Cara, falando sério aqui... “O impressionante é como eu nunca faço nada, é sempre a confusão que vem até a mim”. Não sei quem já escreveu ou leu isso pra mim, mas acabei de me lembrar dessa frase, tinha tudo a ver com o momento. Eu, sinceramente, estava levando a sério a idéia de virar o flash e zarpar daquele lugar. Mas infelizmente não poderia fazer isso. Joseph precisava de minha ajuda eu não poderia decepcioná-lo. Visivelmente eu estava em desvantagem. Não por ter três garotos super “bombados” me cercando, mas também por ser magrelo e fraco. Ergui-me e ajudei Joseph a se levantar também. Teria chegado a hora do combate. Com exceção do colégio e programas de televisão, eu nunca tinha visto uma briga antes, sempre fui à minha. E olha no que isso deu?
Mas para que brigar, perguntei-me. Eu poderia conversar com os outros garotos e eles certamente entenderiam a solução, mas não foi isso o que aconteceu.
— Opa, opa, opa, calma. Não queremos brigar, estamos super tranqüilos, sentamos, bebemos e fim da história. — como naqueles filmes americanos que um cara suborna o outro a abaixar o que tinha nas mãos ou faria algo, fui abaixando ambas as mãos mesmo não tendo nada nelas, pedindo calma.
— O problema é... Que nós queremos! — após a fala do garoto, um nó se formou em minha garganta. Assim como Joseph, ele era grande, mas a sua voz não era fina. Não tinha mais como escapar.
Eu também nunca tinha brigado antes, mas acho que sabia o básico. Ergui as duas mãos a altura do queixo, cerrando meus punhos. De repente, uma idéia surgiu. Lembrei-me que eu e Joseph recentemente teríamos assistido a um filme na televisão, na qual a situação era similar. Eu iria fazer minha parte, só faltava Joseph captar o sinal. Empinei meu peito, como se tivesse alguma definição e me fiz de durão. Quando olhei ao redor, percebi que todos do bar olhavam em minha direção.
— Eu vou acabar com eles, não me segura. — demorou um pouco, mas Joseph entendeu o recado. Ele segurou meus braços e eu fingi que queria avançar, desesperado para bater nos garotos. Mas assim como no filme, isso não deu muito certo. O que estava no centro veio em minha direção e me acertou um soco no nariz. Senti o sangue escorrer até minha boca, e só o que consegui fazer, foi ajoelhar-me. Estava rendido. Ainda pra piorar minha humilhação, comecei a espirrar. Era normal quando eu sofria alguma pancada no nariz, entrar em uma crise de espirros.
Busquei forças pra poder levantar-me, mas não a encontrei. Joseph estava sozinho contra os três. Ninguém ainda teria iniciado um ataque, mas, finalmente, o dono do bar e alguns funcionários chegaram equipados com tacos de basebol. Eles espantaram os garotos, e percebi que Joseph teria se ajoelhado para ver como eu estava. Senti mais raiva ainda ao ver que os garotos abandonaram o local em uma crise de gargalhadas, comentando sobre o que teria acontecido.
Após alguns segundos, ergui-me. O dono do bar teria trazido um copo de água para mim, e eu então, bebi para não fazer desfeita. Só o que pensei, era sair do lugar. Fui andando em direção a porta, quando Joseph me barrou.
— Calma James. Não precisa agir assim, já passou. — ele colocou as duas mãos em meu peito, para impedir com que eu continuasse andando. Eu olhei severamente pra ele, e ele, no mesmo instante, soube que era melhor tirar as mãos do meu peito.
Saí do bar, sem dar nenhuma explicação. Estava morto de vergonha e explodindo de raiva. Entrei no conversível e arranquei velocidade. Já estava escurecendo. Eu, com certeza, teria ultrapassado todos os limites de velocidade possíveis, mas aproveitei a estrada deserta.
Sem tirar os olhos da pista, coloquei a mão em um dos botões do rádio, que era pra aumentar o volume, porém, ao invés de sentir o botão, senti uma mão com um anel prateado. Naquele momento, entrei em choque. Quando olhei para o banco do copiloto confuso, senti uma neblina entrando em meu peito e vi um homem encapuzado, com uma pele pálida.
— Oi. — o rapaz falou e acenou, porém, esse foi o erro. Tirar os olhos da estrada por um segundo. Entrei em uma curva fechada e invadi uma barreira, despencando de um penhasco.
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