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História O Support do Papai - Liga


Escrita por: taozing e Prolyxa

Notas do Autor


~taozing: HEY HEY HEYYYY~~ então, essa fanfic começou por causa de uma conversa que estávamos tendo no twitter. top!baek pra cá, cabacice pra lá, surgiu a ideia de algo nesse estilo e partimos pro word. em uma semana, estamos concluindo e postando a fic. E GENTE FOI TÃO LEGAL ESCREVER ESSA FIC UAHSIAHSUHS sério, fluiu super rápido e ficou muito divertida. a gente riu muito plotando e escrevendo e esperamos que vcs gostem tanto quanto a gente <333
~prolyxa: helloooooooooous! Bom, eu só queria dizer que adorei escrever essa fanfic com as gurias mó doidas, e que sonho com um dia em que jogar LoL e gostar de ver Chanyeol passivo não signifique sofrer preconceito hhhkhaskhaaha Enfim, BOA LEITURA!
~coneislandqueen: Me disseram que com dez paus se faz uma canoa, mas se me dissessem que um dia faríamos uma fanfic juntas eu não iria acreditar sksjjsjsjejd Foi divertido e maluco e moonface, espero que gostem e #pormaisBaekhyunseme sjsjshjsshje

Capítulo 1 - Liga


 

“A vingança é um Chanyeol que se come sem lubrificante”

— Baekhyun, Byun

 

Geek, segundo a definição do Wikipédia da vida, é uma gíria inglesa usada para se referir àquelas pessoas que são um bocado peculiares, até mesmo muito excêntricas, assim como obcecadas por tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro, histórias em quadrinhos, livros e filmes de ficção científica (o Star Wars e Star Trek de cada dia), animes e séries. Além de serem indivíduos muito inteligentes que se destacam na escola por tanto conhecimento e suas notas invejáveis em matérias que envolvam números e letras alfabéticas sem necessidade alguma. Em outras palavras, o melhor amigo para se ter em dias de prova de matemática.

Park Chanyeol era um geek.

Desde pequ– não, melhor, já dentro da barriga de sua mãe Chanyeol demonstrava suas tendências intelectuais ao dar o ar de sua graça chutando assim que seus pais faziam maratona de Star Wars. Quando saiu dali, isso só se intensificou. A começar por seu corpo marcado pelo sedentarismo de berço ao cérebro que extrapolava os níveis de inteligência, sua existência inteira esfregava na cara de qualquer um que o sujeito tinha nascido para vencer na vida e em qualquer prova de matemática.

Então, como um geek que se preze, Chanyeol estava presente numa das maiores feiras geeks de Seul.

A feira estava cada vez maior. Com o passar dos anos, mais e mais pessoas foram comparecendo ao evento e voltando nas edições seguintes. E Chanyeol observava tudo isso com um sentimento orgulhoso latejando no coração: havia visto a feira crescer.

Enquanto esperava dois amigos chegarem, Chanyeol perambulava pelo evento com os olhos grandes brilhando intensamente. Era nessas horas que queria ser rico, ter todo o dinheiro que quisesse, só para gastar naquela infinidade de coisas que ele achava tão legais: correntes, toucas, camisetas, mangás, objetos personalizados, action figures.... Mas, infelizmente, querer não é sinônimo de poder e Chanyeol tinha que se contentar em voltar para casa com dois mangás e uma camiseta.

O momento de sua pobreza universitária tomou conta do seu espírito por alguns longos segundos. Tinha tanta conta para pagar no final do mês que não podia se dar ao luxo de gastar mais um centavo sequer. Aluguel, gás, luz, água, os livros da universidade, uma porrada de conta que não dava para levar nas costas com aquele salário espremido ganhado através das aulas de informática que dava em uma escolinha de manhã. Se não gostasse tanto do que fazia e das crianças por quem tinha ganhado carinho, Chanyeol abandonava o bonde andando e procuraria coisa melhor. 

Seu espírito ficou ainda mais abatido assim que avistou seus dois amigos, Kim Jongin e Oh Sehun, caminhando lado a lado em sua procura. Chanyeol pensou seriamente em fugir. Na verdade, ele tinha pensando em não colocar os pés para fora da cama e alegar que havia pegado uma daquelas doenças contagiosas que dão em crianças sem mais nem menos ou de então sumir do nada da cidade até que seus amigos esquecessem de tudo. No entanto, o que Park Chanyeol tinha de inteligente, ele tinha de orgulhoso. E havia sido esse seu orgulho que o afundara em problemas.

Aconteceu numa noite de sexta-feira, bem depois da faculdade, quando alguns amigos do curso de robótica de Chanyeol se reuniram na casa de Do Kyungsoo, um grande amigo também, para jogarem League of Legends– alguém disse cabaço aí? Eles faziam isso sempre, era como uma balada na versão geek onde a única luz que eles viam piscando se resumia à luz do modem que os mantinha na rede. Para fazer diferente naquele dia onde fosse divertido para todo mundo, Kyungsoo resolveu refazer as duas equipes que eram necessárias para jogar o MOBA. A equipe do Chanyeol sempre se constituía por Sehun e Jongin e ela ganhava toda vez. Por isso Kyungsoo retirou os dois garotos dali.

Basicamente, Chanyeol protestou digno de um menino mimado. Nunca jogou em outra equipe que não estivesse formada com seus melhores amigos, e ficou muito puto quando não viu os dois reclamando para que ficassem juntos. Por isso deixou a raiva e o orgulho subirem à cabeça ao dizer que a vitória da sua equipe já estava reservada só por ele estar nela.

– Então vamos fazer uma aposta, Chanyeol – Jongin sugeriu. – Se sua equipe ganhar, nós fazemos qualquer coisa que você quiser.

Chanyeol sorriu convencido.

– Eu tô na equipe, já se preparem pra sofrer.

– Mas – Jongin revirou os olhos ao mesmo tempo que Sehun antes de prosseguir com a proposta –, se vocês perderem, você vai até lamber o chão se a gente quiser.

– Ganhar de vocês vai ser molezinha, bro.

– Se eu fosse você, Chanyeol, não contava com o ovo antes da galinha botar – Sehun resmungou.

– Dessa galinha eu já comi até as penas, Oh Sehun – respondeu.

Em resumo: Chanyeol perdeu de lavada, e então, teria que fazer qualquer coisa que os dois demônios – vulgo Jongin e Sehun – quisessem. Era como se Chanyeol pudesse sentir a merda vindo e lhe dando um tapa na cara. Mas houve algo bom na partida: ao ganharem, Jongin e Sehun acidentalmente se beijaram, esquecendo que não estavam sozinhos no recinto. Motivo extra de zoação para o resto da noite: confere.

De todo modo, Chanyeol era um homem de palavra e enfrentaria honestamente sua derrota. Então, caminhou com passos firmes até Jongin e Sehun, que estavam de mãos dadas e sorrindo feito idiotas, já aguardando por qualquer prenda que tivesse que pagar.

– E aí? – Jongin cumprimentou Chanyeol, esticando-lhe a mão para um high-five e sendo prontamente ignorado.

– Tô preparado – Chanyeol afirmou, as sobrancelhas se unindo numa expressão de pura decisão.

– Já tá preparado? Olha só, nem precisamos fazer nada, Jongin. – Sehun sorriu malicioso. – Então, se você já se preparou pra gente, vira a bundinha pra cá.

Jongin gargalhou quando as bochechas de Chanyeol ficaram rosadas.

– N-não é preparado nesse sentido! Que horror! – Chanyeol reclamou. – É preparado pra pagar!

– Serve também. De joelhos ou quer puxar uma cadeira pra sentar? – Sehun riu.

– Pra que cadeira se ele pode sentar no meu colo? – Jongin riu junto.

– Vocês são pessoas desprezíveis – Chanyeol bufou, passando a mão pelos cabelos. – O que vocês querem que eu faça? Eu perdi a aposta.

– Hmm, pior que não sei.

Interiormente, Park Chanyeol rezava para não pensassem em nada. Ele conhecia Jongin e Sehun desde as fraldas e pomada Hipoglós, sabia o que aquelas duas pestes tinham de tapadas em coisas românticas – demoraram anos para descobrir que os dois se crushavam muito –, eles tinham de malignos. Mas não qualquer tipo de maligno, Jongin e Sehun extrapolavam em maldade quando queriam, a prova disso era o ensino fundamental quando um garoto inventou de fazer bullying com eles. Naquele dia, os dois garotos ganharam o capeta approves para entrar na sociedade especial dos geeks malévolos.

Chanyeol chegou a fazer uma oração desesperada a todos os santos e entidades possíveis em prol de sua dignidade. Jurou de pés juntos que pagaria qualquer promessa, fosse ela ter que andar ajoelhado até à casa do caralho ou de bancar a testemunha de jeová nos fins de semana. Ele até mesmo jurou que pararia de bater punheta e se precisasse, converteria sua vida inteira na fé de corpo e alma. Prometeu tudo isso desde que Jongin e Sehun não pensassem em nada perigoso. Tadinho.

Mal sabia ele que os dois amigos já estavam pensando em algo para ferrá-lo há muito tempo. De início, seria só uma zoeirinha básica entre amigos, sabe? Do tipo que cria um perfil fake na internet e engana o trouxa até ele se apaixonar, porém, isso ainda não era o bastante. Foi Sehun quem pensou na grande ideia de ajudar seu grande amigo Chanyeol a sair da confusão sexual.

Chanyeol negava, mas seus amigos sabiam que ele já tinha assistido Sensitive Pornograph e que ainda curtia umas paradinhas veadas do tumblr – aba anônima ajuda muito a evitar que suas amizades descubram seus podres, fica a dica. Apesar de jurar sob a melhor saga dos Cavaleiros do Zodíaco (Hades, sem sombra de dúvidas), Chanyeol dizia que de veado ele não tinha nada, porque como se não bastasse ser o típico garoto crânio que usava óculos de grau e camisetas conceituosas de séries e frases de cientistas, se assumir como o cara que chupava pintos não estava em seus planos de futuro.

Levando em conta a traumática lembrança de Chanyeol quando deu seu primeiro beijo em uma prima apenas para viver na pele o incesto feelings e que pegou sapinho da ordinária, trocar saliva seja com menina ou menino se encontrava fora de questão; viveria como assexuado até os fins dos tempos. No entanto, Oh Sehun, aquele bonito rapaz que era um excelente amigo de dar inveja, e a afirmação vem carregada de ironia, pensou o seguinte com seus culhões numa vez que batia uma ligeirinha pensando no Jongin, por que não ajudar o amigo que carecia de conhecimento sexual, hein? Claro que não foi exatamente com essas palavras, foi algo mais com “Chanyeol tá precisando descer no grau e logo”.

Assim que Sehun contou esse pensamento epifânico ao Kim, a barraca do Chanyeol estava armada antecipadamente sem ao menos saber e o seu buraco pronto pra levar uma carga pesada de areia, entendedores entenderão a metáfora. Por isso fizeram o coitadinho do Park penar durante horas enquanto perambulavam na feira. Fizeram o garoto tremer na base com as coisas que diziam que talvez pedissem para ele.

– Dá pra falar logo a merda que vão me mandar fazer? – Chanyeol cobrou desesperado. – Eu já não aguento mais.

– Tá ansioso, é? – Jongin provocou.

– Ele tá com medo, isso sim – Sehun acrescentou. – Admite que é mais bonito pra você, Yeol.

– Admitir que tô com medo? Por favor, né.

– Por que não, oras? Seria melhor pra você. – Sehun abriu um sorriso. – Admite que tá se cagando de medo e que é um bundão que não sabe ganhar em LoL sem a minha ajuda e do Jongin e a gente te livra do negócio, que tal?

Sehun deu piruetas mentais porque sabia que Chanyeol jamais admitiria aquilo. Conhecia o outro o suficiente para saber que o amigo era uma porrada de homem que cumpria sua palavra, lê-se orgulhoso, e que nunca, em hipótese alguma, mesmo sob risco de morte, Park Chanyeol admitiria a verdade mais que verdadeira. Principalmente se isso envolvesse um desafio no qual perdera, tinha o costume de ir até o fim independente do que acontecesse, pois pensava que pior não poderia ficar. Tadinho.

– Que tal vocês dois falarem qual é a droga do desafio, hein? – Chanyeol falou irritado.

– Parece que nosso soldado Yeol vai à guerra, Sehun – Jongin disse.

– Me pergunto se esse soldado vai aguentar o bombardeio. Dá tempo de desistir ainda, Chanyeol.

– O único que broxa aqui é o Jongin – Chanyeol respondeu dando de ombros. – Medo de vagina tem cura, sabia disso?

– Mas vai começar a falar do passado agora? – o moreno perguntou. – Pelo menos eu vi uma pessoalmente, e você que precisou do google imagens pra saber como é?

– E aqui temos um fatality digno do Mortal Kombat. – Sehun riu. – Okay, meninos, sem briguinhas, por favor. Já que Chanyeol não quer desistir, vamos aos negócios.

Tendo os dois amigos no encalço, Sehun os levou até um lugar mais movimentado da feira aonde estava sendo exibido um novo modelo de videogame. Sehun passou os olhos por todas as pessoas que se encontravam ali fazendo uma geral para que pudesse finalmente dizer o plano. Quando encontrou o que queria, cutucou Jongin e os dois sorriram em acordo.

– Então, Chanyeol, pronto pra saber teu desafio? – Jongin indagou.

– Manda bala.

– Pois bem – Sehun começou a falar –, seu desafio nada mais é do que seduzir alguém.

Chanyeol sorriu, aquilo era moleza. Mesmo que não fosse um namorador assíduo, sabia que causava grande efeito nas pessoas. Sua altura, sua voz, seu sorriso e seu cérebro abençoado ajudavam a deixar uma impressão inesquecível e um coração com palpitação desregulada nas garotas e até mesmo em garotos.

– Não canta de galo ainda, bro – Jongin falou. – Porque nós é que vamos escolher quem você vai seduzir.

– Então diz quem vai ser a menina pra acabar com isso logo.

Sehun abriu um sorriso.

– E quem disse que vai ser uma garota, Chanyeol?

Chanyeol piscou algumas vezes e quase pôde ouvir um “hmm what you say?” tocando de trilha sonora no fundo daquele dia em que os dois capetas pareciam ter resolvido se vingar de alguma coisa que ele deveria ter feito e não lembrava.

Que sorte, hein, parça?

– Eu pensei qu—

Oh Sehun riu diabolicamente e deu duas tapinhas no ombro de Chanyeol como se dissesse “pensei que me conhecesse melhor, amigo”. Jongin sorria com aparente deboche do Park, que acabou se questionando o porquê de ter aqueles dois como melhores amigos.Se eles não fossem tão bons no LoL, Chanyeol provavelmente já os teria despachado faz tempo.

Jongin apoiou o braço no ombro do Park, ainda com o sorriso presente nos lábios, e Chanyeol o viu olhar para algumas barracas ali perto antes de voltar a focar-se em si. Naquele momento ele engoliu em seco, parecendo que todo o nervosismo não o levaria a um lugar bom; ainda bem que havia comido pouco no café da manhã, ou já estaria colocando os bofes pra fora.

– É o seguinte, tem um cara que o nome dele é Byun Baekhyun, obviamente você sabe de quem eu tô falando. – Chanyeol ficou meio chocado ao perceber aonde essa conversa estava indo.Se ele sabia quem era o Byun? Com certeza sim, o garoto era apenas um dos desenvolvedores de um dos jogos que mais gostava! Às vezes, Chanyeol se perguntava como seria o mundo se esse paraíso em forma de jogo não existisse. Ah, ele poderia até beijar esse cara por ter ajudado a criar seu tão amado LoL. – Pois é, esse cara é quase uma lenda, se eu não tivesse o Sehun iria querer perder as pregas pra ele. E para sua sorte, amigão, ele tá aqui hoje.

– Como assim para a minha sorte? – Chanyeol tentou se fazer de desentendido, mas vendo a feição dos dois à sua frente ele sabia exatamente o que aquilo queria dizer.

Puta que...

– É ele quem você vai seduzir, querido.

Pariu.

– Como assim? Isso não é justo! É quase como tentar ser um challenger do dia pra noite, vocês já viram o nível desse cara? Eu vou parecer um Kirk menos bonito tentando conquistar um Spock!

Sehun sorriu diabolicamente com um palito contendo algodão doce azul – Chanyeol nem percebeu quando o Oh havia saído e brotado com aquilo ali – que comia com uma carinha de felicidade ao infinito e além, antes de ouvir seu amigo proferir aquelas palavras. O Park dava muita mancada, oh céus.

– Então quer dizer que você já imaginou antes um tentando conquistar o outro? Não sabia que você fazia o tipo fujoshi, Chanyeol.

– O quê?! E-eu... Não foi isso que eu quis dizer!

Sehun entregou o doce a Jongin, que aceitou de bom grado, ignorando a crise existencial que eles sabiam que o Park estava prestes a dar. Era sempre assim, quando Chanyeol tinha que fazer algo que não era de seu agrado, dava chilique até dizer chega. Então eles fingiram não escutar o escândalo que Chanyeol estava dando no momento dizendo coisas do tipo: “Vou roubar kill de vocês, me aguardem” ou “Vou destruir aquele seu quadrinho raro” e continuaram naquele mundinho cor-de-rosa chamado de sou-de-boa-com-minha-sexualidade-e-tenho-alguém-pra-curtir-isso.

Quando o Park percebeu que estava sendo prontamente ignorado, sentou-se no chão e esperou que os amigos saíssem do momento dorama (não que Chanyeol assistisse, mas ele havia visto uns ou outros com sua irmã... e reprisado Flower Boy Next Door umas cinquenta vezes, por fins puramente acadêmicos) e tentou entender porque o universo estava o castigando daquela forma. Talvez tenha sido de quando ele roubou doce da sua irmã quando era mais nova, ou talvez as punhetas em excesso tivessem uma cota maior de castigo. Será que o universo havia descoberto os JGV que via escondido no tumblr? Não podia ser.... Ele lembrava bem de sempre esperar geral dormir, se enfiar debaixo do cobertor e ficar sempre atento...

Agora fica a questão: como Park Chanyeol, não virgem apenas de pensamentos, conseguiria seduzir o mestre dos magos do LoL? Porque uma coisa era ele ser ninja na arte de seduzir menininhas e garotos ou ninja em ver pornografia de todos os tipos na internet, outra totalmente diferente era ele tentar seduzir o ser, de acordo com as boas línguas, mais pica das galáxias do mundo.

E o pior de tudo era que nem poderia fugir ou então um castigo maior poderia descer sobre a cabeça do pobre orelhudo, porque Sehun e Jongin jamais esqueciam de uma aposta.

Jamais.

– O que tá fazendo aí sentado? Vai lá cara, eu quero testar logo esse banheiro daqui com o Jongin, ou será que é pedir de mais? Vamos, anda, anda, vai logo – disse Sehun dando chutes leves nas costas do Park com cara de poucos amigos.

– Eu nem sei onde essa cara tá, quem você acha que eu sou? Um mago nível cinco? Eu não sei de tudo, cara!

– O Byun tá ali, cara. – Apontou para o dito cujo, que distraía-se com um novo jogo para Xbox. – E a gente vai querer uma prova de que conseguiu seduzir ele – disse Jongin, brincando com uma mecha do cabelo do Oh. – Eu te conheço muito bem pra saber que vai querer trapacear.

– Que tipo de prova?

– Uma criativa, de preferência. Coloca a cabeça de cima e a de baixo para pensarem em algo e boa sorte. Se ele te rejeitar, você vai ter que tentar de novo. Não nos decepcione, prove que no fundo você não é só um virjão jogador de LoL que gosta de dorama.

– Eu não gosto de dorama.

– Não foi o que a sua irmã disse.

Antes que Chanyeol pudesse maldizer sua irmã para os amigos, os dois já haviam ido se refugiar em algum lugar provavelmente apertado onde dava para se amassarem bastante.

Respirando fundo, Chanyeol ajeitou a camiseta do Dragon Ball que vestia e caminhou até Byun Baekhyun, ensaiando mentalmente o que diria. “Oi, você é o Baekhyun, né? Nossa, sou muito seu fã” “Baekhyun? Cara, eu te admiro muito!” “Quem diria que algum dia eu ia te encontrar... É uma honra!”.

Mas é de Park Chanyeol que estamos falando. E todos nós sabemos que Park Chanyeol é campeão internacional em fazer merda.

– Sabe, Byun. – Jogou um braço sobre os ombros do outro, que o olhou estranho – Eu queria que você fosse o teclado do meu computador, só pra eu poder ficar dançando os dedos sobre você o dia todo.

Baekhyun soltou uma risadinha nasalada e balançou a cabeça, retirando o braço de Chanyeol de cima de seus ombros.

– O que você quer, moleque? – Foi direto, abaixando-se brevemente para ler os controles do tal jogo.

– Quero uma chance com você – Chanyeol cantarolou.

Baekhyun sorriu irônico e ergueu uma sobrancelha.

– Você tá achando que eu sou o quê, rapaz? – Endireitou a coluna.

– Um cara muito legal e muito bonito e muito fodão. – Chanyeol mexeu as sobrancelhas para cima e para baixo de forma sugestiva. – Por favor, eu nunca te pedi nada.

– Até porque acabou de me conhecer. – Riu. – Vá direto ao ponto, moleque. O que exatamente você quer de mim? Um autógrafo? Uma foto?

– Um beijo já estaria de bom tamanho.

Baekhyun riu e meneou a cabeça, murmurando “não, não” enquanto se afastava para checar os outros jogos. Chanyeol, porém, foi atrás: iria levar aquela prenda até o fim.

– Baekhyun, por favor! – implorou. – Eu perdi uma aposta e meus amigos me desafiaram a te seduzir.

– Me deixa em paz, pirralho.

Chanyeol suspirou e fez bico, cruzando os braços enquanto via Baekhyun sumir numa rodinha de fanboys que se formara ao redor dele.

Mas Chanyeol não iria desistir tão fácil. Num ato ágil, sacou o celular e deu graças a qualquer divindade que seu celular ainda tivesse bateria. Acessando rapidamente o Google, pesquisou “cantadas do LoL” e decorou algumas; era nessas horas que ser superinteligente ajudava.

Voltando ao encalço de Byun Baekhyun, Chanyeol puxou-o pelo punho, fazendo-o se virar abruptamente – e revirar os olhos ao perceber o moleque inconveniente de mais cedo.

– Você ainda tá aqui? – Baekhyun bufou.

– Gato, você é que nem mana: sem você, não tem magia. – Sorriu orgulhoso.

Baekhyun, porém, riu sarcástico e soltou seu punho da mão grande de Chanyeol, virando-se para continuar seu caminho como se nada tivesse acontecido.

– Baekhyun! Você é lindo assim mesmo ou tá de skin? – gritou, atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam e fazendo todos rirem e fitarem Baekhyun, esperando por uma resposta. Baekhyun se virou apenas para encarar Chanyeol, criando uma tensão no local.

– Moleque, você é feio assim ou seu hp que tá baixo? – Baekhyun respondeu com um sorrisinho.

As pessoas começaram a gritar “woooow!” “pentakill!” “turn down for what?” e coisas desse tipo enquanto Chanyeol ruborizava violentamente e Baekhyun seguia seu caminho sem se abalar com a bagunça ao seu redor.

Chanyeol correu atrás de Baekhyun e apelou para a última opção que tinha:

– Byun, meus dois amigos são demônios e eles me desafiaram a te seduzir, me ajuda – disse num tom choroso. – Por favooooor! – Fez bico e piscou os olhos grandes.

Baekhyun encarou Chanyeol por alguns segundos que para ele duraram séculos. Não podia negar que o moleque até era atraente, apesar das orelhas gigantes e da insistência; tinha olhos redondos, voz grossa e melodiosa e lábios cheinhos. O desenvolvedor de jogos sentiu algo despertar dentro de si ao ver o pirralho alto fazer aegyo sem querer; algo que Baekhyun conhecia muito bem, mas que estava adormecido em si há tempos.

Aposto que você, leitor, deve estar pensando “ah, que bonitinho, o Baek tá se apaixonando pelo Chanyeol!”. Vamos com calma.

– Tá bom, pirralho, você venceu. – Baekhyun suspirou. – Me encontra às 20h na praça ao lado, quando o evento acabar, que eu te levo pra tomar um sorvete. Combinado?

Chanyeol arregalou os olhos e sorriu largamente, balançando a cabeça em um frenético e empolgado “sim!”, abraçando o menor com força em seguida – contato este que Baekhyun logo tratou de encerrar.

E fazendo uma dancinha da vitória mental por ter conseguido dar o primeiro passo naquela situação, Chanyeol assistiu Baekhyun se misturar por entre o aglomerado de pessoas enquanto dizia a si mesmo que aquele indivíduo estava no papo. Iria adorar ver Jongin e Sehun com cara de taxo pelo amigo não só pagar o desafio, como ainda tomar sorvete com o desenvolvedor do seu jogo favorito. Seria um acontecimento épico que Chanyeol jamais se esqueceria.

O rapaz mal notou quando o Byun virou-se para trás e o olhou de cima a baixo, gravando cada detalhe da sua figura alta que se destacava no meio de todos com aquela cabeleira avermelhada, os óculos de aro grande na cor preta e a camiseta estilosa de Dragon Ball; Chanyeol parecia, sem sombra de dúvidas, a encarnação ambulante de um personagem de anime shoujo. O garoto mal notou também quando o outro passou a língua sobre os lábios finos, umedecendo-os para, em seguida, abrir um sorriso devastador. Se Chanyeol tivesse percebido aquele sorriso cheio de intenções que decaía sobre si, com certeza pegaria seu rabinho e sairia de fininho da feira para manter seu orgulho de pseudo-hétero intacto.

Porque a única pessoa que estava no papo ali não era Byun Baekhyun. 

 


Notas Finais


obrigada por ler ♥


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