História O Sequestro - Temp. 1 - Namjoom em Perigo - Um Novo Amigo

Anne e Namjoom deixaram a vovó Judith, na casa da dona Geralda. Que fica a alguns bairros distante de onde moravam. Não deram muitas explicações, porque quanto menos pergunta, melhor. Saíram os dois novamente, a caminho do ponto de ônibus, Namjoom queria saber exatamente para onde estavam indo, mas Anne apenas disse que ele conheceria um antigo amigo dela. Amigo dos tempos em que Anne ainda se sentia normal, o tempo em que ela ainda tinha os pais.

Pegaram o ônibus e a viagem transcorreu sem nenhum problema, viu quando o ônibus subiu uma extensa avenida passando por um grande letreiro escrito OSASCO. Anne deu sinal e ambos desceram, o clima não estava tão frio, mas ainda assim os dois faziam questão de se manterem de blusa e toca, caminharam dentro de um terminal de ônibus, Anne diz que eles terão de pegar outro ônibus, e que logo estariam lá... Mas o problema é que ele não fazia ideia de onde era esse “lá”. Mais um ônibus, ele tentava prestar atenção no caminho, mas seu pensamento estava dividido entre seus amigos e Anne. Era péssima a sua situação, pensou na noite anterior e sentiu seu coração acelerar. Estava gostando dela, mais do que imaginava, olhou para ela, mas Anne estava focada no vidro, percebeu que ela estava inquieta afinal a sua perna balançava, será que era ele o dono dos pensamentos dela?

Chegaram perto das 13:00, Namjoom ainda não sabia que lugar era, mas era estranho, muitas casas ainda por terminarem, crianças correndo na rua, estavam jogando algo e logo percebeu que era futebol. Anne apressou o passo e ele a seguiu, desceram algumas vielas, entraram em outras ruas, viraram a direita e a esquerda, subiram e subiram ruas, já estava cansativo, que raio de lugar era esse?

- Chegamos! Fique aqui eu vou falar com ele.

- OK! – Namjoom segurou o braço dela, fazendo-a ter que encarar ele – Tome cuidado...

- Pode deixar.

Anne caminhou até a porta e chamou...

- Rodrigoooo!!!

Esperou um pouco, estava apreensiva, fazia o que uns dois anos e meio que não falava com ele, talvez ele tenha esquecido dela e não queira ajudá-la agora. Só tinha um jeito de saber, ouviu alguém destrancado a porta, era ele, quase duas da tarde e ele com cara de quem estava dormindo profundamente...

- Anne??

- Oi Rô... Como você está?

-Eu é que te pergunto – Fala abrindo um sorriso, caramba como ela estava linda. – Vem cá e me dá um abraço maninha.

Rodrigo, moreno alto, olhos castanhos, sorriso de garoto arteiro, sempre brincalhão com todos, parecia o mesmo menino de sempre, é... um pouco diferente, ele tinha uma barba leve no rosto, com certeza estava levando as meninas a loucura.

- Eu senti saudades, Rô. Que bom que você está bem.

- Eu também senti sua falta, mas você disse que precisava de um tempo, então eu percebi que você precisava ter esse espaço. Mas... O que traz você aqui e qual é a do japa ali me encarando?? – aponta para Namjoom com a cabeça.

- Ahh ele é meu amigo e é por causa dele que estamos aqui. E ele é coreano, não japonês.

- E isso faz diferença?

- Claro que faz. Mas eu preciso saber se você pode nos ajudar?

- Hum. É você quem está me pedindo Anne, com certeza vou te ajudar.

Anne sorri e se vira para ir falar com Namjoom, ela chega sorrindo e pega ele pela mão o puxando para dentro da casa. Assim que entram tanto Anne quanto Namjoom não conseguem parar de observar a casa, ao que parecia Rodrigo havia dormido na sala, pois o lençol estava jogado no sofá, não tinham muitos moveis, apenas  básico, o sofá , uma estante com a TV, seguindo o corredor tinha uma entrada a direita para o quarto e mais a frente a cozinha, também básica, uma geladeira branca pequena, um fogão com quatro bocas e uma mesa com três cadeiras. Anne e Namjoom voltaram para a sala, Rodrigo voltava do quarto vestindo uma regata amarela com a foto do Bob Marely.

- Então. Qual é a ajuda que você precisa?

- É... Bem.. – Anne faz bico e torce o nariz – É uma longa história, acho melhor você sentar.

Anne conta a história toda ao amigo de infância, ele ouve tudo, mas não consegue ligar aquela história louca nele. Afinal o que ela queria que ele fizesse? Mandasse matar os tais coreanos que estão atrás do japinha ali?? Por mais que ele tivesse influência no morro, não ia dar pra fazer isso, voltou a prestar atenção em Anne, ela terminava de contar sobre o que viu no noticiário na noite passada e de como era perigoso pra ela voltar pra casa, assim que terminou de falar ele apoiou os cotovelos nos joelhos e colocou as mãos no rosto, como se refletisse sobre a história.

- Vocês precisam de um lugar pra ficar então?

- Isso!! Quero dizer, também. Mas estou precisando de um favor maior. Nós tentamos pedir ajuda para que o Namjoom voltasse para a Coréia, mas isso não aconteceu, então a ideia agora era trazer os outros garotos do grupo dele para o Brasil, pra atrair a atenção da mídia e assim criar uma distração suficiente para que eles possam ter a ajuda certa para pegar os sequestradores.

- E você pretende fazer isso como?

- É ai que entra a sua ajuda. Primeiro, precisamos de um lugar seguro para ficarmos, depois preciso de alguém que entenda muito de redes. Porque vamos tentar convencer o mundo de que eles já estão vindo para o Brasil, uma vez que o Namjoom já está aqui, a euforia das fãs deles vai ser tão grande que a gravadora, companhia ou sei lá o que, que é a empresa responsável pela carreira deles não vai ter outra opção a não ser trazer eles para cá.

- Hummm tá, e você acha que isso vai dar certo?

- Olha os dias tem sido muito cansativos, foi a única coisa na qual pensei quando ele disse que os amigos vindo para o Brasil ajudaria. Se eles estiverem juntos, estarão mais seguros, todo mundo vai ficar de olho neles. Eu sei que você não tem nada a ver com isso, e sei que fiquei muito tempo afastada pra de repente eu chegar aqui pedindo favores, mas estamos falando sobre vidas e se alguém tivesse tido uma ideia, qualquer ideia que tivesse salvado meus pais eu seria sempre grata, agora ele – aponta para Namjoom – esta precisando de ajuda, não é só de uma vida que estamos falando... Tem 7 estrangeiros eu e minha vó. São vidas demais para se fechar os olhos. Me ajuda Rô...

- Calma Anne, eu não disse que não vou te ajudar, sou seu amigo. É que ainda não tenho certeza de que o plano vai convencer todo mundo, veja bem. Quantas vezes essas empresas atendem os desejos das fãs assim, num estalar de dedos? Pensa... Vai ser preciso algo mais motivador pra trazer esses outros pra cá.

- E o que você sugere??

- Algo que pode dar muito errado, talvez até a guerra entre os países. Mas vai chamar mais a atenção. E é disso que estamos falando né?

Anne faz uma cara de quem não entendeu nada, olhou para Namjoom que estava sentado ao seu lado, tentando prestar atenção na conversa, não dando muito certo, afinal Anne e Rodrigo estavam falando em português. O rosto dela era de preocupação, do que eles estavam falando?

- E então Anne, ele vai nos ajudar?

Anne olha um e depois olha o outro, uma guerra... Seria arriscado, mas era o único plano e agora eles não estavam mais sozinhos, sorriu e balançou a cabeça. Namjoom sorriu de volta, ele entendeu, os detalhes ficariam para depois, se ela estava sorrindo já era o suficiente.