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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Este suposto amor que asas me deu


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Como tinha uns dias que eu não postava esse conto, esse é o segundo capítulo que posto hoje.

Então, bom proveito. ^^"
Esse não é dos grandes, é mais um capítulo de retorno ao passado...

Capítulo 55 - Parte 2 Este suposto amor que asas me deu


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Este suposto amor que asas me deu

Parte 2  Este suposto amor que asas me deu

 

Foi ainda mais fundo em suas lembranças.

Jang era três anos mais moço, morava na entrada da Aldeia dos Contrários com Bertrand e os filhos adotivos dele, Sae e Kim.

No início, acreditava que conhecer Saejin durante uma caçada fora de sua aldeia tinha sido acaso.

Mas, os reencontros que tiveram não.

Nestes não havia qualquer sinal de acaso, quando parava para pensar, Jang não sabia ao certo quem havia sido o sedutor e o seduzido.

A atração que sentiam era mútua, saíram algumas vezes em caçadas no período do início do outono e antes da chegada do inverno já haviam se tornado amantes.

Até que chegou o dia em que Saejin mostrou a Jang suas asas.

Elas eram magníficas, cinzentas como um pedaço de nuvem vagando na noite, faziam lembrar as asas de um condor.

 Neste mesmo dia, num instante em que tinha Saejin por baixo de seu corpo, deitado na vegetação rasteira coberta pela geada Jang o surpreendeu com um beijo ao passo que prendia um dos pulsos de Saejin contra o chão e acima de sua cabeça.

__Esses seus lábios...__ Saejin riu.__ Não perdem o calor nem mesmo durante o início do inverno.

__Não importa de fato a estação...Quando quero te beijar.

E vislumbrava-lhe demoradamente a face excessivamente bela, o cabelo longo e ondulado espalhado em meio a geada que cobria toda vegetação. Tratando de enrolar devagar e por conseguinte num movimento sutilmente sensual, uma mecha azul escura densa como petróleo em seu indicador.

E Saejin sob o corpo de Jang, atento a este vislumbre.

__Quer me dizer alguma coisa, Jang?

__Quero saber o que sente quando usa suas asas.

__Oh...__ Saejin soltou uma pequena risada, também deslizando seu indicador pelo rosto frio de Jang.__ Se eu tivesse que descrever, diria que me sinto livre.

__Tal como um lince correndo na floresta?

__Você sabe o que é ser livre, Jang... Não conheço niguém mais livre e indômito do que você.

No entanto, Jang esquadrinhou sério as feições de Saejin, notavelmente insatisfeito.

__Estou preso à terra, não posso desbravar o céu como você.

__Talvez, pudesse... Existe um poder nunca desperto em seu ser.

Jang sabia bem do que Saejin estava falando e esse assunto o irritava tanto que apertou colocando uma força desmedida na mão que detinha o pulso do anjo.

O toque brusco que magoava a pele em torno do pulso pareceu não incomodar Saejin, que em verdade sentiu-se ainda mais motivado em provocar a fúria daqueles olhos verdes, da face jovem orgulhosa ladeada pelo cabelo vermelho empalidecido pelo frio.

__Sente prazer em me tirar do sério... Saejin.

__É que seu olhar bravo me excita...

O sussurro de Saejin veio acompanhado de uma mordida provocante no queixo de Jang.

Seus corpos se alinharam sobre a vegetação esbranquiçada, reluzindo ao sol fraco.

Virilha com virilha e Jang retribuiu mordiscando-lhe deliciosamente o lábio.

__Se quiser mesmo voar... Posso dar isso a você.__ Saejin cochichou a um pequeno passo de um beijo alucinante.

__Não zombe de mim... Nunca serei como você.__ A voz macia de Jang sussurrou.

__Acha, meu amor? É uma promessa...

Não, Jang não acreditou. Queria era o beijo, a promessa mais vívida que havia entre os dois.

 

Voltando ao tempo presente, sozinho naquele pequeno cômodo na casa do velho Zinn, percebeu da pior forma o que Saejin pretendia.

Puxou seu colete caído num canto e o colocou em sua boca, mordendo o couro para que não deixasse escapar o grito que se instalava inevitável em sua garganta enquanto a pele de suas costas se rompia sendo empurrada por algo de dentro para fora.

O sangue quente escorria, Jang podia sentir. O grito se debatia para sair.

A pele rompia, algo despontava. Ainda mordendo o próprio colete, respirou fundo e levou no impulso o braço até suas costas, puxou com força o que havia saído e aquilo veio em sua mão.

Desdobrou os dedos convulsos e encarou o que havia na palma trêmula e suada.

Uma pena suja de sangue.

Era o que havia em sua mão.

Uma promessa antiga sendo dolorosamente cumprida.

Quando há muito havia ficado esquecido seu desejo de voar.


Notas Finais


Agradecida por voltarem para ler mais este. :)


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