1. Spirit Fanfics >
  2. O Vestido, o Baile e a Seleção >
  3. A garota no espelho

História O Vestido, o Baile e a Seleção - A garota no espelho


Escrita por: K_A_Costa

Notas do Autor


GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
ADIVINHEM?

ESQUECI DE POSTAR O CAPÍTULO NA QUINTA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Meus deuses, eu tenho amnésia, só pode!!!!!as também, com a penca de coisas pra fazer e ainda mais uma prova AMANHÃ (sim, você não leu errado, vou ter prova no domingo).
Enfim, espero que gostem do capítulo de hoje (que era pra ser de quinta, mas enfim) e saibam que no próximo capítulo...
TCHAN-TCHAN-TCHAN-TCHAAAAAAAAAN
VOSSA ALTEZA TEM A PRIMEIRA CONVERSA COM A LÍLIAN!!!!! HUEHUEHUEHUEHUE

Beijos de açúcar!
Xau!

Capítulo 3 - A garota no espelho


       Drica me dispensou com um aceno de sua mão ossuda e uma careta quando Viktor foi dizer a ela que eu iria com ele. Fiquei aliviada. No fundo ainda achava que ela ia dar um jeito de me impedir.

       No caminho, fiquei observando Angeles. O clima morno, as árvores verdes e o som dos grilos. Eu morava um pouco longe da cidade em si, duvidava que pudesse ouvir os grilos lá. Encarei a estrada conforme nos aproximávamos da casa da família Alceu. Ou devo dizer mansão?

       Tremi um pouco ao lembrar-me de como eu me divertira ali quando era menor. Era uma época mais feliz. Os filhos das criadas e as irmãs de Viktor brincavam conosco, correndo pelos jardins. Meu pai deixava-me ficar mais um pouco só porque gostava de me ver sorrindo, coisa que eu fazia pouco em casa por causa de Drica, não que ele soubesse que era esse o motivo.

       O carro parou e Viktor cutucou meu braço com um sorriso malicioso.

       “Está na hora de ficar loira!” cantarolou.

_-*-_

       Meu cabelo é naturalmente castanho chocolate e ondulado. Sinceramente, eu gosto dele. Meus olhos é que são naturalmente... um pouco diferentes. Na verdade, essa de “um pouco diferentes” é uma piadinha particular. Porque meus olhos são diferentes. Eu tenho heterocromia. Sim, eu sou como aqueles gatos que têm olhos de cores distintas. Um verde jade e o outro azul céu.

        Desde pequena meu pai sempre disse que eu poderia escolher: ficar com os olhos expostos ou usar lentes da cor que eu quisesse. Eu escolhi a segunda opção e ninguém, a não ser eu, meus pais, Viktor e alguns ex-criados nossos, sabia sobre meus verdadeiros olhos, porque eu sempre estava de lentes azuis. Meu pai me perguntara uma vez se eu não ia mostrar meus olhos a Drica e, diante da minha negativa, ele nunca mais me pressionou para mostrar meus olhos a ninguém.

       Eu estava pensando em mostrar meus olhos para todos no baile. Assim, as chances de Drica me reconhecer cairiam muito.

       Ainda assim, quando falei isso para Viktor, ele disse que era melhor eu pintar meu cabelo. Tudo bem. Mas não escolhi o loiro usual. Nem a tinta usual. Platinei o cabelo ao máximo com tinta temporária – nem morta eu pintaria permanentemente. E ficou legal! Junto com minha pele e olhos claros, eu estava parecendo uma albina. Queria ver a reação do meu amigo quando visse.

       Prendi o cabelo em um coque e saí do banheiro do quarto de visitas da mansão dos Alceu descalça e enrolada em uma espessa toalha. Ou talvez fosse apenas uma toalha simples, mas minha pele, desacostumada ao pequeno luxo, a fazia parecer mais macia que o normal. O quarto também era luxuoso, todos os móveis eram de uma madeira marrom escura e a cama dossel tomava a maior parte de todo o local.

       Caminhei até a cama, onde o vestido estava estirado, e deixei a toalha cair aos meus pés, ficando completamente nua. Depois, fui até a cômoda ao lado e abri a primeira gaveta, sendo agraciada com inúmeras lingeries de todas as cores e do meu número. Sorri enquanto pegava um conjunto de renda preta e sutiã sem alças.

       Deslizei a calcinha por minhas pernas e fechei o sutiã macio aproveitando cada segundo. Sabia que, assim que voltasse para casa, voltaria a usar as roupas rudes e rotas que Drica me dava para vestir. Precisava desfrutar.

       Voltei até a cama e peguei o vestido, erguendo-o no ar para admirá-lo um pouco mais. Depois, abri os botões de trás e o vesti.

       “Precisa de ajuda?” uma criada surgiu de algum lugar e parou no meio do quarto.

       Fiquei estática de susto, a princípio, mas depois acenei afirmativamente e ela veio ajudar a abotoar a peça.

       “Está linda!” ela sorriu para mim com doçura e pude observá-la de fato. Devia ser alguns anos mais velha que eu, tinha olhos castanhos, pele cor de oliva e lindos cabelos cacheados pretos, que estavam presos em um coque.

       “Obrigada!” sorri de volta. “Qual é o seu nome?”

       “Iana.” ela sorriu, curvou a cabeça educadamente e caminhou para a penteadeira do outro lado do cômodo. “Posso fazer um penteado em você?”

       “Claro, Iana!”

       Durante alguns minutos, deixei que a mulher mexesse e prendesse meu cabelo em diferentes pontos, mas não vi o que ela estava fazendo de fato, pois estava de costas para o espelho.

       “Está pronto!”

       Virei-me para o espelho e fiquei encantada: ela tinha feito uma tiara trançada com meus cabelos, deixando o resto solto, e havia prendido pequenas florezinhas pretas de metal por toda a trança. Era simples e lindo.

       “Obrigada!” agradeci com um sorriso enorme.

       “Não há de quê!” e curvou novamente a cabeça. Depois apontou para um móvel à minha esquerda. “Os sapatos e sandálias ficam naquela sapateira. Quer ajuda para escolher?”

       “Não, obrigada. Pode ir.” sorri para ela, que saiu do quarto.

       Fui saltitando até a sapateira e a abri, descobrindo vários modelos que também eram do meu tamanho. Chegava a ser estranho. Até parecia que aquele quarto era meu!

       Observei os modelos e escolhi um salto simples, todo de veludo preto. Peguei-o, fechei o móvel e sentei-me na cama para calçá-lo. Depois, voltei à penteadeira, peguei um batom de tom goiaba que estava em cima dela e passei. Havia também maquiagem para o meu tom de pele e vários rímeis, mas optei por passar apenas um blush clarinho e um rímel transparente. Peguei a caixinha das lentes de contato que tinha deixado no banheiro – havia posto as lentes por hábito – e as tirei.

       Quando estava pronta, fui até o espelho grande que ficava na mesma parede que a penteadeira, mas depois da porta do banheiro. Fiquei estática ao ver minha imagem refletida.

       Quem era aquela garota no espelho?

       Eu estava linda. E totalmente diferente de mim mesma. Sorri ao ver meus verdadeiros olhos expostos e suspirei. Queria que meus pais me vissem assim. Fui até o banheiro pegar as coisas que tinha deixado lá pensando nisso.

       “Está pronta?” Viktor entrou no quarto, me assustando.

       “Sim, mas eu podia estar nua, ou sei lá! Devia ter batido!” reclamei.

       “Giselle me disse que estava vestida.”

       “A criada? O nome dela não era Iana?”

       “Sim, Iana Giselle. Vem logo que eu estou curioso.”

       Revirei os olhos, joguei as roupas em um cesto perto da pia e saí do banheiro.

       Viktor olhou para mim e arregalou os olhos.

       “Nossa! Mas desse jeito vamos precisar de guardas para te escoltar e impedir que você seja abusada!” brincou.

       Ele estava com um smoking preto impecável e o cabelo penteado para o lado e para cima. Tinha feito a barba e usava sapatos pretos lustrosos. Uma simplicidade maravilhosa. Certamente iria enganar todas as garotas de Angeles.

       “Você não me disse que ia também! Quer ser chamado para a Seleção?” falei a última parte em um sussurro malicioso.

       “Eu não podia deixa duas belas moças desacompanhadas! Não estou nem aí para o príncipe!” fez um biquinho ofendido e nada másculo.

       Gargalhei e sacudi a cabeça. “Vamos logo.”

_-*-_

       A irmã de Viktor, Anabelle, estava linda. Tinha cabelos e olhos cor de mel, pele igual à do irmão e um sorriso doce. Usava um vestido tomara que caia lilás que tinha uma saia curta com outra esvoaçante e transparente por cima que ia até o chão e sapatos de veludo bege. Seus cabelos eram lisos e estavam soltos, dando um ar quase infantil à ela.

       Fomos de carro até o palácio. Viktor dirigindo, eu no banco do carona e Anabelle no bando de trás. Não conversamos muito durante o trajeto.

       Quando chegamos, fiquei boquiaberta com a luxuosidade do local. Os muros altos, pintados de tons claros e com grades e portões dourados faziam o palácio parecer delicado, mas não era assim. Os inúmeros guardas espalhados por todo lado e as altas torres não davam a mesma ideia.

       Viktor parou o carro onde um desses guardas sinalizou e nós descemos. Segundos depois, um chofer apareceu e levou o veículo para algum lugar que eu supus ser o estacionamento.

       Anabelle entrou pelos portões na frente, fazendo eu e Viktor nos entreolharmos. Sorri para ele, que deu de ombros e me estendeu seu braço. Assim nós entramos, passamos pelo jardim, subimos os degraus até o hall de entrada e caminhamos para um salão à nossa esquerda de onde se ouvia música clássica.

       No salão, a maioria das mulheres usava vestidos de baile modernos, mas havia também quem tivesse exagerado como minhas irmãs. Além disso, todos os homens estavam de smoking preto, exceto um.

       O príncipe Arthur estava sentado em uma mesa rodeado de várias garotas. Ele riu de alguma coisa que uma loira estonteante ao seu lado havia dito e tomou um gole de algo que imaginei ser champanhe. Ele era bonito: olhos verdes, cabelos levemente ondulados e ruivos, pele clara. Parecia o estereótipo de príncipe perfeito vestido naquele uniforme principesco branco cheio de medalhas de ouro por motivos diversos. Bufei com desdém ao pensar em como ele seria de verdade, debaixo de toda aquela pose.

       “E aí, vamos aproveitar a festa juntos ou cada qual pro seu lado?” Viktor fala próximo ao meu ouvido, por causa do barulho no local, me fazendo arrepiar levemente de susto.

       “Acho melhor cada qual pro seu lado. Estou planejando ficar escondida na biblioteca ou algo assim, na verdade.”

       Ele riu e soltou-se de mim, pegou minha mão e beijou meu pulso.

       “Mande lembranças ao Romeu por mim!” ele brincou e foi em direção ao bar.

       Observei o lugar, recompondo-me, e fui até uma mesa onde estavam sendo servidos vários doces e salgados de todos os tipos. Havia comido uma empadinha e dois chocolates quando um garçom veio até mim com uma bandeja.

       “Bebida, senhorita?” falou, olhando para meus pés.

       “Hum... Água, por favor.”

       Ele curvou-se e estendeu-me uma taça com água.

       “Posso oferecer mais alguma coisa?”

       “Bem... Desculpe a pergunta, mas eles estão servindo algum tipo de suco, ou...?”

       “Sim, senhorita.” Ele sorriu compreensivo e olhou para mim. Hesitou com os olhos arregalados por um momento, mas logo se recompôs. “Vou buscar algo para a senhorita.”

       Essa reação foi até boa. Eu não sabia o que esperar, na verdade. Meus olhos nunca tinham sido expostos a público assim.

       Fiquei esperando por uns dois minutos, até o garçom voltar com um suco de uva e pastilhas de menta.

       “Mandaram-me entregar para a senhorita.” disse simplesmente.

       Agradeci e olhei para o bar, de onde Viktor sorria e piscava para mim. Ele sabia que eu odiava ficar com o hálito ruim depois de tomar suco e sabia também que meu suco favorito era de uva...

       Tomei um gole. Sem açúcar.

       Ergui o polegar para Viktor, agradecendo. Ele ainda lembrava.

       Quando éramos crianças, meu pai estava tomando vinho com o senhor Alceu enquanto eu e Viktor brincávamos no tapete da sala da minha casa. Nós apostamos que quem conseguisse tomar um gole de vinho sem fazer careta ia passar o resto do mês sendo o que ia escolher as peças de lego pra montar.

       Nossos pais deixaram, certamente divertindo-se com as peripécias de suas crianças, e eu bebi um gole normalmente enquanto Viktor quase cuspiu tudo no tapete, fazendo todos rirem. Desde então meu suco favorito se tornou o de uva, sem açúcar, porque não era muito fã de álcool. E Viktor ainda não conseguia beber mais que dois goles de vinho sem fazer careta. Ri com a lembrança, tomando outro gole.

       “Olá, senhorita. Será que me daria a honra desta dança?” ouvi uma voz à minha esquerda e virei-me para ver quem era, mas não ergui o rosto.

       Droga. Aceitar ou não? Meu cérebro gritou que não, mas meu corpo e minha boca tinham outros planos. E, além do mais, não se pode recusar um pedido deste homem.

       “Sim, Alteza.” ouvi-me dizer, ainda encarando os sapatos lustrosos do príncipe. 


Notas Finais


EITA HEIN?!
DIGO É NADA KKKKKKKK
Beijos de açúcar!!! *3* *3* *3*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...