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História O Segredo Nas Sombras - Vela


Escrita por: Liilyca

Notas do Autor


Ola amores!
sorry a pequena demora. x_x

booom.... as coisas ja estão tensas não? pois é kkkkk
adoro tudo isso.

obrigada a todos pelos coments <3

Boa Leitura ;)

Capítulo 5 - Vela


Fanfic / Fanfiction O Segredo Nas Sombras - Vela

POV NICO

 

Naquela noite fui mais a fundo na floresta.

Quando achei ser o suficiente logo após passar o bunker 9 fui para sombra de uma árvore alta, arranquei minhas roupas e vi o sol se por enquanto a dor familiar crescia a partir dos meus pés, subindo como se eu estivesse sendo mergulhado aos poucos em uma banheira com água do rio Flegetonte. A diferença do rio de fogo do meu pai era que depois da queimação não havia alívio ou vigor, sobrava apenas a dor latejante e o instinto de uma fera em cuidar do seu território e alimentação.

O que me restava era tentar domá-la, mesmo ela sendo eu.

Quiron deixou disponível da "cozinha" do acampamento para mim, então pedi carne assada e coloquei na mochila para garantir.

 

Duas semanas se passaram. 

As coisas estavam indo melhor do que eu podia imaginar. Hazel já não perguntava mais sobre minhas saídas a noite, porém ainda parecia desconfiada. 

Ela iria voltar para o acampamento Júpiter com Jason, Piper e Leo (que tinha vindo por poucos dias, mas já estava voltando).

Nesse tempo pedi a ele uma casa de cachorro grande, portátil e resistente. Ele fez muitas perguntas e eu disse que queria pegar um cão infernal astuto. Por fim ele fez uma tenda com tecido leve e resistente que eu podia colocar em qualquer lugar (inclusive em cima de uma árvore) e depois ela se encolhia em uma pasta fina de bronze celestial.

Hazel me deu um abraço longo quando estávamos nos despedindo depois do café da manhã.

- se cuide Nico. Estou falando serio, preciso saber que você está bem com - ela hesitou - tudo isso.

Estreitei os olhos para ela, intrigado.

- o que seria "tudo isso" Haz? 

Ela apertou minha mão e olhou para os lados. Atrás dela Piper, Leo e Jason conversavam com Quiron perto de Festus, Arion e um Pégaso mesclado.

- seria... Você sabe... - ela gaguejou.

Todo meu corpo tremeu com a tensão.

- o que? - insisti que ela dissesse.

Hazel engoliu em seco e seus olhos dourados brilharam de forma diferente.

- essa criatura no acampamento, você pensando na faculdade, você e o Will

Engasguei com minha língua.

- o que!?

Ela riu carinhosa e alisou meu braço.

- é nítido Nico. - contou. - muitas coisas sobre você é nítido pra mim.

Apertei de leve sua mão.

- se for para você, então tudo bem. Mas não existe "eu e o Will".

Ela me deu um sorriso travesso.

- ainda. - apontou me fazendo balançar a cabeça com descrença. Neste momento Leo a chamou para ir. - tenho que ir. Vá me visitar.

Beijei sua testa sentindo o quanto eu amava aquela garota, mas ao lado dela havia um buraco em meu coração que eu jamais iria conseguir concertar.

- eu vou. - menti e ela percebeu.

- mentiroso. - me deu um empurrão e depois parou me analisando. Seus olhos marejaram. - ei, você sabe que pode contar comigo sempre, certo? Que eu te amo independente de qualquer coisa?

Neste momento eu soube que ela sabia. Suas palavras saíram tão melancólicas que me atingiram como lâminas.

Amaldiçoei Perséfone mais uma vez por aquele amor não ser o suficiente.

Toquei o rosto de Hazel com carinho pedido mentalmente para que nunca tivesse que me ver durante a noite.

- eu sei, eu te amo também. - confessei com dificuldade, mas eu sabia que ela merecia, por ela essas palavras dolorosas sairiam da minha boca.

Uma lágrima solitária caiu de seu olho esquerdo quando ela me deu um beijo rápido no rosto.

- sinto muito. - disse antes de correr para Arion e partir como um flash.

Fiquei olhando para frente seguindo os borrões no céu quando senti a presença familiar perto.

- você contou para ela? - perguntei sem olhá-lo.

- não precisei. Desconfio que ela sempre soube, mas queria que você contasse. - Quiron respondeu calmamente.

- ela sabe que eu não faria isso.

Ele concordou.

- foi por isso que ela desistiu. Sua irmã sabe que há batalhas que devemos lutar sozinhos e por mais que ela ame você, esse amor não pode te salvar.

Assenti fechando os olhos para o sol alto acima do mar agitado.

- nenhum pode.

- não tenha tanta certeza disso Nico. - Quiron colocou uma mão em meu ombro antes de sair galopando e gritando com campistas enquanto fiquei ali por mais tempo sentindo a brisa fresca.

Quando me virei para ir embora dei de cara com olhos azuis e cabelos loiros sorrindo pra mim.

- você estava tão concentrado. - ele observou provocativo.

- que observador você é Solace. Deseja um prêmio? - ironizei o vendo sorrir mais.

- depende do prêmio. - mordeu o lábio de forma maliciosa o que me fez fechar os punhos e abafar desesperadamente a chama azul crescente em meu ser.

As coisas estavam indo bem com ele também, mas eu não sabia muito bem em que rumo estavam indo. Às vezes ele falava amigável, às vezes deixava frases no ar como essa. 

Eu apenas não me permitia pensar nisso, não podia me dar motivos maiores para sofrer. Já me sentia apegado a ele e logo ele iria embora. Isso era o bastante pra mim. 

- quando você faz essa cara eu fico com medo de perguntar qualquer coisa. - confessei o vendo rir.

Ele me puxou de leve pelo braço para andarmos.

- vem, você pode colher alguns morangos pra mim como prêmio.

- acho que posso deixá-los podres, isso sim.

Ele revirou os olhos.

- tão dramático! Você não vai matar nada se não quiser.

O encarei contendo o deboche.

- um senhor tão observador como você merece dois morangos podres.

Ele riu sem se importar com meu humor maluco.

O que mais me assustava era que com Will era fácil. Fácil esquecer de quem eu era, fácil sorrir, fácil falar e principalmente fácil sentir.

Aquela parte racional em que eu concentrava meu sistema de defesa avançado, sempre me alertava quando eu estava próximo demais da beira do abismo. O mesmo abismo que cai há tantos anos atrás com a morte da Bianca, o mesmo que era mais profundo que o tártaro e que me custou muito a voltar para superfície. Esse mesmo abismo era o que Perséfone esfregou na minha cara para me lembrar de que eu nunca entenderia como é amar tanto alguém e ser amado de volta.

Porque todos aqueles que me amavam acabariam naquele abismo comigo, na escuridão total, no mundo sem cor.

Mas com Will talvez não fosse assim.

Nem pense em considerar isso. - meu subconsciente advertiu me fazendo jogar o pensamento anterior fora.

- satisfeito? - ele perguntou sentando ao meu lado embaixo de uma árvore refrescante. 

Will colocou sua cesta de morango entre nós.

- sim, mas pelo visto você não. - observei.

- o que posso fazer? Eu gosto de morango. - deu nos ombros enquanto enfiava um morango na boca. 

- se você não dissesse eu jamais perceberia. - ironizei e ele me deu um olhar firme antes de ficarmos quietos.

A tarde estava fresca debaixo da sombra, eu sabia que logo teria que ir, mas a brisa me dominou e a sensação me fez fechar os olhos encostando a cabeça na árvore.

Pude sentir o olhar dele sem nem mesmo precisar abrir os olhos.

- você está encarando. - acusei.

Ele demorou pra responder.

- você não sabe. - provocou de perto.

Abri um olho o pegando me observando, seu olhar foi da minha boca para meu queixo e quando ele viu que eu estava olhando corou fortemente.

Não pude deixar de rir, parecia um gatinho que acabou de ser pego fazendo travessura.

- viu? Eu sei. - falei presunçoso voltando a fechar os olhos e apenas sentir a tarde ao redor.

- Nico? - Will chamou depois de um longo momento de silêncio em que eu estava quase dormindo.

- hum? 

- você nunca perguntou o porque eu fui embora depois da guerra.

- achei que era por causa da faculdade. - confessei estranhando aquela conversa. Quando ele ficou quieto perguntei - tem algo mais?

Ele não respondeu, então abri os olhos enrijecendo ao encontrar os dele tão perto. Seu rosto estava a centímetros do meu e ele encarava meus olhos tão fixamente que quase tive medo que pudesse ver minha alma através deles.

Não consegui me mover, nem desviar o olhar, nem respirar, nem nada.

Depois do que pareceu um longo momento ele sorriu de leve e tirou a folha do meu cabelo. Quando se afastou meu coração voltou a bater rapido demais e a chama azul agora era como uma vela que eu tentava desesperadamente apagar sem sucesso.

- o que você perguntou? - Will disse casualmente como se nada tivesse acontecido.

Ainda desnorteado senti meus nervos esquentarem levemente e em choque olhei para o horizonte onde o sol se punha atrás do mar.

Levantei em um salto.

- eu tenho que ir. - murmurei andando rapidamente em direção a floresta.

Ouvi Will gritar por mim, mas não me arrisquei a olhar sabendo que provavelmente meus olhos já estavam mudando de cor.

Será que foi isso que ele viu? Não, não poderia ser porque eu sentiria antes. Então porque ele estava tão perto e me olhando daquela forma?

Uma forma diferente de desespero percorreu meu corpo e eu corri o mais rápido que pude para a ofuscação das árvores antes de me transformar.

 

Na manhã seguinte acordei jogado na mata alta de uma clareira. Uma Driáde com sorriso triste me trouxe minha roupa, eu a agradeci, mas ela apenas se virou e sumiu.

Vesti-me rapidamente ofegando com uma dor aguda na perna direita ao levantar. 

Analisei a situação vendo um profundo corte duplo que ia do joelho a panturrilha. Grunhi percebendo o quanto infeccionado estava pela quantidade de folhas e terra ao redor.

O que é que aconteceu? 

Procurei sinais de uma luta animal ao redor, mas não achei nada além de sangue arrastado. Segui a trilha com os olhos para dentro da floresta, mas não poderia segui-la agora. 

Respirei devagar controlando a ardência e andei alguns passos mancos seguindo o som do rio até chegar nele com esforço e me jogar a sua beira.

Fiquei um momento assim até sentir água cair sobre minha ferida me fazendo gemer alto com a ardência.

- descanse. - a voz feminina e fina soou perto, mas logo se afastou para dentro do rio.

Ofegante e sem conseguir forças pra me mexer, comentei:

- me pergunto por que vocês, espíritos da natureza, me ajudam tanto a sobreviver aqui. Não que eu fosse conseguir morrer, afinal ela deixou bem claro que meu pai não poderia aceitar minha alma enquanto eu fosse amaldiçoado. - sorri com sarcasmo. - velha esperta.

Algo gelado foi pressionado em minha perna o que me fez relaxar e sentir a cura acelerada se desenvolver.

- nós ajudamos porque você é como nós. Um espírito selvagem contido. -  a Naiáde respondeu antes de sumir de novo.

Puxei o ar e dei uma espiada na minha perna, havia uma lona de algas ao redor.

Sorri grato e me permiti ficar jogado nos cascalhos.

- obrigado. - sussurrei antes de apagar.


Notas Finais


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah <3

não sei nem o que dizer desse cap !
amo tanto esses dois!

e o que será que atacou o Nico?
iiiiiiih ;x
Comentem o/

até o proximo ;*


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