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História O Vigia - If This Was a Movie


Escrita por: lavegass

Capítulo 14 - If This Was a Movie


“Nothings gonna change not for me and you

Not before I knew how much I had to lose”

 

Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016.

Todos já haviam ido embora, inclusive Carolina. Estava sozinho, apenas relembrando da discussão que havia tido com Letícia há algumas horas atrás. Nunca brigamos antes, pelo menos não daquela forma. Dona Julieta me aconselhou a não me preocupar com isso, que logo ela entenderia. Mas era impossível, eu estava inquieto e com uma sensação ruim. Minha verdadeira vontade era de ir atrás dela e resolver as coisas naquele exato momento, só não o fiz porque tinha medo que as coisas piorassem, afinal, ainda estávamos com a cabeça quente e poderíamos dizer coisas das quais nos arrependeríamos depois.

Estava pronto para ir embora quando vi um homem parado em frente à porta do restaurante. Quando me aproximei logo o reconheci, era o pai de Omar.

- Oi senhor Carvajal.

- Oi. – Respondeu timidamente. – Omar esta ai?

- Não, ele já foi embora.

- Desculpe, não sabia que vocês fechariam tão cedo.

-Já são mais de quatro da manhã, não é tão cedo assim. – Brinquei, mas ele permaneceu serio enquanto me encarava. – Acabei de abrir uma garrafa de uísque, quer se juntar a mim? – Perguntei na tentativa de melhorar o clima, mas para a minha surpresa ele aceitou.

- Claro. – Respondeu passando por mim e adentrando o restaurante. O olhei confuso antes de acompanha-lo. Nos sentamos no balcão e eu o servi.

- Como foi à inauguração? – Perguntou.

- Foi bem, muito bem na verdade. Conseguimos lotar o local e aparentemente os clientes ficaram satisfeitos. – Respondi orgulhoso.

- Se foi tão bem assim, porque está sozinho agora? – Espantei-me. Não por sua pergunta, mas porque pelo pouco que eu o conhecia sabia que não era muito comunicativo.

- Como eu disse, já esta tarde e todos foram embora.

Ele apenas assentiu olhando-me desconfiado enquanto terminava de beber o liquido em seu copo.

- Eu estava observando você. – Falou.

- Estava? – Questionei surpreso.

- Sim. Você é interessante.

- Obrigado, eu acho.

- Eu ainda não tenho certeza se você é muito inocente ou apenas finge. – Disse finalmente olhando-me.

- O que você quer dizer com isso Senhor Carvajal?

- Roberto. Pode me chamar de Roberto.

- Ok. – Respondi. Aquela conversa estava seguindo um rumo muito estranho. – Mas por que você disse aquilo? – Insisti.

Ele se aproximou e sorriu, confesso que estava começando a me assustar.

- Aparentemente você nunca entendeu meus sinais.

- Sinais?

- Sim. – Roberto colocou a mão na minha perna e eu acabei pulando com o susto. Tirei sua mão de lá delicadamente, apesar de ser um momento constrangedor eu não queria ser grosseiro.

- Você provavelmente se confundiu. Eu não sou gay. Na verdade eu tenho uma namorada.

- Isso não significa nada, eu sou casado. Além disso, eu vi você naquele bar.

- Foi um mal entendido. Eu apenas gosto de ir lá.

- E a sua amizade com o meu filho?

- É exatamente o que é. Uma amizade.

Ele suspirou e abaixou o rosto envergonhado.

- Me desculpe, eu me sinto estúpido.

- Não precisa se preocupar com isso. – Falei batendo em seu ombro para tranquiliza-lo.

- Acho melhor eu ir embora. – Disse levantando-se. – Você pode, por favor, não contar sobre isso a ninguém?

- Eu não irei. Prometo.

- Obrigado. – Respondeu em seguida deixando o restaurante.

Sacudi a cabeça ainda confuso pela cena que havia acabado de acontecer e comecei a juntar as coisas no balcão. Precisava ir embora o mais rápido possível e tentar ter uma boa noite de sono, assim conversaria e esclareceria as coisas com Letícia. Saber que não estávamos bem me deixava aflito e eu sabia que não conseguiria ficar nem mais um dia sentindo-me dessa forma.

Quando cheguei passei no quarto de Carolina a qual já dormia tranquilamente. Tomei um banho demorado para relaxar e me deitei. Assim como já estava prevendo, eu tive grandes dificuldades em pegar no nosso, e quando finalmente consegui já se passavam das seis da manhã.

...

- Pai! Pai! – Chamou. Abri os olhos e vi Carolina em minha frente. Ainda estava sonolento e por isso não consegui responder. – Ela já foi. Você precisa fazer alguma coisa.

Sentei-me na cama e passei a mão em meu rosto a olhando confuso.

- Do que você esta falando?

- Letícia saiu de casa com uma mala.

- O que? – Perguntei assustado levantando-me imediatamente. – Para onde ela foi?

- Eu não sei. Apenas a vi pela janela entrando no carro com a Dona Julieta e o senhor Erasmo. Vocês brigaram ontem a noite não foi? O que aconteceu?

- Nos tivemos uma discussão iríamos resolver tudo hoje, mas... Merda já é mais de dez horas. – Resmunguei ao pegar em meu celular. – Eu não posso acreditar que ela já esta indo. – Falei decepcionado. Não apenas com ela, mas principalmente comigo em ter falhado ao planejar nossa reconciliação.

- Você pode me explicar essa história direito? – Pedi Carolina, mas antes que eu o fizesse meu telefone tocou interrompendo-me. Assim que vi o numero na tela me assustei, era o Senhor Erasmo. Mostrei a Carol e ela fez sinal para que eu atendesse.

- Alô. – Falei assim que atendi. Estava nervoso e fiquei mais ainda quando ouvi a voz aparentemente zangada do senhor Erasmo do outro lado da linha.

- Escute aqui, eu não sei o que aconteceu e sinceramente não me interessa. Desde ontem após a apresentação de Letícia no restaurante eu notei que ela esta triste e hoje pela manhã ficou o tempo toda grudada no telefone vindo em seguida com essa ideia louca de ir trabalhar por meses em outra cidade. Não quero que pense que estou empacando os sonhos da minha filha, se eu estou dizendo isso é porque tenho certeza que ela não tem certeza do que quer. E acredito que você é o motivo pelo qual ela esta tomando essa decisão precipitada da qual provavelmente ira se arrepender. Tudo o que eu quero que você faça é que venha até aqui e concerte as coisas. Estamos no aeroporto e o voo dela sai em 20 minutos, é melhor você se apressar. – Falou desligando logo em seguida sem me dar a oportunidade de dizer nem mesmo uma palavra.

- O que ele queria? – Perguntou Carolina.

- Nos precisamos ir. – Falei procurando por minhas calças.

- O que aconteceu pai?

- Não temos tempo, prometo te explicar no caminho. Vai tirando o carro da garagem. – Pedi jogando a chave nela.

Eu não costumo correr e nem cometer nenhuma negligência no transito, mas aquilo era um caso a parte. Não poderia deixar Letícia ir sem ter certeza de que estávamos bem, e precisava deixar claro que a escolha deveria partir dela e que eu a apoiaria em qualquer decisão.

Expliquei Carolina toda à situação durante o caminho e ela me ouviu atentamente antes de começar com seus conselhos. Muito uteis por sinal.

- Letícia é uma artista. Ela é sensível. Eu sei exatamente o que o senhor quis dizer com tudo aquilo, mas você se expressou de forma errada e acabou magoando-a.

- E o que eu faço para concertar isso? – Perguntei enquanto estacionava o carro. Já estávamos no aeroporto.

- Apenas deixe claro que ama. Isso vai ser o suficiente. Agora se apresse porque só restam seis minutos.

Saltei do carro e comecei a procurar por Letícia, o aeroporto estava cheio e eu corria desviando-me das pessoas com pressa. Precisava acha-la o quanto antes, mas no meio daquela bagunça parecia impossível.

- Com licença, pode me informar qual o bloco para o voo com destino a capital? – Perguntei a uma das funcionarias do aeroporto.

- É no bloco 5, mas o avião já decolou. Tiveram um pequeno adiantamento.

Ao ouvi-la dizer isso foi como se o meu chão tivesse desabado. Eu falhei. Falhei em conversar com Letícia e falhei em tentar concertar as coisas. Sabia que quando mais o tempo passasse mais difícil seria conseguirmos nos reconciliar.

- Droga! – Resmunguei. – Minha namorada estava lá.

- Você queria se despedir? – Perguntou.

- Mais do que isso, na verdade. Mas agora já é tarde demais. – Falei triste.

- Talvez não seja. – Disse uma voz atrás de mim. Era Letícia. Ela estava ao lado de Dona Julieta e do Senhor Erasmo.

- Você não foi? – Perguntei obviamente já sabendo a resposta. Letícia apenas negou com um meneio de cabeça. Ela ainda estava fria, o que acabava comigo. – Podemos conversar? – Pedi.

Letícia me encarou e por um momento pensei que receberia um não, ela desviou o olhar para Erasmo e logo em seguida assentiu. Sorri satisfeito e a conduzi a uma das mesinhas que ficava na aérea de alimentação. Resolveria tudo naquele momento.

 

 

 


Notas Finais


Esse capítulo é bem pequeno porque na verdade ele fazia parte do próximo, só dividi os dois porque sou mau e queria deixar vocês na curiosidade haha


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