1. Spirit Fanfics >
  2. O Seu Sorriso Me Encantou >
  3. Como O Seu Sorriso Me Encantou

História O Seu Sorriso Me Encantou - Como O Seu Sorriso Me Encantou


Escrita por: jcttp02

Notas do Autor


Olá! Seja bem-vindo kkk. Espero que goste!

Capítulo 1 - Como O Seu Sorriso Me Encantou


Fanfic / Fanfiction O Seu Sorriso Me Encantou - Como O Seu Sorriso Me Encantou

Baekhyun ainda era muito novo quando descobriu sua doença. Estava no nono ano do ensino fundamental. Era aula de educação física, e Baekhyun jogava, junto de mais alguns amigos, queimada, quando subitamente seu nariz começou a sangrar e ele desmaiou, sendo acudido por um dos colegas e o professor. Baekhyun foi levado às pressas ao hospital, onde descobriram que ele tinha leucemia.

Como previsto, logo começaram os tratamentos, o que sempre deixava Baekhyun cansado e apático.

 

Dois longos e exaustivos anos se passaram, e com eles, a piora de Baekhyun era crescente. Ele já mal conseguia manter-se em pé por muito tempo sem ficar zonzo, e continuar frequentando a escola era muito para ele. Não demorou muito para que seus pais tivessem que mantê-lo em casa, tendo também que contratar um enfermeiro para cuidar do menor enquanto trabalhavam.

O senhor Park já era conhecido da família há algum tempo, por conta de um primo nem tão próximo que também precisou de cuidados. Tinha um filho com a idade de Baekhyun, que era alguns meses mais novo.

O senhor Park era quem mais passava tempo com o menor, e nunca chegou a levar seu filho junto de si para a casa dos Byun, mas um dia, depois do colégio, o garoto passou por lá para entregar algo ao pai.

- Appa! – Gritou do lado de fora, esperando que o fossem atender.

- Chanyeol? O que faz aqui, filho?

- Precisava te entregar uma encomenda que deixaram na escola, deve ser importante pra não terem deixado em casa.

- Ah, sim... Eu pedi pra que deixassem lá enquanto você ainda estivesse em aula para que pudesse me trazer, mas me esqueci de te avisar. – Riu. – É um novo medicamento para o Baekhyun.

Chanyeol franziu o cenho.

- É o garoto que mora aqui certo?

- Sim. Quer conhece-lo?

- Posso? – Arqueou as sobrancelhas.

- Claro... – O mais velho sorriu. – Vamos, suba comigo, ele está lá em cima.

Assim Chanyeol fez. Acompanhou o mais velho até o andar de cima, onde pararam no final do corredor, em frente uma porta de madeira.

- Baekhyun? – Senhor Park indagou abrindo a porta e adentrando aos poucos o quarto. Ouviu-se um murmuro e então a porta foi completamente aberta, revelando a Chanyeol a imagem de um Baekhyun pálido, magro e cansado. – Esse é o Chanyeol, meu filho.

- Olá Chanyeol! – Disse com a voz falha e um sorriso.

- Olá... – Respondeu com timidez.

Não porque era tímido, aquilo estava longe de ser quem Chanyeol era, mas sentia-se mal pela aparência do menor. Sentia a sua dor como se fosse em si. Sabia que Baekhyun estava muito doente, e que talvez nem fosse durar por muito mais tempo, mas não imaginava que estivesse daquele jeito. Era triste ver um ser tão belo e com um sorriso tão meigo, como o maior havia notado segundos atrás, estar em tanto sofrimento.

[...]

Era incrível como em poucos meses, uma amizade entre Chanyeol e Baekhyun foi formada e nutrida. Depois do cumprimento tímido de ambos, eles passaram a tarde inteira conversando enquanto o senhor Park cuidava do menor, e a partir daquele dia, Chanyeol passou a ir pra lá todos os dias depois da aula lhe fazer companhia, mas a saúde de Baekhyun estava cada vez mais frágil.

 

 

Era uma manhã gélida e chuvosa. Os pingos batiam na janela do quarto, fazendo um som irritante.

- Querido, trouxe seu almoço. – A senhora Byun disse adentrando o quarto com uma bandeja em mãos. Estava de folga naquele dia.

- Não estou com fome. – Falou quase inaudível.

- Não pode começar a parar de se alimentar agora, com a saúde assim. – Disse ela sentando-se ao pé da cama.

- Não estou com fome. – Repetiu levantando-se e caminhando vagaroso até a janela.

- Qual o seu problema, Baekhyun? Você está doente! Sabe o que é isso? Não é só uma gripe, que logo passa, é a droga de um câncer! Você tem leucemia Baekhyun. – Ela se alterou.

- Qual o meu problema? – Riu com sarcasmo. – Não é você que mal tem força pra levantar da cama. Não é você que tem dores de cabeça e vive com o nariz sangrando. Não é você que tem a droga do câncer! – Baekhyun também se alterou, já sentindo sua cabeça latejar e o pulmão arder por conta do ar que puxava com força.

- Ah Baekhyun, não seja egoísta consigo mesmo!

- Por que não me deixa em paz? Eu nem sempre vou ser forte, mãe. Sinto muito! – Dizia ofego em tom cínico, enquanto sentia seus olhos lacrimejarem aos poucos.

Sua mãe bufou, logo voltando-se a porta, dando de encontro com um Chanyeol fingindo não estar pasmo com a briga que havia presenciado.

- D-Desculpa... – Balbuciou.

- Saia da frente. – Ditou ela impaciente e sumiu descendo as escadas.

Chanyeol enfim voltou sua atenção para Baekhyun, notando seu estado, mas tentou ignorar pensando que era só pelo mau momento.

- Tenso... – Disse tentando soar descontraído.

- Ela... Não entende. – Respondeu, sentindo-se mais tonto do que deveria.

- Ei, o que foi? – Indagou mais preocupado, já que percebeu Baekhyun ter de segurar-se num móvel que jazia por perto.

A resposta demorou alguns segundos a vir, mas não era o que Chanyeol esperava. O menor pronunciou seu nome, antes que seus olhos rolassem nas orbes e ele perdesse as forças nas pernas, tendo Chanyeol ao seu enlaço para impedir que fosse de encontro ao chão.

[...]

Foram longas horas de espera naquele saguão frio e deprimente. Chanyeol estava na companhia da senhora Byun, que esperava o marido chegar. Sentia-se desconfortável, mas não iria embora. Baekhyun precisava saber que ele estaria lá quando acordasse.

Enfim um médico apareceu, chamando-os para falar sobre o estado do menor. Chanyeol rezava para que a notícia não fosse tão ruim, mesmo que não fosse de fazer preces, mas algo lhe dizia que não seria bem assim.

- O Baekhyun teve um colapso nervoso, e a doença dele só colaborou para que ele acabasse desmaiando. Nós fizemos alguns exames só pra checar se estava mesmo tudo bem, e a notícia boa é que o organismo dele não está tão diferente de quando teve o primeiro colapso há algum tempo, mas o Baekhyun está muito frágil, e por isso, nós achamos melhor que ele seja internado já agora, para que possamos deixa-lo mais confortável...

- Mais confortável? – Indagou a senhora Byun. – Mais confortável pra quê? Pra morrer? Ele vai morrer? – Ela já chorava enquanto continuava a questionar o médico.

- Senhora, eu sei que isso é difícil, mas infelizmente os tratamentos e remédios não o estão ajudando. O que a gente pode fazer agora é parar com tudo e deixa-lo sobre efeito de morfina pra não sentir dor, e esperar até o final. Temo que não falte muito.

Naquele momento, Chanyeol sentiu como se facas fossem desferidas em seu estômago. Sentia-se só, embora Baekhyun ainda não tivesse partido, Chanyeol já se sentia só.

Foi tirado de seus pensamentos, ouvindo seu pai chamar por si. Ouvia também ao fundo, o choro abafado da senhora Byun, e seu marido tentando consola-la enquanto tentava permanecer forte. Não conseguia imaginar o quão mal eles estavam se sentindo, afinal, Baekhyun era filho deles, e saber que seu filho vai partir antes de você, e de modo tão triste, devia ser devastador.

- Filho, você está bem? – Seu pai perguntou. Tinha a voz embargada.

Embora o senhor Park não fosse família de Baekhyun, assim como Chanyeol, havia criado um laço com o garoto.

- Pai, ele... – Chanyeol não pôde conter as lágrimas. Deixou que elas manchassem seu rosto. Naquele momento não havia vergonha, não havia a obrigação de ser forte. Apenas o abraço de seu pai, e a dor insuportável que se instalava em seu peito. – Ele vai morrer...

- Eu sei filho. Então agora a gente... Você tem que ser forte por ele, e continuar por perto até o último segundo, huh? Não acha que ele iria querer isso? Não acha que ele merece?

- Ele merece. – Disse, repetindo as palavras de seu pai. – Eu vou ficar com ele até o final. O Baekhyun precisa saber que eu não vou deixa-lo.

- É assim que se fala. – Disse seu pai sorrindo.

- Licença... – Chamou um enfermeiro. – O Baekhyun já acordou e o médico liberou visitas. Cada um tem dez minutos.

- Tudo bem. Obrigado! – Agradeceu o senhor Byun.

Os pais de Baekhyun foram os primeiros a irem vê-lo. Embora estivesse ansioso demais pra conseguir esperar, Chanyeol entendia que eles precisavam de um momento com o filho.

Quando enfim sua vez chegou, caminhou a passos rápido até o quarto do menor, e logo entrou, encontrando-o com alguns fios ligados à veia e a pele mais pálida que o normal. Ainda que estivesse daquele jeito, para Chanyeol, Baekhyun sempre estaria perfeito.

- Oi... – Murmurou aproximando-se da cama.

- Channie... – Baekhyun murmurou de volta. – Eu sinto muito!

- Você me assustou! – Chanyeol tentou rir descontraído, mas em sua garganta um nó se formou, e sua voz saiu embargada. Queria chorar de novo. – Desculpa... – Pediu abaixando a cabeça e já sentindo as lágrimas quentes escorrendo em seu rosto.

- Não chore. – Baekhyun levou uma das mãos até o queixo do maior, e o ergueu, lhe sorrindo quando tinha a atenção que queria. – E nem peça desculpa. Você não tem culpa alguma!

- Baekkie, não quero perder você!

- Não vai. – Voltou a sorrir. – Porque não importa onde eu esteja, sempre estarei por perto. Te vigiando!

Chanyeol se permitiu sorrir. Doía ouvir Baekhyun lhe dizer aquelas coisas, mas de algum modo, era reconfortante. Sabia que não deixava de ser verdade. O menor sempre estaria com si.

- Baekkie... Eu posso fazer uma coisa? – Indagou receoso.

- Acho que sim... – Riu anasalado.

Chanyeol retribuiu o sorriso, aproximando mais os rostos. Estavam numa distância que podiam ouvir as respirações um do outro, se não seus corações batendo. Baekhyun sabia o que Chanyeol faria, e em momento algum recuou ou hesitou. Quando sentiu os lábios macios tocarem os seus, foi como se milhares de fogos de artifícios explodissem dentro de si. A sensação era mágica. Sorriu entre o simples selar, logo sentindo a língua alheia acariciar seus lábios pedindo passagem, concedendo-a quase de imediato. Estava se sentindo completo. Baekhyun sentia-se vivo, como há tempos não se sentia. E ele amava aquela sensação. Ele amava Chanyeol.

Quando enfim o beijo cessou por falta de ar, Chanyeol mantinha os olhos fechados, com medo de abri-los e ver que foi tudo um sonho. Logo foi despertado pela gargalhada gostosa de Baekhyun.

- Pode abrir os olhos, foi real. – Falou, como se lesse a mente do maior.

- Foi... – Chanyeol começou, abrindo lentamente os olhos. – Incrível!

Ambos começaram a rir. Ambos tinham as tão famosas borboletas no estômago. Afinal, nenhum deles havia experimentado algo como aquilo.

- Também foi sua primeira vez? – Baekhyun indagou. – Digo... Com um garoto? – Era óbvio o receio em sua voz.

- Sim. – Chanyeol respondeu sorridente. – E foi o melhor de todos!

Baekhyun sorriu, corando.

- Channie, obrigado por ser assim... Por ser você e por estar comigo.

- Baekkie, você não tem que me agradecer por nada! É importante pra mim, e eu nunca te deixaria.

- Eu... Acho que amo v-você.

- Engraçado... Eu tava achando a mesma coisa!

[...]

Depois daquele dia, todos os outros que vieram foram de piora. Baekhyun estava sempre dopado para não sentir dor, e quando estava acordado, mal tinha noção das coisas ao redor. Chanyeol achava um milagre o menor ainda reconhece-lo. Era uma noite de outono, o menor ouvia Chanyeol lhe cantar uma música. O maior não tinha muito jeito, mas era bom ouvi-lo.

- Agora você precisa descansar. – Ditou Chanyeol, levantando da poltrona ao lado da cama e cobrindo-o.

- Mas eu descanso o dia inteiro!

- Mas é porque tá cansado, e drogado de remédios. – Riu.

- É... Seria mentira dizer que não tô com sono agora.

- Então durma. Amanhã eu venho te ver, huh?

- Channie... – Começou, mas a frase morreu.

- Diga.

- Não... Não é nada! Boa noite, eu te amo. – Disse sorrindo, recebendo do maior um selo nos lábios.

Chanyeol foi embora, já ansioso para poder ver Baekhyun na manhã seguinte, mas não houve visitas quando o dia amanheceu e ele chegou ao hospital. Baekhyun teve uma parada cardiorrespiratória quando eram quase oito horas da manhã. Os médicos até tentaram reanima-lo, mas não havia nada que pudesse ser feito. Baekhyun havia partido. Chanyeol chorou, mesmo sabendo que aconteceria, chorou. Passou horas naquele quarto, que antes era do menor, lamentando a perda de seu pequeno.

Baekhyun sabia que iria partir. Foi por isso que chamou por Chanyeol, queria despedir-se, mas sentiu-se desconfortável. Sabia qual seria a reação do maior. Sabia que o pediria para parar de dizer coisas daquele tipo, e que estaria vivo na manhã seguinte, mas não estava.

Byun Baekhyun morreu aos dezesseis anos por leucemia, mas nem a doença o impediu de conhecer o amor. Nem a doença o impediu de ser feliz nem que fosse por alguns meses. Baekhyun morreu feliz, e sempre estaria ao lado da sua felicidade, mantendo-a viva. Jamais abandonaria Park Chanyeol, o seu motivo pra sorrir.


Notas Finais


Se leu e chegou até aqui, espero que tenha gostado da história. É a primeira vez que publico algo, mas escrevo há anos! Obrigada por ler e desculpe qualquer erro!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...