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História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 44


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Oi gente.
Sei que demorei, mas tive um pequeno problema na terça feira passada, e estou quase a semana toda de cama.
Consegui corrigir o capítulo hoje.
Espero que gostem...
Boa leitura.

Capítulo 45 - Capítulo 44


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 44

– Alô? – falei ao colocar o celular na orelha.

Finalmente consegui falar com você. – a voz de Madge soou preocupada do outro lado. – Parece que seu celular vive desligado, e não te encontro mais em casa. – ela disse, dando uma pequena pausa no final. – O que está acontecendo, Kat?

A pergunta veio como uma bomba, causando-me uma dor de cabeça pior do que a que eu já estava.

Fazia quatro dias que Manoela havia aparecido naquele restaurante, com sua fala mansa e culpa fingida. Desde aquele dia, apesar de ter Peeta ao meu lado quase vinte e quatro horas, eu não conseguia relaxar. Eu mal dormia, ou raciocinava por conta própria. Meu coração estava machucado, não apenas pelo aparecimento repentino de Manoela, mas por me sentir completamente traída por minha irmã.

Meu celular realmente andava desligado na maior parte do tempo, e eu passei a me esconder na casa de Peeta nos dias que se seguiram, sabendo que a possibilidade de Annabelle vir atrás de mim na escola, não era tão grande quanto ela ir até meu apartamento.

Eu não estava pronta para enfrentar aquele assunto, e talvez, nem ao menos para falar sobre ele.

– Eu... É que... – comecei a gaguejar, e fechei os olhos com força.

O apito alto de Peeta me assustou, fazendo-me desistir de falar. Abri os olhos rapidamente, sentindo o coração acelerado.

– Isso não é jogada de verdade, Ludwig! – ele gritou com Cato.

O que foi isso? – Madge perguntou.

Vasculhei o local rapidamente com os olhos, encontrando meu namorado parado de costas para mim, na lateral da quadra, acompanhado de Jake, seu assistente, que parecia falar alguma coisa pra ele.

– Peeta está treinando o time de basquete. – respondi finalmente, depois de respirar fundo. – O diretor ofereceu o cargo pra ele semana passada. Ele me convidou pra estar aqui no primeiro dia dele. – expliquei, ajeitando-me no assento da arquibancada.

Ah. Que legal, Kat. Ele deve estar feliz. – ela comentou, parecendo animada.

– Está sim. – acabei sorrindo com a constatação. – Apesar dele estar em conflito com Cato desde que começaram a treinar.

Cato é o que disse que gosta de você? – perguntou.

– Sim. – suspirei. – Ele me mandou um cartão indecente no dia dos namorados, o que deixou Peeta com mais raiva dele. – falei, olhando meus próprios pés. – Acho que isso será um problema.

Apesar do Peeta ter dito que não sabia o que faria por sua causa, acredito que ele é racional. – Madge argumentou. – Ele não fará nada que possa prejudica-lo.

– Espero mesmo que não. – respondi, voltando a olhar em direção a quadra.

Peeta virou a cabeça, e me olhou com um sorriso torto. Abri um pequeno sorriso de volta, notando a curiosidade estampada em seu rosto, talvez por me ver ao celular. Jake chamou sua atenção ao dizer alguma coisa, por isso Peeta voltou a dar atenção para seus jogadores.

E então, Katniss? Vai me contar o que está acontecendo? – Madge insistiu.

Suspirei, apertando o aparelho entre meus dedos, e fechei os olhos novamente.

– O que você sabe, Mad? – perguntei, imaginando o que Annabelle havia feito chegar aos ouvidos dela.

Pouca coisa. – confessou, suspirando também do outro lado. – Mas sei que você está chateada. – ela disse com convicção.

– Chateada é pouco, perto da forma que estou me sentindo. – respondi em voz baixa, sentindo o choro subir, e parar em minha garganta.

Meu nariz começou a arder, e minha cabeça passou a doer um pouco mais, por lutar com a vontade de derramar as lágrimas que eu estava segurando há dias.

Eu sei que você não é do tipo que pede conselhos, mas... – Madge se calou.

O único que me aconselhava, era meu pai. Jared tinha um jeito nato para falar comigo, e ele sempre sabia quando eu precisava ouvir suas sábias palavras. Meu pai nunca errava em seus conselhos, o que me fazia não precisar pedir, e nem querer ouvir outras pessoas.

Agora, as coisas eram diferentes, e algo dentro de mim me dizia, que não faria mal algum ouvir o que Mad tinha a dizer.

– Pode falar, Madge. – falei abrindo os olhos, ao notar que ela ainda estava quieta do outro lado.

Talvez vocês três devessem conversar. – Mad disse hesitante. – Colocar tudo em seu devido lugar. É melhor do que você ficar remoendo tudo isso em sua cabeça constantemente. – ela continuou a falar. – Annie é meio intrometida, mas ela te ama muito, Kat. Ela não faria nada com intenção de te machucar.

– Eu sei. – eu disse, suspirando em seguida.

Ouvi alguém falar ao fundo.

Eu preciso desligar. – Madge disse em seguida. – Mas pense nisso. E mantenha esse celular ligado, para podermos conversar.

– Tudo bem. – murmurei.

Até mais, Kat.

– Até. – respondi, desligando a chamada.

Assim que joguei o aparelho na bolsa, um barulho repetido me chamou a atenção. Olhei para a quadra, notando que já estava vazia, a não ser por Peeta, que batia a bola de basquete contra o chão a uma distância considerável da cesta. Ele a encarava algumas vezes, e voltava a sua atenção para a bola, continuando a quica-la sem dificuldade alguma.

Decidi levantar, deixando minhas coisas na arquibancada, e comecei a caminhar silenciosamente até Peeta.

– Eu acho que você consegue. – falei baixo, parando ao lado dele.

Pude notar um pequeno sorriso em seus lábios, antes que ele parasse de bater na bola e a erguesse acima de sua cabeça. Peeta não pareceu mirar a cesta, pelo menos não no meu ponto de vista, porém a bola passou perfeitamente pelo arco, fazendo a rede da cesta balançar, antes da bola atingir, em milésimos de segundos, o chão, quicando para longe de nós até o fundo da quadra.

Peeta continuou a encarar a cesta por alguns segundos, antes de virar para me olhar com um sorriso torto.

– Quem era no telefone? – questionou, olhando novamente pra frente, parecendo buscar a bola com os olhos.

– Madge. – respondi, vendo-o caminhar até ela.

– Está tudo bem? – perguntou, alcançando a bola. – Alguma novidade sobre o bebê?

– Não falamos sobre isso. – falei, sentindo-me culpada por nem ao menos ter perguntado.

– Falaram sobre o quê? – indagou, caminhando em minha direção, porém ele parou quase na metade do caminho, e me deu as costas. – Vem aqui. – Peeta chamou.

– Ela queria saber o que estava acontecendo. – respondi, me aproximando e parando novamente ao seu lado. – Mas Annabelle já falou com Madge. Acho que ela só queria saber como eu estava com tudo isso.

– Entendi. – ele me puxou carinhosamente pelo braço, posicionando-me a sua frente. Logo seu braço passou ao meu lado, e a bola apareceu em minha vista. – Tenta. – pediu.

– Sou um desastre ambulante. Talvez eu me machuque com isso. – murmurei, mas acabei segurando-a com as duas mãos. – Madge sugeriu que eu tentasse conversar com Annabelle e Manoela.

Senti as mãos de Peeta em meus cotovelos, e cuidadosamente ele começou a elevar meus braços. Depois disso, ele apareceu na minha frente, e mexeu na posição das minhas mãos.

– É só fazer o que eu fiz. – Peeta disse, e andou até estar ao meu lado.

Respirei devagar, e flexionei os braços, estendendo-os em seguida com força exagerada, atirando a bola pra cima. Ela nem chegou a passar perto da cesta. Minha mira era completamente torta, e pelo o que eu havia notado, minha força exagerada, não havia ajudado em nada.

– Sou péssima nisso. – resmunguei.

– É só prática. Não precisa de força. – ele disse como se lesse meus pensamentos. – Você pretende conversar com elas? – perguntou.

Suspirei, ficando de lado, e logo Peeta também virou, ficando de frente pra mim.

– Eu não sei. – cruzei os braços. – Ainda me sinto confusa. Desde que liguei meu celular hoje de manhã, começou a chegar inúmeras mensagens de Annabelle desses últimos dias, dizendo o quanto Manoela gostaria de conversar comigo, e que ela sente muito por ter causado tantos problemas. – balancei a cabeça em negativa. – Eu não entendo como minha irmã consegue apoia-la assim.

– Acho que a Manoela tem um significado pra você, e outro pra Annie. – Peeta disse parecendo pensativo. – Sua irmã a teve no início da adolescência. Teve tempo de aprender a maioria das coisas com ela, e pôde compartilhar seus momentos, tendo realmente uma mãe. Você tinha dez anos. As coisas mais interessantes ainda estariam por vir, e todas elas você passou com seu pai.

Afirmei levemente com a cabeça, e encarei meus próprios pés.

– Você nem consegue chama-la de mãe, Katniss. – Peeta completou, um pouco hesitante. – Já percebeu isso?

Franzi o cenho, tentando lembrar quando havia sido a última vez que eu havia chamado Manoela de mãe. Estranhamente eu não conseguia recordar, já que nos últimos dias apenas seu nome saía da minha boca, e até mesmo em meus pensamentos.

– Você tem razão. – disse, erguendo os olhos para olhar meu namorado. – Eu não consigo vê-la como minha mãe. Por isso não vejo motivo para ter a conversa que Annie tanto quer.

– Na verdade, acho que Madge tem razão, pequena. – ele falou, me fazendo arquear as sobrancelhas em surpresa. Era a primeira vez que ele dava sua opinião sobre o assunto. – Não estou dizendo que você precisa dar uma chance pra ela. – Peeta continuou a falar. – Eu não seria esse tipo de pessoa, que te diz pra consertar as coisas só porque é sua mãe. Eu realmente não gosto dela, e sinto muito por minha sinceridade. – ele deu um meio sorriso, suspirando em seguida. – Mas eu acho que você precisa soltar tudo o que você vem guardando nos últimos anos, e acho que não tem ninguém melhor pra ouvir tudo isso, do que quem causou tantos problemas pra você.

– Eu não sei, Peeta. – murmurei, soltando meus braços. – Não me sinto nada bem pra esse confronto.

– Acho que o fato de guardar pra você, que está te fazendo mal, Katniss. – ele insistiu. – E se você quiser, eu vou com você. Apesar de você não saber como se sente, eu acho que sei.

– Então me explique, querido, porque eu não sei mesmo. – esbocei um sorriso, ao vê-lo sorrir torto pra mim. – Vou pensar nisso, tudo bem?

Peeta assentiu, olhando para o lado onde a bola havia parado.

– Quer tentar jogar de novo? – questionou, voltando a me olhar.

– Quero. – respondi, dando um pequeno sorriso pra ele. – Mas preciso de mais instruções. Eu sou horrível nisso.

Pude ouvi-lo rir, enquanto ele caminhava em busca da bola.

 

~||~

 

– O que te fez decidir parar de me ignorar? – Annabelle perguntou, segundos depois de eu sentar em seu sofá.

Estávamos sozinhas em sua casa, aguardando Manoela chegar.

Peeta não precisou insistir para que eu acabasse logo com isso, depois dele deixar claro que Madge tinha razão. Eu mesma mandei uma mensagem para Annie, pedindo para conseguir esse encontro em sua casa no fim do dia.

Nós colocaríamos os pingos nos Is, e quem sabe, um ponto final nesse drama familiar.

Meu namorado chegou apenas a se oferecer novamente para estar presente naquele momento, mas eu disse que conseguiria fazer sozinha, e eu realmente contava com isso.

– O fato de você ser insistente demais, foi um dos motivos. – respondi sem muita emoção. – Onde está Manoela? Não tenho todo o tempo do mundo. – falei, recostando-me no sofá.

Annie uniu suas sobrancelhas, parecendo confusa.

– Quem é você e o que fez com a minha irmã? – perguntou.

Rolei os olhos e cruzei os braços.

– Se você acha que vim aqui para ser feita de boba, você está muito enganada. E eu não estou muito afim de jogar conversa fora com você. – soltei com certa frieza. – Você trazê-la de volta, sem ao menos pensar em me avisar, fez com que eu me sentisse traída. Se me conhece tão bem, quanto acha que conhece, deveria saber o quanto isso me atingiria.

– Eu não tinha certeza se ela viria. Não podia te dar falsas esperanças. – tentou se defender.

– Eu não criaria falsas esperanças, Annabelle. Eu riria da sua cara, com certeza. – meneei a cabeça. – Mas mesmo assim, eu gostaria de saber que vocês tinham entrado em contato. – curvei levemente meu tronco pra frente. – Agora, me responda uma coisa. Você acha normal ela aparecer pouco tempo depois da morte do papai? – indaguei, fitando seus olhos verdes, que apesar dela estar relativamente longe de mim, sentada na poltrona, eu conseguia lê-los facilmente.

– Ela disse que não tinha coragem de encara-lo. – Annie respondeu, mas algo me dizia que isso não havia a convencido muito. – Que apesar de triste a situação, ela achou melhor que apenas nós duas a reencontrássemos.

Franzi o cenho, e entre abri a boca, incrédula com a resposta da minha irmã.

– São palavras dela, Katniss, não minhas. – ela suspirou. – Eu entendo a sua opinião sobre tudo isso, mas... Tenho esperanças de que nossa mãe mereça uma segunda chance.

Quando fiz menção de voltar a falar, a campainha tocou, e Annie levantou quase correndo, indo em direção a porta.

– Desculpa a demora. – a voz de Manoela, fez algo doer dentro de mim, mas eu apenas voltei a descansar minhas costas no encosto do sofá. – Nunca soube andar com transporte público. – comentou, enquanto eu ouvia os passos das duas.

– Tudo bem, mãe. Katniss acabou de chegar. – minha irmã respondeu, já aparecendo em minha vista.

Manoela apareceu logo atrás, deixando um curto sorriso aparecer ao me ver. Seus olhos me analisaram minuciosamente, causando um pequeno incomodo em mim, mas eu não disse nada, muito menos me movi. Continuei com os olhos parados nas duas, tentando não demonstrar demais.

– Como você está, Katniss? – ela perguntou.

Uni as sobrancelhas.

– Não é uma pergunta que se faça para uma pessoa que você abandonou há mais de treze anos. – retruquei. – Não sei nem como responder isso.

– Você não está ajudando. – Annie resmungou.

– Tudo bem, Ann. Ela precisa desabafar. – Manoela disse, colocando sua bolsa sobre a poltrona que Annabelle estava sentada antes. – Pode falar, Katniss. – ela voltou a me olhar.

Arqueei as sobrancelhas e descruzei os braços, colocando-me em pé.

– Falar o quê? Eu vim aqui pra te ouvir, por pura insistência da sua filha preferida. – dei um sorriso, que eu sabia que estava carregado de sarcasmo. – Então vamos lá, Manoela. Pode começar com sua tentativa de explicação.

– Não vou nem tentar pedir para que me chame de mãe. – ela disse, e eu continuei a encara-la, sem esboçar nenhuma emoção. – Eu não quero me explicar. – Manoela começou. – O que eu fiz foi errado, e sei que é difícil entender ou perdoar minha atitude de desaparecer assim. Naquela época, eu simplesmente estava cansada de tantas responsabilidades, e então...

– Espera. – a interrompi. – Você está me dizendo que você foi embora por estar cansada das responsabilidades com a sua família? – minha voz saiu mais firme do que eu esperava. – O que mais que você vai dizer? Que não queria ter filhos? Que não amava meu pai? Aproveite que estou perdendo meu tempo pra ouvir todas essas merdas.

– Katniss. – Annabelle me repreendeu.

Eu a encarei, sentindo meu coração batendo forte no peito. Algo que eu nunca havia sentido, se agitava dentro de mim, a ponto de eu sentir vontade de gritar de verdade com as duas.

Não era como a pequena encenação que eu fazia quando necessário com os meus alunos. Era um sentimento concreto, firme, dolorido, que me fazia fechar as mãos ao lado do corpo com tanta força, que eu podia sentir as unhas pressionando contra a minha carne.

Eu estava com raiva. Algo que eu nunca havia sentido com tanta intensidade como agora.

– Eu só não me achava uma boa mãe. – Manoela decidiu me responder. – Muito menos uma boa esposa. E então eu fui embora. Fui tentar retomar minha carreira. Vivi muito bem por um tempo. Eu tinha certeza de que Jared cuidaria de vocês. Quando comecei a querer revê-las, eu não tive coragem de voltar. Eu já tinha estragado tudo há muito tempo.

– Com certeza estragou. – retruquei, franzindo o cenho quando ela deu um passo em minha direção.

– Annie me contou o que eu causei. Eu sinto muito por isso. Sinto muito por magoar você, e por te privar de tantas coisas. – Manoela deu mais um passo em minha direção, deixando-me em alerta.

– Apesar de tudo, eu tive a melhor adolescência que alguém poderia ter. Meu pai foi tudo o que precisei, e um pouco mais. – limpei a garganta, antes de voltar a falar, enquanto lutava com as lágrimas que tentavam cair. – Eu não vou perdoar você. Eu não consigo. – balancei a cabeça em negativa.

Um sorriso cansado surgiu nos lábios de Manoela, e ela suspirou.

– A última vez que falei com Jared, ele chegou a me dizer que você era mais tranquila do que Annabelle. Estou vendo que ele não foi muito sincero. – ela disse.

– Quando falou com meu pai? – questionei, unindo as sobrancelhas.

Annie pareceu ficar pálida, logo atrás de Manoela, com os olhos levemente arregalados.

– Outubro do ano passado. – ela respondeu.

Encarei Annabelle, que já me olhava com cara de culpada. Franzi um pouco mais a testa, deixando meu cérebro trabalhar, até que tudo se formou perfeitamente em minha cabeça.

Arregalei os olhos.

– Você foi a última ligação que meu pai atendeu antes de... – parei de falar, completamente atônita.

Minha cabeça estava dolorida, talvez uma soma do cansaço, com a incrível quantidade de pensamentos, que corriam soltos por meu cérebro. A vontade de gritar havia aumentado, e meu corpo tremia levemente, de uma ponta a outra.

– Você sabia. – murmurei, olhando de volta para minha irmã. – Ele contou a você antes de morrer.

Minha respiração havia se alterado em algum momento, e mesmo sentindo vontade de extravasar toda essa confusão de sentimentos de alguma forma, eu não conseguia me mexer.

Annie não negou. Apenas continuou a me fitar, com algumas lágrimas começando a cair de seus olhos que eram tão parecidos com os do nosso pai.

Virei-me subitamente, encontrando minha bolsa sobre o sofá, e dei a volta nele, caminhando em direção a saída.

– Niss. – Annie chamou.

Eu parei, segurando a maçaneta, e virei para olhar em direção a ela. Minha irmã havia andado, para tentar me seguir, mas parou, quando viu que eu a olhava.

– Eu não quero... – fechei os olhos, balançando a cabeça. – Não tente mais consertar as coisas, Annabelle. Não sobrou mais nada pra você arrumar. – falei, erguendo as pálpebras. – E parabéns, Manoela. – a olhei. – Você conseguiu destruir o que restava dessa família.

Não esperei por resposta. Apenas saí da casa de Annabelle, batendo a porta atrás de mim.

Finalmente as lágrimas que eu havia segurado desde o dia dos namorados, caíram de meus olhos, enquanto eu caminhava até meu carro. Minhas mãos tremiam tanto, que a tarefa de colocar a chave na fechadura da porta, tornara-se praticamente impossível.

– Deixa que eu faço isso pra você. – o sussurro tão conhecido em meu ouvido, apenas aumentou a quantidade de lágrimas que banhavam minhas bochechas.

Mais ainda pelo fato de sentir seu corpo contra o meu, e sua mão segurar a minha, que ainda tremia, com a chave próximo a fechadura.

Eu mesma me virei de frente para ele, e sem pestanejar, me joguei em seus braços. Peeta me abraçou de volta, enquanto eu escondia meu rosto em seu peito. Senti quando ele começou a me balançar levemente, como se tentasse me acalmar daquela forma, e vez ou outra seus lábios repousavam demoradamente no alto da minha cabeça.

– Eu vim de táxi. – Peeta disse baixo pouco tempo depois, apertando-me contra seu corpo. – Posso dirigir se você quiser.

Ergui meu rosto, e o fitei. Automaticamente, apenas eu mantive o abraço, já que as mãos de Peeta vieram de encontro com as minhas bochechas, tentando seca-las inutilmente, pois ainda caía algumas lágrimas de meus olhos.

– Eu vou continuar a cuidar de você, Katniss. – ele segurou minha cabeça com as duas mãos, e me olhou nos olhos. – Por isso eu estou aqui. – Peeta esboçou um sorriso, enquanto seus polegares acariciavam abaixo de meus olhos.

– Eu sei, querido. – falei baixo. – Então me leve daqui, por favor. – pedi.

– Claro, pequena. – Peeta soltou minha cabeça. – Qualquer coisa que você quiser.

Eu não quis, e também nem precisava, questionar o porquê Peeta estava ali. Ele me conhecia. Estranhamente, me conhecia melhor do que eu mesma. Ele me conhecia em cada detalhe, mesmo em tão pouco tempo. Meu namorado estava ali para juntar meus pedaços novamente, como ele vinha fazendo desde que meu pai havia morrido, e nada me faria reclamar de tê-lo aparecendo daquela maneira para me abraçar, e me passar segurança.

Apesar de tudo, eu sabia que Peeta tentaria dar um jeito de cuidar de mim, e era isso que, de certa forma, me deixava mais tranquila, mesmo em meio aos problemas.


Notas Finais


Beijos


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