1. Spirit Fanfics >
  2. O Vestido, o Baile e a Seleção >
  3. Um canalha em pele de realeza

História O Vestido, o Baile e a Seleção - Um canalha em pele de realeza


Escrita por: K_A_Costa

Notas do Autor


Depois de um mês, cá estou!
Desculpem-me pelo atraso, sério, mas realmente não deu para postar antes ><
Espero que goste, não me odeiem e não me abandonem! Hehehe ^^

Capítulo 6 - Um canalha em pele de realeza


       Eu queria matar Vossa Alteza.

       Tudo bem, talvez essa não fosse a forma correta de agradecer a alguém por ter sido gentil com você na noite anterior enquanto você apenas agiu como uma idiota ingrata, mas eu realmente precisava descontar minha raiva em alguma coisa. E se não ia ser no lindo pescoço real, seria na cara da selecionada ao meu lado, que me cutucou com o cotovelo novamente e murmurou entredentes que iria em meu lugar se eu não me levantasse naquele exato momento.

       Então – ao invés de cometer homicídio doloso – apenas ergui-me e caminhei para frente do príncipe sem olhar para cima. Fiz uma reverência e aguardei ele sentar-se, para imitá-lo logo em seguida.

       “Senhorita Vidya, não é?”

       “Devo ficar surpresa por você ainda lembrar-se do meu nome?” indago cruzando as pernas.

       “A senhorita tem um nome inesquecível.” ele sorriu. Talvez ele não me detestasse, mesmo depois da minha atitude ontem.

       “Vou fingir que não sei que você passou a noite em claro tentando decorar todos os nomes do meio das selecionadas.”

       Ele riu.

       “Você estava me espionando?” indagou com diversão.

       “Talvez... Enfim, eu queria pedir desculpas por ontem.” Baixei o olhar e ajeitei uma mecha que escapara de trás da minha orelha.

       “Você pintou o cabelo de novo?” ele indagou sem responder ao meu pedido.

       “Eh... Bem, na verdade essa é a cor verdadeira dele. Eu tinha pintado ontem para não ser reconhe-.” parei ao perceber que estava falando mais que o necessário. “Não importa.” acrescentei rapidamente.

       “Tudo bem. De novo aquela história.” ele suspirou. “Agora, respondendo ao que você disse... Sou eu quem deve se desculpar. Você mesma tinha dito que não queria participar da Seleção e eu te fiz ficar aqui... então...”

       “Não!” cortei-o apressadamente e espalmei minhas mãos na mesa. “Por favor, não se desculpe. Você foi gentil comigo e eu apenas agi como uma idiota. Não me importo de ter que ficar aqui por um dia ou dois, na verdade. Só queria que me perdoasse pela minha atitude ontem à noite. Eu estava tendo um momento ruim.”

       “Tudo bem. Não tem problema. Estava chorando porque sua vida é... “um inferno”, como você disse?” e tocou meus dedos com os dele.

       “É... Bem... Sim, acho. Eu... estava pensando no futuro, para falar a verdade.” minha eloquência sumiu quando ele me tocou, deixando-me frustrada comigo mesma por ser tão volúvel perto dele.

       “O futuro?” ele recostou-se na poltrona e levou uma mão ao queixo. “Como assim?”

       “Eu estava pensando em como seria quando eu voltasse para minha vida normal.” Suspirei, aliviada por ter minha eloquência de volta.

       “E como seria?”

       Ergui uma sobrancelha e dei um meio sorriso. Aparentemente ele estava sempre curioso.

       “Outro dia bom?” indaguei com ironia.

       “Considerando que agora eu oficialmente vou ter trinta e cinco mulheres à minha disposição, sim. Um dia muito bom.”

       Mas o quê?!

       “Trinta e quatro.” Corrigi e tentei não parecer zangada. Ele falava domo um... um... um canalha! “Eu não conto.”

       “Não? Por que não?” ele pareceu surpreso, o que me irritou ainda mais.

       “Porque nem em seus sonhos mais loucos eu ficaria à disposição de alguém por livre e espontânea vontade se pudesse evitar.” Drica e as suas hienas eram as únicas que podiam me ter na palma da mão, na verdade. E eu só aguentava para manter a memória de meus pais naquela casa, mesmo que estivesse ficando realmente difícil.

       “Ah, então você fica à disposição de alguém!” ele exclamou tal qual uma criança que descobre um ovo de páscoa sob sua cama.

       Não diga, Sherlock!

       “Isso, infelizmente, é informação pessoal.” cruzei os braços na frente do corpo. Estava ficando difícil manter a pose gentil.

      “Sabe que eu posso facilmente descobrir o que quiser sobre qualquer uma aqui, não sabe?” ele sorriu maquiavelicamente para mim e seus olhos brilharam.

       Cerrei os olhos e tentei não ficar encarando o sorriso marav-, digo, irritante dele.

       “Você tem um complexo de curiosidade obsessiva ou algo do tipo?”

       “Sempre evitei psicólogos.” o príncipe deu de ombros como se não fosse nada demais.

       “Deveria procurar um logo.” e ergui-me da cadeira.

       “O quê...?” ele automaticamente ergueu-se também. O que aulas de etiqueta não fazem com os homens?

       “Obrigada pelo seu tempo, Vossa Alteza. Foi bem... produtivo.” Fiz uma reverência rígida e voltei para o meu lugar. Sem esperar para ouvir mais uma palavra sequer que me fizesse considerar um assassinato outra vez.

_-*-_

       Depois de algum tempo – e de todas terem sua chance de serem entrevistadas pelo príncipe – Vossa Alteza ergueu-se novamente e direcionou o olhar para nós, bem no momento em que eu senti minha barriga protestar de fome.

       “Algumas de vocês devem estar se perguntando o motivo para fazer uma entrevista hoje, logo depois de eu ter falado com você no baile.” o príncipe falou com um sorriso leve. “Bem, a verdade é que não é possível conhecer alguém com quem você dançou apenas uma vez em um baile.”

       Com o canto do olho, percebi que a loira com quem ele estivera na noite passada cruzou as pernas, jogou os cabelos para trás e – num movimento intencionalmente sedutor – inclinou-se para frente para que seu decote ficasse mais notável.

       Eca.

       “Bem, eu já tive a chance de conversar com vocês e creio que as senhoritas queiram almoçar agora!” nosso anfitrião disse. “Eu também quero, então vamos lá!”

_-*-_

       Depois de saciar meu estômago faminto, fomos orientadas a voltar para nossos quartos, pois Vossa Alteza teria assuntos a tratar antes de começar a nos chamar para encontros.

       Encontros.

       Só esperava que ele tivesse tato suficiente para notar que eu não estava nem um pouco a fim de sair por aí em um desses encontros com ele.

       Entrei no vasto cômodo e troquei meu vestido por outro mais simples, todo branco e rendado. Depois, abri as portas da varanda – que dava para um jardim – e sentei-me no chão ao lado delas, levando comigo um caderno e um estojo de lápis que havia na gaveta da escrivaninha, junto a vários outros materiais de pintura e escrita.

       Enquanto buscava inspiração, ouvi uma conversa abaixo de mim e cheguei mais perto das grades de concreto que serviam de apoio para o parapeito da sacada, tentando ver quem eram os passantes.

       “Você vai fazer esta Seleção se estender por quanto tempo, querido?” uma voz feminina ronronou.

       “Não sei ainda, mas não se preocupe, Layla. E, cuidado, não fale tão alto! Ninguém pode desconfiar!” a voz do príncipe Arthur alcançou os meus ouvidos.

       O que eu estava ouvindo?


Notas Finais


Espero comentários! XD
Beijooos! *3* *3* *3*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...