A cada passo que ele dava, um progresso em seu objetivo, um regresso na vida. Kurapika não vivia, apenas existia em prol da vingança, usando seu ódio como mantimento. Por mais que tivesse aprendido muito com os amigos, ainda não era capaz de simplesmente deixar de lado a injustiça acometida aos seus companheiros. Não precisou estar presente naquele infame momento para sentir as dores dos membros de seu clã. Desde então, Kurapika clamava por vingança e a vingança clamava por Kurapika.
Uma simples descoberta ou uma informação relevante; à medida que se aproximava das orbes escarlates, seu coração descompassava beirando entre sossego e desespero. Agora, depois de tantos anos aprofundado nessas correntes de lamento, o Kuruta enfim, se viu diante do maior desafio que teria de enfrentar.
O fim. Palavra que ecoa em sua mente, todas as vezes que a imagina. Alívio não podia deixar de confortá-lo, pena que por pouquíssimo tempo. Antes, Kurapika tinha certeza do que sentia diante de sua situação. Com o fim da missão, sua cabeça virou um caos.
O que fazer?
Se indagou incontavelmente desde que a ideia lhe caiu como um baque.
Ele definitivamente não estava preparado. O pior era que nem ao menos havia como se precaver para isto. Nem se tivesse refletido sobre. Afinal quantas vezes não desacreditou e duvidou de suas capacidades mesmo que houvesse evoluído consideravelmente? Palavras cheias de convicção saltavam de seus lábios toda vez que ousasse pensar se conseguiria alcançar suas metas.
O que fazer?
A dúvida abominável se repetia. Kurapika passou sua curta vida acolhido pelos braços da vingança somente para no fim, ser abandonado sem nenhuma misericórdia. Seu medo tornou-se realidade. Contudo, ao invés de só desaparecer, seu ódio deu lugar a um sentimento pior. O vazio.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.