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História O Último Adeus - Um dia no parque.


Escrita por: BlackberryLoc

Notas do Autor


Olá.
Essa é uma história inspirada em fatos reais, e eu demorei umas 17h para organizar todas as idéias e transformá-la em história. Então aposto que ela é bem especial. Espero que curtam :3

Capítulo 1 - Um dia no parque.


   Acordei cedo, tomei um banho, aparei a barba e penteei o cabelo. Estava certo que aquele dia seria sem duvidas o melhor de todos, afinal iriamos nos divertir verdadeiramente.
Não tomei café, em meia hora eu iria buscá-la em sua casa.

   Hora de sair. Fui a pé, porque além de não ter um carro com certeza se presta mais atenção a seu redor do que quando está concentrado na pista.
No caminho, crianças iam brincando e rindo em direção à escola. Os pássaros cantavam nas árvores do pequeno vilarejo, as folhas verdes gotejavam ainda se recuperando da noite chuvosa.
   Uma pequena banca de flores estava na esquina, e por trás dela se podia encontrar uma velhinha, com um sorriso no rosto e palavras de bom dia. O pequeno barraco era simples, com algumas flores apenas, e a medida que fui me aproximando pude enxergar a delicadeza com que cada flor foi cultivada.       Encontrei uma flor na qual me lembrava muito dela, perguntei à senhora o preço, que me respondeu docemente o valor: 1,50. Olhei em minha carteira... Apenas o dinheiro do dia, se eu a comprasse, provavelmente ficaríamos sem café. Foi aí que a doce velhinha sorriu, mostrando sua marcas da vida. Ela me entregou uma pequena flor branca com o botão amarelo. Agradeci e segurei a flor em meus dedos.

Ao chegar na casa dela, toquei a campainha e quem me atendeu foi sua mãe, que estava fazendo uma visita.

- Bom dia!

Ela me respondeu da mesma maneira. E então ela aparece: Linda e sorridente ela descia as escadas depressa ao ouvir a minha voz, seu vestido branco e roxo um pouco acima do joelho balançava com os movimentos. Ela nem deu um tempo para responder à mãe que havia perguntado quem eu era, abraçou o meu pescoço. A abracei forte pela cintura, tomando cuidado para não amassar a flor que ganhara. Ao soltá-la, ela me deu um selinho, enquanto a mãe ficava observando a nossa cena de amor. Entreguei a flor à ela, que ficou feliz, abrindo um sorriso em sua boca, que estava de um vinho escuro. Coloquei a flor na alça de seu vestido, que tinha um encaixe perfeitamente feito para aquilo, uma vez que seus cabelos curtos estavam ocupados com um lenço. Ela me beijou, ali em frente a mãe mesmo, que ficou emocionada ao ver sua filhinha crescida.

- Vamos?
- Tenho que pegar minha bolsa. Espera aí.

Ela subiu correndo, e então sua mãe me olhou séria. Ela me explicou que havia encontrado um papel no guarda roupa. Me entregou e foi para a cozinha. Li.
Senti meu coração se arranhar aos poucos, e ao final do papel, senti como se cada pedaço do meu coração tivesse sido quebrado e queimado. Era uma carta. Uma carta de despedida. Uma carta suicida de Margaret.

Ela começou a descer as escadas e eu enfiei o papel no bolso. Ela veio ate mim e sorriu, me fazendo sorrir também.
Eu não poderia estragar aquele dia. Eu não me perdoaria se fizesse isso, tinha que ser perfeito.

Fomos para uma pequena lanchonete nas extremidades do vilarejo. Pedimos um café. O vapor quente embaçava seus óculos, formando uma cena perfeitamente incrível.

Ao terminar, saímos da lanchonete e fomos a um parque que ficava entre o vilarejo e a burguesia. O vilarejo da paz. Chamado assim por ser o único lugar em que os burgueses e os moradores simples do vilarejo não brigavam. Era um lugar onde as duas classes distintas podiam conviver e esquecer as diferenças.
O parque não estava cheio, havia algumas senhoras fazendo sua corrida matinal e alguns fortões malhando ao ar livre.

- Que sexy.
- Hahaha.
- Não. Sério, eles são uns gatos.
- Ta bom, senhorita Margaret. Vai la passar o dia com eles. Quem sabe eles não te dão um buquê enorme de esteróides.

Ela riu e deu um beijo no meu pescoço.

- É brincadeira, amor. Você faz mais o meu tipo.
- Rum!
- Kkk você é forte na medida certa. Eles chegam a ser ridículos.
- Ah ta bom.
- Não fica com ciúmes amor. Foi brincadeira - ela sorriu divertida.
- Eu sei!

A beijei.

Depois de darmos uma volta no parque, chegamos ao playground. E como Margaret é a Margaret, foi se pendurar em um brinquedo de escalar. "Você está de vestido" eu disse, "os caras estão bem ali". Deixa de ser bobo.
Ela se segurou com os joelhos e ficou de cabeça para baixo, os caras -que agora estavam correndo- pararam para ver o grande momento. Coloquei a mão na testa e TCHARAM: Ela estava com um short por baixo. Os caras, decepcionados, voltaram a correr. Margaret começou a rir arrumando o vestido ainda de cabeça para baixo para poder me ver melhor. Ela desceu com um mortal - muito bem amortecido pelos seus tênis - e ficou bem perto de mim.

   No almoço, comemos um cachorro quente e dividimos um milk shake. Continuamos pelo parque, agora ele estava cheio de crianças correndo e brincando. Um menino que estava correndo por ali acabou esbarrando em Margaret, que se desequilibrou e caiu por cima de mim, me fazendo cair também. Ela se senta - ainda em cima de mim - e aquele momento teria sido lindo se ela não tivesse caído perto do meu estômago. Margaret ajeitou o piercing no septo , me sentei também. Agora ela estava sentada no meu colo. Olhamos um para o outro e começamos a rir, levantamos. Oh meu Deus! Balões. Ela correu feito criança até os balões, a segui. Eu não tinha dinheiro pra isso. Sinto muito amor, estou sem dinheiro. Ela sorriu e pegou o dinheiro de sua bolsa, pegou dois balões em forma de coração e me deu um. Demos um selinho e sorrimos, fomos para a ponte e começamos a conversar sobre nosso futuro, sobre nossos filhos e até tivemos uma pequena discussão sobre o nome do menino. Ficamos meia hora ali, soltamos os balões e eles subiram juntos e viajaram até sumir de nossas vistas.
Andamos mais um pouco pelo parque, brincamos de pique com algumas crianças, e claro, quando a peguei não deixei de beijá-la. As crianças ali fizeram caretas e ficaram dizendo "ecaa".
   Mais tarde, fomos a um teatro e quando escureceu a levei para sua casa. Dei um abraço forte nela, nos beijamos. "Vem pra casa comigo" eu disse, Não posso amor, tenho que terminar o trabalho da faculdade. E então demos um ultimo abraço apertado. Fui para casa. No caminho, relembrei cada momento em que tivemos, aquele dia fora o melhor de todos. Nos divertimos verdadeiramente, nem tiramos fotos.
Mas, de alguma forma, eu sabia de que aquele fora o ultimo adeus. Que aquele dia fora a ultima vez em que ficamos juntos. Começou a chover. Recebi uma ligação, era Margaret.

Oi amor. Já chegou em casa?
Quase, mas já deu pra ficar ensopado.
Vai ficar gripado.
Amor.
Oi?
Eu te amo.
Eu também te amo, amor.

Um cara se aproximou e apontou uma arma para mim, pedindo que eu lhe entregasse o celular. E antes que pudesse dizer um ultimo adeus, ele disparou.

Margaret narrando.

   Estávamos no telefone, eu estava indo ao mercado comprar comida. Ele me disse que me amava, ouvi uma outra voz com raiva pedindo que ele lhe entregasse o celular. Meu coração disparou quando ouvi os tiros.

YAN!

Comecei a chorar. Ele não me respondeu. A ligação caiu, junto com o meu mundo. Desabei de joelhos no chão, largando o guarda chuva de lado.
As gotas da chuva perfuravam minha pele, se misturando com minhas lágrimas.
Um carro derrapou a alguns metros de mim, e a ultima coisa que vi fora um par de faróis queimando os meus olhos vindo em minha direção.

Mas e a carta de Margaret? Bom, era apenas uma carta antiga. Margaret a escreveu antes de conhecer Yan. Como a vida é engraçada, o destino havia determinado há tempo o fim sincronizado dos dois. Ele havia permitido terem tido um ultimo adeus...



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