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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Simbiose Os insetos devoradores de ossos


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Andarilhos, estamos quase deixando para trás a misteriosa Floresta de Tânatos...

Boa jornada a quem se atreve.

Capítulo 27 - Parte 2 Simbiose Os insetos devoradores de ossos


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Simbiose Os insetos devoradores de ossos

                                               Parte 2 Simbiose – Os insetos devoradores de ossos

Quanto mais tempo transcorria, menos tolerante ficava.

O humor do mago andava insuportável.

Aquele atalho pela Floresta de Tânatos parecia não ter fim, uma espécie de caminho sinuoso, às vezes por demais estreito, entre pequenos labirintos e paredes vivas de espinhos.

Dizia-se que os gazes emitidos pelos pântanos faziam os viajantes confundirem a própria percepção de tempo, até mesmo de espaço.

Mas, Dawn era imune a tudo isso.

Sua percepção de fada era incorruptível mesmo sob o efeito alucinógeno das entranhas da floresta.

E num rompante de impaciência, Etzel quase colocou sua jornada a perder.

Sua relação com Dawn era sempre ácida e pouco gentil e num dado momento simplesmente se recusou a seguir o caminho traçado por ela.

Desviou-se numa curva onde o caminho estava mais claro, placidamente iluminado pela luz daquele dia. Não parecia fazer sentido seguirem pelo caminho mais sombrio, onde o som que vigorava misturado ao vento era o rugido sinistro de uma floresta faminta.

Etzel puxou o cavalo montês pelas rédeas, o animal resistiu por um momento erguendo as patas dianteiras no ar a relinchar e Dawn gritou estridente suspensa do chão, suas asas translúcidas batiam afoitas de raiva.

Aquela parte do caminho parecia mentira de tão belo.

Etzel trocou passos decididos com suas botas pesadas de cano alto com a salamandra Yang encolhida sob uma dobra de sua capa, os cascos inseguros do cavalo de grande porte e longa crina logo atrás.

Pouco a frente deparou-se com uma grande árvore com o tronco coberto de borboletas, eram inúmeras de diversas cores, tamanhos... Nunca tinha visto tantas espécies diferentes reunidas em um só lugar e num espaço geográfico tão limitado.

Não se via um pedaço do tronco daquela árvore.

Por alguma razão estava tomado por uma espécie de fascínio, como se por um momento realmente tivesse esquecido de Shou.

Se aproximando pouco a pouco, sem mesmo sentir as pedrinhas sobre seus pés.

As inúmeras cores e tons surtiam ume espécie de efeito hipnótico.

Compreendeu que estava sob uma espécie de transe somente quando foi bruscamente puxado e seu corpo colidiu ao chão, foi com assombro e um forte estupor que Etzel viu seu cavalo ser puxado por uma língua negra feito chibata que saía por uma abertura no tronco semelhante a uma boca horrenda ao passo que aquelas borboletas valsavam feito uma nuvem pelo ar.

Afastou-se ainda estando no chão e uma nuvem poerenta se erguia a sua volta, arrastando-se num impulso enquanto seu cavalo era devorado vivo por aquela árvore.

Etzel respirava depressa inflando as narinas estarrecido e irritado, até que olhou para cima em meio a confusão e avistou Dawn com seu sorriso matusquela voando por cima de seu corpo, até a sombra dela parecia zombar de sua notável estupidez.

__Ha! Quem é o mago mais burrinho, am?

Dawn deu uma pirueta no ar, cruzando os braços magros petulantes, até suas asas pareciam se rirem.

__Quer calar essa boca?!__ Etzel esbravejou a erguer-se, ambos podiam ouvir a árvore fazer um som sinistro semelhante a matisgação, o tronco se movia cheio a ondular.

E estando prestes a destilar desaforos, Etzel teve sua intenção interrompida pela árvore carnívora cuspindo os ossos do cavalo perto de suas próprias raízes.

Tal como um chamado instantâneo, todas aquelas borboletas antes dispersadas no ar atacaram os restos do cavalo, os ossos limpos de toda carne.

Mais que depressa todas aquelas borboletas cobriram os ossos, movendo-se caóticas umas sobre as outras.

Logo apenas restando um resquício de pó, suavemente soprado das raízes expostas pela brisa daquela floresta mortal.

E pouco a pouco as borboletas vorazes voaram suaves e tornaram a pousar cobrindo o tronco.

 

Dawn, Etzel e Yang que espreitava agora de dentro de um bolso das vestimentas do mago deram as costas para o cenário que mais uma vez se tornava belo e imóvel.

Retornando a parte mais sombria, fria e confusa do atalho através da floresta de Tânatos.

__Mas, você é lento... Hein? É mesmo um cabeça de ork! Caiu direto na armadilha daquela Devorantis Ligno*... Já devia ter percebido que a parte bela da floresta de Tânatos é a mais traiçoeira.

__Fala à sério?__ Etzel revirou o olhar a bufar.__ Não dá pra crer que o caminho mais curto é por essa trilha que parece um pesadelo só de olhar.

__Pode ser uma trilha feia, mas é segura... Ora! Ou prefere encarar aquelas gracinhas de borboletas devoradoras de ossos?

__Se elas me levassem mais rápido até Shou eu bem arriscaria meus ossos.

Etzel resmungou meio que para si mesmo, suspirou tendo um olhar distante.

Dawn espiava o mago de lado enquanto voava por perto, torcendo levemente seu nariz.

__Etzel...

__O que é?__ Ele sibilou.

__Por que encontrar Shou é tão importante para você?

__Que raio... Será que não dá para me mostrar o caminho ficando de boca fechada? Não se intrometa nos assuntos de um mago, fadinha.

__Ficaria triste se descobrisse que ele foi embora?

__Nem brinque com isso! Minha existência de mago perderia o sentido se Shou tivesse abandonado esse mundo espúrio.

Ouviu aquelas palavras ditas com certa raiva e desdém desolador e Dawn parou no ar atingida por certo pensamento.

Etzel se distanciou três ou quatro passos e olhou enfezado na direção de Dawn olhando vagamente ao seu redor.

__Anda logo, magrela!

__Ah... Agora faz sentido.__ Dawn retorquiu sorrindo palidamente para si mesma.__ Aquele anjo... É seu amado.

Etzel que tinha parado de lado naquele atalho obscurecido, limitou-se a encarar calado a fada que levitava entre os cipós pendurados nos galhos bifurcados.

E foi dentro desse silêncio que prosseguiram, Dawn tornou a tomar a frente deixando um rastro sutil de magia no ar.

"Não falta muito agora... Logo avistaremos a subida para o Tabernáculo de Antares."__ Antes mesmo de tornar-se visível, Dawn já podia vislumbrar o final da floresta de Tânatos.

Outra parte da jornada estava prestes a se iniciar.

 

 

 


Notas Finais


Nota da autora: Devorantis Ligno são como são conhecidas as árvores carnívoras da Floresta de Tânatos, numa tradução livre significa "Árvore devoradora"


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