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História O sol, A Lua e Sterek- 1 Temporada - Eles mataram a minha família


Escrita por: DsSh

Notas do Autor


Mai um Capitulo
Valeu pelo carinho gente
especialmente vc ~Lucas_Macedo
Boa L

Capítulo 25 - Eles mataram a minha família


Fanfic / Fanfiction O sol, A Lua e Sterek- 1 Temporada - Eles mataram a minha família

O dia havia sido difícil para Peter. Stiles andou o tempo inteiro pela sala, passando na frente da TV todo o tempo, irritando o lobo antes que Derek chegasse. Assim que o moreno chegou, eles subiram para o quarto e depois voltaram para a sala. Algo estava errado e Peter sentia isso.

Stiles estava fedendo a felicidade e confusão.  E felicidade.

- Porque o pirralho ai esta fedendo como garotinha que viu a fada madrinha?_ investigou o mais velho recebendo um olhar frio e mortal de Stiles. Derek sorriu com o comentário do tio e passou braços envoltos do menor, puxando-o para mais perto de si.

- É que já podemos ir embora. Não há nenhuma acusação contra o Stiles, ele na verdade ajudou a salvar a vida do tal garoto._ falou Derek todo contente.

- É porque ele fugiu dizendo o contrario?_ aquilo fazia Peter questionar muita coisa. Principalmente a conduta desse tal Theo. Ele sabia quando alguém estava armando, guardando o cheque mate, (a jogada divina) pra mais tarde.

- Sangue demais o fez ficar confuso e em estado de choque._ explicou Derek com uma carranca fechada para Peter por cima da cabeça de Stiles, quando viu que o mais velho estava prestes a continuar com o interrogatório.

- Bom vamos indo?_ chamou o lobo sorrindo quando viu Stiles se levantar contente e correr para o quarto.

- Tem certeza que é seguro ir?_ Peter não queria que o sobrinho fosse embora por causa de mais cedo. Ele não era tão mau assim... Bom, ele matou uma das sobrinhas, mordeu Lydia, tentou matar o Scott... Tá, talvez ele seja mau, mas não tão mau.

- Duas semanas e nenhum telefonema ou mensagem. Sabe o que isso causou neles? Incerteza, insegurança, medo e conformismo. Todos sofreram novamente. Eles acreditaram que tínhamos saído e que havíamos perdido ele outra vez. Está na hora de provar que o prendemos aqui e que dessa vez morte ou tronco de árvore nenhum, o leva de nós.

- Está certo. Você tem razão._ concordou Peter abraçando o sobrinho.  — Boa sorte, Derek._ concluiu o lobo despedindo-se do sobrinho com um abraço.

- Se precisarmos...

- Não venham pra cá._ se adiantou Peter cortando a frase do menor no meio da frase. Stiles descia a escada, degrau por degrau com cuidado, ele estava completamente abarrotado de coisas. Uma mochila nas costas, a bolsa de Derek nos braços e seu travesseiro debaixo do queixo.

- Como assim? Você não gostou da nossa visita?_ indagou o menos se atrapalhando e soltando a bolsa do lobo no chão. Instantaneamente com o impacto do objeto com o chão algo como vidro se quebrou.

“MERDA! O Derek vai me matar.” _ pensou o garoto se sorrindo nervosamente para o lobo que tinha uma expressão seria no rosto.

- Stiles?_ chamou Derek com a voz grosa. Peter tentava se controlar, mas estava difícil segurar a risada.

- Sim._ respondia Stiles enquanto recolhia a bolsa do lobo do chão.

- Que barulho foi esse?

- Barulho? Que barulho? Eu não ouvi barulho nenhum, você ouviu algum barulho Peter?

- Claramente. Ouvi algo se quebrar e pelo forte cheiro no ar..._ dizia Peter ao ser fuzilado pelo garoto. — Você quebrou o frasco de perfume do meu sobrinho._ concluiu o lobo quase que gargalhando. Derek se virou para o tio e rosnou pra ele como sinal de que parasse e o mais velho se conteve, mas não parou.

- Stiles?_ Derek se virou para o pequeno que coçava a cabeça, meio sem jeito e desconcertado de nervoso.

- Fa-Fa-Fa Fala Der._ gaguejou o menor engolindo seco, quando viu o moreno inspirar fundo enquanto fechava os olhos.

- Stiles?_ chamou o maior mais uma vez, mas ainda de olhos fechados.

- É bom você correr._ falou o moreno abrindo os olhos de uma só vez se transformando e correndo atrás do menor, que com um mortal para trás alcançou sete dos quinze degraus da escada.

- Eu compro outro?_ Stiles tentou, mas Derek avançou com as mãos sobre a gola da camisa do menor e ergueu-o no ar.

- Derek?_ chamou o garoto recebendo um rugido do lobo que o ergueu ainda mais. — Tá precisando de um chicletinho de menta. Meu Deus, que bafo._ caçoou o menor pegando as mãos do lobo e as retirando de sua blusa. Rapidamente seu corpo escorregou pra baixo e ele estava aos pés do maior, com inteligência e astúcia o garoto golpeou as pernas do lobo como os dois pés arremessando-o da escada.

- Desculpa ai embaixo._ gritou ele, quando viu que Derek caiu sobre Peter que estava á três metros de distância da escada. — Merda ele está levantando._ correu o garoto para o quarto com Derek logo em seu encalço.

- Eu vou acabar com você._ rosnou o maior batendo contra aporta. — Stiles abre a porta._ pediu Derek socando à com os punhos. — Abra-a agora e nada de mau te acontece. ­_ insistiu o maior batendo contra a madeira.

- NEM A PAU JUVENAL.

***

Fazia meia hora que Derek tinha voltado da rua, e ele ainda estava batendo contra a porta, irritado com o menor.

“Bem feito.” _ pensou o lobo dando risada do garoto.

Peter o havia avisado sobre destruir sua. Não foi preciso Peter perguntar nada, por que ouviu Derek dizendo a Stiles que eles iriam voltar pra casa. A felicidade do menor era irritante. Mas só de saber que estaria livre do pirralho irritante, o lobo se sentia extasiado.

“Graças a Deus. Enfim paz!” _ pensou Peter saindo um pouco de seu apartamento. Ele precisava de ar fresco. E de um lugar onde não pudesse ouvir o  gemidos e o barulho da calça de seu sobrinho sendo arriada.

- Onde está indo?_ perguntou Peter dando de cara com Will saindo de seu apartamento com duas malas em mãos. Quando ouviu a voz do lobo, o coração do homem disparou e seu corpo começou a liberar uma grande quantidade de medo. Aquilo era engraçado.

- Voltando pra casa._respondeu Will, depois de respirar fundo e tentar controlar sua pulsação e seu corpo.

- Por que não olha pra mim?_ o homem havia respondido Peter de costas, e o lobo detestava aquilo.

- Não sei se é uma boa ideia. A última vez já foi o suficiente pra mim._ respondia o loiro enquanto se enrolava ao tentar trancar a porta e deixando o molho de chaves caírem. Peter mais que depressa se abaixou e pegou o erguendo o para o homem que apenas as tomou da mão do lobo, e virou o rosto antes que Peter pudesse olhar em seu rosto.

- O que está acontecendo Will?_ Peter perguntou se aproximando do homem, fazendo o se afastar mais e ficar encurralado contra a porta. O coração dele voltava a bater acelerado e sua respiração ficar insuficiente.

- Estou cansado Peter, só isso. Não se preocupe comigo vou ficar bem._ disse o homem erguendo a cabeça e olhando nos olhos do lobo. Seus olhos eram azuis e lindos, mas ele parecia carregar um desespero e um resentimento reprimido dentro deles. — Se é que você se importa._ sussurrou Will pensando que o homem a sua frente não fosse ouvir. Mas Peter ouviu, não só isso, ele sentiu o pesar na voz do homem. Ele sentiu tristeza que tomava conta do amigo.

- Sinto muito pelo que aconteceu mais cedo._ realmente, Peter se sentia mal por ter ameaçado o amigo. Will era o mais próximo de uma amizade que o lobo sabia que um dia poderia ter. Tudo bem que o outro não queria apenas amizade, mas o lobo não se importava com isso. Nunca se importou. Na verdade ele sempre gostou da forma como o loiro de olhos azuis cuidava dele. Sempre batendo em sua porta pra perguntar se precisava de alguma coisa, ou sempre aparecendo na hora do futebol, mesmo sabendo que ele odiava futebol. Will cuidava de Peter, e não era de hoje. Desde que o lobo comprou aquele prédio e ficou com a cobertura pra si, que o loiro está do eu lado. Will é um bom amigo.

- Tudo bem._ respondeu o humano dando de ombros e enfiando a chaves na fechadura. Ele queria tanto sair dali. Daquela cidade e daquele mundo caótico que se instalava ao seu redor outra vez.

- Não vai ao menos perguntar sobre os olhos brilhantes, as presas ou as garras de hoje mais cedo?_ Peter nunca que iria dar o braço a torcer. Ele nunca admitiria que só estava tentando adiar a partida de Will, ou que só estava querendo conversar, já que o loiro era o único realmente capaz de ouvi-lo e dizer as verdades que ele merece. Mas infelizmente o amigo não estava afim. Will suspirava profundamente, tinha o olhar perdido e cansado.

- Quantos anos acha que tenho Peter?_ perguntou o loiro com um leve sorriso no rosto. Era um pergunta simples, mas Peter não sabia responder, e vendo a cara de duvida do amigo, Will logo se adiantou. — Tenho idade suficiente para entender as loucuras e as confusões dessa cidade. Enquanto conseguia me manter longe desse furacão, sabia que podia ficar. Mas agora, agora que sei que estou de novo dentro do olho dele, vou procurar outro lugar até ele chegar e novamente eu ter que ir._ enquanto falava, Will tinha um brilho abatido nos olhos. Era como se a tristeza falasse, não só através de sua voz, mas através de seu olhar.

- Nada disso é novo pra você não é verdade?!_ agora Peter entendia. Desde que fugiu da Echein e retornou para seu apartamento, Peter se identificou com aquele pobre homem de olhos azuis. Enquanto muitos julgavam o loiro por ele ser gay, Peter o recebia em sua casa e o tratava como um membro de sua família ( um membro nada irritante e invasivo, é claro). O lobo tinha um carinho pelo humano, que nem mesmo ele entendia. Era algo bom, a coisa mais pura e livre de más intenções que o lobo já sentiu na vida.

Enquanto pensava na própria pergunta, Peter encarava Will. O humano tinha o olhar baixo, marejado.

 - Agora entendo o porquê de termos nos dado tão bem. Ambos estamos sempre fugindo. Sempre nos escondendo e nunca nos arriscando. Por que não fica e para de fugir?_ falava Peter enquanto se aproximava mais do homem. Por algum motivo o Hale mais velho queria que o humano ficasse. Um motivo o qual nem mesmo ele compreendia. —  Estamos por todos os lados, não existe cidade ou país que está fora do radar sobrenatural._ concluiu o mais velho, parando cara a cara com Will que se encontrava preso contra a porta, o peito, a respiração quente e o perfume de Peter.

- Não posso._ sussurrou o loiro deixando a cabeça pender pra baixo. Sua voz tinha pesar e fortes resquícios de infelicidade. Mas pra Peter o medo do amigo era covardia. Will estava sendo covarde, fugindo da luta e se escondendo junto com as mulheres e as crianças.

- Então esse é o seu plano? Sempre que bater de frente com um sobrenatural, você vai embora? _ Peter não percebeu, mas estava aumentando o tom de voz. —Você foge como um covarde?_ então ele estava gritando e algumas pessoas começavam a sair de seus apartamentos.

- Peter?_ chamou Will apontando com a cabeça as pessoas paradas nos corredores. Sem se importar o lobo retirou as chaves da mão do humano, o afastou da porta. Em seguida ele a abriu novamente. E logo em seguida o puxou pra dentro. Depois, furioso o lobo colocou a cabeça do lado de fora, pegou as malas do amigo e enviou um olhar feroz para as pessoas no corredor, que rapidamente voltaram para seus lares.

- O que pensa que está fazendo Peter?_ perguntou o humano completamente indignado quando viu o lobo fechar e trancar a porta com as chaves. — Eu tenho que pegar um avião daqui á duas horas e meia.

- Não tem mais._ falou o lobo puxando a borda da calça e soltando as chaves dentro da cueca.

- Eu não acredito no que estou vendo_ falava o loiro completamente perplexo, enquanto encarava Peter sorrindo em satisfação e se acomodando no sofá.

- Peter não seja infantil, me dê às chaves._ pediu o loiro indo na direção do lobo e estendendo a mão.

- Se a quer vai ter pegar._ debochou o lobo puxando a borda da calça e revelando a cueca preta com um sorriso travesso no rosto.

- Você sabe que sou gay, e que não tenho problema nenhum em enfiar minhas mãos ai dentro e pegá-las, não é mesmo?_ perguntou o outro tentando amedontrar o lobo.

- E você sabe que se acordá-lo terá que acalmá-lo, não é?_ rebateu o outro.

- Pete é serio. Eu preciso ir._ Will parecia não estar bem. O tom de brincadeira havia desaparecido e um enorme pesar vinha dele. Uma forte tristeza parecia tomar conta como um grande manto, ou um grande cobertor.

- Se me contar o porquê de estar sempre fugindo. Se me disser seus motivos, me mostrar suas razões. E eles forem convincentes eu deixo você ir._ por mais que algo dentro do lobo dissesse que ele não iria querer saber daquilo, ele precisava. Will guardava uma dor dentro de si, e parecia não compartilhar com ninguém. Peter queria ser esse alguém. Will havia feito muito por ele, não o deixou sozinho e se acabar no vazio. Era hora de o Hale retribuir.

- Você quer realmente saber?_ perguntou o loiro com os olhos vermelhos e brilhando com os pequenos cristais D’Água que se formavam neles. — Se eu te contar você me deixa ir?_ a voz dele estava embargada como se ele estivesse prestes a chorar. Sua respiração ficou entrecortada. E então ele se sentou na poltrona que ficava um pouco afastada de onde Peter estava deitado.

- Eu tinha uma família._ Lembrar-se da família o fez sorrir, pegar o celular no bolso e acender a tela de bloqueio. — Eles eram incríveis._ continuou ele, passando o celular para Peter. Na tela havia um homem moreno de olhos negros, o tom de pele era quase que um avelã. Ele tinha um sorriso largo de dentes brancos e perfeitos no rosto. Ao lado dele havia outro homem, branco de olhos azuis, loiro e com um sorriso completamente reconhecível. Era Will. Entre os dois, super apertado pelo abraço coletivo, havia um garotinho de mais ou menos seis anos, loirinho, olhos azuis, e de mesmo tom de pele que o outro. — O meu marido se chamava John, e nosso filho, Luccas.

- O que aconteceu com eles?_perguntou Peter devolvendo o celular.

- John era um lobisomem. Eu sabia disso desde o começo, mas não me importei, eu o amava muito pra me preocupar. Nós conhecemos na porta do cinema, eu havia marcado com um carinha e ele com uma garota. Ficamos por horas parados do lado de fora, em pé na calçada esperando, mas nenhum deles veio._ apesar da dor, a lembrança o fazia sorrir. Lembrar-se do dia em que o amor “o fez” era incrível. Era como se apaixonar de novo. E Peter sentia isso.

- Então vocês assistiram ao filme juntos._ disse Peter afirmando o obvio. Até parecia coisa de televisão.

- É. Conversamos por um tempo, e depois entramos. Mais nos beijamos do que assistimos ao filme, mas tudo bem, tivemos mais um ano para nós conhecer melhor. Depois nós nos casamos e na noite da nossa lua de mel, quando saiamos de um restaurante, John disse ter ouvido o choro de um bebê, seguimos o som e encontramos Luccas. Ele havia acabado de nascer, ainda tinha o cordão umbilical. Apesar das condições ele era a coisa mais linda que eu tinha visto na minha vida. Eu queria ficar com ele, cuidar, dar proteção, carinho, amor e dar a ele tudo o que o monstro que o colocou no mundo, parecia não estar disposto a dar. Mas John não estava convencido de que seria uma boa ideia. Mesmo assim ele fez minha vontade. Ele dizia que era impossível dizer não pra mim.

- Fracote. _ sussurrou Peter recebendo um olhar frio. —O que?_ perguntou o lobo. —Eu sei dizer não pra você. NÃO!-_ então uma almofada voou cortando o ar, passando centímetros do rosto do lobo.

- Nossa que pontaria horrível._ continuou o lobo caçoando.

- Vai ficar falando da minha pontaria ou vai me deixar continuar?_ falou o homem afoito e sem paciência. Peter apenas ergueu as mãos em sinal de rendição. E deixou Will continuar.

- Entramos com a papelada, e em menos de um mês, o nosso pequeno Luccas estava em casa. No começo, John estava em casa todas as noites, ajudando a cuidar dele, mas quando ele completou 4 anos, ele mudou. Saia todas as noites e voltava tarde e completamente machucado. Ele contou que era apenas outro lobisomem, nada do que me preocupar. Mas eu me preocupava, não podíamos nós dar ao luxo de entrar num fogo cruzado com outro lobisomem naquele momento, não com Luccas evolvido na história. Não era justo. Não era seguro._ aos poucos, Peter via as mudanças corporais, e oscilações emocionais que vinham de Will. Ele tinha medo, depois insegurança, pesar, depois medo de novo e assim nunca parava.

- Ele dizia que era só um beta qualquer, mas era mentira.

- Como sabia?

- Ferimentos feitos por betas se curam rápido, mas os dele não se curavam, demoravam dias para que enfim parasse de sangrar e desaparecesse.

- Um Alpha?_ perguntou Peter, já sabendo a resposta quando o corpo do homem a sua frente se encolheu.

- Eu cuidava dos seus ferimentos e o fazia prometer nunca mais voltar de tal forma. Mas..._ as palavras travaram em sua garganta e um grande nó se instalou em seu peito. Seus olhos queimaram e uma enxurrada de lágrimas tomaram conta de seu rosto. Sem saber o que estava fazendo Peter se levantou e foi na direção do amigo, envolvendo-o em seus braços e confortando-o. E quando mais forte o lobo apertava, mas lágrimas desciam pelos olhos do humano. Peter não sabia o que estava acontecendo, nunca fora sentimental, ou de ligar para os problemas dos outros.

- Ele me prometeu resolver, mas eu não queria isso. Eu disse a ele que não, que aquela seria a ultima noite em que ele chegaria daquela forma em casa, ou caso contrario eu pegaria o Luccas e levaria comigo pra longe._ continuou o humano contendo o choro e tentando manter a voz firme, e sem vacilar.

- Você teria coragem?_ perguntou Peter. — Teria coragem de deixá-lo pra trás? Seguir enfrente sem ele?_ com um sorriso de lado Will negou com a cabeça. Ele nunca seria capaz de abandonar John. Ele era o home que ele amava. Ele era seu porto seguro, e sua âncora.

- E o que aconteceu depois?_ perguntou Peter retornando para seu lugar. O homem parecia bem outra vez, mas logo que terminou a pergunta ele percebeu que o tempo havia se fechado. O rosto de Will ficou sombrio, sua voz  saiu baixa e calculada. Ele parecia estar se controlando.

- Ele me tirou tudo. A paz, o carinho, o amor, os abraços e os beijos. Ele me roubou o ar e o chão. Deixando somente um buraco abaixo de meus pés e outro em meu peito, onde meu coração deveria bater._sussurrou Will com pesar, e então Peter soube que haviam chegado à parte obscura da história. Dava pra sentir todas as sensações que vinham do humano.

- Ele os matou. ELE OS TIROU DE MIM._gritou Will socando um abajur ao seu lado aos berros. — Ele me deixou sem nada._ vociferou o homem completamente explosivo. Seu movimento repentino fez com que Peter se assustasse.

Will caminhou em direção da mesinha onde ficava a iluminaria que ele havia destruído e pegou um pedaço de vidro sobre o móvel, ele estava de costas para Peter, então não teve como o lobo ver.

Ele tentava se conter, mas doía demais. Ele tentava se libertar, mas aquela dor parecia nunca ir embora, as imagens daquele dia batiam em sua memória a toda hora e todos os dias depois daquele. Ele soluça e lágrimas caiam de seus olhos. Nãohavia outra forma, durante anos a única forma que ele conseguia para aliviar o peso era aquela. Sem medo, resentimento u hesitar, Will apertou o pedaço de vidro entre suas mãos e pressionou-o, até sentir os músculos rasgarem e se abrir. Ele sabia que a dor física nunca alcançaria a emocional, mas ele precisava se enganar e acreditar que ela podia.

- Eu sai cedo para o trabalho. Luccas ainda estava dormindo e John ainda estava na cama. Ele dormia muito._ o humano sorriu amargo com a lembrança. Ele precisava conversar. Se ele mantivesse Peter ocupado o suficiente para se perder no que ele dizia, o lobo desligaria seu lado lupino e se concentraria somente no seu lado humano e não sentiria nenhum cheiro.

- Fiquei o dia inteiro fora. Mas algo ainda sim estava errado. Sempre que estava trabalhando o telefone tocava. Não importa o que estivesse fazendo... Ele sempre tocava._ ainda de costas o homem mantinha a mão cerrada em punho fechado contra o vidro, mesmo com os cortes, a dor não estava passando. Não mais.

- John sempre ligava reclamando de Luccas, e Luccas sempre reclamava do pai que ficava brilhando os olhos  e rosnando pra ele. Eles não importavam. Eu saia de casa e dizia: “Não me liguem entre 09:00 e ás 11:00.”_ sorriu Will caminhando em direção a um porta retrado pendurado na parede. Quando Peter viu o homem indo na direção dele, se surpreendeu ao não ter notado tal objeto lá.

- Eles sempre ligavam assim mesmo._ dizia o loiro acariciando o rosto de ambos com uma das mãos, e a outra ele a pós contra o peito escondendo-a, fazendo Peter acreditar que aquilo era a dor falando mais alto. — Mas naquele dia não ouve ligações. Não houve reclamações, nem pedidos de sorvete de chocolate com flocos no café da manhã, almoço ou lanche da tarde. Naquele dia só havia o silêncio. O vazio e a solidão de um dia chato e insuportável._ a voz o loiro tomou um tom melancólico,

- Mas eu não me importei, mesmo com uma sensação ruim apertando e incomodando o peito. Eu não me importei. Preferi acreditar que eles estavam enfim se dando bem. Assistindo um ao programa favorito do outro. Luccas odiava Baseball e amava Tom e Jerry. Já John, odiava o desenho e venerava o jogo como um se fosse um Deus. Por isso, quando um pegava no controlo no horário do programa do outro, a guerra estava armada e a disputa iniciada. Cada um tinha sua técnica, sua tática para ganhar território e abater o inimigo, sabe?_ enquanto Will falava suas emoções boas iam voltando e ocupando lugar no recinto.

- John usava dos olhos brilhantes e da aparência lupina para amedontrar Luccas, mas o nosso pequeno não tinha medo, muito pelo contrario, ele achava a cara do pai engraçada, ás vezes ele até puxava os pelos do rosto de John, o que deveria causar uma dor imensa e o irritava ainda mais. E com isso, vinha à vez do nosso garotinho, que era todo pequenino e sorridente, olhando pra ele era impossível dizer não. Ele te dava beijinhos no rosto, deixava a voz mansa e dizia “papai”, abraçava e era tão carinhoso, Ele sempre vencia. E foi com esse pensamento que passei o dia todo trabalhando._ neste momento Peter viu o corpo do humano enrijecer.

"A história esta mudando de curso outra vez” _ pensou consigo o lobo convicto de que havia chegado à parte negra da vida de Will.

- Sem as ligações, consegui terminar meu trabalho mais cedo, então fui pra casa. Estava louco pra ver o que aconteceu. Em minha cabeça eu os via felizes, sorridentes e abraçados no sofá assistindo Tom e Jerry, assim como era quando eu estava em casa._ o loiro fez uma pausa e inspirou. Ele não queria voltar, ele não se sentia bem em retornar tão fundo naquele pesadelo. Ele não precisava, mas queria. Ele iria.

- Quando cheguei em casa, esperava ver felicidade, ver Luccas, ouvir sua gargalhada. Esperava que quando eu abrisse a porta ele viesse correndo de braços abertos me chamando de papai, e que me apertasse forte com seu bracinhos fofos, e que me desse mais um daqueles imensos beijos na bochecha. Eu esperava que John andasse até nós, com aquele jeito de Badboy que ele ainda mantinha e que nos acolhesse em seus braços, o que faria Luccas querer mordê-lo e novamente a confusão por ciúmes começasse. Que ele me desse mais um daqueles deliciosos beijos e que dissesse: “Bem vindo de volta Meu Amor.” _ com dor, um sorriso fraco brotou no canto de seus lábios.

- Mas nada disso aconteceu. Quando entrei não havia Luccas, não havia chamados de papai, nem abraços ou boas vindas._ a cada palavra o maior segurava o choro na garganta e se fazia de forte. A dor em seu peito aumentava consideravelmente, enquanto suas mãos buscavam equilíbrio com o pedaço de vidro, mas sem sucesso.

- Eu encontrei solidão, medo, lágrimas, dor, sangue e morte. Eles estavam mortos._ sussurrou o homem sem conseguir conter a dor. — ELE MATOU A MINHA FAMILIA._ gritou Will com os olhos cheios de lagrimas.

- Ele matou meu marido, ele esquartejou meu filho. Ele pendurou a cabeça deles na árvore de natal como se fosse uma piada. Ele me obrigou o a olhar cada parte, cada membro decepado e espalhado pela casa. Eu devia ter percebido. Eu devia ter ficado, eu devia...

- Ei a culpa não é sua._ Peter se apressou, levantando e indo na direção do homem, acolhendo o com seus braços. — Não tinha como você saber._ agora o homem chorava descontroladamente e soluçante.

- Ele gritou por mim. Ele chamou pelo pai dele e ele não estava lá. Eu jurei estar sempre lá, mas não estava. Ele se foi pensando que o pai dele era um covarde mentiroso. Ele gritou por mim e eu não fui ajudá-lo._ enquanto chorava, o loiro batia forte contra as costas de Peter que tentava ao máximo acalmá-lo.

- Ainda posso ouvi-los quando fecho meus olhos. Ainda posso vê-los quando estou acordado._ sussurrava enquanto mais lagrimas escorriam por seu olhos.

Dor. Tristeza. Solidão. Amargura. Luto. Dor e mais dor.

Era tudo o que vinha do loiro naquele momento. Suas pernas pareciam pesar e quase que ele não se firmava de pé.

- Dói Peter... Dói demais._ choramingou ele apertando ainda mais seu corpo contar o do lobo.

- Você não esta sozinho_ sussurrou Peter envolvendo Will ainda mais em seus braços, como se aquilo pudesse fazê-lo parar de sofre. Como se pudesse apagar. Por um momento, o lobo não era mais ele. Peter se sentiu mais próximo da própria humanidade do nunca esteve. — Estou aqui com você agora._ concluiu o homem afastando de si qualquer e todo sentimento egoísta.

Will estava desabando, mas ele não queria cair, quanto mais ele resistia, mais difícil era de se manter firme na borda. Peter diz estar presente, mas o que isso significa? Que ele estará lá quando o humano precisar? Ou é apenas um modo de fazê-lo ficar? O humano não se importava, não naquele momento. Então ele apenas apertou ainda mais os braços fortes do lobo envolta de seu corpo, e se aqueceu com o calor que vinha do outro, assim as lágrimas se sentiram confortáveis para deslizarem mais intensas e continuas por seu rosto. Cada gota deslava e deixava um imenso rastro de dor e tristeza por sua bochecha e pelo peito do lobo, que parecia ter sido molhado.

Vendo o sofrimento e a dor, Peter compreendeu que talvez aquele fosse uma historia a qual ele não devia pertencer, mesmo que terceiramente.

- Não precisa continuar se não quiser._ sussurrou o lobo afagando os cabelos do humano.

“Eles são tão macios” _ pensava o lobo enquanto tocava o cabelo do humano com carinho.

- Tudo bem. Já acabou._ sussurrou Will enquanto tentava se controlar. Peter tentou se afastar, mas o loiro não deixou o apertou mais forte contra seu corpo e nãos quis separar. Por favor, não me solte agora._pediu ele.

- Posso ao menos cuidar da sua mão?_ perguntou o lobo envolvendo as mãos do humano com as suas, abrindo os dedos dele e retirando o pedaço do abajur de lá.

- Me promete uma coisa?_ pediu Peter erguendo o rosto do loiro com os dedos,e o outro apenas assentiu com a cabeça. — Nunca mais se machuque assim Ok?

***

Eu já podia ter ido. Saído desse apartamento e entrado naquele maldito avião. Podia estar longe... Mas escolhi ficar mais, ser levado por ele novamente pra dentro do meu apartamento. Escolhi contar minha historia. E escolhi deixá-lo cuidar dos meus machucados. Ele cuidou de mim. Ele cuidou de mim, como somente John e Luccas cuidavam. Apesar de tudo eu tinha que ir, havia chegado a hora.

Enquanto Peter está lá dentro, tratando de guardar a caixa de primeiros socorros, peguei minhas chaves reservas, e abri a porta colocando minhas malas do lado de fora. Quando estava prestes a fechara porta de novo, o vi voltar. Ele era tão lindo. Seus olhos verdes, seu sorriso sedutor e ao mesmo tempo maléfico. Seu corpo, seu jeito arrogante. Deus, o cheiro dele é tão bom. Por que fui o conhecer?

Seus olhos tinham um brilho tão forte, mas ao me ver na porta, pareciam perder a intensidade. Parecia... Decepção? Por que ele ficaria decepcionado? Peter era forte, não precisava de mim pra nada.

- Ia sem se despedir?_ me perguntou ele vindo em minha direção.

- Nunca gostei de despedidas. _ Sorri sem graça.

- Tinha chaves reservas, por que não foi antes?

- Talvez eu quisesse ficar um pouco mais.

- Por quê?

- Pra correr o risco e te dar isso..._ me inclinei rapidamente pra frente agarrando a nuca de Peter, trazendo sua boca de encontro a minha e acabando com a distância entre nós.

Eu o beijei, deslizei minha língua pra dentro de sua boca e explorei cada canto, buscando mais intensamente sua maciez e sabor. Ele não resistiu ou se afastou. Depois de um tempo procurando por ar, me afastei olhando em seus olhos por um ultimo momento.

Gosto tanto de você  Peter Hale._ pensei comigo mesmo.

- Adeus Peter. 


Notas Finais


Hj tem mais um.....


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