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História O verdadeiro Izaya por trás de tudo - Yaoi - Confissões - Parte 1


Escrita por: observerghost

Notas do Autor


Onde está minha criatividade?

Capítulo 6 - Confissões - Parte 1


Orihara, Izaya P.O.V.

Para os humanos, não há coisa pior que uma segunda-feira escura e chuvosa; já pra mim, só torna o dia mais aconchegante. Infelizmente, eu não posso observar esse lindo céu nublado, tenho trabalho a fazer. 

Acordei às quatro da manhã com três ligações de Shiki, mas não tem problema, eu já não durmo mesmo. Em mensagens extensas e detalhadas, ele pedia para que eu investigasse uma outra máfia. Pra que diabos ele queria informações de uma máfia? Não sei, meu trabalho não é questionar. 

Estou em uma livraria, lendo um livro sobre psicanálise. É até interessante, se não tivesse sido escrito por um crente. Sou cético em relação à muitas coisas, então é difícil apreciar uma obra como essa, mesmo que ela fale da mente daqueles que mais amo.

Eu até gosto daquele silêncio, mas aquilo já estava me enchendo o saco. Me levantei, e não fiz questão de colocar o livro no lugar da onde tirei. 

Quando sai para tomar um ar- porque lá dentro era realmente abafado - acabei sendo atingido por um carrinho de compras de super mercado na cabeça, que me arrastou pra longe. 

Puta que me pariu, tem que ser sempre assim?

- Quem você pensa que é pra chegar perto do meu irmão e perguntar sobre mim? - Perguntou a voz furiosa. 

- Penso que sou eu mesmo, Shizu-chan - Brinquei, mesmo com minha cabeça sangrando litros. Isso daria uma bela dor de cabeça mais tarde. 

- Não brinca comigo, seu maldito - Fui agarrado pelo colarinho.

- Ei, espera... - Levantei as mãos em sinal de rendição. Queria irrita-lo mais um pouco com as minhas piadas sem graça, porém, eu precisava ter uma conversa séria com ele... se isso é possível.

- Esperar para dar um soco nessa tua cara de gato morto? Acho que não - Cerrou seu punho.

- Shizuo, é sério! - Gritei.

Parece que estranhou, pois sua mão fechada se abriu devagar, e ele me soltou. Quando meus pés alcançaram o chão, consegui respirar. Aquele miserável era muito forte, só de ficar perto, já me sentia sufocado. 

- Shizuo? Você não me chama assim, pulga, o que você quer? 

- Conversei com seu irmão... ele falou com você?

- É, ele falou, me contou tudo, que merda de perguntas foram aquelas que você fez? Tem dúvidas que eu te odeio? 

- T-Tenho... você não me odeia tanto assim. Você não me engana, Shizu-chan. Seu irmão disse isso, tudo o que pensa em relação à mim, é uma mentira. 

A cena que viria a seguir eu nunca mais ia esquecer. Shizuo ficou completamente sem jeito, e ainda por cima, corado. É, não passa de um falso mesmo.

- Você não me conhece, Izaya.

- Não fui eu quem disse esses fatos de você, foi seu irmão. Kasuka não te conhece, Shizu-chan? Ou é você que não o conhece? Que família é essa? - Ri. Essa era a melhor hora de baixar a bola daquele monstro. 

- Cala boca - Ele estava se segurando ao máximo, porque não seria certo - pelo menos pra ele - bater em alguém que está apenas falando verdades. Se me atacasse, ele perderia sua moral.

- Não sabia que apreciava minha perspicácia. Eu fico muito grato.

Ele me empurrou contra a parede, com uma força que poderia ter quebrado minhas costas, e me prendeu nela. 

- Você esta passando dos limites, eu não estou gostando nem um pouco.

- Na verdade mesmo eu não queria estar fazendo isso... pode se afastar? Deixa eu explicar - Falei o mais sereno que consegui, talvez assim entendesse que era sério.

Ele hesitou em se mover, me fitando nos olhos. Me dava arrepios, mas eu gostava de tê-lo tão perto, mesmo que sufocado.

- Shizuo... por favor.

- Tá. - Bufou, e me deu espaço.

- Mas não aqui.

- Se esta preocupado que alguém possa te ouvir, fica tranquilo, não tem uma alma aqui, seu babaca.

- Deixa eu fazer as coisas do meu jeitinho, ok? - O puxei pela mão, e pude sentir seu olhar em nossas mãos juntas. Ele gostava daquilo, eu sei disso.

Fui até um restaurante que não estava cheio de seres humanos esfomeados, precisava do menor número de pessoas nos observando. Os piores inimigos conversando assim tão próximos? Isso daria o que falar.

- Lá - Apontei para uma mesa no fundo.

Sentamos de frente um para o outro. Ele me olhava com dúvida, mas dava pra sentir a pequena vontade que tinha de me socar.

- Fala logo, caralho!

- Eu quero que seja sincero comigo... você me odeia mesmo?

- É óbvio que sim - Afirmou inconformado. 

- NÃO MENTE PRA MIM! - Surtei. Aquela falsidade estava me deixando cada vez mais puto. Custava ele admitir?

- Qual é o seu problema? Não tenho nada pra confessar.

- Se você não esta mentindo, seu irmão é um baita de um mentiroso, Shizuo.

- Não ouse falar mal do meu irmão.

- Seu irmão disse que VOCÊ NÃO me odeia por completo. E você está dizendo que sim, que me odeia. Qual dos dois tá mentindo, só me responde isso, ok?!

- Ficou louco de uma hora pra outra, é? 

Porra, ele muda de assunto. Eu estava ficando sem ideias para fazê-lo abrir a boca. Se eu não conseguisse, minha única chance de não cair no fundo do poço, acabaria. Na verdade, ela nunca existiu, sou eu que estou forçando a existência de uma, fui obrigado; preciso. Eu estou caindo a muito tempo, se eu deixar, a estatelada no fundo vai me matar. 

A ideia de perder minha salvação, me fez perder a cabeça, e tomar uma atitude precipitada.

- Shizuo-chan...

- O que foi, caramba?! - Ele socou a mesa impaciente.

- Eu preciso de você... entendeu agora? - Nada no mundo foi mais difícil para fazer do que admitir algo frente a ele. Nesses segundos, vocês não sabem o quanto eu tive que "conversar" com meu orgulho. 

- Como é que é? - Ele franziu a testa não acreditando no que eu acabara de  ouvir.

- Sim, e-eu preciso de você... eu n-não te odeio t-tanto assim - Confessei engolindo saliva. 

- Mas que viadagem é essa? - Ele se levantou empurrando a cadeira.

- Eu não estou mentindo, eu tô falando bem sério, só falta você ser sincero.

- Eu... não tenho nada pra te confessar pulga, vá pra casa, você está delirando - Disse ele dando meio volta e se dirigindo para onde entramos. 

- Shizuo, não me deixa aqui! 

Ele nem olhou para trás, me abandonou lá no fundo do restaurante, desamparado, como se nada tivesse acontecido. As poucas pessoas me olhavam como nas cenas de filmes. Elas cochichavam e algumas riam. Naquele momento, eu tive vontade de matar todos aqueles humanos sem coração. E não, eu não estou sendo hipócrita... tá, eu posso parecer não ter coração, mas eu tenho. Eles não. 

Uma grande vergonha tomou conta de mim, e isso amoleceu minhas pernas, precisei sentar para não cair. Senti uma dor de cabeça acompanhada de um ardido no lado direito. Olhei para minhas roupas e elas estavam todas encharcadas, ensanguentadas, e o chão a minha volta estava todo vermelho de sangue. Droga, aquela vadio abriu um corte gigantesco na minha cabeça, teria de levar uns 50 pontos ou mais. Tive vontade de vomitar e fui correndo para o banheiro. Não deu tempo de chegar ao vaso sanitário, foi na pia mesmo. O que saiu foi só água, não tinha comido nada ainda. 

Uma dor me possuiu, não só psicológica, mas também física. Eu fiquei todo dolorido como se tivesse escalado uma montanha inteira. Não consegui segurar um grunhido e logo em seguida, veio a vontade de chorar, porém, eu resisti. Posso estar praticamente destroçado, no entanto, continuo sendo o Orihara, o informante mais perigoso de Ikebukuro, um monstro babaca não vai me fazer chorar tão fácil. E como nada me convence o contrário... eu vou atrás dele, e se ele não fizer o que bem entendo, vai ser a última vez que ele verá o seu querido irmão.

 

 

 

 



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