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História O Vigia - The Stoy Of Us


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Olá! Esse capítulo é bem pequeno, mas é um dos mais significativos para o desenvolvimento da história além de dar grandes pistas do que esta para acontecer. Boa leitura!

Capítulo 6 - The Stoy Of Us


“So many things that you wish I knew

But the story of us might be ending soon”

 

Quarta-feira, 9 de dezembro de 2015.

Letícia continuou me encarando na espera de que eu dissesse algo. Mas honestamente não havia muito que dizer. Márcia estava me traindo, e eu é claro, já desconfiava. Só não queria que isso fosse confirmado. Durante os 19 anos que estivemos casados eu nunca trai Márcia, não porque a amasse demais ou não tivesse tido oportunidade, mas sim porque desde sempre nunca fiz algo com alguém o qual eu não gostaria que fosse feito comigo. Toda a culpa que eu havia sentido após o meu beijo com Letícia havia desaparecido no momento em que soube que minha até então esposa fazia o mesmo, e provavelmente ia muito, além disso.

- Fernando? – Chamou Letícia novamente na tentativa de me acordar. A olhei e sorri o que devido a sua cara ela provavelmente considerou um ato estranho.

- Onde eles estão? – Perguntei calmamente.

- Em uma mesa próxima ao banheiro feminino. – Respondeu, e em seguida eu me levantei da cadeira, mas antes que saísse Letícia segurou o meu braço parecendo preocupada. – O que vai fazer?

- Não se preocupe. – Falei segurando suas mãos. – Eu juro que não vou fazer nenhuma besteira.

Ela me olhou desconfiada, mas depois acabou se afastando para que eu passasse.

Fui em direção da mesa onde minha querida esposa estava aos beijos com seu amante. E sim, eu o conhecia. Era seu chefe, Otávio. Parei em frente a eles e tirei o celular do meu bolso, estavam muito ocupados para notar a minha presença e de certa forma eu agradecia por isso. Bati algumas fotos deles e só então após serem bombardeados pelo flash eles se separaram e viraram-se para mim. Márcia me olhou espantada e Otávio fez o mesmo.

- Fernando... O que faz aqui? – Perguntou ela. Aquilo era sério? Depois do que eu havia acabado de presenciar Márcia simplesmente se vira e me pergunta isso?

- Eu vim comer lagosta, mas você parece estar comendo uma coisa a mais. – Falei.

- E-u... Eu posso explicar, as coisas não aconteceram como você esta pensando. – Pediu na tentativa de segurar o meu braço, mas eu afastei impedindo-a. Otávio continuava assistindo sem dizer nada, sua expressão era de medo.

- Não precisa Márcia. Eu acho que já ficou mais do que claro para mim.

- Fernando, por favor. – Pediu em meio a lágrimas, sim Márcia estava chorando, provavelmente já fazia mais de 10 anos desde a última vez que isso aconteceu. – Vamos conversar...

- Não temos nada o que conversar, eu já havia tomado a minha decisão antes de presenciar essa cena. – Falei, e notei que todos no restaurante nos olhavam curiosos. Não me importei, afinal, se estivesse no lugar deles provavelmente faria o mesmo.

- O que pretende fazer com essas fotos? – Perguntou Otávio, provavelmente estava preocupado que elas chegassem ao alcance de sua esposa.

- Apenas irei usa-las para adiantar o meu processo de divórcio. – Expliquei. – Você acabou facilitando as coisas para mim, Márcia. – Completei. Confesso que nem eu mesmo estava me reconhecendo. Márcia continuava chorando e eu não conseguia sentir nenhum pouco de pena, ao olha-la eu me recordava da cena que eu havia presenciado há minutos atrás e só conseguia sentir nojo e desprezo. - Espero que até amanhã você tire as coisas lá de casa e vá viver com ele. Se Bárbara, a esposa dele permitir, é claro.  – E assim que disse isso sai de perto deles e fui em direção a Letícia, a qual havia assisto toda aquela cena escorada no cantinho da porta.

...

- Estou impressionada com a sua atitude. – Falou Letícia quando entramos no carro. – Você não alterou o tom de voz e ao mesmo tempo conseguiu dizer tudo que deveria ter dito.

- Mas não tudo o que eu queria. – Respondi encarando o volante. – Eu senti que não tinha muita moral em falar às coisas que eu gostaria por causa do que... Fizemos um pouco antes.

- Isso é completamente diferente Fernando. – Disse Letícia. – Nos beijamos? Sim. Foi errado por que você ainda esta casado? Sim. Mas essa coisa da Márcia com o Otávio provavelmente não é de hoje, e o fato da gente ter se beijado não diminui o que ela fez.

- Você tem razão. Espero que você não pense que eu me arrependi do beijo, porque acredite isso não aconteceu. E não vai acontecer nunca. Foi especial.

- Eu sei. – Respondeu ela em meio a um sorriso tímido. – Se quiser podemos repetir depois que você resolver as coisas do seu casamento. – Completou, deixando-me surpreso. É claro que eu adoraria repetir. Desde que vi Letícia pela primeira vez senti uma atração inexplicável e agora podendo conviver mais com ela, adquiri sentimentos os quais eu ainda não sabia exatamente o que significavam, mas estava disposto a descobrir. Para que isso acontecesse precisaria estar totalmente livre. Sem nenhuma ligação com Márcia além é claro, de Carolina. Assim que amanhecesse eu iria até o meu advogado e iniciaria o processo de divórcio, as fotos provavelmente adiantariam as coisas. E eu já não podia esperar para que tudo aquilo terminasse.

- Eu adoraria. – Respondi, por fim.

...

Eu perguntei a Letícia se poderia dormir em sua casa, afinal Márcia provavelmente iria até a minha para pegar as suas coisas assim como eu havia dito que fizesse. E eu não queria vê-la, pelo menos não por enquanto.

- Aqui é o quarto de hospedes. – Falou Letícia apontando para uma das várias portas presentes no corredor da sua casa. – Têm roupa de cama e toalha no armário. Ah, e caso você quiser tomar um banho o banheiro é esse do lado esquerdo. Do lado direito é o meu quarto, se você precisar de alguma coisa é só chamar.

- Tudo bem. – Respondi. – Obrigado por tudo. – Falei antes que ela saísse.

- Não tem o que agradecer. Bom eu... Vou me preparar para dormir. Se estiver com fome sinta-se a vontade de ir até a cozinha e preparar alguma coisa. Boa noite, Fernando. – Falou ela beijando o meu rosto.

- Boa noite. – Respondi.

 Letícia saiu do quarto e eu me deitei na cama. Não estava com nenhum pouco de sono. Pensei em mandar mensagem para Carolina e conta-la sobre o que havia acontecido, mas como já era tarde preferi não fazer isso. Ligaria para ela no dia seguinte.

Fiquei horas fitando o teto, um milhão de coisas passava-se por minha cabeça as quais me impediam de dormir. Meu casamento de 19 anos estava chegando ao fim e tudo que eu conseguia perceber com isso é que ele não deveria ter durado tanto tempo. Nenhum homem e nenhuma mulher são obrigados a estar com alguém porque possuem um filho juntos, mas ninguém havia me dito isso antes. As coisas aconteceram rápido demais e aos 16 anos eu fui empurrado para esse casamento, e para essa vida que nunca foi a que eu sonhei em ter. Eu ainda era jovem e poderia facilmente tentar começar de novo, mas isso não iria fazer com que eu recuperasse aqueles 19 anos.

Não posso ser injusto, por incrível que pareça existiram coisas positivas em nosso casamento e momentos que nunca irei esquecer. Márcia era alegre, engraçada e cheia de vida. Essa foi à mulher por quem me apaixonei e tive uma filha, mas por algum motivo o qual eu provavelmente nunca descobrirei, ela mudou. E eu acabei percebendo que a mulher que eu amava havia ido embora. Ela começou a reclamar sobre tudo, a não ter tempo para nada e a dar valor em coisas que na realidade são extremamente insignificantes. Eu me sentia sozinha e tudo o que eu tive durante tantos anos foi Carolina e a esperança de que a mulher por quem eu me apaixonei retornasse para mim.

Isso não aconteceu e mesmo não a amando há um bom tempo às coisas não se tornam mais fáceis. Eu iria me divorciar. E aquilo era o que eu mais queria no momento. Porém pensar no fim de algo que durou tanto tempo estava tirando o meu sono.

Revirei-me na cama mais uma vez, estava me sentindo desconfortável e precisava fazer algo quanto a isso. Calcei os meus sapatos e peguei minha jaqueta e carteira. A chave do meu carro estava em minha casa, por isso não ousei em ir pegá-la, ao invés disso me atrevi em pegar a do carro do Senhor Erasmo. Letícia estava dormindo e não notaria que eu sai, caso notasse eu apenas a diria a verdade. Que eu estava sem sono estava sem sono e resolvi ir tomar um ar e alguns uísques.

Dirigi até um bar que eu costumava ir sempre que as coisas pioravam muito. Lá era frequentado apenas por homens e todos eles eram gentis educados e atenciosos. Sentei-me em um dos bancos do balcão e em menos de 10 minutos eu já havia recebido três drinks mandados pelos adoráveis cavalheiros daquele lugar.

A música estava baixa e eu prestava atenção nela enquanto observava todas as pessoas naquele local. Eles tinham tanto carinho um com o outro que até pensei em me levantar para tentar fazer amizade.

- Uma cerveja, por favor. – Pediu uma voz familiar ao meu lado. Era o pai de Omar.

- Oi senhor Carvajal. – Falei. Ele se virou e me olhou assustado. Aquele homem era muito estranho, mas era a única pessoa que eu conhecia no bar, por isso me atrevi a puxar conversa. – Lembra-se de mim? Sou Fernando seu vizinho da frente. – Falei estendendo a minha mão a qual ele novamente demorou a apertar.

- É claro que eu lembro. – Respondeu seco.

- Dia difícil também? – Perguntei, afinal assim como eu ele estava em um bar direcionado apenas ao publico masculino no meio da noite. O Senhor Carvajal me olhou de uma forma estranha, provavelmente estava pensando o quanto eu era um intrometido.

- É... Mais ou menos isso.

- Minha esposa está me traindo. – Comecei a desabafar. – Honestamente eu não me importo. Nosso casamento já não estava dando certo por motivos óbvios.

- Acredite eu entendo. – Respondeu ele, dessa fez de forma um pouco mais educada.

- Problemas no casamento também? – Atrevi em perguntar.

- Sim, provavelmente pelos mesmos motivos que você.

- Situação difícil. – Respondi. Eu havia visto a esposa dele algumas vezes e jamais poderia imaginar que aquela adorável senhora seria capaz de ser infiel, mas aparecias enganam. E eu em breve descobriria isso.

Ele apenas concordou e voltou a se concentrar em sua bebida. Eu preferi não puxar mais assunto, provavelmente já havia passado do limite e não gostaria de irrita-lo. Poderíamos ter coisas em comum, mas ele ainda me dava calafrios.

Bebi mais alguns drinks que eu havia recebido de outros gentis rapazes. Eu os agradecia e eles sorriam timidamente para mim, adoráveis! Sairia daquele bar bêbado sem ter precisado gastar nenhum centavo.

- Graças a Deus você esta aqui. – Ouvi uma voz feminina dizer. Era Letícia. – Já estava preocupada. – Completou.

- Como você me achou? – Perguntei. E ao olhar rapidamente para o lado vi que o pai de Omar já havia saído.

- Eu acordei e fui até o seu quarto, mas você não estava lá. Procurei pela casa toda e nada. Revolvi ligar, mas você também não atendeu ao telefone, isso me deixou preocupada. Você estava meio triste e tive medo que fizesse alguma besteira. Quando vi que as chaves do carro do meu pai não estavam lá eu os rastreie e acabei chegando aqui.

- Isso é perigoso, Letícia, já imaginou se o carro tivesse sido roubado? Você ia procura-lo sozinha?

- Por favor, quem ia entrar lá em casa e roubar só a chave do carro? Aquelas louças da minha mãe valem mais do que ele. – Não discuti, Letícia estava totalmente certa dessa vez. – Precisamos ir embora. – Falou.

- Eu não quero. – Respondi. Sair do bar seria como sair para a realidade e eu ainda não estava disposto em encara-la.

- Mas precisamos. – Insistiu. – Você vai ver seu advogado pela manhã, não pode chegar lá de ressaca. – E mais uma vez ela estava certa. Se eu queria que tudo isso acabasse logo eu precisaria correr atrás disso o quanto antes.

- Tudo bem. – Falei rendendo-me. – Preciso descansar para a batalha de amanhã.

- Então só pague a conta e vamos logo.

- Na verdade não tem nada o que pagar. Eu ganhei todas as bebidas.

Letícia olhou ao redor e soltou um sorriso divertido.

- É claro que ganhou. – Respondeu e nos dois caminhamos até o carro.

- Você veio como? – Perguntei.

- De táxi. Tem certeza que consegue dirigir?

- Sim, não estou tão bêbado. Os drinks que os rapazes me deram não eram tão fortes.

- Posso te perguntar uma coisa? – Pediu.

- Claro.

- Porque você gosta de ir naquele lugar?

- Não está óbvio? Os caras são legais e me pagam bebidas. – Falei enquanto arrancava o carro. – Sempre que vou acabo não gastando quase nada.

Letícia gargalhou de novo e eu a olhei confuso.

- O que foi? – Questionei.

- Você sabe que lá é um bar gay, certo?

- O QUE? – Falei espantado. – De onde você tirou isso?

- Você realmente não sabia?

- Não. Mas... Oh, ok. Agora eu entendi. Esse é provavelmente o motivo pelo qual eles me pagam bebidas.

- Eu não consigo acreditar que você não sabia. – Disse Letícia, ela não conseguia parar de rir, estava se divertindo muito com tudo aquilo.

- Eu realmente não tinha ideia. – Respondi sincero. – Não posso acreditar que enquanto eu pensava que eles estavam sendo simpáticos na verdade estavam dando em cima de mim. Eu até encontrei o pai do Omar lá.

- É serio?

- Sim, você acha que ele é?

- Eu não duvidaria disso.

- Acho que não. Ele disse que esta com o mesmo problema que eu em seu casamento. A esposa dele esta traindo ele.

- Acredite Fernando, isso é mentira. Eu fui até a casa de Omar naquele dia e posso te garantir, a mãe dele é praticamente um vegetal. Ela parece estar em depressão profunda, é uma cena bem triste de se ver. Eu aposto que ela não sai à porta para fora há tempos.

- Mas eu disse para ele o que estava acontecendo comigo e ele disse que estava passando pelo memo. – Falei.

- Mas como você disse exatamente? – Perguntou Letícia enquanto eu estacionava o carro em frente a sua casa. Já havíamos chegado.

Nesse momento eu tentei me lembrar de como havia sido exatamente a conversa minha com o pai de Omar.

“- Minha esposa está me traindo. – Comecei a desabafar. – Honestamente eu não me importo. Nosso casamento já não estava dando certo por motivos óbvios.

- Acredite eu entendo. – Respondeu ele, dessa fez de forma um pouco mais educada.

- Problemas no casamento também? – Atrevi em perguntar.

- Sim, provavelmente pelos mesmos motivos que você.

- Situação difícil. – Respondi.”

- Você esta certa. – Falei para Letícia assim que aquele flashback se passou pela minha cabeça. – Eu não deixei muito claro o que eu estava dizendo. – Completei narrando para ela logo em seguida de forma detalhada a minha conversa com o Senhor Carvajal, Letícia já não conseguia parar de rir e eu tive que leva-la para dentro na intenção de impedir que ela acordasse todos os vizinhos.

...

Quinta-Feira, 10 de Dezembro de 2015.

Dessa vez eu finalmente consegui pegar no sono e para ser sincero acabei tendo uma boa noite de sono. Quando acordei minha cabeça doía um pouco, mas ao lado de minha cama havia um como de água e um comprimido deixados por Letícia. Quando desci para a cozinha ela havia acabado de chegar da padaria. Tomamos café e durante isso, Letícia não resistiu em me implicar por ontem à noite, e eu não me importava e acabava entrando na brincadeira também.

Já que acordamos bem cedo sugeri que fossemos caminhar com as meninas, mas Letícia negou imediatamente e disse que se quiséssemos nos exercitar poderíamos fazer isso em sua casa a qual já tinha alguns equipamentos de academia que eram mais eficazes que uma caminhada. Resolvi não questionei a sua mudança repentina de opinião.

Assisti á televisão com Letícia, estava esperando a hora em que meu advogado chegaria a seu escritório para pode ligar para ele e explica-lo o que estava acontecendo e a pressa que eu tinha para que esse divórcio saísse o quanto antes.

Só então me lembrei de que não havia ligado para Carolina. E assim que Letícia disse que iria conversar com seus pais eu resolvi fazer o mesmo.

Logo no terceiro toque Carolina me atendeu.

- Papai! – Falou animada. – Pensei que o senhor não me ligaria mais.

- Esta louca? Eu jamais faria isso. Estou morrendo de saudades.

- Eu também!

- Como estão as coisas por ai? – Perguntei, não queria jogar aquela bomba logo no inicio de nossa ligação.

- Estão bem, só temos um pequeno problema. – Falou e aquilo de certa forma me deixou preocupado. Que tipo de problema minha filha estaria?

- O que aconteceu?

- Patrícia ficou entre as finalistas.

- Isso é ótimo meu amor! – Comemorei. – Mas qual é o problema? – Uma noticia boa não havia tirado a minha preocupação.

- Precisaremos ficar aqui até a véspera de natal. – Respondeu. Confesso que aquilo me desapontou um pouco, estava com saudades de Carolina, mas ao mesmo tempo sabia o quanto tudo aquilo significava para ela. E jamais a impediria de correr atrás dos seus sonhos. – Mas se o senhor não estiver de acordo eu prometo voltar antes.

- O que? Não, claro que não. Isso é uma grande oportunidade para você. Agora que está ai precisa chegar até o fim.

- Obrigada pai. – Respondeu com sua doce voz. – E como o senhor esta?

Aquela era a hora. Precisava dizer a ela tudo o que havia acontecido e as decisões que eu pretendia tomar. Assim o fiz, omitido meu beijo com Letícia. É claro que eu revelaria isso depois, mas não achei que o momento fosse apropriado. Carolina estava irritada com a atitude da mãe. E disse que eu estava mais do que certo em querer acabar com isso o mais rápido possível.

- Tem certeza que não quer que eu volte? – Perguntou pela décima vez desde que eu havia relatado tudo. – O senhor precisa de alguém com você nesse momento.

- Tenho sim, não se preocupe. Letícia esta me ajudando com tudo.

- Continua tendo uma queda por ela?

- Eu... Eu não vou falar disso com você. – Respondi um pouco nervoso.

- Tudo bem, quando eu chegar ai vocês dois não me escapam. Quero saber detalhadamente suas intenções um com o outro.

- Detalhadamente?

- Ok, talvez não tão detalhadamente. – Respondeu ela e eu não pude evitar em não rir. – Patrícia esta me chamando. Se precisar de qualquer coisa não hesite em me ligar ok?

- Tudo bem, tchau. Eu te amo.

- Tchau, também te amo. – Respondeu ela desligando logo em seguida.

Liguei para Jorge meu advogado e marquei para vê-lo naquele mesmo dia na parte da tarde, o único problema é que ele disse que Márcia também precisava ir. Ou seja, eu teria que procura-la e conversar com ela. Algo o qual eu não estava disposto em fazer tão cedo.

Letícia havia acabado de chegar do restaurante trazendo algumas sacolas de comiga para a gente, logo pela manhã ela disse que me pouparia da cozinha hoje. Enquanto almoçávamos contei a ela minha conversa com o advogado.

- Agora terei que ir atrás de Márcia na corretora, já que tentei ligar e ela não me atendeu. – Expliquei.

- Na verdade não será necessário. – Falou Letícia. – Quando eu estava chegando do restaurante a vi mexendo nas rosas. Eu fiquei com medo da forma como ela me olhou e me apressei em entrar.

- Então ela esta em casa? – Perguntei novamente, mesmo sabendo que a resposta já havia sido dada.

- Sim.

- Eu vou lá de uma vez, afinal faltam apenas três horas para encontrar com o Jorge. – Falei levantando-me.

- Quer que eu vá com você? – Perguntou Letícia segurando minha mão.

- Não precisa. – Respondi, pois sabia que aquilo era algo que eu deveria fazer sozinho.

...

Parei em frente a minha casa com o misto de sensações, estava nervoso, com raiva, mas prometi a mim mesmo que iria me controlar e agir da forma mais política possível. Não era minha intenção brigar ou gritar com ela, eu só queria resolver as coisas para tê-la o mais longe de mim possível. Finalmente tomei coragem de tocar a campainha e não demorou muito para que Márcia atendesse. Ela se surpreendeu em me ver. Márcia estava um caco, com os olhos inchados e o cabelo bagunçado. Confesso que vê-la daquela forma me deu uma pontada de alegria.

- Oi. – Falou em um tom baixo quase inaudível. – Você finalmente quer conversar? – Perguntou.

- Como disse ontem Márcia, não temos nada que conversar. Vim apenas avisa-la que já acionei o meu advogado e ele quer nos ver hoje ás 15h. Aqui esta o endereço e peço que, por favor, compareça. – Disse entregando-a um papel.

- Fernando, por favor, podemos resolver isso de outra forma. – Pediu segurando em meu braço. Eu tirei suas mãos de lá e a encarei.

- Não existe outra forma de resolver. Eu não quero mais estar casado com você Márcia. E não irei. O mínimo que você pode fazer depois de tudo é facilitar as coisas para que isso seja resolvido logo.

- Eu não quero me separar de você. – Falou em um tom mais alto.

- Isso não é você quem decide.

- Fernando, se você me der mais uma chance...

- Mais uma chance Márcia? Mais uma chance? Eu te dei chances todos os dias durante os últimos 16 anos em que estivemos casados e você jogou todas as elas fora. Você diz que não quer que o nosso casamento acabe, mas adivinha? Ele já acabou há muito tempo e eu agora, quero apenas oficializar isso.

- Eu não vou te dar o divórcio. – Insistiu ela.

- Você não tem escolha Márcia, você sabe que eu tenho provas a meu favor. – Ela me fuzilou com o olhar, toda a tristeza que ela aparentemente possuía quando cheguei ali havia sido substituída por raiva.

- Eu você fazer você se arrepender disso Fernando. – Falou. – Você não tem ideia de com quem se meteu. – Avisou. Eu me aproximei dela e sorri sarcástico.

- Sim Márcia, eu tenho. Quem não tem é você. – Respondi dando as costas a ela e caminhando em direção à casa de Letícia. Aquele dia iria ser cheio e eu precisava estar preparado. 


Notas Finais


Obrigada por todos os comentários no capítulo anterior, não estou respondendo muitos porque tenho medo de acabar dando spoiler haha
A maioria de vocês acertaram quem era o amante de Márcia e vou ficar atenta se alguém irá adivinhar o que esta por vim.


Pequena sinopse do próximo capítulo, então quem gostar de Spoilers pode dar uma conferida:
“ Márcia não quer facilitar a separação o que faz Fernando se irritar e se juntar com Letícia e Omar em busca de uma pequena vingança. “


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