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História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 46


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 47 - Capítulo 46


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 46

Desde que eu e Annabelle nos encontramos na entrada da boate, posso afirmar plenamente que a minha dor de cabeça quase constante apenas se intensificou, só de me lembrar que as coisas entre eu e ela ia de mal a pior.

Sinceramente, eu não chegava a pensar que o erro era meu. Eu ainda estava magoada demais para lhe dar a chance de se explicar, e eu não tinha certeza de quanto tempo demoraria para que eu me sentisse preparada para ouvi-la. E afinal de contas, só de pensar que Annabelle havia aceitado tão facilmente a presença da mulher que só causava desgraça em nossas vidas, era demais para o meu cérebro, que parecia viver em um eterno curto circuito.

Evitar minha irmã, foi um dos motivos de ter aceitado o desafio de Peeta. Eu precisava evitar a roda de bate papo que Madge, Gale, Finnick, Annabelle e os pais de Peeta haviam formado. Abby e Thomas pareciam se divertir com eles, e eu não poderia culpa-los. Finnick e Gale pareciam um pouco alegres por causa da bebida, e de longe, assisti uma tentativa de dançar Macarena dos dois, causando risos em uma pequena parte dos convidados.

Enquanto eu arrastava Peeta pela boate, na tentativa de me distrair e diverti-lo, ele chegou a me convidar para irmos até onde meus amigos estavam, mas eu não o respondi. Apenas apertei sua mão, puxando-o para o lado oposto, levando-o até a mesa com comida.

Eu estava me esforçando para que meus problemas não afetassem sua diversão, e talvez, Peeta também tenha notado isso, pois não insistiu no convite, e aceitou facilmente quando pedi para irmos dançar, mesmo que a música fosse agitada e eu tivesse certeza de que eu era desajeitada demais para conseguir acompanhar aquele ritmo.

O que me fez deixar de lado o constrangimento em minhas tentativas de mover o corpo conforme a música eletrônica, era ver Peeta rindo, completamente à vontade, enquanto também se esforçava para dançar.

A partir dali, foi fácil esquecer todo o resto.

– Isso não é música lenta, querido. – resmunguei, soltando um riso divertido, assim que Peeta me segurou, obrigando-me a começar a dançar devagar.

– E daí? A festa é minha. Eu danço como eu quiser. – ele respondeu, e sem avisar, Peeta me segurou mais firme pela cintura, e me ergueu, nos girando em seguida, pela pista de danças.

– Peeta! – exclamei, sendo colocada no chão no segundo seguinte. – Você quase atropelou meia dúzia de convidados. – reclamei, mas acabei rindo novamente, ao ver que ele me encarava divertido. – Você é muito bobo. – falei, balançando a cabeça, e apoiando as mãos em seus ombros.

– Bobo por você. – seus olhos brilharam ao dizer aquilo, causando um sorriso bobo em meus lábios.

– E eu por você. – respondi sem hesitar, subindo minha mão direita para sua nuca, vendo seu sorriso radiante ser lançado para mim. – O que quer fazer agora? Cansei de dançar.

– Podíamos beber. – sugeriu, movendo suas sobrancelhas para cima e para baixo repetidas vezes.

– Beber me parece interessante. – dei um meio sorriso. – Mas não quero você bêbado. – passei a ponta das unhas por sua nuca, notando sua pele se arrepiar. – Então será sem exagero.

– Você nunca me viu bêbado para dizer isso. – Peeta deu um sorriso esperto. – Talvez eu fique mais interessante depois de bêbado.

– Ninguém fica interessante bêbado, meu bem. – falei com desdém. – Só quem bebe, costuma achar qualquer outra pessoa interessante.

Ele riu, deixando suas mãos deslizarem da minha cintura, até alcançarem acima do meu quadril.

– Você está certa. – Peeta sorriu. – Então... Sem exagero. – ele concordou.

– Tudo bem. – sorri de volta, alcançando sua mão assim que Peeta me soltou, para arrasta-lo até o bar.

– Olha quem apareceu por aqui. – uma voz pouco conhecida chegou aos meus ouvidos assim que paramos em frente ao balcão.

Meus olhos vasculharam ao redor, encontrando Alex, o barman que Peeta não gostava, vindo em nossa direção, com uma camisa preta, que era comum entre os funcionários de Delly, e um pano branco em seu ombro.

– Mellark. – ele cumprimentou, olhando para Peeta.

– Alex. – sua voz saiu séria, fazendo-me perceber que tinha sido um grande erro termos ido até aquele maldito bar.

Loirinha. – Alex disse, olhando em minha direção, com um sorriso de lado aparecendo em seu rosto. – Esse cabelo ficou bom em você.

– Obrigada. – murmurei constrangida, soltando a mão de Peeta, apenas para sentar em um banquinho alto que tinha acabado de ser desocupado.

– Quer escolher a bebida, ou posso escolher por você? – Alex perguntou, ainda sorrindo.

Senti as mãos do meu namorado tocar minha cintura, avisando-me que ele estava bem atrás de mim.

Algo estava diferente na forma que Peeta me segurava. Tinha um pouco mais de firmeza, e eu podia arriscar que era um toque quase possessivo.

Toquei suas mãos com as minhas, e as puxei devagar, fazendo o peito de Peeta se tornar um apoio para minhas costas, e suas mãos repousarem em minha barriga. Entrelacei nossos dedos, dando um sorriso tímido, ao sentir o queixo de Peeta se apoiar em meu ombro.

– Faça qualquer coisa. Mas faça dois. Peeta vai beber comigo. – respondi.

Alex nos analisou por um curtíssimo tempo, antes de nos dar as costas, indo preparar nossas bebidas.

– Ele quer você. – Peeta murmurou próximo ao meu ouvido.

– Claro que não. – retruquei em voz baixa, apertando suas mãos com as minhas.

Pude ouvi-lo suspirar, mas ele se calou.

Virei a cabeça para olha-lo, e Peeta também moveu a cabeça para me olhar, ainda com o queixo em meu ombro.

– Você parece irritado. – comentei, analisando-o devagar.

– Não estou. – ele respondeu sem muita emoção.

Arqueei as sobrancelhas, mas não tive tempo de dizer mais nada.

– Aqui está. – Alex disse, fazendo-me voltar a olhar pra frente.

Peeta me soltou e se colocou ao meu lado, enquanto eu pegava um dos copos sobre o balcão.

Assim que fiz menção de levar a bebida até a boca, senti o toque de Peeta em meu pulso, fazendo-me parar o movimento.

– Você não vai beber isso. – ele disse sério, me fazendo encarar o copo, e depois voltar a olha-lo. – Só de ver a cor disso ai, dá pra saber que você trouxe uma bebida forte. – Peeta encarou Alex. – Mesmo sabendo que ela não está acostumada a beber. – ele completou.

Alex realmente sabia disso. Eu tinha deixado bem claro quando nos conhecemos, e tomei aquele drink horrível.

– É sério. Você não vai beber isso. – Peeta repetiu, voltando a me olhar.

– Deixa ela beber, Mellark. É só pra relaxar um pouco. – Alex rebateu, fazendo Peeta encara-lo novamente, dessa vez com as sobrancelhas franzidas.

– Katniss. – a voz do meu namorado saiu mais firme, como se me repreendesse, quando ele voltou a me olhar.

Uni levemente as sobrancelhas, mas não o contrariei. Apenas lhe entreguei meu copo cheio, e o assisti entregar para um outro barman que passava atrás de Alex.

– Larga mão, Mellark. – Alex voltou a falar, depois de observar os movimentos de Peeta. – Ela não vai morrer por isso. – ele falou, enquanto alcançava o barman, pegando o copo de volta. – Vamos, loirinha. Experimenta, pelo menos. – Alex me estendeu a bebida novamente.

– Não. – olhei para Peeta, que encarava Alex com raiva. – Só quero uma garrafa de água, por favor. – completei, voltando a olhar para ele.

Alex elevou uma sobrancelha, mas não disse nada, antes de nos dar as costas novamente.

– O que foi isso? – decidi perguntar, olhando de volta para o meu namorado.

Peeta havia cruzado os braços, e ainda estava sério. Seus olhos azuis me fitaram por alguns momentos, mas ele permaneceu em silêncio, dando apenas de ombros para minha pergunta.

Evitei suspirar, e olhei para frente, vendo Alex voltar até o balcão. Ele me estendeu a garrafa, e eu a peguei rapidamente, alcançando a mão de Peeta com minha mão livre, e sai puxando-o por entre os convidados.

– Ei. – chamei, parando já longe do bar, obrigando-o a parar. Peeta me olhou, com os lábios em linha reta. – Ciúmes do Alex? – perguntei.

Ele continuou em silêncio, deixando apenas seus olhos passearem por meu rosto. Finalmente soltei um suspiro longo e pesado, balançando a cabeça devagar.

– Não precisa ter ciúmes. – insisti no assunto.

– Olha quem fala. – ele soltou com ironia.

Contive a vontade de comentar sobre seu comportamento, que para mim era novo, e deixei um pequeno sorriso aparecer em meus lábios.

– Eu não disse que sou diferente de você. Talvez eu seja até pior. – ergui minha mão desocupada, e ajeitei a lapela de sua jaqueta. – Só quero dizer, que o mesmo discurso que você usa comigo, pode ser usado com você também. – falei, enquanto subia a mão até seu ombro. – Na verdade, eu nem sei o que te faz pensar que eu daria bola para um cara como o Alex. Ele me chama de loirinha. – torci o nariz ao repetir o apelido idiota.

Algo em seu rosto mudou, como se Peeta tentasse conter um sorriso para manter sua feição séria.

– Se ele não te chamasse assim, você daria bola pra ele? – perguntou, voltando a cruzar os braços.

– Cala boca. – soltei de supetão, sentindo minhas bochechas esquentarem. – Ele não é você. – falei mais baixo e mais devagar a última frase.

– Se ele fosse, você daria bola pra ele? – perguntou novamente.

Arqueei as sobrancelhas, evitando rir de sua pergunta, abaixando a mão.

– Se ele fosse você, não teria porque você ter ciúmes. – disse pensativa, enrugando levemente minha testa. – Isso nem faz sentido, Peeta.

Ele pareceu pensar em sua pergunta, porque logo um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.

– Realmente não faz. – ele disse soltando um suspiro, enquanto descruzava os braços, para segurar minha cintura. – Desculpa. Eu... Só não gosto dele.

Abri um pequeno sorriso.

– Acredite. Eu entendo. – falei em voz baixa, deixando meus olhos pararem em seus olhos azuis. – Vamos deixar isso pra lá. Temos uma festa pra aproveitar. – dei um pequeno sorriso. – E... – me aproximei um pouco mais, para sussurrar para Peeta. – Aquele depósito que estivemos mais cedo, tem algumas bebidas. Não precisamos do bar, para bebermos alguma coisa.

Peeta sorriu abertamente.

– Você é demais. – ele cortou a distância entre nós, apenas para dar um beijo demorado em minha boca. – Ainda será sem exageros? – questionou ao se afastar.

– Sim, Peeta. – respondi rolando os olhos.

– Não custava tentar. – ele disse divertido, me soltando, enquanto eu negava com a cabeça e sorria pra ele.

 

~||~

 

– Você está bêbada? – Peeta questionou, depois de se jogar em seu sofá.

– Você sabe que não. – balancei a cabeça, rindo baixo. – Você está? – perguntei de volta, colocando minha bolsa sobre a jaqueta, que Peeta havia tirado e jogado de qualquer jeito sobre a poltrona.

– Não. – ele sorriu. – Vem cá, pequena. – Peeta se moveu, indo levemente para o lado.

– Por que amamos tanto um sofá? – questionei aproximando-me. – Você tem uma cama de casal. – argumentei, porém não hesitei em me apertar ao lado dele, sendo acolhida por seu abraço protetor, que me apertava contra a lateral de seu corpo. – Já sei porque amamos. – respondi minha própria pergunta, apoiando a cabeça em seu peito. – Ficamos coladinhos assim. – me apertei mais a ele, que riu da minha resposta.

– Pode ser um motivo. – Peeta repousou a mão em minha cintura. – Já são quase três horas da madrugada? – perguntou.

– Você quem está enxergando o relógio. – respondi, fechando os olhos.

– Então deve ser. – ele falou, movendo seus ombros levemente, fazendo-me sorrir divertida.

Ficamos em silêncio, cansados pela festa, apenas nos aproveitando da nossa proximidade.

– Pequena. – Peeta chamou minutos depois.

– Oi? – falei, abrindo os olhos, e direcionando o olhar pra ele.

– Obrigado por hoje. – Peeta disse baixo, começando a acariciar minhas costas. – Eu sei que... As coisas não andam fácil pra você, e que talvez, ter se dedicado a minha festa tenha sido como uma válvula de escape pra todos esses problemas, mas foi a melhor festa que eu já tive, só por ter você comigo. – ele sorriu, e eu acabei sorrindo de volta, mesmo sentindo-me levemente incomodada com sua constatação sobre meus motivos para ter me empenhado tanto com a festa dele. – Você é a melhor namorada do mundo. – Peeta deu uma pequena pausa. – E é por isso que quero me desculpar de novo pela forma que agi no bar. – ele me olhou nos olhos. – Percebi o quanto aquilo incomodou você.

– Eu realmente entendo seu ciúmes. Não dá pra controlar. – eu o respondi devagar, sem desviar os olhos dos dele. – Mas... Sinceramente me surpreendi com a forma que você reagiu.

– Como assim? – Peeta perguntou, franzindo o cenho.

– O jeito que você mudou perto do Alex, foi como se estivesse com raiva de mim e não dele. – respondi.

Ele arqueou as sobrancelhas, parecendo surpreso com minha constatação, parando sua mão na base da minha coluna.

– Desculpa, pequena. – Peeta suspirou. – Eu não quis passar essa impressão. Eu jamais ficaria com raiva de você. – senti seu braço me apertar levemente. – É que pra mim está claro que ele dá em cima de você desde que te levei pra me ajudar com o bar. Ele viu a gente junto hoje, e continuou com aquele papo de “loirinha”. Aquilo me deixou com raiva. Eu só queria acertar a cara daquele filho da...

– Não precisa terminar. – eu o interrompi, dando um pequeno sorriso. – Lembra que você disse que era só meu? – Peeta afirmou silenciosamente. – Eu não o respondi, mas... – ergui a cabeça para olha-lo melhor. – Eu também sou só sua, Peeta. E nada poderia mudar isso. – disse sincera, vendo um sorriso surgir em seus lábios. – Nem o tempo, nem a distância, nem as pessoas ao nosso redor. Nada mesmo. E isso é uma certeza tão grande, que chega a me assustar um pouco. – dei um meio sorriso. – Mas já se foi a época em que eu me importava com meu medo idiota.

O sorriso de Peeta se alargou mais, enquanto eu falava, fazendo algo bom se agitar na boca do meu estômago.

– Você... Não faz ideia do quanto eu te amo, Katniss. – ele voltou a falar, enquanto sua mão voltava a se movimentar lentamente por minhas costas. – Eu te amo tanto, que nem mil anos seria suficiente para te demonstrar isso. – ele disse quase em um sussurro.

– Eu também te amo. – a frase escorregou por meus lábios, antes mesmo que meu cérebro assimilasse o que eu faria.

Peeta parou o carinho gostoso que ele fazia em minhas costas, parecendo estarrecido demais até mesmo para respirar.

Por poucos segundos, me senti confusa com sua reação, até que algo apitou em minha cabeça, fazendo todo meu corpo simplesmente congelar.

Eu nunca havia dito aquela frase a ele. Ou pior. Eu nunca havia usado aquela frase com ninguém, a não ser com meu pai.

Meu coração havia acelerado tanto, que parecia que ele saltaria por minha boca.

Meu pânico não era por incertezas. Eu sabia que eu o amava fazia um bom tempo.

Peeta era quem me completava, quem me entendia, quem cuidava de mim, mesmo quando eu não pedia. Era ele quem me mantinha inteira e racional. Que perdia noites de sono, para se apertar comigo em sua poltrona, e não me questionava quando eu não queria conversar. Peeta era o cara mais compreensivo, sincero e carinhoso que eu já havia conhecido. Era o cara que não havia me cobrado uma resposta em todas as vezes em que ele disse que me amava. Que não esperava nada em troca, a não ser meu bem estar. Ele me amava, mesmo que as vezes eu sentisse que não o merecesse. E eu o amava, mesmo que eu achasse que as vezes não o amava da maneira que Peeta merecia.

Porém, meu pânico estava mais relacionado com uma lembrança de alguns meses atrás:

 

“– Sim. Tenho certeza. Eles já te consideram da família.

– E você?

– Prefiro não dizer em voz alta. As coisas costumam dar errado quando eu faço isso.

– Como assim?

– Se eu disser o quanto você significa pra mim, algo pode estragar tudo, como sempre vem acontecendo em minha vida. Você tem sido um ótimo amigo, um ótimo professor, e eu gosto de você. Mas não te direi o quanto.”

 

Senti os dedos de Peeta tocarem meu queixo, por isso eu voltei a olhar em seus olhos. Ele não disse nada, apesar de estar com um sorriso largo nos lábios, e elevou minimamente sua cabeça, até ter nossos lábios próximos o suficiente para me beijar.

Aos poucos meu corpo foi relaxando ao seu lado, enquanto eu retribuía o beijo, mesmo que eu ainda sentisse meu coração batendo forte contra o peito.

Era bobeira minha, certo? Como algo poderia estragar o relacionamento perfeito que eu e Peeta tínhamos, e que havia sido construído sem nem precisarmos nos esforçar?

Sorri contra os lábios dele com o pensamento, enquanto eu empurrava meu próprio corpo para cima, tendo minha cabeça ao lado da dele.

Eu o amava, e agora ele tinha certeza disso. O que demais poderia acontecer?

Apoiei minha mão sobre suas costelas, e passei a desliza-la devagar, até alcançar seu abdômen.

Lentamente, Peeta começou a se mexer em seu sofá, tirando o braço debaixo do meu corpo, enquanto tentava manter nossos lábios unidos. Com um pouco mais de esforço, seu corpo acabou sobre o meu. Suas mãos vieram parar uma de cada lado da minha cabeça, sustentando seu peso, e o beijo tornou-se um pouco mais desesperado do que antes.

Desci minhas mãos, alcançando a barra de sua camisa, e assim que comecei a ergue-la, Peeta se afastou de repente, parecendo tentar retomar o ar, enquanto me analisava com seus olhos azuis que estavam escuros.

Todo o meu corpo estava quente, acompanhando minha face, que com certeza estava corada, só por olhar Peeta nos olhos.

– Você tem certeza de que não está bêbada? – perguntou.

– Tenho. – sorri timidamente. – Se eu estivesse, não estaria morrendo de vergonha. – murmurei.

– Vergonha? – questionou, franzindo o cenho. – Vergonha de quê?

Meu rosto esquentou por inteiro, com certeza deixando-me mais ruborizada.

– A minha primeira vez. – sussurrei, fechando os olhos. – Para de questionar, droga. Eu estou nervosa. – resmunguei, erguendo as pálpebras. – Eu só... – suspirei, apertando o tecido de sua camisa entre os dedos. – Eu quero. – sussurrei.

– E você não está bêbada? – insistiu na pergunta.

Estreitei os olhos, soltando sua camisa.

– Eu acabei de dizer que te amo, que quero... – hesitei envergonhada. – Que quero continuar o que estávamos fazendo, e você insisti em perguntar se eu estou bêbada? – questionei levemente irritada, com certeza por culpa do meu constrangimento. – Me deixe sair daqui. – falei ao notar que Peeta não me responderia.

Eu o empurrei pelo peito, e saí com dificuldade debaixo dele, passando por baixo de seu braço.

– Onde você vai? – questionou.

– Tomar um banho e dormir. – respondi caminhando até o corredor que dava em seu quarto.

Antes que eu chegasse na porta, sua mão alcançou meu braço. Peeta me puxou, fazendo-me ficar de frente pra ele.

– Não vai não. – ele disse, empurrando-me sem muita delicadeza, até meu corpo se chocar contra a parede.

Resfoleguei com os olhos levemente arregalados. Peeta abriu um sorriso torto, segurando minha cintura carinhosamente, pressionando seu corpo no meu, e prendendo-me entre ele e a parede do corredor.

– Então você quer ser completamente minha, pequena? – perguntou em um sussurro rouco, olhando em meus olhos.

A frase de Peeta entrou por meus ouvidos, e praticamente se espalhou por todo o meu corpo, causando-me novas reações, acelerando mais meu coração, e deixando minhas pernas bambas.

Meus lábios estavam entre abertos, e eu não conseguia pensar em nenhuma palavra para responde-lo, por isso eu não disse nada. Apenas coloquei as mãos em sua nuca, o que pareceu ser como uma resposta para Peeta, que grudou seus lábios nos meus de maneira desesperada novamente.

Como se tivesse medo que eu desistisse, Peeta alcançou a barra da minha blusa com as duas mãos, começando a ergue-la.

Ele me afastou da parede, e parou o beijo para passar a blusa por minha cabeça. Suas mãos seguraram minha cintura, e um arrepio subiu por minha espinha ao sentir a frieza de seu toque em minha pele quente.

Peeta analisou meu rosto, que eu tinha certeza que estava escarlate, e um sorriso sincero apareceu em sua boca.

– Diz que me ama de novo. – pediu, pressionando seus dedos em mim, fazendo-me morder o lábio inferior.

– Eu te amo. – sussurrei timidamente, dando um meio sorriso.

Ele riu feliz ao me ouvir dizer as três palavras, e ao invés de voltar a me beijar, Peeta me afastou mais da parede, e sem avisar, me impulsionou pra cima. Automaticamente passei as pernas ao redor de seu quadril, e o abracei pelo pescoço. Meus lábios encontraram os dele, enquanto eu sentia que Peeta andava comigo.

Suas mãos ainda estavam respeitosamente em minha cintura, quando, cuidadosamente, ele repousou minhas costas em seu colchão. Eu mantive minhas pernas firmes ao seu redor, obrigando-o a vir comigo. Seu corpo estava sobre o meu, porém Peeta suportava seu próprio peso com as mãos.

Ele sorriu abertamente, e aproximou o rosto do meu devagar.

– Eu também te amo. – Peeta sussurrou de volta, olhando em meus olhos.

Sorri em resposta, subindo a mão esquerda para a parte de trás de sua cabeça.

– Você não me respondeu. – ele disse baixo, olhando de meus olhos para os meus lábios.

– O quê? – indaguei franzindo levemente minha testa.

– Você quer ser completamente minha? – Peeta voltou a perguntar, dessa vez com a voz mais rouca do que o habitual.

Senti que meu rosto estava quente, e que meu coração estava mais desgovernado no peito.

Mordi o lábio inferior, percebendo uma ligeira mudança no olhar de Peeta com meu ato.

– Quero. – respondi em voz baixa.

Peeta afastou o rosto, como se quisesse me olhar melhor, e ali, bem em seus lábios, estava o sorriso mais lindo que eu já havia visto nele. Eu não sabia dizer bem qual era o significado daquele sorriso, mas algo dentro de mim me dizia que era uma grande mistura de sentimentos, talvez os mesmos que se embrenhavam em meu peito, fazendo-me esquecer de qualquer coisa que não tivesse a ver com Peeta.

Ainda sorrindo, ele voltou a se aproximar, sem fazer menção de falar qualquer outra coisa. E afinal de contas, não era mais necessário palavras.

Nosso amor estaria sendo expressado naquele momento da maneira mais singela possível, e nada no mundo poderia descrever como eu havia me sentido, ao ser amada plenamente pela primeira vez, pelo homem da minha vida.


Notas Finais


Beijos


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