História O viking - A verdade, A raiva, O aliado?

 Estava aí uma pergunta que ela não conseguia parar de pensar, uma afirmação que ela ainda não queria acreditar.

- Ninguém armou para ele?

- Eu não sei, provavelmente um desafio, mafiosos fazem esses tipos de coisas. - Ele se sentou e empurrou um prato com ovos mexidos. -Cozinho tão bem, quanto mato.

- Obrigada por lembrar. - Ela ainda ficou séria, fazendo o Ruivo desmanchar o sorriso e dar de ombros enquanto comia. - Eu sou um prémio de troca?

- Não veja como se estivesse sequestrada, veja como se fosse protegida. Seu pai não é um santo, nunca foi, ele tem inimigos. E sabem sobre você… E agora, eles pensam que você está comigo

A naturalidade que ele falava era como se outro homem estivesse ali, ele carregava um sorriso pequeno, ela pode se sentir confortada, talvez fosse isso que ele tivesse feito, mesmo que Alicia tivesse passado por todo aquele terror na noite passada, não seria fácil fazê-la mudar de opinião sobre o medo que ainda tinha do homem, sobre que seu pai era e o que ele tentava pôr na cabeça da menina. Talvez tudo aquilo não passasse de um plano, ou simplesmente estivesse em um de seus livros de aventura e perigo e acordasse em sua mesa na livraria.

É muita informação…Oliver, ate ontem eu estava colocando livros nas estantes-  Engolia em seco, ou tentasse engolir o choro novamente. E mesmo se segurando para não entrar em desespero, ficou cabisbaixa. - Eu não ligo mais.... Quer saber, eu só quero ir para casa...

Enquanto comiam, apesar do grande silêncio entre os dois, ela mastigava devagar, como se engolisse não só a comida, mas um bolo de angústia por estar naquela situação, mas ela não queria chorar na frente dele. Todo aquele silêncio se rompe quando a porta se abriu, e logo pode ver dois homens pálidos e bem vestidos entrando na cozinha, por verem a garota ali, um deles lançou um sorriso malicioso, a ponto de deixá-la sem jeito. Ela pode notar o notebook na mão de um deles, pedindo permissão para se aproximar do ruivo que comia impaciente por ter sido interrompido.

- Parece que alguém saiu vivo do ataque …- Um dos homens cutucou o outro para mostrar a oriental, definitivamente ela era a filha do homem e por não se sentir confortável da situação, decidiu falar na língua habitual, trazendo malícia na fala enquanto olhava o corpo da menina. - ”Talvez ela tenha um rastreador... Eu não vejo problema se me deixar vasculhar ela senhor”.

A garota percebeu que o tom de voz dele mudou e o sorriso malicioso chegou a vim de maneira nojenta, ela segurava a faca com força, seu corpo estava duro, com repulsa e um pouco de medo, mas continuava olhando para o ruivo como se esperasse alguma atitude deles, se é que ele iria fazer alguma coisa, afinal, ele mesmo disse que ela estava ali como protegida dele. Um dos homens avançou tocando em sua mão, apesar da cara de desprezo a garota foi rápida, enfiando a faca entres os metatarsos do homem, não era uma faca afiada, mas pode senti-la quebrar o osso do homem, que logo gritou tentando puxar a faca. Alicia se levantou nervosa como se soubesse a merda que tinha feito, e o segundo homem tentou pega-la.

- Sua puta desgraçada. Me deixa matá-la!!

O homem puxou a faca e jogou na mesa esperando um tipo de aprovação, Oliver por outro lado foi mais rápido e puxou a cabeça dele pelos cabelos e enfiou contra a mesa e pressionou, os olhos estavam fixos.

- Ninguém vai encostar nela, eu não contratei homens nojentos, eu não faço e não quero esse tipo de nojeira, seus porcos imundos. Saiam daqui, e esperem por mim.

Quando Oliver soltou a cabeça do segurança, os dois saíam os deixando sozinhos novamente, a coreana por outro lado, ainda estava em dúvidas se confiaria mesmo nele, ou se tudo aquilo não passava de um tentativa de conquistá-la para obter algo,mesmo que ele não soubesse de nada.

- Você está segura comigo, pequena… Eles não vão encostar em você

- arrg, eu estou bem!
 

A garota voltou a se sentar,  o barbudo caminhou até a área de serviço e voltou com uma de suas camisas para entregar a ela, ele estava com aquele rostinho de bom moço, mesmo que ela soubesse que aquele rosto era de um homem que matava muitas pessoas sem demonstrar remorso, ela, começava a gostar, talvez o sorriso, não sabia ao certo.
Alicia pegou a blusa da mão dele e saio da cozinha a caminho de seu quarto, em passos largos e rápidos, retirou o roupão que usava para colocar a blusa; ela era de botões e mangas compridas, o tecido era mole, em uma cor xadrez, vermelho com preto, ao vestir a mesma, ela decidiu por ate a altura de seu tronco, acima de seus seios, e usou as mangas para prender o mesmo com um nó nas costas, logo a blusa do rapaz ficou como um vestido sem alças, o que pareceu mais apropriado do que só vestir e parecer está de camisola, colocou os seus sapatos e saio do quarto retornando para cozinha, mas dessa vez, mais confiante, faz-lo falar de algum modo.

Oliver comia tranqui, o que o desconcertou quando viu a coreana voltar, tentou não transparecer, mas até a menina tinha percebido um olhar diferente. Bem ele era homem, e a menina, parecia uma boneca, O ruivo tentava não olhar, evitou por um momento se entupindo de ovos estufando suas bochechas parecendo ocupado com a comida.

- O que vocês querem com meu pai, comigo, eu não entendo, ele não machucaria ninguém. - Ela não voltou para mesa, quando se aproximou da bancada perto da geladeira, pode ver um jogo de facas, e não exitou em pegar -  Você pode ser muito bom com o machado, mas eu sou muito boa em facas….

Por mais que soubesse que podia brincar com fogo, ela jogou a primeira faca passando de raspão pela orelha do ruivo, que por outro lado, não se moveu, muito menos piscou, Alicia jogou a segunda e a terceira, mas quando jogou a quarta faca e a sua última ele já estava de pé, próximo, já segurando seu pulso. Mas não demonstrava raiva por ela ter jogado as facas, nem medo, pelo contrário, estava com um olhar empolgado.

-Você é realmente boa, onde aprendeu?

- Meu pai, desde pequena, eu lutava, ele, era exigente, talvez seu sonho fosse ter um menino… - se perdeu um momento pela pergunta dele, mas ele não tinha respondido a pergunta dela - O que vocês são?

- Eu sou Oliver Bukowski, você pode me chamar de Oliver, digamos que eu seja um… Administrador civil da irlanda, podemos assim dizer - Ele suspirou, mas não saio de perto da pequena coreana a sua frente - O seu pai me desrespeitou, sem motivo, e não costumo deixar que essas coisas aconteçam.  - Oliver falava bem, com elegância até, como se o que era fosse uma espécie de orgulho, o que deixou Alicia mais duvidosa. - Se você fala a verdade, iria gostar de lutar contra seu pai, ele faz coisas que você nem sequer imagina, poderia impedi-lo, comigo…

- Como assi...
Oliver a beijou, não um beijo comum que casais davam, um selinho, algo que a deixou extremamente vermelha, e aquele jeito, fez com que o homem se sentisse mais confiante. Na cabeça dela, passava muitas coisas, e sabia que um beijo, ou aquela tentativa em deixá-la com vergonha não seria o suficiente para que fizesse ela ficar do lado dele. Mas se ele a deixasse ir embora, como iria saber de toda verdade? O que seu pai iria fazer se ela voltasse sem nenhum “motivo”, Alicia solta de um mafioso irlandês, sem motivos, sem questionar.  
Diante de todo aquele silêncio, a única coisa que a mulher faz é empurrá-lo o suficiente para manter distância, e resmungou algo que ele não pode ouvir. 

- O que meu pai faz? 

- Porque não descobre comigo? Seu pai está vindo para cá, ele acha que você morreu, e veio fazer negócios...  E você pode ver com seus próprios Olhos quem é de verdade o seu appazinho