me fazia rir e discutíamos o tempo todo. Ele nunca me disse como foi o termino com Annabeth e eu tentei ser uma boa pessoa e não ficar perguntando, apesar de admitir que a curiosidade me tomava. De qualquer forma, ele era um amigo próximo e mais fácil de conviver, eu quase não sentia sua cobrança crescer entre nós quando algo o lembrava do que esqueci. O que era totalmente visível com Will.

Eu sabia que não era por maldade, sabia que ele não queria me pressionar, porem as conversas pareciam um pouco difíceis entre nós. Era como se ele esperasse que a qualquer momento eu fosse lembrar seja lá do que tivesse que lembrar e tudo voltasse ao normal. Eu nem sabia qual era o nosso normal.

Não havia duvidas que algo aconteceu entre Will e eu durante esse tempo, uma vez ele me disse que havia voltado a menos de um ano apenas, mas sempre que eu perguntava mais ele desviava o assunto sem responder.

Eu podia entender porque teria acontecido, eram impossível negar a reação calorosa do meu corpo só de olha-lo. Nunca havia sentido meu coração tão disparado desde que ele pegou minha mão pela primeira vez na guerra contra Gaia.

O natal chegou e o acampamento ficou ainda mais frio e vazio. A neve caia lenta em volta da barreira magica e o pinheiro de Thalia estava esbranquiçado com a figura enorme de Peleu ao redor. A tarde caia no dia 24 quando estava no alto da colina me despedindo de Percy, Sally esperava no carro na estrada a baixo.

- você deveria vir. Tyson estará la e aposto que Ella também, Paul a adora. – ele disse como incentivo.

Ri ao imaginar a cena.

- tenho certeza de que sim, Ella é encantadora. Mas eu vou ficar, não quero ficar rodeado de lembranças quando tenho a consciência de que perdi muitas. – confessei.

Percy tocou meu ombro.

- você não perdeu muita coisa Nico, acredite em mim quando digo isso. No máximo os últimos meses. – ele me deu uma piscadela que por algum motivo me fez corar.

- estou com medo de perguntar. – admiti o vendo sorrir malicioso.

Eu desconfiava há algum tempo, via como Will e Percy se tratavam. Era um relacionamento misto entre o amor e o ódio o que me deixava confuso e intrigado.

- então não pergunte menino da morte. – uma buzina ao longe o apressou. – tenho que ir. Me desculpe não ter nenhum presente pra você.

- se você me desse algum presente, eu provavelmente o faria engolir.

Ele riu.

- com certeza faria. – Percy ficou repentinamente nostálgico, ele tocou seu colar de contas em uma que eu não havia reparado, era clara e tinha uma pata de um lado e um olho amarelo do outro. – mas você me deu alguns. – murmurou quase inaudível.

- não resmungue Jackson. Diga. – exigi.

Ele sorriu se recompondo e acenou pra mim.

- até mais Nico, me mande mensagens de íris. – disse já se afastando.

- tão grudento... – ironizei e ele riu sem se importar.

O vi sumir entre as arvores até o carro e o som do motor diminuir até desaparecer.

Abraçai-me pela brisa fria e encarei a neve fina que descia devagar do outro lado da barreira, peguei um floco e o fitei derreter por um momento.

- feliz natal Nico. – murmurei para mim mesmo antes de voltar ao acampamento.

 

Depois do jantar que eu não fiquei muito para apreciar, me sentei na varanda da casa grande e apreciei a vista do acampamento calmo, a fogueira de Héstia brilhando alto e forte, as luzes no refeitório, o zunido do vento batendo na barreira sem chegar a nós, a praia escura ao longe com a luz escondida atrás das nuvens densas e a floresta tão escura que parecia uma mancha na propriedade.

Nunca pensei que aquele lugar me causaria conforto, não depois do que aconteceu com Bianca. Lembrar daquela noite em que fugi dali fez meus pelos arrepiarem.

- atrapalho seu momento de reflexão? – Will disse aparecendo na escada da frente com um olhar contemplador. – posso?

- á vontade. – dei espaço para ele sentar ao meu lado.

- é tranquilo e raro. – comentou ao observar em volta.

- de varias formas, sim.

Senti seu olhar em mim.

- uma dracma por seus pensamentos? – arriscou me fazendo rir.

- estou ofendido por parecer tão barato. Meus pensamentos são caros Solace. – falei sarcástico. Achei que ele ia rir, mas apenas me olhou profundamente. – o que?

Balançou a cabeça e sorriu.

- tem razão, seus pensamentos valem muito. – concordou. Engoli em seco sentindo aquele clima pesar de novo. – mas eu sou um médico em formação e sem estagio, então você poderia me fazer algum desconto.

- falando nisso, porque você não está na faculdade? – perguntei imediatamente percebendo o quanto aquilo soava rude. – quero dizer, porque trancou?

Will pensou antes de responder.

- foi só esse semestre, pretendo voltar no próximo.

Senti como se tivessem jogado água gelada na minha discreta fogueira azul que crepitava quando ele estava perto. Algo dentro de mim estalou  em desespero me fazendo engolir a confusão que me tomou.

- Nico, você está bem? – Will perguntou levantando a mão para tocar minha testa, mas eu a afastei.

- estou bem. – disse mais ríspido do que gostaria, meu corpo lutando contra algo que eu não entendia, meu estomago girava.

- ok. – disse simples, ficando desconfortavelmente quieto.

- desculpe, não quis ser...

- tudo bem.

Fechei a boca por um momento, eu odiava aquele silencio entre nós, era estranho e insuportável, quase como se tirasse meu oxigênio não estar bem com ele.

- então, você vai embora? – minha voz saiu engasgada e eu me xinguei por isso.

Will pareceu surpreso, mas logo disfarçou.

- por um tempo, sim. Acho que vou voltar no verão...

- por quê? – as palavras apenas saíram da minha boca, baixei os olhos.

- porque o que?

- porque vai voltar?

- não sei, gosto daqui, dos meus irmãos... – fiquei quieto e ele parou me encarando intrigado. – do que realmente você está falando Nico?

- nada. – mentira. – tem razão, seus irmãos estão aqui, foi uma pergunta idiota.

Eu não sabia o porque queria tanto que ele me tranquilizasse, que dissesse que voltaria porque eu estava ali. Não sabia porque havia um sentimento tão desesperador dentro de mim ao pensar que ele iria embora.

- Nico, olhe para mim. – pediu gentil, o olhei encontrando seu rosto perto e lindo. – se quer que eu fique, apenas diga que quer que eu fique.

Meu coração gelou, desviei os olhos.

- não seja convencido Solace. – murmurei logo me calando, eu precisava me manter calado ou falaria coisas sem sentido.

- então vá comigo. Hazel deve estar louca de preocupação com você, ela vai amar.

Considerei ao lembrar da minha irmã que eu literalmente não me lembrava qual foi a ultima vez que a vi. Mesmo assim a ideia de sair do acampamento meio sangue me aterrorizada sem motivo.

- eu não sei...

Will colocou sua mão na minha me surpreendendo, seu toque queimou me fazendo encara-lo.

- está tudo bem em ter medo, em não querer arriscar, mas eu te garanto que está tudo bem agora. – disse firme, suas palavras mal faziam sentido pra mim. assenti automaticamente o vendo sorrir de leve. – um semestre comigo em Nova Roma e você não vai querer sair de lá.

- isso soa desafiador. Mas eu já estive muito tempo lá e sei como é.

Will mordeu o lábio e seu olhar esquentou só então me fazendo perecer que ele estava tão perto.

- você nunca esteve la comigo Di Angelo. – destacou de modo que acendeu todos os nervos do meu corpo.

Não pude me desprender de seu olhar escuro e quente.

- talvez eu esteja. – sussurrei.

- eu espero que sim. – devolveu no mesmo tom.

Will se aproximou devagar, seu olhar fixo em mim, sua boca perto da minha me fazendo sentir sua respiração e seu cheiro de morango e doce. Eu quis apenas me inclinar para ele, simples assim. Mas algo me deteve.

Era estranho, muito estranho.

- Will. – disse me afastando em advertência. Ele corou fortemente e desviou os olhos.

Silencio constrangedor que eu sempre tinha que quebrar.

- eu não quis... eu só... não sei. É estranho. – gaguejei.

O vi fechar os olhos, mas ele não me olhou.

- eu sei. Desculpe-me por tentar, estou sendo egoísta. É que é difícil pra mim poder estar perto de você e não estar com você.

Meu coração afundou no peito. Apertei sua mão que ainda estava na minha,

- Will, o que aconteceu com a gente? – ele negou com a cabeça como se me mandasse esquecer. – não consigo me lembrar, mas toda vez que olho para você... algo formiga em minha mente. Seu rosto parece mais familiar do que deveria ser e eu não consigo me lembrar o porque ou como chegamos a isso. – fiz uma pausa perdido na minha sinceridade. – você me evita, mas parece me conhecer melhor do que qualquer um. Isso me assusta. – ele me olhou marejado. – me assusta porque não entendo.

Will processou minhas palavras por um longo momento.

- quando nos conhecemos em meio a guerra eu tive esperanças de te salvar, mas depois foi você quem me salvou. Eu fugi por medo, mas voltei melhor por você. Mas quando voltei você havia mudado também, havia muitas coisas perdidas que tivemos que encontrar juntos e esperança é uma delas. – contou pensativo, tive a sensação de já ter ouvido aquilo antes. Ele respirou fundo antes de me encarar serio. – aconteceu que fizemos sacrifícios demais um pelo outro e aqui estamos.

Apertei minha mão só então me lembrando que ainda segurava a sua, era tão confortável e natural que nem tive vontade de me afastar.

- que tipo de sacrifícios? – perguntei receoso.

Ele mordeu o lábio.

- do tipo que vale a pena.

Sua resposta deixou claro que eu não conseguiria mais nada dele sobre aquilo. Desviei os olhos e ficamos em silencio por mais um momento. Desta vez minha mente vagou ao encarar a fogueira ao longe e foi Will quem falou.

- você vai? – o olhei confuso. – para Nova Roma comigo.

- vou pensar sobre isso. Talvez no fim do verão. – respondi pensando que isso me daria uma desculpa para vê-lo além do verão, depois da faculdade.

Will assentiu.

- tudo bem.

- tudo bem? – me pareceu uma resposta estranha, não combinava com ele.

- é, tudo bem. Isso nos da algum tempo. – disse com o olhar distante.

- algum tempo distante um do outro. – completei me sentindo mal de novo.

- sim. Mas é necessário, acho que você precisa disso.

Eu queria dizer que precisava dele apenas, mas não tive certeza se era verdade.

- não sou a melhor pessoa para dizer o que é necessário agora, mas sinto que... – engoli com dificuldade o nó em minha garganta.

Will apertou minha mão e se virou para me olhar tranquilizador.

- eu sei. – garantiu.

- sabe?

Ele sorriu amargo.

- sinto isso também, essa linha estranha nos separando, enrolada em vários nós. Sei que mesmo que você não se lembre, passou por muita coisa e precisa de um tempo. – suspirou. – por mais que esse tempo inclua deixar você e o Percy juntos por um semestre todo.

Franzi o cenho.

- você e o Percy sabem muito mais do que fingem dizer. – afirmei. – afinal, qual o lance entre vocês?

Puxei minha mão da dele discretamente, me sentindo repentinamente nervoso. Will me olhou estranho.

- não há nenhum lance entre nós. – garantiu como uma careta.

Sorri irônico.

- parece muito com um lance. – comentei.

De repente ele parecia com raiva.

- isso é ridículo.

- porquê? Você não gosta dele? – escondi minha dor ao dizer.

Will me encarou incrédulo.

- está mesmo me perguntando isso? – indignou, apenas o fitei de volta e ele bufou. – deuses isso é demais pra mim. – murmurou.

- ei senhor estresse, não precisa ficar tão zangado. Foi uma pergunta valida. Vocês vivem cochichando pelos cantos. – argumentei na defensiva.

Ele já havia levantado ficando na minha frente.

- depois do que acabei de te dizer? Você é tão ingênuo assim?

Senti a frieza da raiva e do rancor me tomar.

- não, e uma coisa não anula a outra. – ele bufou irritado. – ok Will eu já entendi, esquece isso.

Ele ficou de costas pra mim por tempo suficiente para que eu me irritasse e levantasse para sair.

- Boa noite Will. – murmurei passando por ele em direção ao meu chalé.

- Feliz natal Nico. – o ouvi dizer baixo atrás, mas não me atrevi a olhar.

 


Notas Finais


e a sofrendia ta como? modo hard sim!!


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