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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Rastros de Destruição... E quase morte


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Como hoje não estou muito inspirada para escrever estas notas iniciais, desejo a todos uma ótima leitura. :)

(Desculpe, esse calor que está fazendo aqui me mata... Mal consigo raciocinar com decência.)

Capítulo 28 - Parte 2 Rastros de Destruição... E quase morte


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Rastros de Destruição... E quase morte

  

                                           Parte 2  Rastros de Destruição... E quase morte

 

Em sua mente reconheceu o monte onde ficava o Tabernáculo, embora Etzel estivesse apenas cerca de dois dias distante da aldeia onde morara boa parte da sua vida.

Como carregava os olhos antigos de seu avô encrustados em sua face, estava sob a constante sensação de dejà vú. Exceto quando passara com Dawn pelo atalho da floresta de Tânatos, de certo que seu avô nunca estivera naquela parte sombria da floresta.

Podia carregar em seus olhos a herança de vida de seu avô, um vasto mapa de Antuerpéria e outros reinos, mas a verdade é que agora estava vivendo sua própria jornada, desbravando Antuerpéria ao seu modo por motivos que há dias atrás nunca teria imaginado.

__Esse é o lugar.__ Dawn anunciou olhando o monte, a subida ingrime.

Na última vez que estivera próxima ao templo foi voando por cima da floresta com Shou.

__Eu sei.__ Etzel assentiu.__ Daqui eu seguirei sozinho.

__Espera aí... Vai subir a pé? Sem seu cavalo vai ser difícil.

Etzel deixou escapar uma risada curta de escárnio.

__O monte do Tabernáculo acolhe de bom grado qualquer mago de passagem... Tentar encarar essa subida é para tolos. Achou que eu fosse precisar da sua ajuda? Nem pensar.

__Mas, você precisou, não foi?__ Dawn disse mais duramente, era a primeira vez desde muitas horas que seus pés tocavam o chão.__ Não teria sobrevivido se viesse sozinho pelo atalho!

__Ouça, fada... Mesmo que eu precisasse da sua ajuda para subir até aos portões do templo, seria inútil. Não tem como você ultrapassar a barreira mágica que encerra o templo... Tão pouco estar com Zessiel.

Dawn crispou sua face diáfana contrariada, sua boca pequena e rosada entortou a se rebelar.

__Você se diverte com a ideia de que eu não possa estar com meu amado? Cuidado, mago burro.__ Ela advertiu traquinas a destilar fel.__ O seu querido anjo também pode não estar mais nesse mundo.

Etzel lancou-lhe um olhar bravo e contido, estava farto daquela ladainha de fada banida.

Deu as costas para ela e tocou uma rocha marcada com o símbolo do algorab, de pronto um Ouroboros* se acendeu se entrelaçando com a marca.

__E se eu me segurasse a você? Quem sabe feitiço sob o templo se confundisse e permitisse minha entrada!

__Não tem como me convencer! Nem que você fosse uma hydra de cinco cabeças!

__Então...

Sua última tentativa desesperada foi retirar de seu pescoço um cordão feito com esferas de malaquitas e pendurar no braço de Etzel.

__Ao menos entregue isso a Zessiel... Apenas diga que sinto imenso sua falta.

Ainda que a contragosto Etzel fez um movimento quase imperceptível com sua cabeça e antes de pronunciar as palavras que acionavam o encantamento que o levava aos portões no alto do monte ouviu Dawn replicar enquanto se afastava um passo:

__Vou esperar sua volta...

Mas, Etzel não ouviu o restante da sentença da fada, já havia se desmaterializado quando a voz dela completou em velado desespero:

__... Porque aconteceu algo terrível, posso sentir...

                                                                                              ************

De fronte os portões, podia fechar os olhos e em sua mente via exatamente como era o interior do tabernáculo.

No entanto, cruzou a entrada e não encontrou o que esperava.

Uma versão caótica e distorcida do que havia em sua mente foi o que encontrou.

Havia um vórtice escuro no céu, que cobria toda e somente a extensão do Tabernáculo de Antares.

Era estranho que esse vórtice em mórbidos tons não fosse visível do pé daquele monte, tão pouco da saída da Floresta de Tânatos.

Seu interior se revelava mais frio, uma ausência de calor que provocava arrepios involuntários na tez.

A vegetação se encontrava ressequida, a fonte havia secado e havia somente uma pequena poça suja no fundo.

Pelo caminho encontrou uma cítara partida em dois.

Não conseguia imaginar Shou caminhando por um lugarejo tão desolado, destoava de sua luminescência sincera, de sua beleza nívea e celestial.

Chegou a pensar que tivesse sido enganado por Dawn.

Não era possível que aquele maldita fada o tinha feito atravessar uma floresta sombria só para entregar ao Mago Sacerdote Zessiel uma cordão vulgar com esferas de malaquitas!

E tomado de assalto por sua confusão eminente, Etzel passou pelas colunas de sustentação que ainda se erguiam firmes apesar do caos disseminado e encontrou sinais de luta, seu livro que Shou tinha carregado consigo no dia em que fugira de sua morada.

O livro estava jogado no chão, esquecido, aberto numa página qualquer.

O que isso queria dizer? Agora não tinha dúvidas de que Shou pisara naquele Tabernáculo, mas também tornava-se evidente que algo havia dado errado.

Tudo, absolutamente tudo parecia fora de seu devido lugar.

Se agachou e se apoderou de seu livro a deslizá-lo para dentro do alforje que carregava junto ao seu corpo. Apoiado sobre os próprios joelhos, sentindo a calça abraçar com força as articulações da perna, viu um sutil rastro de sangue no chão.

__Yang... Veja o que consegue farejar para mim.

Obedecendo o cochicho de seu mestre, a salamandra desceu através de seu braço e parou por um momento no chão, o vento soprando a favor logo trouxe as impressões que precisava perseguir.

O sangue não estava fresco, também já havia ressecado e Etzel seguiu na direção demarcada pelo rastro carmesim escurecido.

O cordão de Dawn havia escorregado de seu braço e o agarrara com os dedos quentes incrivelmente tensos antes que caísse ao chão.

O verde difuso das malaquitas pareciam reter a débil claridade que ameaçava abandonar o decrépito tabernáculo...

 

 

 

 


Notas Finais


Nota da autora: Ouroboros - símbolo da serpente que morde a própria cauda, representa o que não tem começo nem fim. ( Na alquimia representa "o tempo que está por vir")


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