de sorriso e alma ampla
trancafiados numa tristeza, estampa
de instrumento bem no meio da camisa
seguindo a vida
vezes sem vontade
vezes seguidas
sorriso aberto
largo
bonito
que não vê
a cegueira toma conta
e anda
anda
anda
à nada
sem calma
mas sem pressa
descontrole no controle absoluto do grito interno de socorro
vampiro que se olha no espelho
e vê tudo o que encontrou no caminho
nada
e o horizonte
além dos cabelos ruivos
que um dia foram castanhos
estranhos
como os olhares oblíquos
supondo
cantando
sem abrir as pálpebras
sem abrir a casa
sem abrir as mãos
sem abrir a alma
(sem abrir mão da alma)
serenidade com severidade
rosto sério e trêmulo
se afastando
aproximando
chega perto
mas não toca
porque foge
se esconde
te quer mas não quer te querer
quem vai entender?
(eu vou, juro que vou)
sinais brilhosos que deixa para trás
machucam a vista de qualquer um que vá atrás
sem mais
nunca mais
de pés descalços, vestidos
de grama
de terra
de tudo que ama
pisando em mim
torcendo os dedos dos pés na pele de meu peito
chorando por dentro
soluçando sem fazer barulho
sem molhar
sem entulho
de sentimento
profano
insano
lábios molhados
pés preparados
impulso
insulto
e grito
gritante
bem baixo
quieto
grito alto sem volume
de costas para o tudo
olhando pra mim
correndo até você
me vi cair
quando você se afastou
detrás de você um precipício
que me precipitou
me derrubou
me abismou
e de sorriso medonhamente alivioso
no final da queda estava você
me esperando cair
sem partir
sem fugir
você
e apenas você.
e eu poderia prever o quão forte foi o impacto
mas acordei de imediato
(quando o inacabável se acabou?)
quando por fim o abismo abundante se findou.
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