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História O Sogro De Ferro - Capítulo 2


Escrita por: MonaJoker

Notas do Autor


Vocês não sabem o choque que eu senti quando eu vi o feedback insano de vocês. Nunca achei que esse plot seria recebido bem e com carinho, eu só quero agradecer aos comentários maravilhosos - que eu estou terminando de responder - e os favoritos. E é claro, as recomendações. Muito obrigada!

Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction O Sogro De Ferro - Capítulo 2

Jimin encarava irritado a revista Rolling Stones em suas mãos, levantou a cabeça minimamente quando escutou o velho da banca verde e descascada escarrar no meio da calçada e coçar a barba enorme e cheia de nós. Voltou a atenção para a capa da famosa revista, onde no fundo havia a bandeira da América e na frente estava ninguém mais e ninguém menos que seu pai.

‘’Novamente fornecedor da guerra?’’

O título estava em letras grandes na capa, bem abaixo da imagem de Tony Stark. Mudou as páginas de forma raivosa e leu por cima, a matéria simplesmente dizia sobre privatização da paz e em como houve mais destruição no Paquistão depois que o homem de ferro passou por lá dias atrás. Jimin bufou indignado, seu pai havia salvado muitas pessoas naquele local, havia ajudado na localização de bombas grandes e era assim que a mídia falava de si? Como se fosse ele o causador de tamanha desordem? Sim, Tony no passado fornecia armas da mais alta tecnologia para o governo e guerras cresciam com suas invenções. Mas isso estava no passado, enterrado e com pedras por cima.

— Ei, se você for ler a revista toda, sugiro que compre… se não, deixe ela aí.

Jimin levantou seu rosto mais uma vez assim que escutou uma voz grossa e um fedor de cigarro invadir suas narinas. Formou uma careta na face enquanto olhava o dono da banca, jogou a revista de qualquer jeito por cima das outras e afastou-se irritado, andando por entre as pessoas que caminhavam apressadas. Jamais iria gastar seu dinheiro com uma revista daquelas, uma mídia podre que ficava ao lado do homem de ferro em um segundo e no outro lançava matérias escrotas e sem fundamento, apenas para fazer um escândalo em busca de conseguir mais público.

Mal havia chegado em Nova York e já estava começando a ficar estressado. Não que não gostasse do local, pelo contrário, havia crescido ali e passou por coisas incríveis seja na infância ou na adolescência. Mas também precisava ser sincero e assumir que aquela cidade também era um ninho de cobras, havia pessoas boas, mas também existiam as interesseiras. Para sobreviver em um local assim, teria que ser esperto e filtrar somente as pessoas boas para ficar ao seu lado. Isso era o que seu pai sempre dizia.

Caminhou de volta para frente da cafeteria com os muros pichados com desenhos estranhos e frases que envolvia a politica corrupta, aquilo já fazia parte da cultura urbana de Nova York. Enfiou a mão no bolso esquerdo, onde pegou o celular e checou o horário, estava perto da hora do almoço. Apenas estava a espera do táxi para finalmente encontrar seu pai.

Estava nervoso, queria que as coisas corressem tudo bem e dentro dos seus planos. Pepper não seria um problema, já Tony… ah, Tony Stark conseguia ser pior que uma criança de cinco anos quando emburrava-se por conta de algo. Era necessário ter muita paciência para lidar com o Stark mais velho quando esses momentos chegavam, entendia que era sua função de pai preocupar-se e cuidar de si, mas Anthony passava da linha muitas vezes.

Como da vez que estava namorando um rapaz no ensino médio, típico relacionamento de adolescente meloso e de mão boba, onde acha que ele será o amor da sua vida e vão se casar futuramente. Havia saído com o namorado para o cinema, mas obviamente avisou antes para onde iria e com quem. Tudo ocorreu tranquilo, Pepper lhe disse para se divertir e milagrosamente Tony não ditou regras e não fez ameaças sobre chamar o Hulk, apenas mandou terem cuidado.

Tudo estava perfeito, até demais. Jimin havia cometido o erro de acreditar que a noite acabaria bem e sem problemas maiores. Então apenas aconchegou-se na poltrona, nos braços do namorado e sorria quando ele lhe sussurrava melosidades em seu ouvido. Apenas parou de dar atenção quando ocupou-se em franzir o cenho enquanto tentava enxergar dentro da escuridão, se perguntando sobre o que era aquela coisa grande subindo uma das escadas dentro do cinema.

Ficou totalmente incrédulo quando sua ficha caiu e pôde ver com clareza, Tony Stark estava ali no cinema, com a sua armadura e com um balde de pipoca na mão e uma lata de refrigerante na outra. Logo a sala encheu-se de murmúrios, uns exclamando dizendo que era o homem de ferro ao vivo e outros xingando mandando o cara maluco fantasiado sentar-se logo.  Jimin poderia ter ficado com raiva no mesmo momento, mas estava ocupado demais ainda em choque pela ousadia do pai. Não disse nada quando o mais velho fez seu namorado sentar-se na outra poltrona para que ele pudesse se colocar no meio, Anthony levantou a máscara de ferro e sorriu animado, dizendo a palavra que Jimin mais odiou naquela noite…

‘’Pipoca?’’

Definitivamente seu pai não importava-se em ultrapassar aquela linha chamada ‘’limite’’. O que lhe sobrava de inteligência, lhe faltava de bom senso.

Olhou para trás quando escutou o sininho tocar, indicando que a porta da cafeteria estava sendo aberta, logo Jungkook surgiu em seu campo de visão, com dois copos fechados e um pouco atrapalhado com a missão de guardar o troco no bolso da calça jeans azul.

— Esse cappuccino tem gosto ruim. — Ele disse enquanto entregava o copo para o loiro e logo dava de ombros. — É aguado.Mas ironicamente é caro, vamos ter que tomar assim mesmo.

Esperou uma risadinha vindo de Jimin, como ele sempre fazia quando Jungkook teimava em continuar comendo algo ruim pelo fato de ter gasto seu precioso dinheiro. Mas dessa vez não veio, logo encarou o loiro e notou seu olhar sério e uma pequena ruga entre as sobrancelhas.

— O que foi? — Perguntou ao namorado enquanto aproximava-se mais do mesmo.

— Hm?

Jimin o encarou com os olhos confusos.

— Você está com uma expressão irritada. O que houve?

— Nada, só as pessoas que são idiotas. — Respondeu baixo, ainda um tanto irritado pelo o que tinha lido há segundos atrás. Era complicado para si ter que ler críticas negativas e comentários maldosos sobre Tony, afinal, diante os seus olhos o seu pai era um grande herói. Não apenas por usar a armadura de ferro, mas o Tony de carne e osso era seu herói preferido. Gostava de encrencar com o pai, dizendo que o Capitão América era seu favorito, mas no fundo, Anthony sabia muito bem que sempre seria o ídolo do seu filho.

Jungkook o encarou sem entender o real significado detrás daquelas palavras, conhecendo o namorado, sabia que se ele não terminou com a frase é porque queria que o assunto encerrasse ali. Mesmo querendo saber o motivo da irritação do outro, Jeon resolveu não pressionar o namorado, apenas passou um dos braços pelo ombro alheio e o puxou para si enquanto selava os lábios um pouco secos pela temperatura. Era incrível como conhecia Jimin tão bem, e gostava muito dessa sensação.

Havia conhecido o Park em uma das lanchonetes que ficava perto de Harvard, o local era todo decorado no estilo anos sessenta, com direito a uma Jukebox no canto, que não era nada mais e nada menos que uma maquina de musica antiga. A lanchonete ainda carregava um nome conhecido e um tanto irônico, até porque, um local que serve frituras e comidas industrializadas não deveria ser nomeada de ‘’Salad’’, ainda em letras garrafais e em neon na fachada do lado de fora.

Lembrava-se perfeitamente daquela noite de terça-feira, onde saiu do dormitório para respirar ar livre, pois não aguentava mais encarar todas aquelas apostilas e decorar nomes estranhos e suas funções. Agradecia mentalmente por Harvard ter um centro universitário, assim, as lojas e lanchonetes ficavam abertas até tarde da noite para os alunos. Caminhou calmamente até a lanchonete Salad. E assim que entrou pela porta barulhenta de vidro, olhou para o balcão, onde viu Philip sorrir para si já que era um rosto conhecido por frequentar algumas vezes ali.

Ele acenou com a cabeça enquanto sorria para o dono careca da lanchonete e foi sentar-se no banco, perto do balcão. Fez o seu pedido depois de ler o cardápio com atenção e logo encarou ao redor, ouvindo os barulhos das xícaras e as conversas animadas dos alunos sentados nas poltronas de couro vermelho. Esse era o som ambiente, as conversas e a música Twist And Shout dos Beatles. Naquela noite, Jungkook não deu atenção a música, mas não sabia que futuramente, todas as vezes que a escutasse… lembraria da noite que conhecera Jimin.  

Naquela terça-feira, o moreno havia se arrependido por ter pedido um sanduíche que não costumava pedir, pois assim que havia dado uma mordida no lanche, sentiu sua boca amargar pelo forte tempero que vinha no hambúrguer, seu gosto não era nada agradável. Apenas puxou duas ou três folhas de guardanapo e cuspiu o pedaço mal mastigado para fora. Sentiria-se culpado por estar fazendo aquilo em público e sem delicadeza alguma, mas mudou de ideia quando um loiro sentado ao seu lado fez o mesmo segundos depois.

Jungkook havia encarado bem o sanduíche no prato alheio, era o mesmo que o seu, o jovem ao seu lado havia cometido o mesmo erro de tentar inovar e pedir um sanduíche novo no cardápio. Encarou o outro bem, o vendo de cabeça abaixada em direção ao prato e tateando pelo balcão frio em busca da caixa de guardanapo. Jeon rapidamente segurou o que estava a sua frente e deslizou o objeto até a mão alheia, notando o rapaz puxar os papéis apressado e logo limpar a boca.

— Obrigado. — Ele havia dito tímido pelo fato de um estranho ter lhe presenciado praticamente gorfando dentro do seu próprio prato. — Desculpa por ter visto isso, mas esse hambúrguer está simplesmente terrível.

Jungkook riu baixinho enquanto rodava no banco, virando-se para ele. Era engraçado a expressão do loiro, ele encarava o sanduíche a sua frente como se a aquela comida fosse a razão por todas as desgraças da humanidade.

— Sem problemas, acabei de vomitar o meu também. O gosto estava horrível, sem contar que a carne está dura. Nem parece ser carne bovina…

E então uma risada boa se fez presente, fazendo Jungkook encarar o rapaz mais uma vez e com atenção. O outro tinha um sorriso largo e bonito, fazendo as maçãs de seu rosto ficarem ressaltadas. Ele acenou com a cabeça, concordando sobre a carne não ser bovina e logo dando uma ideia um tanto macabra, fazendo com que aquela fosse a abertura para mais diálogos e sorrisos fáceis.

— Talvez seja hambúrguer de restos humanos.

Jeon concordou, até porque com um gosto daquele, não poderia ter vindo de algo bom. Os sanduíches foram esquecidos nos pratos, a música Twist And Shout dos Beatles estava sendo repetida mais uma vez e o barulho da porta abrindo e fechando estava presente a cada minuto. A conversa entre ambos se estendia de uma forma natural e um tanto estranha, afinal, dois desconhecidos não deveriam formar teorias de que a lanchonete Salad produzia hambúrgueres de carne humana. Não haviam parado de conversar mesmo com a interrupção de um dos garçons locais, levando uma cerveja por conta da casa para os dois, essa foi a maneira de Philip se desculpar pelo total fracasso do mais novo sanduíche.  

Foi naquela noite que Jungkook descobriu que o menor se chamava Jimin e que o rapaz cursava física na mesma instituição que a sua, ouviu atentamente sobre o plano futuro dele fazer um grande reator de energia limpa para alimentar grandes cidades. Também ouviu com atenção quando ele começou a reclamar sobre o seu colega de quarto, David, e em como o cara gostava de comer macarrão com queijo todos os dias e deixava a vasilha suja embaixo do cama. Jimin disse que era nojento e que queria um quarto apenas para ele, e bom, Jungkook concordou.

As idas até o Salad começaram se tornar mais frequentes, a última mesa perto do janelão já era o famoso ponto de encontro de conversas aleatórias. Seja sobre física, universo, engenharia biomédica ou sobre o hambúrguer de carne humana que Philip teimava em tentar vender, alegando que havia melhorado a tal carne. Haviam até mesmo ajudado o dono da lanchonete a escolher o nome para o sanduíche, já que no cardápio tinha apenas um número como referência a ele. A decisão havia sido unânime, o sanduíche ganharia destaque no começo do cardápio e se chamaria ‘’morte rápida’’.

Um ano se passou com essa rotina e troca de mensagens frequentes, não demorou para Jungkook sacar que havia um interesse em Jimin e negar isso seria o auge da sua burrice. Ele sabia que Jimin era bissexual e estava aberto para relacionamentos, mas não queria aproximar-se rapidamente e assustar o outro, fazendo com que aquela amizade se tornar-se estranha e acabasse. Então apenas foi comendo pelas beiradas.

Abraços repentinos aqui, beijos quase perto da boca ali. Queria deixar claro que queria algo além da amizade, mas não se arriscava em usar as palavras para aquilo, queria demonstrar. Para sua sorte, Jimin era extremamente inteligente, havia reconhecido todos os sinais e ainda retribuía a medida que as coisas iam avançando. O flerte foi se tornando frequente e as brincadeiras mais pessoais, como apresentar um ao outro como ‘’Meu quase namorado’’.

Levou mais dois meses para que finalmente pudessem jogar todas as cartas na mesa e começar um relacionamento.

— Amor?

— Oi? — Jeon piscou, notando que estava olhando fixamente para o movimento da rua. Encarou Jimin, que havia chamado seu nome alto e apenas nesse momento o rapaz notou que o namorado estava distante e com a porta do táxi aberta, ajudando o motorista a colocar as malas no carro.

Mandou as lembranças para longe, aumentou os passos com ansiedade para entrar no veículo, vendo o Park rir de si. Mentiria se dissesse que não estava nervoso para encontrar os sogros. Apesar de Jimin raramente comentar sobre a família - e quando comentava era diálogos rasos-, Jungkook estava com um bom pressentimento de que tudo fluiria bem.

(...)

— Ei… — O moreno apertou as mãos de Jimin, tentando chamar a atenção dele já que o mesmo olhava distraído pelo vidro do táxi enquanto roía a unha do indicador, completamente nervoso. Só tinha o visto assim uma vez, quando Jimin lhe trouxe a penosa notícia de que Mashmallow havia sido atropelado na avenida principal que ficava próximo a universidade. Ambos haviam pego um carinho muito grande pelo gato de rua branco - cujo a pelagem começava a ficar levemente encardida. Havia se tornado rotina sair de Harvard e alimentar o bichano com algum petisco e até mesmo lhe dar água. Tinham que o ajudar na calçada, já que animais dentro do dormitório era obviamente proibido.

E foi em uma triste manhã de sexta-feira que Jimin recebeu a notícia por uma amiga que Mashmallow havia sido atropelado na avenida, e foi completamente difícil para o Park chegar no namorado e contar. Querendo ou não, ambos haviam pego um grande apreço pelo felino que desconfiava de tudo e de todos. Sequer tiveram a coragem de ir ao local, pois sabiam que a cena seria feia.

— Jimin? — O chamou em um tom mais alto, fazendo Jimin lhe encarar meio avoado e o motorista olhar pelo retrovisor.

— Oi?

— Está tudo bem? Você está muito disperso desde antes de ontem. O que foi?

O loiro respirou fundo, encarando a sua mão entrelaçada com a de Jungkook.

— Só estou nervoso por hoje, nada com que se preocupar. — Forçou um sorriso, se dando conta que havia falhado miseravelmente já que o outro lhe encarou com uma sobrancelha erguida. — E antes que você diga alguma coisa… nós chegamos.

Jungkook olhou pela janela do carro, não sabia onde estava pelo fato daquela ser a sua primeira vez em Nova York. Mas ao ver que havia comércios requintados e um grande movimento, deduziu que aquela área era uma das partes centrais da cidade. Assim que saiu, não demorou a ajudar o taxista a tirar as malas do carro.

— Ele mora em apartamento? Jurava que seu pai morava em uma casa. — Sorriu para o loiro, vendo ele pagar o homem e logo puxar a sua mala.

— Bom, mais ou menos. Quer dizer, sim, ele mora em um… prédio.

Jimin definitivamente estava nervoso, na sua cabeça, aquele momento seria mais fácil. Como tinha a capacidade de resolver equações mas não de contar as coisas ao namorado de forma clara?

— Apenas… olhe para cima. — Jimin resolver por fim mandar tudo ir a merda, sabia que não iria conseguir contar para Jungkook detalhadamente. O namorado teria que ver com os próprios olhos e lidar com a situação. Puxou um cordão preto, que na ponta segurava um cartão de identificação e caminhou até a grande porta de vidro trancada.

Jeon fez o que foi mandado, e assim que ergueu o queixo, estreitou os olhos por conta do sol e deixou sua boca abrir levemente. Bem ali, na sua frente, estava o grande prédio. Já havia o visto em alguma reportagem da televisão e até em alguns escândalos de revista, o monumento gigante era simplesmente a torre de Tony Stark. O empresário rico que nas horas vagas era herói, não qualquer herói, mas o seu favorito.

— Jimin, o que nós estamos fazendo aqui? — Abaixou a cabeça rapidamente, voltando seu olhar para frente e vendo o namorado passar um cartão no identificador da porta, fazendo o sistema permitir sua entrada. Ele lhe deu um sorriso ‘’amarelo’’ e puxou sua mala para dentro, Jungkook não teve opção a não ser segui-lo. — O que nós estamos fazendo na torre do Tony Stark?

— Olha, eu não vou conseguir te explicar, talvez depois. Só me siga, certo? Amor… — Jimin andou até o elevador, com Jungkook em seu encalço. — … só não enlouqueça.

O maior franziu o cenho, tentando absorver aquelas informações e entender o que estava acontecendo. Um dos fatores principais da sua preocupação era estar naquele prédio, não deveriam estar ali, certo? Não queria ser preso. Porém, o que mais torcia seu cérebro era ver que Jimin tinha acesso aquela área. Jungkook não desistiu, entrou no elevador com Jimin e repetiu a pergunta sobre o que eles estavam fazendo ali e como o loiro conseguiu entrar.

O rapaz apenas calou a boca quando um feixe de luz azul saiu da tela que estava fixada na parede do elevador, acima dos botões. A luz fina passou lentamente em seu rosto e no do namorado, fazendo com que no visor aparecesse fotos de pessoas aleatórias rapidamente, logo mostrando uma foto de Jungkook e de Jimin.

— Boa tarde, senhor Park. Seja bem-vindo.

Jungkook largou sua mala de mão lentamente no chão do elevador, logo após ouvir a voz tecnológica sair de algum lugar. Encarou bem o visor na sua frente e leu as linhas abaixo de sua foto, era simplesmente o seu nome, junto com o nome da instituição que estudava e nome do seu curso.

— Olá, J.A.R.V.I.S, senti saudades de você. — Jimin não pôde evitar de sorrir largo ao escutar aquela voz. Apesar de ser um programa altamente avançado, J.A.R.V.I.S era praticamente da família. Quando criança, lembrava de estar jogando vídeo game e o programa lhe ajudava a terminar as fases logo após de fazer algum cálculo em questão de segundos para entender a plataforma do jogo. Sem contar que ele colocava desenhos animados quando estava chorando pelo fato do pai não estar em casa no momento.

De todas as invenções de Anthony Stark, J.A.R.V.I.S era o seu preferido, Tony havia conseguido criar um programa que dava a resposta em fração de segundos e ainda conseguia reconhecer sentimentos humanos e aprender com eles. E já havia presenciado muito isso, como J sendo irônico, mesmo sendo uma máquina. O programa havia aprendido logo após uma semana depois de conviver com seu pai.

— O que é isso? — Jungkook perguntou sussurrando e encarou Jimin lentamente. Nada estava fazendo sentido ali, enquanto estava assustado, o namorado aparentemente estava tranquilo demais enquanto falava com a coisa que havia jogado a luz azul em sua cara.

— Sou um programa interativo com inteligência artificial, Senhor. Meu criador é Tony Stark.

— J, meu pai e a Pepper estão em casa?

— Positivo. Seu pai está na oficina e a senhorita Pepper na cozinha.

— Cozinha?

Jimin estranhou.

— Aparentemente ela está tentando fazer o almoço, Senhor.

O loiro acabou por rir baixo. Definitivamente o lugar de Pepper não era na cozinha, havia presenciado várias tentativas frustradas dela fazer alguma refeição. Seu pai sempre dizia que a loira servia para os negócios da empresa e não para cozinha, bom, Jimin concordava.

Tentou ignorar a face surpresa e estranha de Jungkook ao seu lado, continuou olhando para frente e para sua sorte o elevador abriu as portas, fazendo com que uma luz mais forte iluminasse o ambiente que estavam. Sabendo que o namorado não iria sair do lugar, Jimin segurou a sua mão e o puxou para entrar na sala de estar. O cômodo estava bem claro, graças aos vidros grandes e panorâmicos que davam uma vista privilegiada do centro de Nova York. Encarou ao redor e sorriu pequeno, sentindo-se nostálgico por estar ali.

— O que está acontecendo?

Jungkook sussurrou atrás do loiro, ainda abismado enquanto olhava o local decorado. Talvez o vaso que estivesse em cima da mesinha de vidro custasse mais que o seu pulmão esquerdo.

Jimin o encarou, com certa pena, era muita muita informação. Esticou a mão e acariciou os fios macios do moreno, logo descendo para a bochecha e sorrindo ao ver que ele havia lhe olhado. Apenas teve sua atenção roubada quando escutou o som de saltos e logo uma loira com um coque bem preso, vestida em um conjunto de terninho branco apareceu em sua visão .

Simplesmente não pôde explicar a sensação de revê-la novamente, era apenas bom e familiar. Até teria ido até ela, se a mesma não tivesse praticamente voado em sua direção e o puxado para um abraço digno de quebrar as costelas.

— Meu deus, Jimin. Olhe só para você, está maior e mais bonito ainda. — Pepper exclamou contente enquanto tinha o rapaz em seus braços. — Como foi a viagem? Como está em Harvard? Esse é o seu namorado?

— Eu juro que respondo se você me deixar respirar. — Jimin disse risonho, logo foi solto e escutou um pedido de desculpas acompanhado de um sorriso cheio de saudades. — A viagem foi boa, só teve um pouco de turbulência no meio do caminho para cá. Sobre o meu curso, está indo tudo bem apesar de estar bem mais difícil e sim… esse é o meu namorado, Jungkook.

Jimin só viu a mulher passar rapidamente por si e logo em seguida escutou uma exclamação baixa e surpresa de Jungkook, assim que olhou para trás, pôde ver Pepper abraçando seu namorado e dizendo o quanto Jimin tinha bom gosto. E algo sobre ‘’Seu pai vai pirar’’.

Jugkook estava surpreso pela recepção calorosa vindo dela, quer dizer, havia imaginado mais um aperto de mão seguido com um ‘’Bem-vindo, venha, irei mostrar as fotos vergonhas de Jimin’’. Não demorou para ele retribuir o abraço enquanto sorria - ainda extremamente confuso pelo local que estavam. Pepper começou a lhe perguntar a idade, se havia conhecido Jimin em Harvard e se estava com fome.

Era realmente uma mãezona.

— Olha só, um bom filho a casa retorna.

Jimin virou-se rapidamente assim que escutou a voz debochada que tanto conhecia, Tony vinha do corredor, limpando sua mão em um paninho. Ele ainda tinha o mesmo estilo, calça jeans e uma camisa de alguma banda de rock antiga, e é claro, o reator em seu peito brilhava em tom azul através da camisa. Jimin não esperou um segundo a mais e andou até o pai, com um grande sorriso no rosto e vendo o mais velho retribuir.

O abraço havia sido mais apertado que o da loira, Tony havia dito de forma baixa e um tanto constrangida que estava com saudades. Ter Jimin ali em seus braços lhe dava um sentimento de alívio e alegria, ver que ele estava bem e poder comprovar isso aliviava o seu coração de pai. Não era fácil combater o crime, ver a maldade que as pessoas faziam e deitar em sua cama, sem se perguntar se seu filho estava bem em Harvard. Se estava realmente seguro.

Quando Jimin havia partido para a instituição, ficou dois dias sem dormir direito, Pepper sequer tirou uma com a sua cara pois a mulher ficou na mesma situação de preocupação. Não era fácil você cuidar do seu filhote por anos… e de repente ver ele abandonar o ninho e afirmar que estava pronto para bater as asas e encarar o mundo.  

— Você está maior, não curti. — Anthony disse assim que liberou o loiro de seus braços, vendo ele dar uma risada divertida.

Jimin encarou bem a face de seu pai, vendo algumas ruguinhas na testa e canto dos olhos. Sem contar nos fios brancos que começavam a surgir em seus cabelos escuros. Era nesses momentos que sentia mais vontade ainda de curtir com a sua família, Jimin sabia que a velhice estava tirando seus pais de si aos poucos, bem lentamente e silenciosamente.

Jungkook estava simplesmente alheio a toda aquela conversa entre pai e filho, estava mais ocupado em escancarar a boca e olhar bem para Tony Stark. Quer dizer, o homem de ferro estava bem na sua frente. Sua mão de repente começou a transpirar e a sua respiração ficar entrecortada. Não entrava na sua cabeça que Jimin era filho de Tony Stark, porra, seu sogro era o Gênio, Bilionário, Playboy e Filantropo.

Avançou alguns passos incertos, ficando ao lado de Pepper e próximo dos dois.

— O senhor é o homem de ferro… — Jungkook disse baixinho e quase de forma infantil, coisa que não fazia normalmente. Mas estava na frente do seu ídolo, não poderia desperdiçar a chance de agir como idiota. Até porque, sua reação era completamente plausível naquela situação.

Tony, que até então tinha olhos e sorrisos apenas para o seu filho, olhou em direção a voz desconhecida. Franziu o cenho ao ver aquele rapaz ali. Engoliu o seco assim que as peças se juntaram, aquele era o infeliz namorado de Jimin.

Por fim, resolver ser cordial e educado, como qualquer pessoa deveria ser. Ou quase isso.

— E quem é você? — Deixou sua voz sair um tanto rude, mas viu que praticamente não abalou o jovem a sua frente. Tony aproximou-se lentamente, como se estudasse a sua presa.

— Ah, meu nome é Jungkook, Senhor. Jeon Jungkook. — Estendeu a mão para cumprimenta-lo.

Anthony o encarou bem, analisando cada detalhe em seu rosto, por fim, baixou a visão e viu a mão estendida em sua direção. Se Jungkook achava que o Stark seria amigável e o receberia de braços abertos… aquele rapaz era muito burro.

— Jeon o que? Que raio de nome é esse? — Perguntou enquanto erguia uma sobrancelha. Usaria sua melhor arma, o deboche. — Vou te chamar de Franklin.

— Pai. — Jimin chamou a atenção do pai de forma baixa, percebeu que Pepper havia mostrado um olhar feio para o Stark mais velho também. Caminhou até o namorado e entrelaçou sua mão com a dele, sentindo a mesma fria e levemente úmida. — Amor, esse é o meu pai… eu sei que está surpreso, desculpa por não ter conseguido falar antes.

— É, acho que nós dois estamos surpresos, John. — Tony afirmou enquanto olhava para Jungkook, mudando o nome do rapaz outra vez. Não facilitaria as coisas para ele, tiraria a prova dos nove. Iria descobrir se Jungkook não seria apenas mais um cara que queria pegação e logo iria embora sem se importar com os sentimentos alheios, pois já havia acontecido isso com Jimin e não desejava que aquela situação se repetisse de novo. Necessitava saber se Jungkook era sincero e não estava fingindo uma imagem ali na frente deles.

Mas para fazer sua equação, precisaria das variáveis. Então apenas aguardaria um deslize de Jeon Jungkook.

 


Notas Finais


Musica: The Beatles - twist and shout
https://www.youtube.com/watch?v=vMje677NaZc

Pobre Franklin John kkkkk. Sequer sabe em que família se meteu. Lembrando que ainda haverá a cena do almoço, hein.

Preciso perguntar, vocês gostaram de saber a forma que Jimin e Jungkook se conheceram? Eu gostei muito de escrever aquela cena, apesar de simples. Alguém teria coragem de entrar no Salad e pedir um ‘’Hambúrguer morte rápida’’ ?

Mais uma vez eu quero agradecer pelos comentários e recomendações que muitos fizeram. Faz valer a pena cada minuto que eu tiro do meu tempo para escrever, o que infelizmente é pouco por conta da faculdade. Enfim, muito obrigada pelo carinho e apoio.

Gostaram do capítulo? Tentei desenvolvê-lo bem. Como me saí?

Au Revoir!


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