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História O verdadeiro Izaya por trás de tudo - Yaoi - Confissões - Parte 3


Escrita por: observerghost

Notas do Autor


Boa leitura. E muito obrigada por todo carinho!

Capítulo 8 - Confissões - Parte 3


Orihara, Izaya P.O.V.

Abri os olhos lentamente; o quarto estava escuro; eu não enxergava absolutamente nada; nem uma luz sequer passava pela fresta por de baixo da porta. Me sentei com dificuldade, minha cabeça latejava muito e eu estava enjoado. Fitei o breu por um bom tempo tentando me localizar, mas nada veio a minha mente. Levantei de vagar e me senti leve, olhei para meu corpo e eu estava sem as minhas roupas, apenas com a minha cueca preta e uma camisa social branca muito maior que eu. Ela possuía um cheiro bom, uma mistura de um perfume qualquer com nicotina. 

Fui dar um passo para frente e acabei chutando algo que estava no caminho. Como o local estava em completo silêncio, o barulho causado pelo objeto foi o dobro, e logo depois passos pesados vieram em direção ao cômodo que eu estava. Vi pela fresta da porta que a luz do corredor se ascendeu, e eu voltei para cama rápido fechando os olhos, fingindo que ainda estava dormindo. 

A porta se abriu violentamente, a luz do quarto se ascendeu e o indivíduo que entrou me ponderou por alguns segundos. Eu podia sentir seus olhos sobre mim. 

- Izaya... - Chamou-me a voz grossa. Permaneci imóvel - Izaya, eu sei que está acordado, que barulho foi esse? 

Como ele sabe o meu nome? Onde eu estou? 

- Izaya... sou eu, e sei que não está dormindo.

Abri os olhos e celeremente olhei para o sujeito; minha palpitação descompassou. 

- Mas o que... S-Shizu-chan?! - Perguntei incrédulo. Aquilo poderia ser uma alucinação, pois por que diabos ele estaria perto de mim? O que estou fazendo aqui? Eu estou muito mal, tem alguma coisa errada. 

- Como está se sentindo? - Ele perguntou com certa preocupação.

- Onde eu estou? Por que você está aqui? Como vim parar aqui? - Precisava saber o que estava aconteceu primeiro, dane-se o meu estado, isso tudo é muito estranho. 

Ele riu e aproximou-se.

- Ué, não se lembra? - Ele arqueou a sobrancelha.

- Ah... não. Eu só lembro de escalar um prédio - Respondi forçando a minha mente a lembrar de algo mais.

- E foi isso que você fez, acho. Veio falar com meu irmão algum tempo depois de ter falado comigo, não é? 

- É... é sim, como sabe disso?

- Quando cheguei, Kasuka não queria me deixar entrar, tinha algo estranho e eu percebi, quando entrei, vi que o sofá dele estava encharcado de sangue; e ele não estava machucado. 

- Entendi. É, acho que lembro disso - Afirmei com a cabeça, tudo agora tinha ficado mais claro. Eu havia adormecido em uma das camas do irmão dele.

- Enfim... como está se sentindo? - Ele questionou novamente.

- Enjoado, minha cabeça dói - Contestei sentindo uma dor surgir atrás dos olhos. 

- Deixa eu ver como está seu curativo.

- Hã? Curativo, que curativo? 

- Na sua cabeça, oras. Não percebeu?

Levei a mão ao lado direito onde eu sabia que estava aquele corte, e senti a facha enrolada. 

- Foi você que colocou isto? - Apontei para a bandagem.

- Sim - Confirmou ele desenrolando-a - É não está tão ruim quanto eu pensei que estivesse.

- Que bom, né - Fiz questão de enfatizar, a culpa era dele. 

Ele bufou e me encarou.

- Se for começar com os sarcasmos e com as suas piadas idiotas eu te jogo da janela, seu maldito - Ameaçou ele apertando a facha na minha cabeça.

- Aí, ei, tá doendo, sabia? 

- Estou tentando deixá-la presa a sua cabeça.

- Quem mandou tirar? 

Shizuo se levantou bruscamente, e notei algo que não havia notado antes; estava sem camisa, só com a calça preta de barman com o cinto aberto e sem seus sapatos. Não consegui não reparar no seu abdômen, ele ficava muito melhor sem aquela roupa. 

- Eu estou te esperando lá na sala para jantar - Avisou indo em direção a porta. 

- Mas eu estou sem calça!

- Está com a camisa, certo?

- Mas... aliás, essa camisa é sua, Shizu-chan? - Perguntei malicioso. 

Ele nada disse e saiu do quarto. 

- Shizu... chan...

É, a camisa era dele sim, só acho que ele ficou desconfortável com a pergunta que fiz. 

Levantei novamente e sai do quarto. Fui em direção a sala andando vagarosamente como se estivesse tendo cuidado para não acordar alguém que dormia. 

O corredor era extenso, esse apartamento deve ter uns oito quartos; não que o meu não fosse assim. Entrei em um dos banheiros - Que ficava no meio do claustro - a procura de um espelho para checar a minha aparecia, e puta merda, eu estava horrível, parecia um cachorro molhado, que foi atropelado, e que estava sendo comido vivo pelos vermes. 

Fui até a sala e me deparei com ele tirando a comida de plásticos.

- Sinto muito, Shizu-chan, mas eu não como comida pronta. É nojento. 

- Pare de frescura, pulga, é comida da boa, meu irmão não come porcaria - Informou irritado.

- Então, sem problemas - Aproximei-me da mesa. 

- É mesmo que tivesse problemas, ia comer do mesmo jeito, você precisa. Senta! - Ordenou puxando a cadeira para eu sentar. 

Obedeci e sentei, ele ficou me observando.

- Tem algo de errado comigo, Shizu-chan? - Perguntei receoso.

- Por que tá todo encolhido? 

- Encolhido? - Olhei para minhas pernas e elas estavam juntas ao meu tronco; e de fato, eu estava envergonhado.

- Fica a vontade, Izaya - Disse irônico.

Coloquei meus pés no chão, ficando em uma posição mais confortável, porém, eu ainda estava constrangido, pelo fato de estar só de cueca, vestindo a camisa do inimigo que eu amava, na casa de alguém que eu mal conhecia. 

- Pare de olhar pra mim, por favor - Pedi fitando meus pés brancos que se moviam em baixo da mesa.

- Você pode observar os outros, mas os outros não podem te observar - Constatou ele meio nervoso.

- Eu não disse isso. 

- É a mesma coisa, seu bosta.

- Você não precisa ser grosso, eu estou sendo educado.

- Puff, tá bom; agora come - Ele tacou o prato na mesa. 

- Calma. 

- Calma o caralho - Sentou na minha frente e começou a comer. 

- Precisamos conversar sobre nós dois.

- Não existe nós dois, Izaya!

Já chega.

- Olha... te agradeço por ter cuidado de mim, mas não estou muito bem para aguentar essa situação, ainda mais com você aqui, então... eu vou para casa, com licença - Me levantei e fui rápido para o quarto pegar minhas roupas. 

Eu queria poder conversar com Shizuo, no entanto, ele não me dá uma única chance de transformar a nossa relação de ódio em uma relação de amor. E não, eu não estou desistindo, só não tenho forças para enfrentar a grosseria dele hoje, sem contar que estou desnorteado. 

- Onde estão as minhas roupas?! - Gritei para que ele escutasse.

- Não grite, eu estou aqui - Avisou ele encostando-se na batente da porta - E eu as coloquei pra lavar.

- O que?! Por que?!

- Elas estavam fedendo a sangue.

- Ah, que merda, como eu vou para casa agora?

- Quem disse que você vai para casa, não consegue nem andar direito. 

- Me empresta uma roupa, Shizu-chan.

- Infelizmente, só tem essa aí. 

- E as roupas do seu irmão? - As roupas daquele moleque caberiam em mim, com certeza. 

- Não toque nelas. 

- Eu quero ir pra casa! - Berrei batendo o pé como uma criança. Queria sair o mais rápido possível dali, estava me sentindo pressionado e um tanto violado. Ele tirou minhas roupas enquanto eu dormia!

- Pode ir, mas vai para casa só de cueca.

A dor de cabeça começou a voltar ainda mais forte, minhas pernas ficaram bambas e eu senti uma ânsia muito forte. Não esperei para sujar o chão; corri ao banheiro do aposento e ele veio junto, mas não consegui segurar até vaso sanitário, vomitei no meio do banheiro.

- Droga - Limpei meus lábios com as costas da mão - Desculpa, foi sem querer.

- Relaxa - Shizuo pousou sua mão em meu ombro direito.

- E-Eu fiquei nervoso - Minha boca e minhas mãos estavam trêmulas.

- Ei, deixa eu te limpar - Com um pedaço de papel ele pegou o meu rosto e começou a limpar meus lábios. 

Olhei em seus olhos; como ele era bonito, seus fios loiros espalhados pelo rosto o deixavam tão... Shizu-chan. 
 
Ele riu.

- Por que está olhando nos meus olhos com essa cara, Izaya? - Perguntou ele com um leve sorriso.

- Você é tão lindo - Já não sabia mais o que estava dizendo, só dele tomar conta de mim perdi o senso. 

- O que você quer comigo? 

- Você sabe...

- Izaya, eu não sei se isso vai dar certo.

- Nós nem tentamos, como pode dizer que vai dar errado? - Questionei indignado. 

- Eu não consigo acreditar em você.

- E por que não?!

- Sempre quisemos nos matar, principalmente você, como vou saber que não está brincando comigo?

- Ah, convenhamos, nós nunca quisemos nos matar de verdade.

- Tem razão... Shinra estava certo - Disse olhando para o teto e colocando as mãos na cintura. 

- Sobre o que? - Franzi a testa curioso.

- Sobre a tensão sexual - Completou simplesmente.

- E a gente vai ficar parado sem fazer nada?

- Puta que me pariu, Izaya, como você é chato - Reclamou ele e me puxou pela cintura me beijando desesperadamente. 

Coloquei meus braços em volta do seu pescoço. 

- Eu acabei... de vomitar - O lembrei entre os beijos. 

- Foda-se - Ele me beijava cada vez mais forte, e já estava ficando tonto por falta de ar, além disso, eu estava todo dolorido. 

- Shizu-ch... Tá tudo doendo... ei! - Me afastei fazendo força para desgrudar minha boca da dele.

- O que foi?! - Perguntou irritado. Ele pareceu chateado com o término do beijo. 

- Eu estou machucado e minha cabeça dói mais - Expliquei, massageando o corte por cima da facha.

Ele suspirou - Deita lá na cama que eu vou 
pegar um remédio para você. 

- Tá bem - Fui para cama e me acomodei debaixo dos cobertores grossos. 

Tudo aconteceu tão rápido e eu achava que isso nunca daria certo. Eu ainda não acredito que beijei a pessoas que mais amava e que mais precisava. Sinto que o fundo do poço está mais longe agora. O peso saiu das minhas costas, eu me sinto tão leve. 

Quando eu digo que consigo tudo, vocês sabem... eu não estou blefando. 



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