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História O Sombra - Sorte da Ferradura


Escrita por: R4p0s4

Capítulo 4 - Sorte da Ferradura


Fanfic / Fanfiction O Sombra - Sorte da Ferradura

    "A manhã está agitada. O sol em breve vai nascer e Catrina dorme ao meu lado. É bem verdade que dormi, mas nunca é tarde para se reparar um erro.
    Descer as escadas o mais rápido possível e atingir o meu quarto. Marco numa pedra de sabão a chave do quarto vinte. Resolvo subir as escadas de novo e coloco o molho de chaves no cinto do guarda, que dorme.
    Acordo o guarda e digo-lhe:
    - Bom dia!
    - Bom dia! - ainda sonolento
    - Preciso arrumar os quartos...
    - Tome as chaves!
    Ele olhou com uma cara interrogativa. Parecia que havia algo errado. Mas é claro, Athos, seu idiota! O molho estava ao lado direito do cinto e você o recolocou no esquerdo.
    - Algum problema, senhor?
    - Não, arrumador, nada. Acho que bebi demais ontem. O vinho daqui é como as mulheres mais velhas:  servem apenas para causar dor de cabeça.
    - Está certo. Bom trabalho!
    - Bom trabalho.
    Vou arrumando os quartos em sua ordem no corredor, a ordem numérica.
    Atinjo o quarto número seis. Minha cabeça dói. Realmente me lembra o vinho de minhas terras. Algo no fundo de minha mente me faz lembrar: "Me dê um presente que represente o que você sente por mim". Catrina merecia algo fantástico, inimaginável. Joias, roupas e perfumes ela tinha dos melhores ao seu dispor. Teria que comprar algo à altura. Apenas cinco moedas das de ouro são insuficientes para um presente desses.
    Atinjo o quarto catorze. Meus olhos vislumbram algo realmente vistoso: taças de prata e talheres do mesmo material dispostos sobre a cama, como um mostruário de vendas. Percebo que devem ter um valor individual bom. Pego uma taça, dois garfos, duas facas e duas colheres das maiores da coleção.
    Minha mente traz com um estalo! Não arrumo mais nenhum quarto e desço para meu próprio quarto, onde deixo meus mais novos objetos. Deixo a porta aberta e deito-me na cama. Grito:
    - Aclado!
    Sorte a minha e acontece que ele trabalhava pela manhã lavando talheres. Ele veio ao meu quarto e entrou.
    - O que foi Martel?
    - Estou a passar mal. Poderia me fazer um favor?
    - O quê?
    - Poderia arrumar os quartos a partir do catorze? Apenas o catorze e o vinte estão ocupados. Deve ser algo fácil.
    - Está certo. Onde está o molho?
    - Está em cima do baú. Pode pegar. Devolva ao guarda dos quartos pela tarde.
    - Sem problemas!
    Temo que a vida de alguém devia ser paga em troca disso. E não ia ser a minha. Pego uma colher dessas e jogo na caixa com o seguinte rótulo: "Aclado Benventura".
    Os outros objetos coloquei no bolso e rapidamente me dirigi para o outro lado da cidade. Corri feito um maluco. Rapidamente vendi os objetos e consegui uma moeda de ouro e três de prata. Fui para um banqueiro e pedi que guardasse meu dinheiro.
    - Que quantia deseja guardar, meu jovem?
    - Seis moedas de ouro!
    - Boa quantia! Coloque neste papel seu nome, assinatura.
    - Athos das Videiras.
    - Belo nome. Assine aqui.
    Assinei. Coloquei o dinheiro sobre a mesa e guardei o comprovante de guarda do dinheiro. Com uma moeda de prata comprei um porta-mapas e recebi seis moedas de cobre como troco. Coloquei o comprovante dentro do porta-mapas. Volto afoito para a hospedaria e sigo a correr para o meu quarto.
    Fui encontrado pelo Lorde Baluarte suado na minha cama.
    - O que houve, meu jovem?
    - Estava com muita febre...
    - Mas tu estás suado - disse tocando minha testa - já estás bem mais frio. Achas que poderás trabalhar a noite?
    - Creio que sim. Só desejo me repor durante esta manhã e tarde para poder estar completamente são para hoje a noite.
    - Está certo. É bom que estejas, caso contrário perderás este emprego como o Aclado Benventura.
    - Ele perdeu seu emprego?
    - Sim. Foi ele quem arrumou o quarto catorze, não é verdade?
    - É verdade.
    - Foi encontrada uma colher na caixa dele. Era roubada de um de meus clientes. Mas ainda não foram encontrados os demais objetos que ele sente falta. Para evitar maiores prejuízos, pegarei parte das gorjetas de direito de meus funcionários para pagar os objetos que faltam da coleção de meu cliente. Você é parcialmente culpado, pois era seu serviço arrumar os quartos, então não receberá suas gorjetas esta semana.
    - É uma pena o que ocorreu, mas não é minha culpa ficar com febre!
    - Caso as dívidas sejam pagas por quem roubou, tu estás perdoado desta dívida. como todos os outros funcionários da Ferradura da Sorte.
    - Mas o ladrão não foi encontrado?
    - Aparentemente. Mas ele nega ser o ladrão. E qualquer um pode ter colocado a colher na caixa dele. Na dúvida, ele perde o emprego e todos os outros funcionários pagam o prejuízo de meu cliente.    
    - Está certo. Fazer o quê?
    - Trabalhe bastante. Assim que a dívida for paga a partir das gorjetas, poderão novamente receber metade do que conseguirem.
    - Não me é justo, Lorde Baluarte; mas entendo seu problema. Prometo que pensarei esta tarde e manhã numa solução para seu problema.
    - Obrigado, mas esta solução para mim é suficiente para que eu não tenha prejuízos. Falar em outras soluções, posso revistar o seu quarto?
    - Claro. Nada tenho a esconder.
    Ele encontra apenas roupas de cama, as mudas de uniforme e seis moedas de cobre. O porta-mapas com o comprovante e as duas moedas de prata estavam seguros entre minhas pernas, na cama. Lorde procura em todo o quarto e nada encontra.
    - Vejo que estás economizando dinheiro, Martel Cantor. Economias sempre são bem vistas. Mas não me parece que tem muito dinheiro. Creio que não foi você quem roubou, afinal você teria muitas moedas de prata. Tu estás livre de culpa, mas terás que pagar assim mesmo.
    - Tudo o que quero agora é descansar, Lorde Baluarte.
    - Logo mais serás acordado, Martel Cantor. Esteja disposto a trabalhar.
    - Está certo.
    Eu preciso de dinheiro para poder pagar um presente majestoso para Catrina. Eu preciso de dinheiro agora à tarde ou não a terei hoje à noite. Eu não posso sair do meu quarto, então nada de Catrina hoje à noite. Terei que conseguir dinheiro para amanhã à tarde e comprar um grande presente para ela."
    Desculpe a interrupção, mas se eu continuar a deixar esta história assim, irei perder as rédeas. Tudo bem, a história é a vida dele, e eu sou responsável para que isso seja verdade. Mas ele é meloso demais. Um rapaz apaixonado. Realmente eu tenho que aceitar que se não fosse Catrina, ele jamais teria entrado na guilda. Mas ele bem que poderia ser mais direto... É uma pena, vou tentar cortas as partes mais melosas como essa. Ela é apenas uma vagabundazinha fútil que vende o corpo por dinheiro. É, Sombra, eu quis te avisar. Mas não me deu ouvidos.... Cada tropeço que se passa quando se está apaixonado... Que a vida seja mais justa comigo. Já dizia o Reverendo Augusto: "Átila, meu pupilo, seja sacerdote ou não, controle-se ao conhecer uma mulher!" Seguirei à risca o que meu amigo letrado me disse. Se Catrina fosse minha, já teria lhe dado uma boa sova. Cada tina que meu colega Sombra caía...
    "A semana passou como o vento. Já é noite e estou uniformizado para mais um dia de trabalho. Trabalho desanimado, afinal não me renderá lucro algum vender mais ou atender melhor.
    Mas hoje é um dia excepcional. Estava à porta quando o que eu acreditava ser um grande comerciante chegou. Ele se senta ao redor de uma grande mesa com alguns de seus funcionários. Eu resolvo atendê-lo logo, afinal posso conseguir uma boa impressão com ele para o futuro.
    - Posso atendê-lo?
    - Sim, garçom. Avise ao dono que este local será fechado para mim e meus funcionários.
    Voltei correndo para dentro.
    - Lorde Baluarte! Um senhor quer fechar a taverna!
    - É o barão Boldest. Ele faz isso frequentemente. Ele paga por todas as diárias, um preço alto por todas as mesas ocupadas e traz seus funcionários."
    É... Barão Boldest seria o alvo perfeito para um ataque direcionado. Quem sabe?
    "- Quanto ele deve pagar para fecharmos tudo?
    - No mínimo 50 moedas de ouro, mais o que consumir. Se o fizer, deixo sobre tua responsabilidade atender a todos os desejos dele.
    - Está certo.
    - Creio que a dívida de todos vocês será paga hoje. Vocês têm sorte.
    Fecho os portões da frente. Dezesseis pessoas completavam a equipe do Barão. Estavam todos bem vestidos em preto. Ele pediu muita bebida e comida, tais que foram entregues tanto quanto pediam. Em dado momento, o Barão me chama.
    - Estás liberado para ir para seu quarto.
    - Obrigado. Não desejarás nada pelo resto da noite?
    - Creio que não. Obrigado, meu jovem. Tome isso.
    É uma moeda de ouro.
    - Obrigado mais uma vez. Quaisquer necessidades podes chamar-me em meu quarto - digo eu com uma reverência. E, logo em seguida, me retiro para meu quarto.
    Minhas ideias me corroem a mente. Visto minhas roupas negras e me direciono até o saguão onde os capangas do barão Boldest realizam sua festinha com dezenas de mulheres bem pagas. Mantenho-me nas sombras, para que não me observem. Mulheres dos mais variados tipos tomam conta das mesas; enquanto dançam nuas, eu me aproveito da distração deles para que me mova para as sombras atrás do Barão."
    Ação! Ação finalmente!
    "As duas louras que estão tomando conta do jovem barão o deixam extasiado. Aproveito este momento para arrancar um grande saco de perto de sua cadeira e me retiro das proximidades. Direciono-me ao meu quarto e observo o que há dentro do saco. Observo seu interior. Desaponto-me porque não há brilho prateado ou dourado. Mas, ao mesmo tempo, me impressiona o que há no interior. Apenas um único e majestoso objeto. É uma adaga."
    Só eu notei que ele pegou um saco com uma arma dentro e precisou chegar no quarto pra perceber isso? Estou só escrevendo o que ele mandou, então...
    "Uma adaga bem bonita e afiada, interessante."
    Se eu não a tivesse visto, diria que era lorota. Ele conseguiu ficar com ela.
    "Junto a ela se encontro uma bainha preta. Muito bela. Guardo-a embaixo de meu colchão de penas. Troco para minhas roupas comuns. Deito-me na cama e durmo. Sonho com a venda desta adaga no outro dia e a festa para Catrina paga pelo dinheiro da venda.
    Sou acordado pela manhã pelo Lorde Baluarte acompanhado de Barão Boldest com dois de seus capangas. Levantei-me sobressaltado e pergunto:
    - Desejam que eu arrume os quartos?
    - Não, senhor Cantor. Desejamos perguntar-te se foi você que roubou uma preciosa adaga de propriedades especiais da coleção de nosso barão. Foi você, Martel Cantor?
    - Como podes duvidar de minha integridade?
    - Sim. Revistem o quarto. Em breve volto para analisar os resultados da revista.
    Barão Boldest não moveu um músculo e seus dois capangas já se mexeram. Começaram a revistar o meu quarto. Meu baú, meu porta-mapas, roupas e a espada. Todos estes itens forma largados em cima de minha cama; sou arremessado em direção da porta e caio desacordado.
    Mais tarde, quando acordo, me vejo dentro de uma carruagem em movimento. No lado oposto da carruagem está Barão Boldest. Ao seu lado estão a adga, minha roupa negra, e meu porta-mapas. Ele começa a falar:
    -Você está bem, Martel Cantor? Ou deveria dizer Athos das Videiras?
    - Athos das Videiras, sim, estou bem. Minha cabeça ainda dói um pouco.
    - Interessante. Como você conseguiu tanto dinheiro em seu trabalho como arrumador e garçom?
    - Da mesma forma que consegui sua espada.
    - Então você anda roubando em nosso território?
    - Território?
    - Vai negar que você é membro da guilda dos Escorpiões do Deserto?
    - Desconheço essa guilda. A única guilda de que já participei é a dos Lavradores da Videiras, que regiam preços de uvas, sementes e terras.
    - Então és tu lavrador? - colocando de forma sarcástica e exacerbada polidez.
    - Minha fazenda foi vendida para pagar dívidas, barão Boldest. Não posso mais trabalhar a terra.
    - Isso não é motivo para roubar minha adaga. O que você queria com minha adaga?
    - Não sabia que havia uma adaga no saco. Pensei que haveria moedas, moedas essas que me seriam úteis para me alimentar. Tu estás enganado de que eu seria capaz de prejudicar alguém somente pelo prazer."
    Como ele não percebeu que era uma adaga?
    "A carruagem para. O solavanco me faz parar de falar. Quem continua é o Barão:
    - Terremoto! Leve-o para o quarto com seus objetos."
    Sou eu! Aqui entro na história!
    "Pego todos os objetos da carruagem, exceto a adaga. Terremoto me guia. É um brutamontes que intimida com sua espada em sua mão direita. Paramos de frente a uma porta, dentro de uma grande casa. Ele me diz alguns murmúrios em que se incluem que este era meu quarto. Nada entendia e fiquei ali dentro a observar o interior.
    Nesse momento a porta atrás de mim se tranca ruidosamente. Passo o resto do meu dia a guardar minhas coisas e a dormir um pouco na cama (este quarto me lembra meu último quarto, mas esse pelo menos tem janela).
    Quando a noite chega, o barão Boldest visita meu quarto e eu o recebo de forma pesarosa. Ele entra em meu quarto com a bainha negra em mãos; suas roupas formais foram deixadas de lado, está com um robe negro. Ele deixa a adaga sobre a mesa e senta-se na cadeira, me convidando a sentar-me na cama, à sua frente.
    - Em que tina você se enfiou, meu rapaz - disse ele, agora de forma bem informal - roubou um barão, sem casa, sem dinheiro e ainda por cima, tido como morto.
    - Morto? Como assim?
    - Martel Cantor foi enterrado esta tarde no cemitério atrás da capela. Creio que era com esse nome que se instalava na Ferradura da Sorte, não é?
    - É verdade. Mas como já deve saber, meu verdadeiro nome é Athos das Videiras.
    - Certo. Quer que este morra também?
    Aceno a cabeça em sinal de negativo.
    - Acho que você, então, pode fazer algo para mim que, em troca, faço algo por você. Aceita esta minha proposta?
    - Sim - como se eu tivesse escolha
    - Então você vai fazer o seguinte para mim: você irá desfalcar um antigo rival meu de um objeto de sua coleção e, ao mesmo tempo, irá me dar este objeto para completar a minha coleção. Em troca eu dou-lhe uma família, uma casa e esta arma. Creio que seria justo.
    - Mais do que justo - mais do que eu esperaria - Seria mui bondoso de tua parte. O que o senhor viu em mim?
    - Senhor não. Chame-me de "pai" ou "chefe". Eu vi uma grande habilidade que você tem em furtar e também um grande senso de sobrevivência. Achei justo dar uma chance para que fosse testado.
    - Quando devo realizar o serviço?
    - Daqui a um mês. Você tem que primeiro receber um treinamento adequado. E também terá que comprar um equipamento adequado às suas tarefas. Algumas de suas ferramentas são caras e você não terá que comprá-las agora. E também não vai precisar utilizá-las neste serviço, que me parece muito simples.
    - Ferramentas? Equipamento?
    - Suas perguntas serão respondidas amanhã. Agora, durma. Enquanto morar aqui, terás esta cama para dormir e uma boa variedade de comidas e bebidas à sua disposição - ele tira um sininho do bolso e me entrega - Se precisar de alguma coisa, chame meus servos. Neste primeiro mês não poderá sair deste quarto fora de seu horário de treinamentos. Este claustro será sua penalidade por ter-me tirado esta fiel adaga.



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