História O Sequestro - Temp. 1 - Namjoom em Perigo - Um Momento de Alívio

Anne olhava para avó aguardando a resposta dela, internamente seu coração pedia para que a avó fosse compreensiva. No fundo Anne sabia o que a avó pensava, afinal Anne não era das mais sociáveis e já tinha um bom tempo que Anne não levava ninguém pra casa. Mas ainda assim Anne ansiava pelo “sim” da vó.

Depois de refletir um pouco Dona Judith disse enfim a neta:

- Tudo bem Anne, ele pode ficar aqui por um tempo, mas não quero problemas aqui...

- Brigada vó!! Vem conhecer ele – Fala puxando a vó pelo braço e levando ela até a sala, onde Namjoom estava sentado, parecendo fitar o nada.

- Vó, esse é Namjoom, ele é coreano.

Namjoom se levanta para se apresentar a avó de Anne. Cordialmente ele a cumprimenta e sorri para as duas. Era hora de resolverem o que iriam fazer.

Sentados para o café, Anne começou a perguntar a Namjoom o que havia acontecido de fato para ele estar fugindo daqueles caras no aeroporto. A essa altura qualquer informação era válida. A vó de Anne ficava sem entender muita coisa e Anne tentava ir traduzindo tudo a ela.

- Enfim, não sei exatamente o que eles querem, mas tenho certeza de que o sr. Won Chan está envolvido diretamente nisso. Porque foi ele quem me convenceu a sair do país e agora não tenho como falar com meus amigos.

- Tá... Mas precisa ter um bom motivo pra ele querer sequestrar você. Você e seus amigos devem ser importantes no seu país.

- Hum sim sim, nós somos bem famosos lá. Temos muitas fãs por aqui também.

- Fãs?? Vocês são músicos então?

- Sim. E somos muito bons em dançar cantar.

- Legal! Então temos um motivo. Ele deve estar querendo dinheiro. Muito dinheiro por sinal. E não deve estar agindo sozinho. O cara que veio até o meu balcão perguntar de você falava português muito bem.

- Se isso for verdade... Meus amigos estão correndo muito perigo.

- Vocês deveriam ir a polícia – Interrompeu a avó de Anne. – Vocês sabem que essas coisas são perigosas. Deveriam deixar quem esta preparado fazer o serviço.

Anne traduziu para Namjoom o que avó disse, mas ambos acharam que era melhor ver todas as opções primeiro. Até que Namjoom teve a ideia.

- E se eu for até  embaixada da Coréia do Sul? Eles vão poder me mandar de volta e vou poder rever meus amigos.

- É uma boa ideia. Vamos descobrir onde fica isso e vamos tentar fazer isso dar certo.

Anne e Rapmon vão pra sala a fim de pesquisar o endereço do consulado coreano em São Paulo. Após alguns minutos de pesquisa Anne encontra o endereço do local, Av. Paulista... Não era tão difícil quanto imaginava. Agora faltava o plano, já era meio dia quando descobriram o endereço Anne ainda não havia se quer trocado de roupa. Por mais caótica que fosse a situação do amigo ela e ele precisavam descansar um pouco. Anne pede a Rapmon para tomar um banho enquanto ela arrumava outras roupas pra ele e que naquele momento era melhor descansarem mesmo.
Rapmon concordou, afinal ele ficou vinte e duas horas naquele vôo e não tinha pregado o olho por causa dos sequestradores. Ele vai tomar banho e enquanto deixa a água quente aquecer seu corpo reflete em como pode ter sido tão estúpido em acreditar em Won Chan, ainda pensava sobre isso quando ouviu Anne bater na porta informando que estava com roupas pra ele. Sorrio... Sabia que os brasileiros tinham fama de acolhedores e ótimos anfitriões, mas com certeza tinham se superado. Desligou o chuveiro, cobriu-se com a toalha e abriu a porta, era a primeira vez que encarava Anne, ainda não tinha reparado em como aqueles olhos verdes eram lindos e o cabelo? Parecia macio, não era totalmente enrolado mas também não era liso, não conseguiu definir a cor, talvez castanho, mas um pouco mais claro do que o normal, ela estendeu a mão com as roupas ele a pegou e delicadamente tocou em suas mãos.

- Obrigado Anne!

- Não é nada... Minha vó sempre recebe doação de roupas, ela as lava, costura e depois as leva para instituições.

- O Brasil é um país cheio de pessoas boas. Mais uma vez obrigado!

Rapmon fechou a porta e se pegou sorrindo, aqueles lábios eram lindos e prefeitos, suspirou, pena que ele esta em meio a uma grande confusão. Seria maravilhoso se ela reparasse nele também.

Anne separou cuidadosamente as roupas para Namjoom  foi levar pra ele no banheiro, ainda bem que sua avó ainda pegava essas doações, caso contrário eles teriam um problema, riu do próprio pensamento. Bateu na porta e esperou, logo ele abriu a porta, não muito apenas o suficiente para ver o rosto dele. Ele pareceu olhar fixamente pra ela, gotas de água escorriam pelo seu rosto devido o cabelo estar molhado, ela estendeu as roupas pra ele... Como ele conseguia ser tão fofo?? Sentiu as mãos dele tocar as suas e rapidamente as entregou e saiu. Definitivamente era uma sensação nova. Anne era uma boa pessoa mas tinha cortado todo e qualquer tipo de relacionamento há uns anos, seu único afeto era avó e Anne se torturava todos os dias com a possibilidade de um dia sua avó não estar ali. Ela foi para o quarto e ligou o som que fica na penteadeira, não muito alto como de costume.

🎶🎶... I need you girl
Wae honja saranghago
Honjaseoman ibyeolhae
I need you girl
Wae dachil geol almyeonseo jakku niga piryohae
I need you girl neon areumdawo
I need you girl neomu chagawo...🎶🎶

- Hey! Eu conheço essa música... - Diz Rapmon feliz

- Ahh ... Bem é uma música legal, eu gosto da letra e da melodia.

- Mas você sabe quem canta né?

- Bem... Na verdade eu não sei o nome dos cantores das músicas que eu ouço. Eu só ouço – Diz envergonhada, abaixando o volume do som. Mas assim que abaixa o volume Rapmonster termina de cantá-la para surpresa de Anne.

- Essa música é do seu grupo?

- Sim – Diz em tom confiante e orgulhoso.

- Bom... Vocês realmente são muito bons com a música... Desculpa eu não saber, eu tive alguns problemas no passado e não ter pessoas na minha vida de qualquer tipo sejam próximas ou não foi o único jeito que eu achei pra seguir em frente, e isso vale pra tudo, artistas, vizinhos, animais de estimação....

- Oh... Sinto muito. Você não precisa se desculpar...

- Hum (sorriso) deixa pra lá... Vem eu arrumei a cama pra você dormir um pouco. Eu vou tomar banho também e vou dormir no quarto da minha vó. Pode ficar a vontade.

- OK. Muito obrigado Anne. Tenha um bom descanso.

Anne deitou na cama pensativa sobre o garoto coreano, ela não estava habituada a manter amizades e muito menos trazê-los pra casa. Mas seu coração foi tão urgente em socorrer Namjoom naquele momento que ela nem teve tempo de analisar o que estava fazendo, apenas fez e não se sente arrependida. De fato, ele estava precisando de ajuda e ainda tinha os amigos dele na Coréia. Anne começou a se perguntar se os outros estavam bem e se tinham alguma ideia do que estava acontecendo aqui no Brasil.

Já fazia uma hora que havia deitado na cama, mas o sono parecia que não querer vir de jeito algum, Namjoom virou de um lado para o outro, precisava falar com os outros, eles tinham que se cuidar. Ele já tivera sorte demais encontrando Anne, não tinha certeza de que os amigos teriam alguém para ajudá-los também, virou-se de novo. A embaixada tinha que ajudá-lo a volta pra casa. Essa ideia tinha que dar certo. Fechou os olhos e adormeceu.