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História O Vigia - Sparks Fly


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Demorei, mas voltei! Esse capítulo é pequeno, por isso prometo que no final de semana postarei o próximo!

Capítulo 12 - Sparks Fly


“Cause I see, sparks fly whenever you smile”

Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2015.

Com muita dificuldade convencemos o senhor Erasmo a passar o ano novo com a gente na casa de meus pais. Ele ficava insistindo que não queria incomodar quando na verdade o que realmente incomodava era a sua teimosia.

Carolina havia se encontrada com Márcia algumas vezes, e por incrível que pareça eu ficava feliz em vê-las se dando bem. Mesmo grande parte de o meu casamento ter sido um fracasso eu precisava reconhecer que eu e Márcia tivemos momentos bons os quais na grande maioria Carolina ainda fazia parte.

- E como ela esta? – Perguntei a Carolina enquanto almoçávamos.

- Bem, muito bem na verdade. Ela parece estar menos raivosa, provavelmente esta descontando o estresse nas aulas de tiro.

- Sua mãe esta fazendo aulas de tiro? – Perguntei surpreso.

- Sim e aparentemente ela é boa, já recebeu diversos elogios de um dos treinadores.

- Acho que eu devo me preocupar? –

- Ela é imprevisível então se eu fosse você ficaria de olho. – Brincou. – Nervoso para hoje à noite?

- Por que eu estaria?

- Letícia vai conhecer a família toda e você sabe muito bem que nem todos lá só um amor de pessoa, como por exemplo, o...

- Ariel. – Falei completando-a.

- Exatamente.

- Não vou deixar que ela se aproxime dele.

- Isso vai ser um pouco difícil...

- Mas não impossível.

- Boa sorte com isso. – Falou levantando-se e me dando um beijo no rosto. – Prometo tentar voltar antes das cinco. – Acrescentou enquanto organizava algumas coisas dentro de sua bolsa.

- Aonde você vai?

- Em algumas lojas com a Letícia, vamos procurar uma roupa para usar hoje.

- Precisa de dinheiro?

- Não obrigada, eu ainda tenho da viajem que eu fiz.

- Ok, qualquer coisa me liga. – Falei acompanhando-a até a porta.

- Pode deixar! – Respondeu despedindo-se.

Assim que Carolina saiu ajeitei a cozinha e o resto da casa, deitei-me no sofá com a certeza de que era daquele jeito que eu gostaria de ficar pelo resto do dia. Liguei a TV, mas não consegui prestar muito atenção, desde quarta-feira os meus pensamentos estavam totalmente presos a Letícia e da noite maravilhosa que tivemos. Ontem infelizmente quase não nos vimos, combinamos de sair, mas senhor Erasmo reclamou que estávamos passando tempo demais juntos, ele não entende que nem mesmo uma eternidade seria suficiente para estar ao lado dela. Resolvi não discutir, afinal passaríamos a noite seguinte juntos. Com a minha família e a dela por perto, mas ainda assim juntos.

A campainha tocou e eu me levantei assustado e caminhei até a porta, tinha quase certeza que era Omar, mas dessa vez eu estava errado e assim que a abri dei de cara com o Senhor Erasmo.

- Bom tarde, senhor Erasmo, que surpresa! Entre por favor.

- Na verdade eu não posso, estou ocupado. Só vim para pedir um favor.

- Pode falar. – Pedi cruzando os braços e me escorando na porta. Forrest passou correndo e começou a cheirar os sapatos do Senhor Erasmo o qual sacudiu o pé em reprovação.

- Você pode trocar uma lâmpada lá em casa? Nos não temos escadas e eu não consegui alcançar apenas com a cadeira. Como você é alto...

- Claro! – Respondi apressadamente. Senhor Erasmo parecia envergonhado em pedir aquilo e por isso achei melhor não entrar em detalhes, o acompanhei até sua casa e troquei a lâmpada. Dona Julieta não estava lá, ela havia saindo com Letícia e Carolina. Assim que terminei o serviço Senhor Erasmo me chamou para beber, e dessa vez não foi vinho, mas sim uma cerveja bem gelada. Entramos em uma conversa agradável sobre alguma de suas viagens, ele amava viajar e ele tinha muita experiência com isso, já havia visitado metade do mundo e parecia ter um carinho especial por todos os lugares por onde passou.

Estávamos tão entretidos que só nos demos conta da hora quando Letícia e Dona Julieta chegaram.

- Oi! Eu não sabia que você estava aqui. – Disse Letícia me cumprimentando com um selinho. Ela carregava várias sacolas e parecia estar exausta do dia de compras. – Carolina não quis passar aqui e foi direto para casa.

- Eu e o seu pai estávamos conversando e não vimos o tempo passar. – Falei. – Boa tarde dona Julieta. – Completei.

- Boa tarde, Fernando. – Falou abraçando-me.

- A que horas começa a festa dos seus pais? – Perguntou senhor Erasmo.

- Eles marcaram para ás oito, mas podemos sair daqui quando vocês acharem melhor.

- Já são quase sete, elas não ficaram prontas a tempo. – Resmungou.

- Você esta nos subestimando papai! – Falou Letícia. – Nove horas no máximo estaremos prontas, provavelmente antes disso. – Prometeu.

- Tudo bem, eu já vou indo. – Falei despedindo-me de Erasmo e Julieta. Letícia me acompanhou até a porta. – Você me liga ou mando uma mensagem quando estiverem quase prontos, ok? – Perguntei segurando seu rosto enquanto ela abraçava a minha cintura. Ela apenas assentiu e ficou na ponta dos pés inclinando-se para que eu a beijasse. Assim o fiz. Poderia passar horas fazendo isso, mas senhor Erasmo chegaria a qualquer momento.

- Sinto sua falta. – Falou.

- Mas eu estou bem aqui! – Respondi confuso.

- Não desse jeito. – Disse em meio a uma risada tímida.

- Ah, sim. Entendi! – Falei fazendo cócegas. – Vou tentar resolver isso depois.

- Promete?

- Prometo. – Concordei beijando-a novamente. – Agora eu tenho que ir. Vejo você mais tarde.

- Até.

...

- Por favor, pai! Responde, qual dos dois? – Perguntou Carolina pela terceira vez mostrando-me duas opções de vestidos.

- Nenhum! Todos ficaram muito curtos.

- Isso porque o senhor não viu o da Letícia. – Sussurrou.

- O que?

- Nada, nada. – Respondeu disfarçando enquanto encarava os vestidos.

- Eu acho que você vai ficar incrível no vermelho. – Falei em rendição. Carolina comemorou animada e subiu as escadas apressadamente para experimenta-lo. Aproveitando a deixa fui tomar um banho. Já sabia exatamente o que vestiria, pois hoje pela manhã minha mãe me fez uma visita e trouxe uma roupa que era a cara do ano novo como presente, junto a um bilhete que dizia “Espero que goste e vista hoje à noite”.

Já passava das 21h e Letícia ainda não havia telefonado ou mandado mensagem, e eu é claro, não estava surpreso, afinal, Carolina ainda estava longe de ficar pronta.

Sentei-me no sofá enquanto as esperava, depois de um tempo Carolina desceu as escadas e se juntou a mim. Estava linda com o vestido que eu a ajudei a escolher e o cabelo preso em um coque.

- Ainda bem que só vai ter gente da família e os amigos de terceira idade do meu pai. – Brinquei.

- E quem disse que eu não posso namorar com um dos meus primos?

- Você não se atreveria. – Ela riu e a campainha tocou. Dessa vez eu era Omar, e eu tinha certeza. O convidei para ir com a gente e ele já havia me enviado várias mensagens questionando se já estávamos saindo. Ele claramente tinha medo de o deixássemos para traz.

- Eu estou bem? Essa roupa esta boa? – Perguntou Omar preocupado.

- Você esta ótimo! – Falei tranquilizando-o. – Não é verdade Carol?

- Sim. – Respondeu ela sem fazer muito caso enquanto mexia no celular. Omar sorriu e assim que percebeu que eu havia visto disfarçou. Como se fosse segredo o que ele sentia em relação a Carolina.

Finalmente Letícia me ligou e logo seguimos em direção à casa de meus pais. Não tão logo assim porque demoramos a convencer o senhor Erasmo de deixar ir de carro comigo, mas após insistirmos muito e Julieta ter nos dado uma forcinha ele finalmente cedeu.

...

A minha sorte foi que o meu pai havia guardado uma vaga na garagem para mim. Até aquela noite eu não fazia ideia do quanto a minha família era grande. Os carros dos convidados estavam espalhados por toda a vizinhança.

Assim que entramos Erasmo e Julieta foram recebidos pelo meu pai, Carolina seguiu em direção a suas tias e eu e Letícia fomos arrastados pela minha mãe, a qual nos fez cumprimentar todos os convidados, seu intuito naquela noite era provavelmente apresentar Letícia para toda a família e amigos, o que acabou nos custando mais de uma hora.

- Agora eu tenho uma surpresa para você Fernando. – Avisou.

- Surpresa? Que surpresa? – Perguntei e ela se virou ignorando-me. Olhei confuso para Letícia a qual apenas deu de ombro. Segurei em sua mão a puxei até onde minha mãe estava. – Que surpresa? – Perguntei novamente assim que a alcancei, ela estava acompanhada de uma mulher e assim que reconheci a tal mulher não pude parar de sorrir. – Gabriela! – Falei soltando-me de Letícia e puxando Gabriela para um abraço. Eu e ela crescemos juntos, éramos vizinhos e durante a infância éramos inseparáveis, Gabriela sempre foi a irmã que eu nunca tive. Infelizmente ela se mudou devido a faculdade e como eu estava tendo que lidar com uma família e um emprego acabamos perdendo o contato. Conversávamos às vezes por mensagem, mas já fazia mais de seis anos que não a via pessoalmente.

- FERNANDO! – Gritou sempre foi um pouco escandalosa. – Quanto tempo! Eu mal posso acreditar! Você esta ainda mais lindo do que antes. – Falou olhando-me de cima a baixo.

- Você também. – Disse retribuindo o elogio. – Estava morrendo de saudades.

- Sim, acredite, eu também! Cheguei ontem a noite para passar o ano novo com meus pais, hoje pela manhã vi sua mãe e ela nos convidou para vir aqui. Quando ela disse que você viria eu não pude recusar, estava louca para te ver. Soube que se divorciou como você esta?

- Bem, muito bem na verdade. – Falei e só então me virei para Letícia. E percebi que eu era um idiota. Fiquei tão empolgado em rever Gabriela que me esqueci de apresenta-la. Letícia parecia envergonhada, constrangida o que me fez sentir ainda mais estúpido. Precisava corrigir aquilo. – Essa é a minha namorada, Letícia. – Completei finalmente apresentando-a. – Letícia essa é Gabriela uma amiga de infância. – Ela apenas assentiu ainda notavelmente desconfortável.

- É um prazer Letícia. – Cumprimentou Gabriela com um aperto de mão.

- Igualmente. – Respondeu sem fazer muito caso. Aquela atitude me surpreendeu, não parecia Letícia.

- Nos temos tanto o que conversar! Por que não nos sentamos ali? – Chamou Gabriela apontando para o sofá.

- Claro! – Respondi. – Vamos? – Chamei Letícia e ela apenas assentiu acompanhando-me.

Gabriela me contou tudo o que estava acontecendo, sobre seu emprego, o ex-namorado e a nova casa. Durante toda a conversa eu tentei incluir Letícia, mas ela estava notavelmente mal-humorada e não fazia nenhum esforço para se enturmar.

- Eu nunca aprovei você com a Márcia e você sabe disso. – Falou.

- Sim, eu sei.

- Então por que não se divorciou antes?

- Porque eu sempre senti que tinha destruído a vida dela, os planos dela...

- O que você quer dizer? – Perguntou Gabriela confusa e pela primeira vez Letícia pareceu se interessar na nossa conversar.

- Eu a engravidei.

- Por favor, Fernando! Você não fez isso sozinho, ela abriu mão de muitas coisas pela Carolina, mas você também. – Disse Gabriela.

- Você me conhece, eu sempre acho que sou o errado na história.

- Mas não deveria. Às vezes eu penso que as coisas teriam sido muito mais fáceis se tivéssemos ouvido nossos pais e namorado. – Falou. E eu ri ao me lembrar da insistência de nossos pais em nos juntar. Mesmo depois de casado esse assunto ainda surgia e esse era provavelmente o principal motivo de Márcia odiar Gabriela.

- Com licença. – Falou Letícia levantando-se e caminhando apressadamente para o lado de fora da casa. Ao contrario de mim ela provavelmente não havia achado graça no comentário de Gabriela e eu novamente fui um estúpido.

- Eu vou atrás dela. – Falei pouco depois de um silencio constrangedor dominar a nossa conversa. Gabriela apenas concordou e eu a beijei no rosto. – Vejo você daqui a pouco.

Andei para todos os lados a procura de Letícia, mas estava quase impossível encontra-la, além de a casa ser grande a quantidade exagerada de pessoas presentes nela tornou tudo ainda mais difícil. Não me atrevi em perguntar Senhor Erasmo e Dona Julieta se eles haviam a visto, afinal o certo era que eu soubesse e isso acabaria trazendo mais questionamentos. Novamente entrei na casa e nada. Letícia parecia ter sido abduzida ou adquirido uma capa de invisibilidade. Entrei onde era o meu antigo quarto e da sacada dele pude ver Letícia sentada em um dos balanços no fundo do quintal. Desci as escadas correndo para ir de encontro a ela, mas Omar me parou no meio do caminho.

- Fernando! Fernando! Tem um minuto?

- Na verdade não. – Falei apressado.

- Por favor! Vou ser rápido eu prometo? – Pediu.

Suspirei em reedição.

- O que foi?

- Você sabe que tem aquela tradição de ano novo que precisamos beijar alguém para ter sorte, certo?

- Na verdade não.

- Tem certeza? Tem isso em vários filmes.

- Ok, mas aonde você quer chegar com isso?

- Eu quero beijar a Carolina, posso? É só por causa dessa coisa da sorte para o ano novo. Não é nada, além disso.

- Sei. – Respondi desconfiado. – Bom, acredito que você tenha que perguntar isso para ela. Agora se me da licença eu preciso ir. – Falei batendo em seu ombro e indo em direção a Letícia antes que ele continuasse e ela acabasse saindo de lá.

Aquele lugar era provavelmente o único da casa que estava tranquilo e vazio. Letícia balançava vagarosamente enquanto encarava o chão. Ao sentir minha presença ela rapidamente me olhou e virou o rosto. Sentei-me no outro balanço ao seu lado.

- Podemos conversar? – Perguntei.

- Por quê? Cansou de conversar com a sua amiguinha?

- Eu percebi que você ficou um pouco incomodada com ela...

- Incomodada? Ela praticamente pediu você em casamento!

- Ela não fez isso...

- Você esta defendendo ela? – Perguntou aumentando seu tom de voz.

- Não, eu não estou defendendo ninguém. É só que... Eu sei que algumas vezes a Gabriela passa dos limites, mas isso é porque sempre tivemos muita intimidade. – Falei e ao olhar para a cara de Letícia percebi que tinha falado besteira.

- Então vocês tem intimidade? Ótimo!

- Não é da forma que você esta pensando... Nos somos amigos a muito tempo, apenas isso.

- Então você nunca a beijou? – Perguntou Letícia. E eu não sabia o que responder por que sim, já havíamos nos beijado. Se eu dissesse isso a deixaria chateada, mas se não dissesse e ela descobrisse depois as coisas só piorariam, além disso, eu era um péssimo mentiroso. – Me respondeu Fernando. – Insistiu.

- Sim, já nos beijamos, mas foi há muito tempo e não significa nada. – Ela se levantou com raiva, mas eu a puxei impedindo de que fosse embora. – Eu juro que você não precisa ter ciúmes nem da Gabriela e nem de ninguém.

- Como pode me pedir isso? Você estava tão a vontade conversando com ela que parecia ate ter se esquecido que eu estava por perto. Isso me machucou Fernando.

- Eu sei, sinto muito. – Falei puxando-a para um abraço do qual ela rapidamente saiu.

- É por que ela é loira não é?

- O que?

- Eu sei que você gosta de loiras.

- De onde você tirou isso?

- Você acha que eu deveria ser loira? – Perguntou ignorando-me.

- Não! – Respondi rapidamente.

- Então você não acha que eu ficaria bem loira? – Questionou indignada.

- Eu não disse isso! – Falei, já não fazia ideia do que estava acontecendo ali.

- Não precisou. – Respondeu ela caminhando em direção a casa.

- Letícia, espera. – Pedi segurando em seu braço. – Só me escuta, esta bem? – Perguntei e ela suspirou revirando os olhos antes de concordar. – Eu sei que eu errei, mas você precisa confiar em mim. Não tem absolutamente nada acontecendo entre mim e a Gabriela. E se realmente algo fosse acontecer já teria sido há muito tempo, eu a conheço a minha vida toda e sim, eu amo, como uma amiga. Nunca senti por ela o que eu sinto por você. Nunca. E para ser totalmente sincero eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você. Quando eu te vi pela primeira vez tudo o que eu conseguia pensar era quando teria a oportunidade de revê-la. E todos esses sentimentos surgiram de forma tão rápida e a cada segundo que eu passava ao seu lado eles se tornaram mais fortes. Para a minha sorte você me correspondeu e não tem ideia do quanto sou grato por isso. – Ela prestava atenção em mim e pude notar que seus olhos se encheram de lagrimas, as quais ela limpou rapidamente. – Eu farei até mesmo o impossível para não destruir o que temos.

- Você não vai me trair? – Perguntou com um fio de voz.

- Não! Nunca! – Respondi rapidamente o que a fez sorrir. – Eu odiava Márcia e nunca a trai, acha mesmo que eu faria isso logo com você que eu amo?

- Você a traiu comigo.

- Em minha defesa foi apenas um beijo e você foi quem tomou a iniciativa.

- Isso é uma calunia! – Falou, finalmente o seu bom humor contagiante havia voltado.

- Eu era um homem indefeso e você se aproveitou de mim.

- Claro! – Respondeu ela ironicamente puxando-me para um beijo.

- Isso significa que nos estamos bem? – Perguntei.

- Sim, mas você continua sobre avaliação então se comporte. – Avisou.

- Eu prometo. – Respondi beijando suas mãos.

- Eu tenho uma coisa para te contar. – Disse entrelaçando seu braço em minha cintura. – Antes de vim para cá sua mãe me parou e me perguntou se você já tinha me mandado “nudes”.

- O que? – Falei espantado e Letícia disparou a rir.

- Ela já estava um pouco alterada. – Explicou.

- E o que você respondeu?

- Eu não respondi, minha mãe estava por perto. Então, a dona Teresinha me deu isso. – Falou tirando uma foto de seu bolso. – Uma nudes sua aos cinco anos de idade.

Peguei a foto e a analisei sorrindo.

- Eu não me lembro desse dia.

- Bom, já faz muito tempo. – Implicou Letícia.

- O que você quer dizer? – Perguntei fingindo estar zangado.

- Nada, me devolve minha nudes. – Pediu puxando a foto das minhas mãos. – E vamos logo para sala porque já são quase meia-noite e eu preciso encontrar alguém para beijar.

- Você o que? – Questionei, mas Letícia já havia corrido em direção a casa.

...

Começou a chover e todos os convidados se amontoaram na sala principal, eu não era fã de lugares cheios e por isso comecei a me sentir sufocado. Várias pessoas conversando ao mesmo tempo, risadas altas, barulho de copos e talheres, tudo aquilo estava me incomodando.

- Você esta bem? – Perguntou Letícia preocupada.

- Só com um pouco de falta de ar.

- Quer subir? Só não chamo para ir para fora porque a chuva esta muito forte.

Apenas assenti e subimos as escadas, entramos no meu antigo quarto e eu logo e joguei na cama.

- Finalmente silêncio. – Falei.

- Você era fã da Cyndi Lauper? – Perguntou Letícia analisando os pôsteres pregados em uma das paredes.

- Mais que isso, eu era obcecado por ela.

- Devo me preocupar?

- Eu não acho que eu tenha muita chance, mas...

- Oh meu Deus!

- O que foi? – Perguntei sentando-me na cama.

- Vai começar a contagem para o ano novo.

- Quer descer?

- Não. – Respondeu ela sentando-se ao meu lado. – Aqui está bom. – Completou encostando sua cabeça em meu ombro. Iniciamos a contagem enquanto encarávamos um relógio pregado na parece onde ficava a porta para a sacada.

3...2...1.

- Feliz ano novo! – Falei puxando-a para um beijo apaixonado.

Eu estava prestes a realizar o meu sonho e tinha uma mulher maravilhosa a qual eu amava ao meu lado, aquele ano tinha tudo para ser o melhor da minha vida, mas infelizmente as coisas não seguiram como planejado.  


Notas Finais


Dividi esse capítulo para a história durar mais um pouco, espero que tenham gostado! Algum palpite do que vai acontecer?


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