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História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 33


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Demorei, mas voltei.
Boa leitura *-*

Capítulo 34 - Capítulo 33


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 33

– Mãe. A senhora precisa ser gentil. – pedi, enquanto destampava uma das panelas.

– Para de xeretar, Peeta. – ela bateu em minha mão sem força, fazendo-me colocar a tampa no lugar. – E desde quando não sou gentil? Por favor.

– Claro, a senhora é uma rainha da gentileza. Já entendi. – ri silenciosamente.

– O que está acontecendo aqui? – meu pai perguntou ao entrar na cozinha.

– Estou pedindo pra dona Abby ser gentil com meus convidados. – expliquei para meu pai, que havia acabado de abrir a geladeira, com certeza em busca de uma cerveja.

– Sua mãe é a personificação de um anjo. Deveria saber disso. – meu pai falou em tom de deboche, levando um tapa estralado nas costas em seguida. – Que isso, mulher. – resmungou, se afastando dela, enquanto usava o abridor para destampar sua garrafa.

– Sem sarcasmo, Thomas. – minha mãe o repreendeu. – E você sabe que minha gentileza só não conseguia ser colocada em prática quando se tratava de Johanna Mason.

Respirei fundo e devagar.

– Combinamos de não falar sobre ela. – eu a lembrei.

– Tudo bem. – minha mãe lavou as mãos e as secou no pano de prato. – Que horas eles estão pra chegar? – questionou, voltando a me olhar.

– Eles quem? – Delly questionou ao entrar na cozinha. – Teremos convidados esse ano? – ela andou pelo cômodo distribuindo beijos no rosto de nossos pais. – Irmãozinho. – falou com sarcasmo, e passou por mim.

– Não ganho beijo? – perguntei.

– Não. – disse grosseiramente, e voltou a olhar para dona Abby, que tinha as sobrancelhas levemente unidas em nossa direção, assim como nosso pai, que bebia sua cerveja silenciosamente. – Quem vem para o jantar?

– Alguns amigos do seu irmão. – minha mãe respondeu.

Delly virou para me encarar.

– Katniss? – questionou, semicerrando os olhos.

Suspirei, antes de me aproximar da minha irmã, e segurar seu braço, puxando-a para fora da cozinha.

– Precisamos conversar. – foi a única coisa que eu disse, carregando-a pela escada.

Ela soltou um xingamento baixo, e sacudiu o braço, livrando-se de mim, assim que paramos no andar de cima.

– Desembucha. – Delly cruzou os braços.

– Eu amo a Katniss. – soltei a frase de supetão, e antes que minha irmã rebatesse, eu voltei a falar. – E eu amo você, por isso você é a única que sabe tudo sobre mim. Sei que está irritada comigo, porque não gosta das minhas decisões, mas eu preciso que você entenda que eu não consigo ficar longe dela. – suspirei ao notar que Delly mantinha sua feição impassível. Passei as mãos por meu rosto. – Eu vou contar sobre a Johanna.

– Quando? – questionou. – Porque desde que você a pediu em namoro você vem me dizendo isso. Cada dia que passa, Katniss se apega mais a você, e pelo o que você me conta sobre ela, quanto mais você demorar, mais magoada ela ficará.

A campainha soou alta pela casa toda, fazendo meu coração se apertar.

– Vá atender. – Delly disse, passando por mim, indo em direção ao banheiro.

Passei a mão por meus cabelos, soltando todo o ar pelo nariz.

Desci a escada rapidamente, e assim que abri a porta, dei de cara apenas com Katniss, que estava parada com um sorriso tímido nos lábios. Em suas mãos havia uma vasilha de vidro, coberta com papel alumínio, que eu peguei no mesmo instante.

– Onde estão os outros? – questionei, olhando pela rua, e voltei a olha-la.

– Finn e Annie já estão vindo. Annabelle se atrasou. – Katniss escondeu as mãos nos bolsos de seu casaco. – Gale e Madge decidiram ficar com os pais dele esse ano, e pediram desculpas. – ela deu um sorriso de lado.

– Então você estava sozinha esse tempo que estive fora? – questionei apreensivo.

Katniss deu levemente de ombros.

– Me distraí com a torta. – respondeu.

Afirmei levemente com a cabeça, e finalmente desci meus olhos por suas roupas.

– Você está linda. – murmurei.

– Você também. – Katniss respondeu corando, depois que seus olhos espertos me analisaram.

– Entra. – pedi, lhe dando espaço.

– Se eu desmaiar de nervosismo, me acorde só em casa. – ela sussurrou, assim que fechei a porta atrás de nós, enquanto tirava sua touca e suas luvas, escondendo no bolso do casaco.

Acabei rindo silenciosamente, caminhando até a cozinha, sendo seguido por Katniss, que mexia em seus cabelos, tentando coloca-los no lugar.

– Mãe, pai. – chamei os dois que estavam de costas para nós, discutindo sobre a temperatura do forno que terminava de assar o peru. Ambos se voltaram pra mim, e um sorriso genuíno apareceu no rosto deles ao verem Katniss ao meu lado. – Essa é a Katniss.

– Que garota linda você arrumou, Peeta. – meu pai fez piada, andando até nós. – É um prazer. Sou Thomas. – ele segurou a mão de Katniss, e beijou o dorso devagar.

– Ela é minha amiga. – falei, imaginando quantas vezes eu precisaria repetir essa frase durante o jantar.

– Então você é lerdo. – meu pai provocou, se afastando, e para minha surpresa, Katniss riu baixinho ao meu lado.

– É um prazer, senhor Mellark. – respondeu com a voz delicada e melodiosa.

– Eu sou Abby. – minha mãe se aproximou. – Fico feliz que tenha vindo. – ela sorrio, e beijou uma das bochechas coradas de Katniss.

– Fico feliz em conhece-los. – Katniss respondeu. Ela se virou pra mim, e pegou a vasilha de minhas mãos. – Peeta disse que esse ano a senhora ia fazer torta de maçã, porque não tinha tido tempo de comprar os ingredientes pra torta de nozes. – Katniss começou a falar, e estendeu a vasilha pra minha mãe. – Todo ano... Meu pai fazia pra gente, e eu acabei aprendendo. Espero que esteja boa.

– Você trouxe minha torta de nozes? – meu pai falou parecendo incrédulo, e logo estava me encarando. – Você realmente é lerdo, filho. – ele roubou a vasilha das mãos da minha mãe, que já estava pronta para coloca-la sobre o balcão.

 – Devolva isso, Thomas. – minha mãe reclamou com meu pai, e a pegou antes que ele tirasse o papel alumínio. – Obrigada, querida. Pelo jeito, essa torta de nozes, fará sucesso. – dona Abby sorrio sincera para Katniss, que parecia se divertir com meus pais.

– Alguém disse torta de nozes? – a voz de Delly nos chamou a atenção. – Que bom te ver, Katniss. – ela apareceu a nossa frente, e abraçou minha namorada, que logo retribuiu o cumprimento. – Amei o corte de cabelo. – minha irmã a soltou e mexeu nos fios loiros de Katniss, antes de se afastar.

– Obrigada. – ela disse baixo, com um pequeno sorriso.

– Você trouxe a torta? – Dell perguntou para Katniss, que apenas afirmou com a cabeça. – Então bem vinda a família. – ela sussurrou, porém eu acabei ouvindo. – Com certeza já ganhou meus pais.

Katniss corou, mas sorrio, virando o rosto para olhar em minha direção.

– Quando chegam os outros? – minha mãe perguntou.

– Logo, mãe. – respondi.

– Então aproveite esse tempo para mostrar a casa para Katniss. – sugeriu.

– Tem certeza? Eu posso ajudar com o que falta do jantar. – Katniss ofereceu timidamente, olhando de mim para ela.

O sorriso de dona Abby se alargou, o que me fez perceber que Delly não estava errada. Katniss havia ganhado meus pais, assim como ganhou facilmente a mim também.

– Não precisa, querida. Falta pouco. Vá conhecer a casa. – minha mãe caminhou até o forno. – Mostre a ela seu antigo quarto, Peeta. Tem boas fotos para ela rir.

Dei um sorriso divertido, olhando para Katniss, que já sorria pra mim.

– Acho que isso será interessante. – ela comentou, enquanto me seguia pela escada.

– Espero que você saiba que isso me dará o direito de ver suas fotos antigas também. – argumentei, entrando no quarto.

– Vai sonhando. – Katniss falou com deboche, e eu virei para encara-la.

Seus olhos passeavam pelo cômodo, que era azul escuro, com alguns pôsteres de filmes colados nas paredes. Uma pequena cômoda marrom e velha no canto direito, uma cama de solteiro no meio, e um guarda roupa do lado esquerdo.

– Star Wars? – perguntou, caminhando até um dos pôsteres, e passou os dedos da mão esquerda sobre o papel. – Sério, Peeta? – disse, parecendo se divertir, e me olhou, com um sorriso. – Não achei que você fosse do tipo nerd.

– Não sou. – franzi o cenho, porém Katniss acabou rindo. – Não sou mesmo.

– Tudo bem. – ela imitou o movimento que eu costumava fazer, erguendo as mãos, como se ela se rendesse. Sorri e balancei a cabeça, mas Katniss não notou, pois caminhava pelo quarto, com seus olhos curiosos averiguando o local. – Onde estão as fotos? – ela virou para me olhar, sorrindo. – Quero ver o quão nerd você era. – voltou a provocar.

– Eu não era nerd. – respondi pacientemente, e lhe dei as costas. – E você vai se surpreender, como eu já era galã no ensino médio. – falei convencido, abrindo o guarda roupa, indo em busca de um dos álbuns de fotos. – Aqui, pequena. – caminhei até a cama, e sentei. – Venha babar em minha versão mais nova. – fiz piada.

Katniss riu, e rolou os olhos, antes de sentar ao meu lado, e tomar o álbum das minhas mãos.

Ela o colocou sobre suas pernas, e começou a folheá-lo com a mão direita, passando por fotos minhas, que vinham desde meu nascimento, até minha formatura no colégio. Katniss estava atenta as fotos, e em algumas delas, ela passava as pontas dos dedos, com um sorriso nos lábios. Algo em seu sorriso, me impedia de fazer piada, por isso, eu apenas segurei sua mão esquerda, entrelaçando nossos dedos, enquanto ela conhecia um pouco do meu passado, e eu a observava, tentando compreender, porque ela parecia tão encantada com o que via.

– Que lindinho.

Katniss disse ao parar em uma foto que eu devia ter uns oito anos. Acabei rindo com seu comentário, e balancei a cabeça.

– Parece que você teve uma boa infância. – comentou com um sorriso, e passou a ponta do dedo indicador sobre meu rosto impresso na foto da outra página, que minha mãe havia tirado.

– Acho que tive. – dei levemente de ombros. Katniss me olhou, atenta, então decidi falar. – Eu tinha uns doze anos ai. Todo dia vinte e cinco de dezembro, eu e Delly fazíamos um boneco de neve na porta de casa. Naquele ano, a neve havia atrasado, e não teríamos um boneco na manhã de natal. – sorri brevemente, olhando nos olhos cinzentos de Katniss, que mal piscavam enquanto eu falava. – Então, sem neve, eu me enrolei em papel higiênico, depois de colocar o chapéu que nosso boneco sempre usava. – soltei uma risada silenciosa, e ela riu comigo, apertando levemente minha mão. – Quando minha mãe me encontrou, e eu expliquei que era pela Delly, ela me ajudou com os outros acessórios. Prendeu a cenoura em meu nariz com um barbante, e me arrumou uma camisa branca do meu pai, só por causa dos botões pretos, escondendo parcialmente minha obra prima com papel higiênico. – sorri divertido, e voltei a encarar a foto. – Quando Delly acordou, eu estava parado na entrada, morrendo de frio, esperando por ela.

– E ai você cresceu, e virou um mala sem alça. – a voz da minha irmã me interrompeu, nos chamando atenção.

Ergui a cabeça, vendo-a parada na entrada do quarto. Delly estava com os braços cruzados, encostada de lado no batente da porta, com um sorriso sincero em seus lábios.

– Peeta virou capitão do time de basquete no segundo ano, e consequentemente, ficou um chato. – ela explicou olhando em nossa direção. – Só voltou ao normal depois de... – Delly hesitou, e meu estomago gelou. Eu sabia o que ela queria dizer. – Depois de mais velho. – completou, fazendo meu corpo relaxar.

– Capitão do time? – Katniss perguntou, e eu virei a cabeça para olha-la. – Então você era tipo um Cato Ludwig? – provocou, com um meio sorriso, colocando o álbum de fotos ao seu lado no colchão.

– Eu não tinha uma professora como você. – respondi, rindo baixo. – E não repeti de ano.

– Mas tinha várias namoradas? – perguntou, estreitando os olhos.

Quando abri a boca para falar, Delly começou antes de mim.

– Peeta sempre foi sossegado em relação a garotas. – Katniss a olhou, e eu fiz o mesmo. – E quando ele conseguiu o título de capitão, ao invés de se aproveitar disso, ele simplesmente focou mais em seus estudos, e no basquete. – Delly descruzou os braços, e desencostou do batente. – Peeta só deixou de lado todo seu esforço, quando começou a namorar uma garota de outro colégio, que até hoje eu me pergunto o que ele viu nela. – concluiu, olhando diretamente pra mim.

– Como assim? – Katniss perguntou, e acabei voltando a olha-la, contendo a vontade de brigar com minha irmã.

Ela havia acabado de me empurrar em direção ao assunto que eu não queria falar com Katniss tão cedo, e pelos olhos curiosos da minha pequena, eu não conseguiria fugir completamente dele.

Suspirei, apertando sua mão.

– Eu a conheci em uma partida de basquete. Ela era líder de torcida da Loyola, e eles jogariam contra meu time naquele sábado. Era um dos últimos jogos regionais do ano letivo. – respirei devagar. – Eu precisava dar o meu melhor nos últimos jogos, para conseguir uma bolsa de estudos, por isso precisava me concentrar. Um pouco mais de uma hora antes do jogo, nos esbarramos pelo corredor. Ela parecia perdida, já que estava atrasada, por isso não sabia onde as outras líderes estariam se preparando. Johanna tinha um sorriso estranhamente tímido, que não se encaixava nem um pouco em seu rosto. Mesmo assim, eu a guiei por meu colégio, intrigado com aquela garota. Quando chegamos na entrada do vestiário feminino, ela simplesmente me beijou. – Katniss ainda estava atenta, e sua expressão parecia neutra. – Foi um beijo quente demais para uma desconhecida. Assim que nos separamos, ela alcançou uma caneta em sua bolsa, ergueu minha camisa, e escreveu seu número em meu abdômen. No dia seguinte, eu estava como um idiota ligando pra ela.

– Bruxaria. – Delly comentou, e Katniss voltou a olha-la. – Johanna Mason fez meu irmão perder a chance da bolsa de estudos, já que o imbecil perdeu o último jogo da temporada, por estar se pegando com ela na caminhonete velha que ele havia comprado.

– Johanna Mason? – Katniss perguntou, e olhou pra mim. – Da Loyola? – ela franziu o cenho. – Acho que é a mesma Johanna que era amiga da Annabelle.

Franzi o cenho, tentando lembrar de algo.

– Acho que ela chegou a falar de Annie pra mim, mas nunca a conheci. – falei segundos depois.

– Assim que falei seu nome para minha irmã, ela chegou a dizer que não era estranho. – Katniss comentou. – Por quanto tempo ficaram juntos?

– Ela ferrou com a minha vida por um bom tempo. – respondi vagamente. – Desde o início, Johanna vinha me afundando, mas eu não dei ouvidos aos meus pais ou a minha irmã. Algo me prendia a ela, de um jeito estranho. – suspirei. – Ela foi a última mulher com quem estive antes de você. – confessei.

Katniss deixou seus olhos varrerem meu rosto com atenção.

– Você a amava? – questionou baixo.

Uni as sobrancelhas, sentindo sua mão apertar a minha, enquanto ela aguardava por minha resposta.

– Vou ajudar a arrumar a mesa. – Delly avisou, fazendo-me erguer os olhos em sua direção.

Acompanhei o movimento da porta se fechando, tentando por meus pensamentos em ordem.

– Eu achava que sim. – decidi responder depois de um curto silêncio. – Até certo ponto, eu achava que eu e Johanna éramos o casal perfeito. – continuei a falar, descendo o olhar para nossas mãos. – Ela começou a perceber que eu fazia tudo por ela, e logo passou a se aproveitar disso. Porém eu estava cego demais para notar que minha vida estava indo para o fundo do poço por culpa daquele relacionamento. – suspirei, levantando a cabeça para olhar minha namorada que estava em silêncio desde que comecei a falar. – Quando decidi que precisava fazer algo, eu já estava com vinte anos. Foi quando corri atrás de uma faculdade, que acabei pagando com o dinheiro suado que eu recebia por trabalhar o dia todo como ajudante de mecânico.

– Mecânico? – perguntou, esboçando um sorriso.

– Sim. Era um amigo do meu pai. – expliquei, sorrindo de lado. – Quando terminei a faculdade, trabalhei um tempo como instrutor em uma academia, até conseguir uma chance para lecionar.

– E a Johanna? – indagou.

– Nós continuamos juntos, até eu me estabilizar como professor. Na época, estavam com falta de professores de educação física, então consegui muitas aulas logo de cara. Foi passando tanto tempo dando aulas e longe dela que eu comecei a notar, que eu era muito melhor sem tê-la por perto. – voltei a encarar nossas mãos. – Então eu passei a pensar no que minha família dizia sobre Johanna. Comecei a notar como ela agia comigo, e toda a merda que ela vinha causando em minha vida. – suspirei. – Como se ela soubesse sobre as minhas intenções, Johanna simplesmente foi embora de casa, antes que eu mesmo colocasse um ponto final em nosso relacionamento.

– Vocês moraram juntos? – questionou, assim que eu me calei.

Franzi o cenho, sentindo meus pensamentos se embrenharem.

– Sim. – respondi. – Por um tempo.

Eu não tinha mentido em nenhuma das minhas respostas, mas também não podia contar toda a verdade. Tinha um lado de Katniss que eu comecei a conhecer apenas depois de virarmos um casal, e eu não fazia ideia de qual seria sua reação ao saber sobre o resto dessa história, que deveria ter se encerrado há um pouco mais de três anos, e que por culpa do sumiço de Johanna, eu estava preso nisso.

– Você ainda sente algo por ela? – Katniss perguntou.

– Com certeza sinto raiva. – falei de imediato, voltando a olha-la. – Por ter atrasado minha vida. – completei. – Às vezes tenho raiva até de mim mesmo, por não ter enxergado antes. – suspirei, apertando sua mão.

Katniss permaneceu me observando em silêncio, mas eu podia sentir seus dedos ao redor dos meus, correspondendo o aperto, o que parecia ser uma tentativa de me confortar. Ela olhou pra frente, e abaixou a cabeça, soltando um suspiro que para mim era de pura frustração.

Quando pensei em falar alguma coisa, a campainha tocou, o que fez Katniss soltar minha mão, e se colocar de pé.

– Deve ser minha irmã. – ela disse em tom baixo.

A observei caminhar pelo quarto silenciosamente, enquanto eu tentava não me concentrar na pequena dor de cabeça que se iniciava.

– Katniss. – chamei, fazendo-a parar antes de segurar a maçaneta. Ela virou para me olhar, e assim que eu me aproximei, eu a abracei pela cintura. – Nada no meu passado significa nem um terço do quanto você significa pra mim. Você é a melhor coisa que aconteceu em toda minha vida. – disse devagar, olhando em seus olhos. – Jamais esqueça disso.

Ela uniu levemente as sobrancelhas, e deixou seus olhos passearem por meu rosto.

– Ouvir essa frase é estranho. – Katniss disse. – “Jamais esqueça disso.” – repetiu. – É como se a pessoa visse como uma última chance para dizer algo. – seus olhos se fecharam. – Não a use comigo. – pediu com a voz baixa, e logo ergueu as pálpebras para me olhar. – Não me faça pensar que vou te perder a qualquer momento. – murmurou.

– Você não vai me perder. – falei convicto, a apertando em meus braços. – Só se um dia você não me quiser mais na sua vida. – soltei baixo, tentando ignorar o pequeno nó em minha garganta. – E mesmo assim, eu quem perderia você. Você ainda me teria. – dei uma pequena pausa, antes de sussurrar. – Eu sempre serei seu, Katniss.

Ela voltou a fechar os olhos, apertando-os com força.

– Por que estamos falando disso? – questionou com a voz falha, me fazendo notar que ela choraria a qualquer momento.

Suspirei, encostando a testa contra a dela.

– Eu não sei. – respondi.

– Então vamos parar. – pediu, abrindo os olhos. Katniss desencostou a testa da minha, e assim que fez menção de afastar seu corpo do meu, eu a soltei. – É melhor a gente descer. – ela me deu as costas, e sem esperar por resposta, Katniss abriu a porta e saiu por ela.

Respirei fundo e devagar, antes de segui-la.

Eu estava sendo sincero quando disse que seria sempre dela, porém, eu não tinha certeza do quanto Katniss seria minha ao saber que minha história com Johanna ainda não havia ganhado um verdadeiro ponto final. Não, enquanto judicialmente, eu ainda era um homem casado.


Notas Finais


Antes que tenham um ataque, ou coisa do tipo, no próximo capítulo, Peeta explicará exatamente tudo o que aconteceu entre ele e a Johanna, para quem não conseguiu entender.
Beijos ♥ e não o odeiem...
Eu não odiaria, se fosse vocês kkk


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