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História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 39


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura *-*

Capítulo 40 - Capítulo 39


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 39

– Não acredito que me deixei levar por sua cara de cachorro pidão. – falei nervosa, olhando pra baixo para encarar os esquis em meus pés, e depois voltei a olhar para Peeta, que sorria tanto nas últimas horas, que eu mal conseguia ficar irritada de verdade com ele.

Mesmo não nos escondendo mais, eu ainda precisei controlar Peeta no último dia antes do recesso, já que o mesmo insistia em me beijar na frente dos outros professores. Se Snow soubesse, eu tinha uma pequena ideia do problema que arranjaríamos, mas Peeta não parecia se importar, e eu... Bom. Eu realmente acabava perdendo qualquer linha de raciocínio, pelo menos no primeiro minuto. Depois que eu voltava a realidade, acabava “brigando” com ele, que sempre ria despreocupadamente e me abraçava, fazendo-me esquecer momentaneamente do seu comportamento inadequado.

O Natal também havia passado. Todos nós nos reunimos na casa da família de Peeta, incluindo Gale e Madge, que pareciam fugir da família Hawthorne desde que ficaram noivos.

Abby e Thomas nos receberam com a mesma alegria do dia de Ação de Graças, e posso arriscar em dizer, que ficaram mais felizes ao saberem sobre mim e Peeta, o que me deixou menos insegura, impedindo-me de desmaiar antes do jantar do dia vinte e quatro de dezembro.

Depois do dia vinte e cinco, os dias passaram rápido. No dia vinte e seis, Peeta me convidou para irmos para sua casa, assim eu conheceria sua moradia, e ele teria tempo de organizar o local que ele mal ficava nas últimas semanas. Então, passamos a semana toda trancados ali, sem sermos incomodados por ninguém, apenas aproveitando-nos da companhia um do outro, e do conforto da sua casa, que eu poderia dizer facilmente, que era bem melhor que meu apartamento.

No dia trinta de dezembro, ou seja, ontem, decidi perguntar onde passaríamos o Réveillon, já que não havíamos falado sobre o assunto em nenhum momento. Foi então que Peeta voltou a insistir sobre a estação de esqui, que ficava a quase uma hora de distância.

Eu não tinha problemas com o excesso de neve no inverno. O frio era sempre a melhor temperatura, na minha opinião. Porém, eu quase entrava em pânico, apenas por me imaginar descendo as grandes montanhas cobertas de gelo, praticamente sem controle algum. Por isso, eu começava a duvidar sobre meu juízo, já que Peeta havia me convencido tão fácil, que antes do dia trinta acabar, eu já estava em meu apartamento, arrumando uma pequena mala para passarmos a virada do ano em um dos chalés ao redor da estação.

– Não sei se agradeço por tentar dizer que sou bom em convencer as pessoas, ou se me sinto ofendido, por me chamar de cachorro. – Peeta comentou divertido, estendendo dois bastões pra mim. – Você sabe usar isso? – questionou.

Eu não fiz menção de pegar os bastões, fazendo-o abaixa-los, e fechei a cara com sua pergunta.

– Claro que não. Se eu morro de medo de estar aqui, você acha que sei usar esses negócios? – retruquei com irritação.

Ele sorriu mais uma vez, e balançou a cabeça.

– Você ao menos prestou atenção na pequena aula do instrutor? – questionou de volta.

– Prestei. – rolei os olhos quando Peeta voltou a estender os bastões pra mim.

– Seja mais flexível, baby. – insistiu.

– Você sabe que eu posso morrer, não sabe? – falei, depois de suspirar, e pegar os bastões.

– Nós vamos em uma pista infantil. – Peeta deu um sorriso torto. – Não é difícil.

– Se eu me machucar... Eu machuco você. – ameacei.

Ele gargalhou, pegando os seus próprios bastões.

– Você aprendeu a ameaçar, mas não acho que seja agressiva. – Peeta piscou pra mim.

– Se eu me machucar, você vai descobrir. – rebati.

 

~||~

 

– Eu não vou voltar pra lá. – resmunguei, aceitando a caneca de chocolate quente que Peeta havia acabado de estender para mim. – Se quiser volte sozinho.

– Quanto mau humor. – ele rebateu, sentando ao meu lado, com sua caneca em mãos. – Você até que foi bem, Katniss.

Rolei os olhos, me recostando na cadeira da pequena lanchonete da estação.

– Acho que estou com neve até no estômago, de tanto cair. – assoprei minha caneca, antes de bebericar cuidadosamente a bebida quente.

– Por isso comprei chocolate quente. – Peeta disse com deboche, fazendo-me estreitar os olhos. – Não me faça essa cara.

Segurei a caneca com as duas mãos, aproveitando-me para esquentar meus dedos, que estavam quase congelando, desde que tirei as luvas.

– Qual cara você quer que eu faça? – indaguei.

– Cara de “você é o melhor namorado do mundo. Obrigado por estar presente em minha vida.” – Peeta disse, afinando a voz, como se me imitasse.

Elevei minha sobrancelha esquerda, e apesar de sentir vontade de rir de sua imitação, mantive-me com o rosto impassível, tentando passar seriedade.

– Não existe cara para isso. – retruquei.

Peeta sorriu torto, colocando sua caneca sobre a pequena mesa retangular. Sua mão direita alcançou a parte de baixo do assento da minha cadeira, e sem nenhum esforço, ele me puxou para perto.

– Claro que existe. Você vive com essa cara. É tipo um sorriso bobo. – provocou, aproximando-se de mim.

– Você se acha demais. – acabei dando um meio sorriso, ao ter seu rosto tão perto do meu. – Acho que você devia controlar esse seu ego. – murmurei.

Seus olhos pararam nos meus, e algo na forma que ele me olhava, simplesmente acelerou meu coração.

– Com um ego enorme ou não, você ainda assim está aqui. – seu sorriso foi mais largo dessa vez, enquanto sua voz saía quase em um sussurro. – E de qualquer maneira, você sabe que esse ego nem existe de verdade.

– Eu não sei de nada. – respondi no mesmo tom, descendo os olhos rapidamente para seus lábios, que estavam avermelhados por culpa do frio. – Pra mim, você continua sendo o mesmo narcisista que eu conheci. – completei, voltando a olhar em seus olhos azuis.

Peeta soltou um riso curto e silencioso, balançando a cabeça em negação devagar. Sem dizer nada, ele se aproximou mais, até ter sua boca na minha.

– Estamos em público. – sussurrei timidamente contra seus lábios, ainda com os olhos fixados nos dele.

Pude sentir seu sorriso contra minha boca, e antes de se afastar, Peeta mordeu meu lábio inferior, puxando-o levemente entre os dentes, soltando-o logo.

Meu rosto estava completamente quente, e meu coração mais acelerado com seu ato, por isso, desviei o olhar, encarando minha caneca.

Ouvi sua risadinha, mas não o olhei. Apenas beberiquei meu chocolate.

– Ainda está brava por ter caído várias vezes com os esquis? – ele perguntou segundos depois.

– Sim. – respondi de imediato, mesmo sabendo que era mentira.

– Então devo cancelar nossa reserva? – indagou.

– Reserva de quê? – perguntei de volta, finalmente voltando a olha-lo.

– Do restaurante. Nosso primeiro encontro de verdade. – Peeta respondeu com naturalidade, bebendo seu chocolate.

Abri um sorriso, que deixava claro que Peeta estava certo. Era sempre um sorriso bobo que dizia o quanto ele era um namorado maravilhoso.

– Como ficar irritada com você? – questionei, fazendo-o me olhar com um sorriso torto.

– Mesmo que eu soubesse como fazer isso, eu jamais te ensinaria. – ele respondeu dando de ombros.

 

~||~

 

O jantar havia sido perfeito, o que me fez perceber que Peeta tinha planejado tudo desde o início.

O restaurante era simples, e fazia parte da estação de esqui, porém era aconchegante e convidativo, o que me deixou à vontade assim que entramos. Eu não me envolvi nas escolhas de nada durante a refeição. Permiti que Peeta me conduzisse na escolha do prato, da sobremesa, e até mesmo aceitei quando ele me ofereceu um pouco de vinho, enquanto comíamos.

Passamos um bom tempo conversando, e aproveitando da música ambiente, que era tranquila, dando um ar mais romântico ao nosso jantar.

As horas passaram voando, e quando pensei que iriamos para nosso chalé, Peeta pediu uma garrafa de champanhe e duas taças ao pagar a conta, dizendo que iriamos dar uma volta.

– Já são mais de onze horas. – comentei, enquanto ele me ajudava a vestir o grosso casaco, que ele mesmo havia me dado de presente de natal.

– Eu sei. – Peeta sorriu, vestindo o dele, e pegou a garrafa e as taças que estavam sobre nossa mesa. – É que eu quero te mostrar uma coisa.

Ele ajeitou os três itens em uma mão, e estendeu a outra pra mim, assim que saímos do restaurante.

No momento não nevava, mas o vento era frio e cortante, fazendo-me estremecer constantemente.

– Onde vamos? – perguntei, afundando os pés a cada passo que dávamos.

– Primeiro nós vamos pegar o carro. – respondeu. – Depois... Bom. Você vai descobrir o resto.

Andamos por alguns minutos, e logo já estávamos protegidos dentro do veículo de Peeta, que estava quentinho, graças ao aquecedor. Ele dirigiu por mais alguns minutos, em completo silêncio, enquanto eu observava o lado de fora, que estava completamente escuro.

Ao pararmos, notei a presença de outros carros no local, o que me fez olhar curiosa para Peeta, que já havia descido, e pegava algo no banco de trás.

Era um grosso cobertor, dobrado perfeitamente, em seu braço direito. Depois de fecharmos o carro, e eu pedir para carregar a garrafa e as taças, começamos a caminhar, seguindo alguns poucos postes de luz que apareciam a nossa frente.

O local em que Peeta parou tinha outras pessoas, aglomeradas, parecendo que aguardavam algo. Eu parei ao seu lado, e olhei ao redor, mas as luzes do lugar haviam sumido alguns metros atrás de nós, impedindo-me de enxergar além daquela gente.

– Onde estamos? – perguntei, virando o rosto para olha-lo.

Peeta continuou a andar, me fazendo segui-lo, até parar próximo a um tronco de árvore caído.

– Você já vai ver. – respondeu. – Senta. – ele pediu.

Atendi seu pedido, e logo senti o grosso cobertor em minhas costas. Peeta sentou ao meu lado, e se protegeu do frio, entrando embaixo do cobertor comigo.

Ele pegou apenas a garrafa da minha mão, e começou a tirar o lacre.

Não foi preciso muito tempo, para o primeiro clarão chamar minha atenção, seguido de estouros.

Fogos de artificio.

– Feliz ano novo. – Peeta disse em seguida, me fazendo olha-lo com um sorriso idiota nos lábios.

Ele forçou a tampa da garrafa, estourando o champanhe enquanto mais fogos cortavam o céu escuro. Voltei minha atenção para o espetáculo a minha frente, mesmo sentindo que Peeta enchia as taças em minhas mãos.

– Você não pode ser real. – murmurei, sentindo que meus olhos brilhavam, e em seguida virei o rosto para encara-lo.

Peeta tinha um grande sorriso em seus lábios, e estendeu a mão para alcançar uma das taças.

– Podíamos brindar ao novo ano que se inicia, mas prefiro brindar a nós dois. – ele ergueu a taça. – Então... A nós dois.

– A nós dois. – repeti, ainda sorrindo, batendo a minha contra a dele, depois a levei até minha boca, bebericando um pouco do líquido doce e borbulhante.

Voltei meus olhos para o céu, que ainda tinha uma grande quantia de fogos estourando.

– Não acredito que me trouxe aqui. – falei baixo, observando as luzes brilhantes e coloridas aparecendo no céu.

– Na verdade, eu não posso ficar com todo o crédito. – Peeta disse, me fazendo olha-lo. – Gale me contou que ia pedir Madge em casamento nesse mesmo cenário.

Arqueei as sobrancelhas, sentindo meu coração acelerar.

– Não vou te pedir em casamento. – ele soltou um riso baixo, enquanto eu relaxava aos poucos. – Não agora. – Peeta deu levemente de ombros, e eu acabei corando, desviando o olhar pra frente de novo.

Ele planejava casar comigo. Era isso mesmo que Peeta estava dizendo.

Acabei sorrindo, soltando um suspiro.

– Com tanto que peça em algum momento. – disse em tom divertido, passando meu braço ao redor do dele, e encostando a cabeça em seu ombro.

Ouvi sua risada, e senti um beijo rápido em meus cabelos.

– Não vai fugir? – questionei, ainda olhando para o céu. – Homens costumam fugir do assunto, principalmente no começo do relacionamento.

– Não quando tenho a certeza do quanto eu te amo. – Peeta soltou a frase, o que acabou me obrigando a erguer a cabeça e virar o rosto para olha-lo. Ele já olhava em minha direção, com um sorriso torto nos lábios, enquanto eu sentia minhas bochechas esquentarem. – Não é porque namoramos há pouco tempo, que eu não tenha planos de ficar o resto da minha vida com você. – Peeta falou, mas parou no mesmo instante, franzindo o cenho. – Na verdade... Eu que devia perguntar se você não vai fugir.

Ri timidamente, e balancei a cabeça em negativa.

– Não acho que eu consiga fugir de você, Peeta. – voltei a encostar a cabeça em seu ombro. – Não depois desse primeiro encontro. – falei divertida.

Ele soltou uma risada.

– Ainda terei muitos encontros para te impressionar, pequena. – Peeta respondeu.

– Não me faça criar expectativas. – falei, ouvindo-o rir novamente.

– Tudo bem. É bom que não crie, assim te surpreendo.

Ergui a cabeça para olha-lo, encostando o queixo em seu ombro.

– Não gosto de surpresas, querido. – disse em tom baixo, apertando seu braço.

Peeta sorriu, beijando minha testa.

– Eu sei. Mas eu não ligo. – disse debochado, piscando com o olho direito pra mim.

Rolei os olhos, enquanto notava os fogos diminuindo no céu. Ficamos em silêncio até que os estouros cessaram, e as luzes coloridas começaram a sumir.

– Eu nem sei o que dizer sobre hoje. – falei em tom baixo, voltando a olha-lo. Peeta virou o rosto pra mim, com um pequeno sorriso. – Você... – balancei a cabeça levemente, suspirando. – Você fez tudo ser tão lindo. Eu... – fechei os olhos, e bufei baixo. – Eu sou horrível pra falar. – ri sem graça, e voltei a erguer as pálpebras. – Não sei como consegui me declarar na quadra daquele jeito. – murmurei, recebendo um sorriso encorajador de Peeta. – Obrigada. – soltei timidamente. – Não só por essa noite... – mordi o lábio inferior.

Seu sorriso se alargou, e no mesmo instante, seu rosto passou a se aproximar do meu.

– Você não pode me agradecer. Não quando eu sinto que deveria fazer o mesmo, por me permitir ter os melhores momentos da minha vida. – sussurrou, olhando em meus olhos.

Senti as bochechas esquentarem, mas sorri pra ele.

– Não estou surpresa que seja os melhores momentos da sua vida. – respondi, notando suas sobrancelhas franzirem. – Afinal de contas, olha pra mim. – completei, usando a frase que Peeta tanto havia dito antes de começarmos a namorar.

Ele gargalhou, depois de se afastar minimamente de mim.

– Nunca pensei que ouviria você dizer isso.

Acabei rindo, e balancei a cabeça.

– Tudo bem. Olha pra nós. – corrigi a frase, dando um meio sorriso.

– Isso. Olha pra nós. Casal perfeito. – concordou, dando um sorriso torto, voltando a se aproximar. – Acredito que fomos feitos um para o outro. – sussurrou, olhando em meus olhos.

– Tenho certeza que sim. – afirmei corando.

Ele ainda estava sorrindo, quando parou com a boca a centímetros da minha.

– Já passamos alguns minutos da meia noite. – Peeta disse baixo. – Se eu te beijar, ainda seria válido como um beijo de Réveillon?

Abri um novo sorriso, e afirmei lentamente com a cabeça, antes de eu mesma cortar o resto da distância entre nós, unindo nossos lábios no nosso primeiro beijo do ano.


Notas Finais


Beijos ♥


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