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História Os Tronos Celestes - O Trono da Estrela - Capitulo 4


Escrita por: Pequenarosa

Notas do Autor


Olá, minha gente! Quem está acompanhando essa história já sabe, mas vamos repetir... Essa história está vinculada com "O trono da Lua" e "O trono do Sol". Então, para entendê-la melhor é necessário que ambas também sejam lidas! Deixarei os links dos livros citados nas notas finais. Boa leitura 😘

Capítulo 4 - Capitulo 4


Fanfic / Fanfiction Os Tronos Celestes - O Trono da Estrela - Capitulo 4

     " - Isso é só um trauma, Lucy. Vai passar. É tudo ocasionado pela sua mente. Mediante a sua dor, começou a imaginar coisas…só isso. Tente se acalmar e tomar seus devidos remédios na hora certa. A gente não esquece o que sofreu, mas a ferida cicatriza com o tempo."
      Essas foram as palavras de minha psicóloga  Dra. Roney. Ela achava que aquilo era só uma fase, um "trauma" causado pela morte dos meus pais.  Eu sempre pensei que fosse coisas da minha cabeça. Mas, durante meu crescimento essas "imaginações" se viram frequentes em momentos mais inoportunos. Entretanto, quando  Joseph e Ana Kanwey sofreram um acidente um mês antes deu fazer meus 15 anos,  parecia que meu mundo iria desabar. Vozes, muitas vozes gritavam em minha mente e me fez acreditar que estava louca. Daniel tentou de tudo para me ajudar, mas não pude deixar esse fardo em suas costas. Um ano depois pedi para me internar numa clínica de loucos. Era bem localizada e tinha bons médicos. Porém, o lugar me matinha totalmente alucinada. Sempre estava dopada com aqueles remédios  que tomava no meu dia-a-dia.
      A única coisa que ainda me mantinha sã era a arte. Era nela que eu me expressava, me divertia e distraía. Era onde eu derramava minhas lágrimas e espalhava tinta nesse meu mundo escuro. Ela já fazia parte de mim desde a minha infância, contudo, não praticava tanto quanto no momento. 
      Depois de um bom tempo na clínica percebi que ali não estava fazendo nada além do que me prejudicar. Eu não estava louca, mas poderia ficar caso permanecesse mais algum dia lá. Implorei ao meu irmão que me tirasse dali imediatamente e ele prontamente concedeu o meu pedido. E foi aí que me empenhei no meu verdadeiro talento: pintar. 
      - Olá, boa tarde. Eu gostaria de falar com a Sra. Muller, por favor. É a Srta. Lucy Kanwey.- digo a recepcionista da galeria a qual fui chamada para expôr minhas obras. Vejo ela pegar o telefone, ligar para algum ramal e falar algumas palavras como "certo" "Okay" "sim" além de me citar, é claro. 
      - Ela está lhe esperando no segundo andar na sala à esquerda. 
      - Ok. Obrigada. 
      Pego o elevador e aperto o botão no número 2. Sinto aquele leve frio na barriga ao subir e por mais que seja rápido, me traz um pouco de aflição. Finalmente ao chegar sigo o caminho que a recepcionista me orientou, bato na porta e abro sob autorização de uma voz "pode entrar". 
      - Bem a tempo. Queria mesmo falar com você. - Sra. Muller era uma mulher muito linda. Mesmo com seus 50 e tantos. Suas feições era de uma pessoa jovem, porém madura na sua atitude.- sente-se por favor.- ela folheava alguns papéis e então me fitou quando eu enfim me assentei.- Eu realmente gostei muito dos seus quadros, Lucy e gostaria que a exposição acontecesse o quanto antes. Então, espero te ver amanhã para a grande estréia. 
      - Nossa! Tão rápido.- falo supresa, mas com um sorriso no rosto. Na verdade, a estréia seria uma semana depois da minha chegada a Boston. E só se passaram dois dias desde então.- Agradeço imensamente, Sra.Muller.
      - Não me agradeça. Gosto de gente talentosa e não sou do tipo que joga isso fora. E não me chame de "Senhora"!- ela dizia com um sorriso cativante.- Me chame de Katherine.
 

                            ******************

      Após minha reunião com Katherine tento pegar um táxi para voltar ao meu hotel. Mas nenhum deles paravam ao meu sinal. Fiquei por ali por um bom tempo até que resolvi encontrar algum ponto de ônibus. No caminho vi uma coisa vindo em minha direção… e uma sensação ruim se apossou de mim. Não conseguia tirar meus pés do lugar, fiquei paralisada. Tentei discernir o que era, pois sua face não aparentava ser humana. Até que algo ou alguém se abateu contra mim.
      - Você é cega ou o quê? Não vê que quase foi atropelada?- Um homem alto de casaco de couro preto e com óculos escuros rayban falava comigo muito estressado. Seu corpo estava pressionado ao meu junto a uma parede de um beco bem estreito. Eu ainda estava muito desorientada pelo movimento rápido, para rechaçá-lo. - Você está bem?- O desconhecido perguntava enquanto olhava em todas as direções como que procurando algo. O estranho é que não tinha visto nenhum automóvel para ser atropelada…eu nem sequer estava na estrada!
      - Estou.- digo quando consigo recuperar a sanidade. - já pode se afastar.- o homem misterioso se separava de mim aos poucos, e põe as mãos para o alto.
      - Eu só quis ajudar. Mas talvez não precisasse, se prestasse mais atenção na rua! - Ele diz me provocando aos risos. Já me sentia bem o suficiente para socá-lo, caso fosse necessário. - Certo, preciso ir. - o desconhecido acena para mim e se retira do local as carreiras para algum lugar.
      - Quem é esse cara?- pergunto ao vento porque não há ninguém para responder. 
       Okay, como sempre meus dias não poderiam ser mais estranhos…

                         **********************
 

      Fecho o zíper lateral do meu vestido azul royal. Coloco um scarpin bege e pego uma bolsa de mão da mesma cor. Olho no espelho e retoco minha maquiagem com algumas batidinhas de pó compacto. E pra finalizar, ajeito um pouco meu cabelo já que ele se via revoltado no dia, não sabendo para que lado ficar. Apesar de ser pequeno e prático, ainda assim tinha que ter algumas artimanhas. Após ficar definitivamente pronta tranco meu quarto de hotel e vou para o elevador. 
      Depois de pegar o táxi e chegar à galeria, fico um pouco nervosa pela tão sonhada estréia. 
      - Espero que tudo ocorra bem. - falo para mim mesma ao adentrar no local. 
      Não pude deixar que um sorriso escapassem do meus rosto. Nunca pensei o quanto seria emocionante ver meus quadros numa exposição. 
      - Está tudo tão lindo. 
      - Nada mais do que a sua arte, Lucy. Deveria estar, não é mesmo? - Katherine falava enquanto me levava para conhecer algumas pessoas importantes que estavam muito interessadas nos meus quadros. 
      Falei sobre muitos quadros e expliquei seus significados para mim. Tinha um em que muitos deles ficaram intrigados que era um coração humano numa tela branca com um lado normal e o outro preto. Ambos o lados esvaindo suas forças. Um com sangue e outro com uma tinta negra escorrendo para baixo. O desenho representa para mim a perca do controle. Seu lado obscuro era a minha vida perdendo a cor…o sentido. Falava sobre minha dor, minha mente e minha vida. Mas o fundo branco era a esperança de um recomeço…
      Haviam outros que também atiçaram sua curiosidade. Como a de uma criança com o rosto angustiado e tampando seus ouvidos em um tela completamente preta. Mas, ao lado tinha um espelho refletindo sua imagem feliz e alegre. E a de um Casal com suas testas encostadas uma na outra segurando um flor de camomila e uma pétala caindo ao chão.
      Após muitas conversas e apresentações, consegui me refugiar sozinha para ver o meu desenho favorito que estava um pouco no canto da galeria. A figura era de uma menina triste encostada no batente da janela olhando para fora com um céu nublado. Observar o quadro me acalmava, ainda mais com o som do piano de Christofer tocando Moolight Sonata- Beethoven. O musicista já havia nos agraciado com muitas dádivas, como Fur Elise de Beethoven e Romance from gadfly de Dimitri Shostakovih entre outros. 
      - Linda.- Um homem fala aos meus ouvidos Interrompendo meus devaneios. - A sua arte.-Quando viro para trás, vejo um homem com um lindo terno preto e os cabelos negros contrastando com seus charme. Os olhos azuis iguais o mar. Porém, tão intenso quanto a cor do meu vestido. E sua presença… era familiar. Bastante, pra falar a verdade.
      - Eu conheço o senhor…-digo ao me lembrar do estranho acontecido de ontem.- Não me diga que é o…
      - Seu salvador? Sim. E não precisa me agradecer.- o estranho fala com um sorriso petulante. 
      - Meu salvador. Certo… mas de quê mesmo?- o indago. 
      - Ué, além de cega você também tem amnésia?- ele debocha de mim.
      - Quando um estranho me imprensa num beco escuro, dizendo que eu quase fui atropelada sendo que eu nem estava na estrada, devo desconfiar. Então, por favor me explique do que afinal você me salvou.- cruzo meus braços e o encaro. Ele segura meu olhar e abre um sorriso lindo e cínico.
      - Talvez de você mesma.- o homem misterioso exclama.- Mas por que não me fala mais sobre esse quadro.- ele diz mais do que pergunta mudando de assunto.- Analisando bem, ele me lembra alguns artistas como Vincent Van Gogh pelo drama do cárcere. Ele foi internado em um asilo muito novo por sua depressão e pintou um dos seus quadros mais intrigantes: A vista de sua janela que era o céu com estrelas e nuvens em formas enroladas.- o desconhecido pára por um bom tempo e continua.- E também o pintor Francisco Goya por toda essa expressão em suas pinturas sombrias.
      Meu queixo estava ao chão de tão impressionada. Aqueles pintores eram tipo… meus ídolos. Sempre me inspirei neles, mas nunca havia dito isso à ninguém. Nem mesmo para o meu irmão Daniel. 
      - Como você…
      - Seus quadros são maravilhosos. Mas tenho um compromisso inadiável.- ele me interrompe e vejo uma mulher alta, loira com o corpo curvilíneo o devorando com os olhos. 
      - A vontade. - dou passagem para o homem misterioso. Ele anda um pouco e se vira novamente para mim
      - Nos veremos de novo, princesa. Em breve.- ele pisca com seus lindos olhos azuis e se retira a passos rápidos. 
      - Espera. O que disse?- pergunto ao estranho que já estava a caminho da saída com a loira peituda.- Ele me chamou de princesa?! Aquilo não parecia um cantada... E que história é essa de "em breve"?!- falo sozinha olhando para o local de onde  ele saiu. 
      bem, de uma coisa eu sei. De louco já basta eu.

                    
                                ****************
  
      Desço as escadas da galeria, pois o elevador estava demorando muito. Me despeço da recepcionista e saio da localidade após saber da notícia mais esperada. Segundo Katherine minha exposição de ontem foi um sucesso. Muitos quadros foram vendidos e foram muito bem comentados até no jornal.
      Ando distraidamente até que vejo a pessoa que menos esperava rever. 
      - Amberlly? Como você sabia onde eu…? - indago estupefata. 
      - Tenho meus contatos. - Ela responde vagamente. 
      - Bem, O que quer? - sinto um vento gelado batendo em meu corpo aperto meu casaco a ele. 
      - Encontrei com a Kloe ontem e bem… - A ruiva murmura e tira um pequeno papel do seu bolso - Ela disse que aquele sr. do seu desenho…
      - O tio dela?
      - Ele chega hoje a Boston, Kloe falou que ele pode nos ajudar a acabar com isso… Com toda essa maluquice. - Meu Deus! Seria maravilhoso entender pelo menos um pouco toda essa excentricidade em nós.- Ela tem certeza disso?
      - Bem, ela é canadense. - A ruiva fala em tom de sarcasmo. Entretanto, não entendo a graça. E acho que ela se incomodou por isso.- Certo, aqui está a hora em que o vôo dele chega. 
      - E você vai? - a questiono após olhar o pequeno papel que acaba de entregar em minhas mãos. 
      - Provavelmente. Tenho muita coisa pra…
      - Resolver, seu trabalho é importantíssimo e blá, blá, blá. - guardo o papel em um bolso qualquer e contínuo já estressada com esse mimimi da ruiva.- Você não consegue deixar de pensar em você mesma nem por um momento? Isso aqui não envolve só você Amberlly! Deixe de ser tão egoísta! - Falo um pouco mais alto e dou as costa a ela indo em direção a entrada da galeria  depois de perceber que esqueci minha bolsa. Mas, antes de adentrar, me viro para ela novamente.- E obrigado por ter vindo até aqui me avisar, imagino que deve ter sido muito difícil pra você fazer algo que não tenha haver com a perfeição da sua vida.- Percebo seu olhar surpreso pela situação antes de me retirar e um sorriso vencedor aparece em rosto. 
      Nada como ferir o orgulho de alguém para convencê-la de algo. 


Notas Finais




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