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História O Vigia - Back To December


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Como prometido aqui está a continuação do capítulo de ontem.

Capítulo 15 - Back To December


“So this is me swallowing my pride

Standing in front of you saying

I'm sorry for that night”

 

Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016.

- Você quer beber alguma coisa? – Perguntei enquanto puxava a cadeira para que ela se sentasse.

- Não, obrigada. – Respondeu encarando a mesa.

Suspirei e sentei-me na cadeira a sua frente.

- Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas. – Comecei, e Letícia finalmente me olhou. – Eu me expressei mal. Mas eu juro que quando disse que você deveria aceitar o papel não foi porque eu não me importava em passar dias sem você. É claro que eu me importo mais do que qualquer coisa. Eu não consegui dormir porque pensar que não estávamos bem me tirava o sono. Eu não suporto a ideia de ter você com raiva de mim, ou magoada. Porque a única coisa que eu quero é fazê-la feliz. Então se eu disse que você deveria aceitar o papel foi pensando na sua felicidade, me privaram de muita coisa quando eu era jovem, escolheram o meu futuro por mim, e é por isso que não quero que aconteça o mesmo com você, mas só agora eu percebi que eu fiz a mesma coisa. – Lety me olhou confusa, mas antes que dissesse algo eu continuei. – Eu não deveria ter dito para você pegar esse papel, mas sim que te apoiaria em qualquer que fosse a sua decisão. E é isso que eu quero que você saiba. Vou te apoiar em tudo, porque somos um casal e principalmente porque eu te amo.

Letícia me olhou com ternura e finalmente sorriu. Um sorriso que eu não via a algumas horas, mas havia sentido falta dele como se tivessem passado anos.

- Quando eu estava prestes a pegar o avião nossa discussão de ontem a noite se passou pela minha cabeça. – Letícia mordeu o lábio inferior e olhou para o teto como se procurasse pelas palavras certas. – E eu percebi que agi de forma estúpida e muito dramática. – Ela abaixou a cabeça parecendo envergonhada. – Fico feliz em saber que posso contar com seu apoio. – Lety segurou minha mão e não pude evitar em sorrir. Estávamos bem novamente. – E eu já tomei a minha decisão. Não vou aceitar esse papel, mas sim o outro. Eu amo cantar e amei ter me apresentado ontem, mas não sei se estou preparada para levar isso para o lado profissional, por isso ficarei com o outro papel que além de ótimo é só daqui a um tempo, você já vai estar estabilizado com o restaurante e poderá vir comigo. Se quiser é claro.

- É claro que eu quero. – Respondi rapidamente e ela sorriu satisfeita. – Não tem ideia de como estou feliz por você não ter pegado aquele avião.

- Eu não poderia ir a lugar nenhum sem antes resolver as coisas com você. Quando sai daquele avião fui correndo te procurar, mas meu pai disse que era melhor esperarmos aqui porque você apareceria em breve.

- Ele me ligou. – Confessei.

- Eu sabia! – Falou de forma divertida. – Você já ganhou o coração dele.

- Você acha?

- Eu tenho certeza. Você é uma pessoa muito fácil de amar.

- Obrigado! – Respondi orgulhoso ajeitando-me na cadeira, mas após me lembrar da ultima madrugada os meus olhos se arregalaram.

- O que foi?

- Preciso te contar uma coisa.

- O que é? – Perguntou curiosa. – Fernando fala logo que você já esta me assustando.

- Me cantaram ontem à noite.

- Como assim te cantaram?

- Deram em cima de mim. – Expliquei.

- Quem? Ah, já sei! Foi a Gabriela não foi? Ela te beijou Fernando. Foi isso?

- O que? Não, claro que não. – Falei e logo Letícia suspirou tranquilizando-se. – Foi o Roberto.

- Roberto? Quem é Roberto?

- O pai do Omar.

Letícia me olhou boquiaberta.

- É serio? Mas... Como... Quando.

- Eu estava sozinho no restaurante e ele apareceu. Tentei ser educado e o ofereci um uísque, estávamos conversando e ele começou a alisar a minha perna.

Lety segurou o riso e me olhou de forma divertida.

- Eu não sei o que dizer. Não tinha ideia do quanto o meu namoro é desejado. – Brincou.

- Esta com ciúmes?

- Não muito porque sei que ele não faz o seu tipo.

- Você é a única que faz o meu tipo.

- Claro. – Falou desconfiada.

- Acho melhor a gente ir, Carolina já deve estar assando no carro. – Levantei-me e logo em seguida Letícia também.

- Você a trouxe?

- Claro! Ela é a minha parceira de crime.

Ela riu e seguimos abraçados em direção aos seus pais.

...

Márcia telefonou para Carolina a convidando para uma tarde juntas, eu me alegrava em saber que a relação das duas de mãe e filha ia bem mesmo depois de tudo. Carol é maravilhosa e Márcia precisava reconhecer isso e dá-la seu devido valor. A deixei na casa da mãe e segui em direção a minha. Iria para o restaurante após as seis da tarde o que me garantia muitas horas com Letícia.

- O que você quer fazer? – Perguntei enquanto estávamos deitados e abraçados no sofá da minha sala.

- A Carolina vai demorar?

- Não sei, provavelmente sim. Por quê?

Ela sorriu maliciosa e passou suas mãos pelo meu peitoral.

- Já entendi. – Falei pegando-a no colo e levando-a em direção ao meu quarto.

Letícia abriu a porta e eu a empurrei com o pé, pois ainda a tinha em meus braços. A deitei delicadamente na cama beijando-a logo em seguida. Um beijo apaixonado, que tinha como intuito descontar todo o tempo perdido após a nossa breve briga. Lety segurou na barra da minha blusa e a puxou, levantei o meu tronco ajudando-a a se livrar daquela peça. A beijei novamente e dentro de alguns minutos já havíamos nos despido por completo. Todas as vezes que eu e Letícia fazíamos amor eram completamente diferentes, pois sempre descobríamos sensações novas e maravilhosas um com o outro. Era sempre mágico e nunca suficiente. Admira-la movendo-se em cima de mim causava-me uma felicidade inexplicável. Já estávamos suados e cansados, mas a vontade de ficar mais tempo juntos daquela forma ainda era maior do que qualquer coisa. Quando chegamos ao auge repousei Letícia sobre o meu peito. Ficamos em silêncio por um bom tempo enquanto nos recuperávamos. Eu acariciava seus cabelos e beijava o topo de sua cabeça. Letícia se ergueu e me olhou com ternura.

- O que foi? – Perguntei ao notar que ela parecia querer dizer algo, mas por algum motivo não se atreveu.

- Eu estava pensando em uma coisa, mas... Acho que é cedo demais então é melhor deixar para lá.

- Agora você me deixou curioso. – Falei sentando-me na cama. – Vai ter falar.

- É só uma ideia louca que se passou pela minha cabeça...

- Fala. – Pedi fazendo cócegas. Letícia riu até ficar sem ar e me implorar para que eu parasse.

- Tudo bem. Eu falo. – Redeu-se. – Eu estava pensando que caso você não gostasse tanto dessa casa poderíamos vendê-la e comprar um apartamento. Para nos dois. Como a Carol fica mais da metade do ano fora acredito que ela não iria se importar em passar as férias em uma casa menor, mas como eu disse, foi só uma ideia estúpida.

- Eu amei. – Falei e ela me olhou assustada.

- Não acha que é cedo demais?

- Honestamente? Não. Eu não tenho certeza de quase nada na minha, mas das poucas certezas que eu tenho uma delas é que eu definitivamente quero passar o resto da minha vida com você.

- Esta falando serio? – Perguntou com os olhos marejados.

- Definitivamente. Se você quiser nos mudamos hoje, ou melhor, agora mesmo.

Letícia riu e me puxou para um beijo.

- Bem que eu queria que fosse tão simples assim, mas temos que falar com o meu pai e para pedir ele algo como isso vai ser necessário que você use uma armadura.

- Não posso pergunta-lo por carta? – Sugeri.

- É claro que não! Isso vai parecer descaso e ele nunca deixaria.

- Tem algum jeito que eu consiga receber um “sim” fácil dele?

- Não. Mas se serve de consolo, se quando ele pegou a gente se agarrando na dispensa ela não te matou, não vai ser por isso que vai matar.

- Isso não me tranquilizou sabia? Nem um pouco.

Letícia riu e me abraçou.

- Podemos pensar nisso direito depois. Enquanto isso eu posso falar com a minha mãe e ela começa a jogar indiretas para amansar a fera.

- Espero que isso funcione. Se não funcionar teremos que fugir como Romeu e Julieta.

- Eles morreram antes de conseguir fugir.

- É. Esse não foi um bom exemplo. – Brinquei. Olhei o relógio ao lado de minha cama e me assustei, passavam-se das cinco da tarde. – Precisamos tomar um banho para ir para o restaurante. Você vai primeiro, tudo bem?

- Tem certeza que não quer ir comigo? – Chamou.

- Esse convite é tentador, mas se eu for vamos demorar muito no banho e nos atrasaremos. Coisa que eu não posso fazer no segundo dia de trabalho.

- Mas você é o chefe!

- Sim e infelizmente esse é o motivo que faz com que eu tenha que ser responsável. – Falei dando a ela um selinho. – Você ouviu esses gritos? – Perguntei.

Letícia se enrolou no lençol e caminhou até a janela do quarto puxando a cortina. Vesti a minha calça e fui em direção a ela.

- São os pais do Omar, parecem estar em uma briga feia. – Falou. Os gritos eram altos, mas não conseguia entender uma só palavra do que lês diziam. Mesmo de longe dava para se notar que ambos pareciam nervosos, pois gesticulavam o tempo todo.

- Acha que eu devo ir até lá? – Perguntei.

- O que? Não é claro que não. Omar provavelmente nem esta lá. Isso é só uma briga de casal e você não deveria se meter. Mesmo sendo amante dele. – Brincou.

Eu a olhei serio, mas não me contive e ri também.

- Ok. Agora vai lá tomar o seu banho enquanto eu preparo algo para a gente comer.

- Não vamos comer no restaurante?

- Claro que não, nos trabalhamos lá, não somos clientes. Sem isso de dar prejuízo para o chefe.

Letícia revirou os olhos e caminhou em direção ao banheiro. Assim que sai do quarto vi Forrest no corredor, ele estava agitado como se quisesse me dizer algo. Brinquei com ele e desci para a cozinha. Forrest me acompanhou e continuava inquieto observando e analisando todos os meus movimentos. Separei tudo o que eu usaria para fazer o nosso café o qual estava quase impossível de se terminar porque Forrest continuava pulando e puxando a minha calça.

- O que foi? – Perguntei ao ouvi-lo fazer um barulho próximo de um choro. – Você esta procurando Letícia? Ela esta no banheiro, daqui a pouco vai descer. – Avisei. Forrest parecia me entender e sempre me obedecia, mas dessa vez era diferente, não importava o que eu dissesse ou quantas vezes pedisse para que ele se comportasse, Forrest continuava estranhamente inquieto. Passei a mão nos meus cabelos já sem paciência e respirei fundo. Preparando para aumentar o meu tom de voz com ele, algo que eu nunca havia feito antes, mas antes que concretizasse ouvi o barulho de algo caindo na sala. Corri em direção a ela e me deparei com um porta-retratos o qual continha uma foto minha e de Carolina do dia da sua formatura do prezinho, ela estava feliz e banguela. Peguei o porta-retratos e o coloquei em cima da cômoda novamente. Forrest latiu e eu senti que havia alguém atrás de mim.

Infelizmente não pude me virar para ver quem era, pois senti uma forte pressão junto a uma dor insuportável na minha cabeça.

Como eu disse a vocês no inicio dessa história, as pessoas dizem que quando você esta a beira do abismo sua vida inteira passa diante dos seus olhos. Isso é mentira. Porque antes que aquela dor insuportável me deixasse inconsciente eu apenas revivi todos os momentos significativos os quais eram sempre protagonizados por Carolina e Letícia.

 

 


Notas Finais


Amanhã postarei o próximo capítulo o qual é o penúltimo. Sim! "O Vigia" está na reta final, preparem os lencinhos porque vai estar bem triste.


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