O homem que tinha levado o soco estava com um corte no lábio, ele lambia a ferida e a olhava com um ar sádico e vingativo, como se desejasse de todo coração matar aquela menina, diferente dos outros dois homens que riam por ele ter passado pela vergonha de apanhar para uma menina muito menor que ele. Alicia olhava para tudo, era um lugar meio escuro, quando sua ficha caiu, seus olhos começaram a encher de lágrimas, estava sozinha, sem seu pai, sem ninguém. Seus olhos percorreram a sala, não estava tão mobiliada, tinha alguns seguranças e uma poltrona vermelha que lhe chamava bastante atenção, no canto esquerdo tinha uma porta fechada, e foi de lá, que ouvira uma voz estridente, as batidas ecoavam as paredes, era como se rasgassem os ouvidos de todos, foi quando a porta se abriu e ela o viu.
O homem que aparecia naquela sala era assustador, não por ser feio, pelo contrário, ele era lindo, mas por ter uma cara de mal, ele era ruivo, seus cabelos eram puxado a uma tonalidade do cobre, ele tinha uma barba grande e bem arrumada, assim como os cabelos presos em um coque mal feito, ele tinha músculos definidos e grandes, além de parecer ter 2 metros de altura, usava um terno caro, sapatos de marca, um anel grande com o desenho da cabeça de uma águia, podia reconhecer que era um homem rico, ela como ver alguém como seu pai. O rosto dele era sério, os olhos esverdeados tinha um jeito autoritário, mas aquele sorrisinho dele formado pelos lábios finos e de certo modo delicado, fazia o corpo da menina se arrepiar de medo, e aquilo transbordou nos olhos negros da jovem coreana; ela pode ver as veias dele que saltavam pelo pescoço, sua respiração pesada começava a se ajeitar fazendo sua pele avermelhada sumir dando a cor normal do homem ruivo, a calma começou a invadi-lo dando uma postura formal, mas alguma coisa ainda transmitia em seus olhos, ela poderia dizer que era o mais assustador que os que os atores que via na tv. Fez pensar que nunca iria querer tê-lo com inimigo, mas era justo aquilo que estava acontecendo, ele tinha pego a garota, mas por qual motivo?
Aquela impaciência aparecia nos olhos do homem, fazendo seus capangas engolirem em seco e ficarem sem expressões, era óbvio que até eles temiam o ruivo.
- Seus malditos, é tão difícil trazer uma garota de faculdade?
- Desculpe senhor, ela não estava em casa...
Um dos homens abaixou a mordaça da garota que sem tempo a perder, tentou falar.
- Hey, porque eu estou aqui? Se quer dinheiro, ligue para meu pai, ele dará tudo que pedir... aah
Sentiu uma fisgada na costela, foi um chute de um dos guardas que teve o rosto socado pela menina, ele resmungou pelo barulho e a menina teve dificuldades para levantar o tronco, pela dor, sua cara ficou colada ao chão, choramingando, rezando para que não tenha quebrado um osso, com os cabelos sendo puxados, ficou novamente ereta, soltando alguns gemidos de dor.
- Por favor senhorita, não me confunda com um sequestrador barato, muito menos com um marginal.
A voz dele saía de forma serena, nem parecendo o mesmo homem, ele sentava em sua poltrona bonita segurando sua bengala com uma mão e um machado com a outra.
Eu me chamo, Oliver Bukowiski, talvez nunca ouviu falar de mim, mas fui amigo do seu amado pai, até ele roubar uma coisa minha, e como um viking que se preza em meu sangue, não devo deixar isso barato. Não se trata de dinheiro e sim de respeito.
Uma voz no fundo da sala, interrompeu a conversa dos dois, o homem que chamava o irlandês entregava a Oliver um celular e ela pode ouvir o cochicho do segurança ao identificar quem era, pode ouvir - “o coreano”-, para sinalizar que ele estava na linha. Alicia fora pega pelo braço e arrastada para mais perto da poltrona e forçada a se ajoelhar, ele a pegava forte pelo pescoço sendo induzida a falar para o ruivo e o telefone na tentativa de identificar a menina ao pai pela voz.
Appa, appa!!!??
Foi a única coisa que conseguiu dizer quando o homem pedira silêncio novamente, as lágrimas da menina rolaram pelo seu rosto, a leve esperança voltava aos olhos só por saber que seu pai já sabia que a menina estava ali. Mas ainda não acreditava que ele pudesse ter roubado algo, seu pai era rico, não precisaria roubar, precisaria?
É o seguinte Dunn, você vai me dar 10 vezes o valor roubado, quero você aqui. Tem que vim buscar sua pequenina não tem? - O homem deu o celular ao subordinado, e ele saiu de perto ainda com o celular no ouvido dando continuidade no telefone enquanto o ruivo continuou olhando para ela, aquele sorriso desenhado no rosto sem desfazer sua postura poderosa. - Será que seu papai, seu “appa” vai te pegar?
Alicia tremia, e muito, mesmo assim, ela mantinha uma pose marrenta, sabia que seu pai iria buscá-la, e não havia nada que aquele homem pudesse dizer, que ela não acreditasse, ela confiava em seu pai, a mão dele desceu pelo rosto da menina alisando a lateral de sua bochecha, como uma pequena carícia, fazendo-a recuar o corpo em modo de defesa aos toques daquele homem.
Porque me pegou, eu não te conheço, não fiz nada.
Ele me roubou, e vai ter que me devolver
Meu pai não é ladrão, ele é um homem bom. Ele não faria isso com ninguém. - Ela se viu a defender o pai, mesmo que não soubesse o quanto ele não valia nada, Alicia tinha aquela crença que seu pai era como um Deus. - Ele nunca faria isso, eu sei que não.
O ruivo riu, de certa forma, via que tinha verdade nas falas da menina, mas não sabia se ela estava mentindo ou se era mesmo tola, não passava de uma menina mimada pelo pai, e talvez, fosse verdade, ele não passaria o legado dos crimes para uma garota como aquela, encolhida e amedrontada. Como um ratinho encurralado pelo gato, e pensar nessas coisas faziam o ruivo sorrir, deixando a jovem mais amedrontada.
- Fique quietinha, quando seu Appa chegar, vai poder ir embora e viver sua vidinha de fadas e borboletas, ele só precisa me dar o que foi tirado...
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